Meu pai tem tesão em mim? - Puts, acho que tomei um tiro

Me aconchegava nos braços de papai e estava no quinto sono, quando sou arrancado do meu mundo dos sonhos por um barulho muito alto eu vinha do andar de baixo, Logo eu e meu pai acordamos e começamos a prestar atenção no barulho para ver se descobríssemos o que era.

Meu pai levantou e se encaminhou a beira da escada, eu o segui e aparentemente haviam pessoas no nosso quintal pela janela da sala víamos que o portão da frente estava derrubado, meu pai me empurrava em direção ao quarto, assim que entramos meu pai trancou a porta e ligou para a polícia, creio que toda essa situação não durou muito mais de 15 minutos, mas a tenção e o meu medo fizeram parecer que durou horas. Enquanto eu tentava me controlar com meu nervosismo pude escutar vozes mais próximas, talvez tivessem conseguido entrar em casa, pude entender apenas uma frase do que diziam, “Ele vai me pagar tudo o que me deve e devolver o que é meu. Ele me paga.” Naquele momento as palavras não fizeram muito sentido, mas futuramente todas as peças iriam se encaixar. Escuto as vozes cada vez mais próximas então tenho uma ideia no desespero, começo a empurrar a cama em direção a porta do quarto, papai então larga o telefone vem me ajudar, agora que eu lhes digo que ajuda muito você assistir filmes de ação, a cama de papai era toda de encaixes, tiramos a cabeceira e tiramos os pés, com uma agilidade que se eu não tivesse lá, também duvidaria. Assim, deitamos ela e escoramos na porta, e colocamos a cabeceira escorada em baixo do colchão e empurramos o guarda-roupas, fazendo uma semi barreira, o suficiente para atrasar, mas não parar. Depois que fizemos isso, que consideramos como vamos sair?

Papai foi mais ágil no pensamento que eu, abriu o guarda-roupas e pegou um cabide de madeira que o seu gancho era feito de algum tipo de metal, papai conseguiu tirar o gancho e fez o mesmo com outro cabide, de algum jeito que agora não sei explicar a vocês ele prendeu os ganchos na janela, pegou os lençóis e deu um nó, fazendo deles uma corda que nos ajudaria a descer, graças a Deus éramos acostumados a ir a academia, então não era uma atividade tão difícil, eu desci primeiro, papai veio logo atrás de mim, quando cheguei ao chão e papai estava prestes a descer um bandido com toca skinhead, e começou a gritar e chamar os outros comparsas, papai saltou ao soltar a corda e deu um torsão no pé, mas com o sangue quente ele nem percebeu, eu acho ao menos. Começamos a correr em direção ao portão da frente, papai foi na frente por segurança, com medo de que tivesse alguém, por sorte não tinha ninguém, mas quando estávamos correndo de casa um dos bandidos nota que saímos e começa a atirar, me lembro de tentar correr quase abaixado e por as mãos na cabeça, como se fosse adiantar alguma coisa, né?

Lembro de sentir os tiros destinados a mim passarem assoviando em meus ouvidos, e logo sinto uma pontada nas costas, mais precisamente no lado direto abaixo, lembro-me que foi uma ponta muito forte, mas eu só conseguia pensar em sair daquele lugar, fugir. Corremos mais ou menos uns 4 quarteirões até chegarmos em um posto policial e explicarmos o que estava acontecendo, quando chegamos diante da luz branca do posto vejo que minha perna está toda ensanguentada, naquele momento a adrenalina do meu corpo acabou e veio a dor, uma dor tão forte que senti meu corpo amolecendo, minha vista ficando turva e a forma corporal do meu pai vindo em minha direção.

Sei que fui carregado, vi luzes passando, obviamente eu olhava pra cima, pessoas de ver e azul chegavam perto de mim, alguns estavam de branco. Não sou crente de religião alguma, nem acredito em espíritos, mas também não brinco com isso porque sou cagão, mas acho que por um misero segundo creio que vi minha mãe, será que onde ela estivesse ela intercederia por mim? Se tivesse esse poder de interceder por mim, estaria ela vendo tudo o que eu e meu pai estávamos vivendo? Tais questões me perturbam até hoje, mas enfim. Mesmo desacordado eu escutava longe pessoas falando perto de mim, as vezes meu pai, as vezes alguns amigos, vezes médicos e enfermeiros e um enfermeiro em especial que sempre que visitava me elogiava com alguns comentários que poucas vezes eu conseguia entender, como: “você e muito gato sabia?” o as vezes ele desabafava comigo como se eu pudesse responde-lo, “você não concorda que foi trairagem o que ela fez comigo?”, ou as vezes ele me desabafava problemas familiares “hoje minha mãe me ligou, tô cansado de só brigar...”. Não sei explicar a vocês o que rolava comigo naquele momento, eu sabia que estava desacordado e o que tinha acontecido, mas é como se apenas meu cérebro estivesse funcionando e meu corpo estivesse tirando uma folga do controle do cérebro, foi tudo muito estranho, mas quando voltei ao normal o médico disse que pode ocorrer, meu corpo não responder a comandos do cérebro e apenas algumas funções básicas continuarem funcionando, inclusive o cérebro.

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Desculpem a demora, as atividades da faculdade estão a 100%. Espero que gostem! Votem, comentem e me dêem estrelas!!