Projeto A.D.A - Capítulo 21 - Run, Ada, Run!
Capítulo 21 – Run, Ada, Run!
E a luta feroz ocorre.
Yuri na sua versão monstruosa não consegue desferir golpes contra mim. Eu e a Ada éramos mais rápidos que ele. E toda vez que ele errava, a nossa cauda, agora dividida com pontas afiadas como estacas, golpeava o peitoral daquela fera e o feríamos.
Contudo eu começo a me sentir muito fraca ali dentro. E nesse momento eu entendo que a Ada não estava só me vestindo, mas também se alimentando de mim.
‘’Desculpe, Simon.’’
‘’Eu preciso do seu Chá da Vida para continuar lutando.’’
Chá?
Mas eu entendo que eu era uma espécie de bateria de sangue dentro dela. Uma mulher transformada em uma pilha. Ela me protegia como uma vestimenta alienígena, e eu dava o meu sangue em troca.
- Tudo bem, Ada, meu amor. Porém eu não vou aguentar muito tempo, vamos finalizar isso logo!
E em um avanço rápido, Ada e eu conseguimos segurar e arrancar a cabeça do monstro, e o Yuri cai no chão.
- Ufa, acabou.
A Ada diminui ao seu tamanho natural e eu saio de dentro dela. Só que como ela estava com várias pequenas boquinhas fincadas na minha pele, ao sair elas desgrudam e rasgam a minha roupa inteira. E eu fico pior do que no incidente anterior com a Ada, agora eu estava quase totalmente nua e com uns frangalhos de tecido que eu agarro para esconder os meus mamilos.
- Obrigada a todos por terem me ajudado e-
Com um estrondo eu escuto o corpo sem cabeça do Monstro Yuri levantar, e pelo buraco eu vejo ele lá dentro. E só agora eu compreendo que ele não virou o monstro, e sim vestiu aquela coisa; exatamente como eu fiz com a minha Ada.
- Porque vocês não desistem! Isso não tem nada a ver com vocês! Me devolvam a Ada! Vocês não fazem ideia do que o meu pai já passou. Parem de se intrometer!
E naquela hora eu entendi que não poderia ficar ali, eu era a única pessoa compatível com a Ada e já estava muito fraca. Então eventualmente esse garoto chamado Yuri iria acabar matando todos os meus amigos para recuperar o suposto pai dele.
- Pessoal, vamos fugir. Não podemos ficar aqui.
E a Ada lê os meus pensamentos e me pega no colo.
- Para onde? Não podemos subir para o setor militar, esse monstro nos pegará no elevador. – Questiona o Louis.
A Zoe abre um sorriso e estala os dedos.
- Já sei! A Seção D tem um jipe de protótipo e uma saída especial da DGA, privilégios canadenses do nosso acordo – Ela ri – Bom, eu apontarei o caminho. Mas o espécime A.D.A consegue sair?
Consegue, amor?
Ada avança contra o vidro blindado da frente da Seção B e rompe como se fosse uma fina folha de papel.
E a caravana da fuga passa e eu chamo a Mila ali assustada.
- Vem conosco, se você quiser viver! Venha, Mila!
A doutora Mila Virtanen se junta a nossa comitiva, que percorre os corredores, com o Yuri monstro sem cabeça destruindo tudo atrás na base da porrada e do ódio.
Eu no colo da Ada.
Zoe atrás apontando o caminho.
Mila ali no meio com medo.
E Jules e Louis gastando vários pentes de munição no final da linha só para atrasar o Yuri.
- Ali, a Seção D!
E a gente chega nela e sobe no jipe, enquanto o Zoe abre a portão.
E quando o Yuri arromba tudo e aparece ali.
Nós já estávamos longe.
‘’Pai!! Porque?! Depois de tudo que eu fiz para te reencontrar. Porque me trocou? O que essas pessoas possuem assim de tão especial? EU SOU O SEU FILHO!!!’’
E esta voz na minha cabeça foi a última coisa que eu escutei em vida do Yuri.
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- Aquele Monstro desistiu? – Pergunta a Mila.
- Sim, está tudo bem agora. – Jules acalma ela a abraçando.
Zoe dirigindo. Eu no carona pelada quase com a Ada no colo. E o casal Mila e Jules com o Louis de vela no branco de trás.
- Parece que escapamos. Zoe, pega esta estrada auxiliar até o final; é a melhor maneira de não sermos vistos.
- Senhor agente secreto, nos já fomos descobertos. Olha para cima.
E um barulho forte de hélices se aproxima ecoando acima. E ao olhar para o céu eu vejo um helicóptero com a porta aberta e uma mulher de terninho verde e gritando com um megafone.
- Onde vocês acham que estão indo? Devolvam o espécime A.D.A e MOMON agora mesmo! É uma ordem! Ou teremos que tomar medidas mais agressivas.
- O que? É a Ministra Florence Parly? – Pergunta atônito o Sargento Jules.
- Mas ela não tinha voltado?
- Acho que ela enganou a todos, Louis.
- Não podemos parar – Eu me meto – O Yuri virá atrás de nós e nos alcançará.
- M-Mas doutora Molly Simon – O tique nervoso do óculos da Mila estava tão forte que eu não sabia se era a estrada de terra balançando o jipe ou se a mão dela estava com Parkinson – E-Ela vai atirar em nós?
E no meio dessa confusão que parecia uma família barulhenta. A Ada sobre na grade no jipe.
- MHHHMMMMMMMMMMMMM!!!
As manchas vermelhas se juntam e duas pontas do cabelo dela se aproximam como orelhas de coelho ou antenas sintonizando algo. E a Ada fica fazendo esse som.
- O que é isso? Ela está fazendo cocô?
A pergunta da Zoe era idiota e destoa da tensão crescente, mas realmente tinha semelhanças. A Ada parecia que estava em algum penico imaginário e fazendo força para descobrir um truque novo.
E ela consegue.
Ao juntar as duas pontas outra daquele PEM dela dispara. Só que dessa vez foi direcionada só ao helicóptero.
E ele cai e explode.
- Caralho! Puta que pariu! Matamos a Ministra de Defesa da França! E agora? – Louis coloca as mãos na cabeça em desespero.
- E agora mesmo que não podemos voltar. Zoe, pisa forte no acelerador. – Eu ordeno.
- Ok, mas para onde vamos? – Ela se pergunta, jogando a bola e esperando alguém sacar com uma boa ideia.
- Para o meu antigo QG de patrulha de perímetro. Eu já perdi o emprego mesmo.
Todos ali na realidade perderam, e agora não passávamos de criminosos e proscritos.
Mas eu estava com os meus amigos e a minha amada Ada. E eles eram tudo que eu precisava agora.
Não é mesmo, Ada?
‘’...’’
Ada?
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