Dividindo casa, depois a cama - Parte 1

Um conto erótico de JorginhoG
Categoria: Homossexual
Data: 03/06/2019 22:14:47
Nota 9.94

ALERTA TEXTO LONGO | A QUEM GOSTA DO GÊNERO, ESPERO QUE CURTA

Dois caras que curtem caras dividem aluguel e acabam se comendo. Nenhuma novidade, eu sei. Mesmo que seja só “na brotheragem”, isso é bem comum! Só que o modo como as coisas aconteceram entre Juliano e eu – e no que isso resultou – acho que merecem, sim, um conto. E espero que vocês gostem!

Me chamo Jorge Augusto, mas como ter um nome duplo só agrada mães e escritores de novelas mexicanas, gosto que me chamem apenas de Guto. Minha história começou faz algum tempo e, hoje, minha idade ruma aos 33.

Em janeiro de 2016, eu estava passando por um momento complicado. Meses antes, tinha sido demitido da agência de publicidade na qual trabalhei por quase 2 anos, em Florianópolis. “Crise, contenção de gastos, não tem mais pra onde você crescer aqui. Blá, blá, blá, Wiskas Sachê”.

Passei as festas do final de 2015 na casa dos meus pais, no interior do Paraná, comendo, bebendo, perdendo minha forma física, escutando as indiretinhas dos meus irmãos. “Ah, hoje em dia tem que empreender, se sacudir, financiar.” Desde sempre, boa parte da minha família, a que se mete a abrir comércio, investir, etc., quer que eu queira as mesmas coisas que eles. E não, não tenho espírito empreendedor. Começar uma agência de marrrketing digitaaal (nada contra, até tenho amigos que trabalham com isso) no fim de mundo onde nasci? Não, obrigado!

Após o marasmo de início de ano, juntei minhas coisas e decidi partir para a vida em São Paulo capital. E tirando o fato do mercado de comunicação ser mil vezes mais forte nessa região, inclusive em tempos de vacas magras, tudo conspirava contra. Mas eu ia mesmo assim! Ainda estava no seguro desemprego. Se nada desse certo, poderia pedir arrego voltando para a casa dos pais. Só que, depois de meses aturando cobranças desnecessárias, definitivamente, eu não queria mais isso. Prestes a fazer 30 e continuar dando passos para trás? Ah, não!

Passagem comprada, malas bem cheias, um primo também gay, que me ajudaria a conhecer melhor a terra da garoa, vivendo em Santo Amaro. Tudo certo para partir em busca de novos sonhos, novos rumos profissionais... e um amor.

Ok, não se deve planejar isso. Mas também não havia mal em querer encontrar alguém depois de ter namorado sério apenas uma vez. E sério entre aspas, já que durou um mês.

Eu definitivamente não era o tipo de cara que se apaixonava fácil... Me aceitei gay aos 15, perdi a virgindade na sequência, saí do armário aos 20. Toquei uma verdadeira micareta sexual ao longo da faculdade (e depois dela também). Tive caso com cara casado. Algumas vezes. Um deles, na maior cara de pau, me encarou uma vez, dizendo:

- Você tem cara de quem gosta de macho casado mesmo.

E eu gostava, fato! Só que chega uma hora que essa falta de consideração que a maioria os maridões tem com suas esposas e fodas fixas (também conhecidos como amantes) começa a incomodar. Enfim! Namorar, namoradinho, de verdade? Nunca nem tinha visto! E o que desencadeou essa decisão foi o seguinte:

Rua escura, calor, antevéspera de Ano Novo. Ele era lindo, loiro, olhos azuis como uma piscina limpa. Cheirava a cerveja e churrasco de fim de ano, mas eu não me importava. Era tão masculino, tão alternativo, tão diferente dos caras que eu encontrava na balada habitualmente. Me beijava de língua e enfiava a mão por dentro da minha bermuda, apertando minhas nádegas e pegando no meu pau, numa tranquilidade absolutamente invejável. Também explorei seu pau, que era grande, gostoso e quase caí de boca ali mesmo, na frente porta fechada de um bar de esquina. Às vezes, ele parava de me beijar, dizia que tinha adorado me conhecer, que ia me procurar de novo. Claro que não era verdade, que nunca mais me procurou e que foi só mais um dos meus casos que duravam nem 30 minutos.

Foi delicioso. E perigoso. As cortinas balançavam em várias janelas daquela rua, revelando televisões ligadas, provavelmente em algum especial de final de ano ou em alguma retrospectiva sensacionalista. Ou seja, a qualquer momento uma dona de casa carola ou um pai de família homofóbico, podia sair tomar um ar e ver nossa “sem vergonhice”. Bom, foi uma das melhores sem vergonhices da vida. E foi absolutamente vazia, como, até então, eu estava resignado que fosse sempre. Em Florianópolis, morando sozinho, eu ainda tinha várias companhias que duravam uma ou duas horas, e uma cama para foder com todas elas. No interior, nem isso. O alternativo com olhos de piscina limpa também não tinha local. A morte para qualquer gay que vivia caçando em todos os apps! Como eu... Como você, que está me lendo, talvez. E gastar com motel estando desempregado? Nem pensar!

Acabei cansado daquela rotatividade, do não ter local, do não ter um futuro pós-orgasmo.

O relógio do meu celular marcava 6h, naquela manhã de final de janeiro. Após chegar do voo, ainda tinha que pegar ônibus e metrô para desembarcar no “sul da zona sul da maravilhosa Sampa”, como costuma debochar meu primo.

Lá estava eu, admirando a cidade, na qual antes só havia estado a passeio, quando o inbox do meu celular vibrou. Era o tal Juliano, aparentemente um maromba, que encontrei em um grupo de Facebook, estilo “Dividir Moradia”, anunciando um quarto vago em seu apartamento.

- E aí? Já chegou em Sampa?? – perguntou ele.

- E aí? Já cheguei sim!

- Fez boa viagem?

- Fiz! Obrigado – “Que gentil”, pensei – Estou indo encontrar meu primo em Santo Amaro agora – respondi.

- Nossa... Vai fazer outra viagem kkk

- É o que tá parecendo, haha! Mas e aí? Já desocupou o quarto então?

- Aham, por isso te chamei... Você vem ver amanhã, como falamos antes? Pode ser às 10?!

Ele parecia apressado e decidido. Concordei e nos despedimos cordialmente. Tentei achar seu Instagram, ver se era fortão mesmo, ou se só tinha se estufado para avatar de Face, e, principalmente, se tinha fotos no apartamento. Se seria mesmo tão bonitinho e limpinho quanto parecia nas poucas imagens postadas no grupo. Não achei. Ou estava tão cansado, que nem insisti.

O resto do meu dia girou em torno de encontrar meu primo, comer, pegar um Uber até a casa dele, tomar um banho e dormir muito. Isso tudo, claro, reparando em cada macho paulistano suculento que me aparecia por aquelas ruas, ainda desconhecidas.

No dia seguinte, meu celular marcava 9h45 da manhã quando constatei estar no caminho certo, rumo à Vila Mariana. Meu Hornet pipocava de mensagens. “Nada como ser um pedaço de carne nova na área”, constatei, sorrindo maliciosamente. Mesmo não estando na minha melhor forma física, modéstia à parte, fui agraciado com um rosto bonito, ainda que comum, e uma barba uniforme, sempre desenhada. Cabelos lisos, um pouco altos na parte de cima, castanhos como meus olhos. Mas mesmo com meu ego inflando, tratei de manter os pés no chão. Não estava mais a fim de trepar casualmente!

Mais algumas paradas e quadras a pé, cheguei ao meu destino: um simpático prédio residencial. Falei com Juliano no interfone, entrei e peguei o elevador, naturalmente, sem nem imaginar o impacto que me aguardava. Que cara gato! Bombado, barbado e com um sorriso simpático encantador. Meio bobo, mas simplesmente encantador.

- Hei! Tudo bom, Guto?

- He-ei... Tudo... E você? – “Haja naturalmente, Jorge Augusto”, pensei, respirando fundo.

- Tudo ótimo! Entra!

O apartamento parecia uma graça, mas mal consegui prestar atenção nos primeiros minutos. Juliano, seus músculos enormes, sua barbona cheia e seu tom de voz absolutamente trivial tomaram toda minha atenção! Ele notou minha respiração acelerada, comentou do calor e me serviu água:

- Gelada ou natural?

- Pode ser misturada? – perguntei.

- Claaaro!

Admirei seus olhos e cabelos castanhos, cortados impecavelmente, enquanto ele me entregava o copo. Bebi em um gole só, vagarosamente, mentalizando: “Foca no apartamento, viado!”

- Gostando de São Paulo? – ele puxou assunto – Aqui é vida, cara! Sou suspeito pra falar... Esses jornais de TV pintam que é violenta, mas tem muuuita coisa boa aqui também!

- Concordo!

- Mas Florianópolis é maravilhosa também, né?

Ele se expressava tão naturalmente, gesticulando, que foi impossível não imaginá-lo de sunga nas praias de lá.

- “Guto, volta!” – pensei. Então, concordei: - Sim! Mas acho que não voltaria... Algumas etapas da vida tem prazo de validade, né?

- Com certeza! – ele coçou um bíceps, contraindo-o um pouco.

“Ai, meu caralho”, pensei, babando mentalmente. Juliano me chamou para conhecer o apartamento todo. Concordei na hora, pois precisava me movimentar e prestar atenção no que era (mais) importante.

Dois quartos espaçosos – o dele, suíte -, lavanderia equipada, uma cozinha completa, com todos os aparelhos automáticos que solteirões necessitam, e a varandinha aconchegante da sala, pela qual eu tinha entrado, mas ainda não tinha olhado direito, por razões já amplamente expostas. A única coisa que destoava um pouco eram uns halteres e outros apetrechos de academia espalhados pelos cantos, mas nada que atrapalhasse.

- Nossa... – eu disse – É perfeito pra mim, Juliano!

- Que bom que curtiu, cara!

- É tudo de muito bom gosto.

- Opa, valeu!

- E os valores? – indaguei – Somando tudo dá aquilo que você postou?

- Então... – Juliano pegou seu celular, abriu a calculadora – Deixa eu explicar aquele valor! Condomínio, luz, internet, gás e água, tudo junto... Mais uma taxa de produtos de limpeza, mais uma taxinha massa, que funciona como um aluguel dos utensílios, caso algo precise de manutenção... Sabe como é, saiu tudo do meu bolso.

- Justo!

- Aí TV à cabo e Netflix, se você for usar, e imagino que vai, já que é publicitário...

Eu ri:

- É, com certeza vou!

- Então... Sua comida é por sua conta, certo? Ou você pretende treinar?

- Treinar, tipo academia?

- Isso! É que eu sou personal e malho pesado.

Os halteres e o corpão de Juliano não estavam ali à toa. Ele seguiu falando:

- Faço dieta e tal, aí minha alimentação é diferente... Mas rola dividir, se você quiser experimentar o que eu como.

- “Quero experimentar ser o que você come, Mister Whey Protein...” – pensei isso, porém, em voz alta, expliquei – Por enquanto, não! Vemos mais pra frente, beleza?

- Beleza! Bom... Tudo isso, – ele me mostrou a tela do celular – menos o aluguel. Esse é o verdadeiro valor.

- Oi?! – me espantei.

- Oi, tudo bem? – disse Juliano, debochando.

- “Que sorriso gostoso” – pensei, dizendo – É que tá muito barato!

- Então... O apartamento, na verdade, é meu! Terminei de quitar ano passado.

- Uau! Parabéns, cara!

- Valeu! É que eu nem digo isso no anúncio, se não chove de gente aleatória querendo conhecer, porque o valor está mesmo muito abaixo do normal... Eu quero dividir mais pelo condomínio, que é meio carinho, pela manutenção das coisas, e pelo costume, né? Eu não sou daqui também! Sempre dividi casa e acho bom ter uma companhia, cara.

Juliano explicou ser do interior também, mas de SP mesmo, e que tinha horários malucos, por treinar alunos em diferentes locais, momentos do dia e da semana, por isso queria ter alguém para ajudá-lo a cuidar do lugar.

- E você não namora? – questionei, já imaginando uma vida ao lado dele (brincadeira!).

- Então... – ele riu – Namorar a gente namora, né, mas prefiro eu ir tranquilinho na casa dele, fazer bagunça no quarto dele, do que trazer ele aqui, sabe?

Eu ri também. Aquilo era muito eu! Opa... “Dele? Ah, meu Deus, esse gostoso do caralho é gay”, comemorei internamente.

- Entendo... – eu disse - Nossa, Juliano, você chegou a confundir meu gaydar.

Ele riu horrores:

- Ah, meu... Muita convivência com os héteros “topzera”, primeiro na faculdade e no treino, depois no trabalho, por último na pós... Mas eu sou gay sim! Já namorei mulher quando era novo, e até curti, mas agora... meu negócio é o mesmo que o seu!

Rimos juntos. Juliano ainda explicou que tinha combinado de mostrar o apartamento para mais algumas pessoas, mas que tinha gostado de mim, e que entraria em contato se fosse fechar negócio. Sem cantadinhas, sem segundas intenções.

Fui embora pensativo, olhando minha barriga de cerveja em todos os reflexos possíveis. Óbvio que um cara tão gostoso e definido não ia me dar moral, ainda mais namorando – outro maromba padrãozinho, provavelmente. Encarei aquilo como uma experiência positiva, no entanto. Era boa a sensação de ter tido um primeiro crush oficial em Sampa!

Na hora do banho, me encharquei de esperma, pensando nos bíceps avantajados, no trapézio perfeito, nas panturrilhas depiladas e desenhadas, nas mãos bonitas e no sorriso idiota de hétero de Taubaté do tal Juliano. E tratei de esquecê-lo na sequência! Talvez eu nunca mais o visse. Se o visse, seria para dividir casa e contas. Alimentar esse tesão besta para quê?

Antes de dormir, mandei quantos currículos pude e respondi quantos caras consegui no Hornet e também no Grindr.

Na noite do dia seguinte, eu caminhava apressado e atrasado para conhecer outro apartamento. A vizinhança parecia mais modesta e tranquila, porém a rua estava um pouco deserta, o que me deixou com certo receio. Cheguei ao endereço do anúncio. Dessa vez, o responsável pelo local era claramente gay e muito bonito em fotos. Se chamava Richard e estava como solteiro no Facebook.

Toquei o interfone, entrei e atravessei um longo corredor. Dei de cara com um cachorro latindo e a dona falando “ele é manso! Pode vir”.

- Ata. – respondi caminhando apressado até as escadarias.

Subi, cheguei ao andar, bati a porta e fui recebido. Fato: o cara estilo discreto e fora do meio, falando “mano, meu, parça”, era bem gostosinho pessoalmente. Malvestido e usando um cabelo sem graça, mas a barba grossa e curta, o bidodão estiloso, os olhos escuros e expressivos, corpinho magro definido e peludo compensavam.

Perguntei do bairro, do quarto, do apartamento, dos valores... Notei que ele me olhava, sorria, virava a cabeça pro lado e seguia tagarelando. Meu pau começou a criar vida dentro da roupa. “Você não quer mais casual, Guto... Mas será que ele também tá com tesão?”, imaginei.

Houve um momento no qual ele me mostrou a vista pela janela do quarto. Ficou de costas pra mim, meio inclinado. Mas se a intenção era me atiçar, falhou um pouco, pois usava uma bermuda muito larga, deixando sua bunda minúscula. Ainda assim, uma vontade louca foi tomando conta de mim. Com calor e tesão, pedi água.

- Ah, pega li no filtro... – disse ele, hospitaleiro como um guarda de delegacia.

Peguei, tomei dois copos e o observei na sala, sentado em um enorme sofá, vendo TV e mexendo no celular. Resolvi ir embora, só que, quando cheguei à sala, Richard convidou:

- Senta um pouco.

Aceitei, começando a acreditar que aquela tensão sexual não era só da minha parte. Sentei e coloquei uma perna por cima da outra, com minha botinha (marca registrada no meu jeito de vestir) na direção dele. Ele pegou, olhou e disse:

- Que legal esse pisante, cara...

Concordei, achando que ele tomaria alguma iniciativa... e nada. Se afastou e ficou quieto. Anunciei que precisava ir, pois não conhecia bem a cidade ainda e estava ficando tarde. Ele pareceu concordar, mas levantou e falou vagarosamente, enrolando para pegar a chave, que estava ali mesmo, num móvel de fácil acesso... “Se for rolar, é agora ou nunca”, pensei, já com o pau meia bomba e a respiração ofegante. Levantei e me aproximei dele, que estava abrindo a tranca da porta. Sorte ou não, tinha um fiozinho de roupa preso no bigode dele.

- Tem um negocinho aqui... – falei, pegando o fiozinho delicadamente.

- Sério? O que é...? – perguntou ele, sem saber se me encarava ou se arrumava o mustache.

- Ah... – eu sorri sem graça – Só um fiozinho...

- Ah, tá! Deve ser de toalha...

- É...? – perguntei, já pegando-o pela cintura.

Nos beijamos com gosto, de língua, e nos abraçamos. Ele trancou a porta novamente e veio com tudo pra cima de mim. Caímos no sofá na maior pegação. O prensei com minhas pernas, enquanto ele mordia meu lábio e lambia meu pescoço. O encarei por um momento, mas ele fugiu e começou a rir:

- Olha o que os caras aprontam....

Uma narrativa em terceira pessoa bem peculiar. Porém não me importei. Voltei a beijá-lo com um tesão que parecia represado há séculos.

Em poucos minutos, estávamos sem roupas. Ele se ajoelhou na frente do sofá e caiu de boca, lambeu e gemeu nos meus 19 cm. Meu pau pulsava e ele engolia com gosto, de olhos fechados, enquanto eu acariciava seu corpo, principalmente seus mamilos e o peitoral trincado, que fiz questão de chupar e lamber, sentindo os pelos lisos, antes depilados, mas naquele estágio em que crescem e ficam ásperos.

Quando a coisa estava ficando quente, ambos demos uma brecada. Respirando fundo, eu falei:

- Assim não dá pra dividir casa...

Ele riu alto:

- Por que não? – ele lambeu minha orelha.

Eu estremeci. O celular dele vibrou. Ele olhou meio preocupado e eu deduzi:

- Namorado?

- Não... – respondeu ele, com uma credibilidade digna de Sonia Abrão – Mas, digamos que, não podemos demorar...

- É o outro? – eu ri de nervoso.

- Na verdade... – riu descaradamente – o outro aqui é você!

Nossa, me senti um lixo. Tentei disfarçar ao máximo, enquanto colocava minha roupa de volta e me despedia. Fui embora arrasado, me cobrando horrores, apesar do errado ser ele em ter me feito de “o outro”.

Dias depois, constatei que já tinha falado com ele no Hornet e levado vácuo. Mandei mensagem no Facebook dizendo que não tinha mais interesse no quarto. Ele respondeu com um joinha. Que bela bosta!

No sexta à tarde, Juliano me chamou no Inbox outra vez:

- E aí, tudo bem? Quer vir morar aqui mesmo?!

- Tudo bem e você? Claro que quero! :)

- Perfeito Guto! Me transfere o valor que conversamos e traz suas coisas assim que puder... Bem-vindo à vila Mariana!!

Fiquei super feliz. Para completar, tinha conseguido duas entrevistas quentes pra a semana seguinte.

A mudança foi no sábado, cedinho. Juliano me ajudou e, assim que coloquei as malas no quarto, foi saindo apressado para uma de suas aulas:

- Se precisar de ajuda à noite, estarei aí! Vou te mostra e explicar direitinho como funcionam os aparelhos, o aquecedor e tal... Qualquer dúvida, manda um zap, beleza?

- Beleza! – respondi.

Depois, rolaram dias tranquilos. Refeições e passeios curtos e solitários, entrevistas, Juliano quase sempre fora, envio de portfólios, conversas sem futuro em aplicativos.

Duas semanas e eu já estava acostumado ao novo lar. Não era difícil, afinal. Acabei tendo mais privacidade do que imaginava. A mão que marcava sexo casual chegava a tremer! Mas me mantive focado na busca por trabalho e em voltar a malhar, ainda que de leves e em casa mesmo, usando halteres emprestados pelo meu roommate.

Na quarta-feira daquela semana, más notícias: a primeira entrevista tinha me descartado de cara. Já à noite, Juliano estava em casa à noite e com o namorado. Nos encontramos na cozinha. Vandersson (sim, escrito desse jeito) nem tentou fingir simpatia ao sermos apresentados. Notei que Juliano ficou sem jeito e o levou para o quarto. “Era só o que faltava... Namoradinho chato e sem sal. Mas que desperdício o Juliano estar com ele!”, pensei balançando a cabeça. Ok, Vandersson tinha mais corpo, mais bunda e mais dinheiro que eu, mas era feioso de rosto e sem carisma. “Ué, por que estou me comparando com ele?”, me perguntei mentalmente antes de dormir. Enfim.

Logo, era final de semana. Ao invés de sextar, resolvi economizar e ficar em casa. Fazia um calor imenso e, pela primeira vez, ouvi um barulho de violão, que parecia vir de dentro do apartamento. Estranhei. Saí do meu quarto e dei de cara com Juliano sem camisa, descalço, só de bermuda, na varandinha. Apesar de ter desencanado dele, aquela visão era bem agradável. Costas largas, de maromba raiz mesmo, que vão afinando conforme chegam na cintura.

- Opa. – ele notou minha presença – Chega aí!

- Opa! – me aproximei – Resolveu ficar em casa na noite de sexta?

- Sexta-feira à noite, acredite, é um momento que eu gosto de ficar sozinho, na minha...

- Sei... Ah, claro! – ri, meio bobo – Então, é melhor eu ir pro meu quarto...

- Não, Guto! – ele também riu – Sozinho de namorado, de badalação... Coleguinha de apartamento tudo bem.

- Ah bom! – falei rindo.

Seu peitoral não era tão bonito, apesar de forte. Os braços e tríceps estupidamente grandes e bonitos roubavam toda a atenção.

- E a busca por emprego? – perguntou ele.

- Sigo firme, mas... Na área que eu estava acostumado, tá difícil. Tô pensando em pegar um freelas de outra coisa e fazer aqui em casa mesmo.

- Boa! Qual área estava acostumado? Social media?

Eu ri:

- Essa tá cada vez mais saturada... Eu fazia planejamento de campanha. Basicamente, era o cara que traçava estratégias e tinha que tirar solução da cartola quando alguma ação ou anúncio não traziam o resultado esperado.

- Nossa! – ele se espantou – Isso parece complexo...

- E é... Mas eu amo!

- Então, cedo ou tarde, vai aparecer a oportunidade certa pra você.

- Amém!

- Quer cerveja?

- Ah..., eu aceito!

Fomos pra cozinha e ele abriu uma artesanal da melhor qualidade. Sem frescuras, apenas um sabor mais limpo e puro, de cerveja mesmo. Bebemos, conversamos, trocamos Instagram. Descobri que ele não usava o nome no perfil dele, por isso não havia encontrado antes. Era apenas a dele como personal particular. Juliano abriu outra cerveja e seguimos bebendo. Em um momento de silêncio, escutamos a música que o vizinho de baixo ouvia em alto e bom som.

- Cara, meu irmão mais velho ouvia isso em looping... – reconheci - Como era mesmo?

- “Tenho andado... distraído...”, e...?

- “Impaciente e indeciso...” – completei.

- “E ainda estou confuso, só que agora é diferente... Sou bem tranquilo... Não! São tão tranquilo e...”?

- “Tão contente... Quantas chances desperdicei.... quando...”?

- “Quando...”?

- Cara, sem Letras.com ou YouTube fica difícil! – falei.

Rimos. Menos de meia hora e outra cerveja depois, Juliano estava arrasando no violão e eu ajudando-o a cantar, enlouquecidamente:

- “As coisas que eu vejo quase ninguém vê, é isso que eu vejo quase sem querer, que eu espero o mesmo que você...”

Parei, respirei e falei:

- Tá tudo errado, Juliano...

Ele, já no solo de violão, me olhou decepcionado e disse:

- Então volta... “Já não me preocupo se eu não sei porque, às vezes o que eu vejo quase ninguém vê...”

- “E eu sei que você sabe quase sem querer...” – completei, corretamente dessa vez.

Então cantamos juntos:

- “Que eu quero o mesmo que você!” Aêêê!

E então ele tocou o violão sem parar, até finalizar o solo de violão. Eu bebia e dançava (sim, eu dançava Legião Urbana) rindo.

- Caralho, que ótimo isso...! – disse ele dando seu sorriso besta encantador, mais uma vez.

- Muito! - eu correspondi sorrindo também.

Logo, nos despedimos e eu fui dormir leve e bem-humorado, na esperança de ter dias mais produtivos na semana seguinte.

Fui reprovado na segunda entrevista também, mas fechei um trabalho freela pra compensar, como produtor de conteúdo. Sabem esses textos de site ou blog que aparecem na primeira página do Google pra qualquer assunto possível? Então, eu acho uma chatice, mas me vi obrigado a trabalhar com isso pra poder me estabelecer em Sampa.

A parte boa é que eu podia fazer em casa mesmo. A parte ruim é que pagava mal e eu acabava me desconcentrando com certa frequência, já que o Juliano vivia entrando e saindo de casa, indo de uma academia pra outra. E, claro, algumas vezes, o Vandersson surgia ao lado dele, falando umas frases sem graça pra tentar interagir, mas era em vão. Juliano parecia notar nossa falta de afinidade e sempre dava um jeito das situações constrangedoras não se prolongarem. Ufa!

Quando completei o primeiro mês na cidade, enfim consegui um date decente. Cara gatíssimo, alto, sarado, tatuado, loiro e de olhos azuis. E com um pau delícia que pude ver em nudes. Achei ele bem acima da média do que eu conseguiria pegar naquele momento, mas concluí que SP enfim estava me rendendo frutos. E que frutos!

Acho que fiquei com o cu lubrificado ao vê-lo pessoalmente. Uma verdadeira delícia, corpo todo proporcional. Mas... Senti uma falta de química crônica logo nos primeiros minutos da nossa saída. Preferi fazer vista grossa, até pra não ser imediatista.

Vimos um filme de heróis, que nem lembro bem, pois é um gênero que não me agrada muito. Peguei na mão dele e ele pareceu gostar. Demos alguns beijos. Bons, por sinal. E... ele começou a suar. Ok, estava calor lá fora, mas cinema de shopping é sempre uma geladeira, sempre ligam o ar-condicionado no último. “Será que ele está nervoso? Com o quê?”, pensei. Me vi obrigado a soltar a mão dele. Droga! Nem uma mão boba rolou...

Ele se propôs a me levar pra casa quando o filme acabou. Outro beijo aconteceu, agora mais demorado, e com uma pegada boa. E então acabou. Nos despedimos naturalmente e eu subi pro apartamento.

Ao melhor estilo adolescente, me peguei escrevendo o seguinte texto no dia seguinte: “Mas qual proposta foi a nossa? Sei lá. Talvez não exista proposta alguma. Talvez eu nunca mais te veja. Talvez eu ainda te veja, te toque, te beijei, te sinta, te explore. Talvez você desejasse mais, que eu não tivesse saído do seu carro depois do nosso beijo – e que beijo. Que eu te chamasse pra subir e fizéssemos sexo como se não houvesse amanhã. Eu não sei.

Sei que te ofereci tudo o que tinha a oferecer nessa noite de sábado. Existe a probabilidade de sairmos de novo e também a de não. Existem expectativas, não nego, mas também existe um sentimento de tranquilidade dentro de mim.

Foi bom sair com você. Foi ótimo! Você pode não ser o cara que fará eu me apaixonar, mas me senti muito feliz sem saber que ainda existem encontros nos quais não preciso entregar tudo de primeira.

Só tenho uma certeza: tocar sua mão suada daquele jeito, com tanto cuidado, sentindo tua pele na minha, foi muito mais íntimo que muito sexo que eu já fiz.

Você não é do tipo que fala o que pensa, e isso está bem claro. Não sou eu que vou estragar te mostrando isso. A não ser que, um dia, valha a pena mostrar.”

E ele nunca mais me respondeu. Visualizou mensagens e ignorou totalmente. Pela primeira vez em anos fiquei só nos beijos e em pegar a mão do cara. E para quê? Pra levar vácuo. Larguei mão de procurar caras. Ainda mais em aplicativos! Não estava dando certo. Talvez, eu não soubesse ser sério, afinal.

O verão seguia forte e, com ele, a vontade de andar com cada vez menos roupa pela casa e fora dela. Sempre tive metabolismo rápido, fosse pra emagrecer, fosse pra ganhar peso, então meus treinos caseiros já estavam surtindo efeito. Exibicionista por natureza, eu andava sem camisa e de shortinho frequentemente. Já tinha conversado com Juliano a respeito antes, e ele disse que não tinha restrições, a não ser quando o namoradinho chato estivesse em casa. Não quis criar caso, principalmente quando deu continuidade ao assunto:

- Agora, quando for só nós dois, fica à vontade! Você já me viu sem camisa e vai ver muito eu andando de cueca por aqui.

Eu ri. Não houve conotação de malícia da parte dele, aparentemente, mas da minha... Logo eu, que tinha aprendido a ver Juliano só como amigo, naquele momento, passei a imaginar coisas, como se houvesse um diabinho na minha orelha: "Fica esperto, hein? Enfim você vai conseguir ver de perto se ele tem pau fazendo volume ou não. Já viu esse bração e essa panturrilha desenhada? Acha mesmo que dá pra ser só amigo desse monumento. Cai de boca!"

"Como se fosse simples assim. Como se ele não namorasse", respondi a mim mesmo, em pensamento, tentando me manter firme no propósito de não ser o outro novamente. "E quem disse que ele ia me querer como ‘o outro’? Ninguém disse!", constatei.

Racionalmente, me incomodei de ter que andar de camiseta, mesmo que fosse de regata, toda vez que o namoradinho aparecesse. Porém, lá no fundo, sentia uma espécie de adrenalina. Um tesão, não pelo Juliano, mas pela situação. Assim que eles saíam ou que o fulaninho ia embora, eu arrancava a camiseta e respirava aliviado, desfilando pelo apartamento. Flagrei algumas olhadelas de Juliano, que pareciam mais de curiosidade de personal:

- Tá crescendo mesmo, hein, viado? / - Tá fortinho, mas ainda tem chão, viu? / Exibido...!

Eu ria convencido, me alisando:

- Tá ótimo assim! Não tô a fim de ficar igual a você.

A gente ria junto dessas brincadeiras. Bom... Deixou de ser brincadeira, quando Juliano e seu namorado começaram a ter encontros cada vez mais curtos fora e dentro de casa. Ele passou a ter o seu próprio ritual logo após as saídas do fulaninho: ia ao quarto e voltava com um shorts minúsculo ou só de cueca:

- Puta, que calor, né?

- E como... - respondia eu, manjando discretamente seu volume. Não aparentava ser nem gigante, nem minúsculo.

E a bunda, então? Fenomenal, proporcional ao corpão sarado, mas redonda, não aquela bunda esquisita de fisiculturista. Ainda bem!

Ficamos nessa por algumas semanas. Um dia, enfim questionei:

- Por que o Vandersson tá indo embora cada vez mais cedo?

- Ah... Sem condições. - respondeu Juliano, coçando o bração - Ele começou a regular demais... sabe?

- ???

- Na cama, cara! - continuou, rindo de nervoso.

Ri meio sem graça:

- Putz, que foda.

- É foda, porque eu curto uma parada forte, com bastante preliminar, se não, a gente cai na rotina... E ele não. Ou seja...

- Caíram na rotina. - completei.

- É, cara...

- A 3 não rola? Tipo, com alguém que fizesse tuas vontades, sem deixar o arroz com feijão dele de lado?

- Nem fodendo, literalmente. O Vander não curte... Ciumento pra caralho! Tem ciúmes até de você.

- De mim? - estranhei - Por isso a regra de só andar de camisa perto dele?

- Aham. - afirmou Juliano, balançando a cabeça afirmativamente.

A visão daquele macho forte, sentado no sofá só de cueca e pernas abertas em direção ao ventilador ligado, me dizendo que o namorado tinha ciuminho de mim, fez minha imaginação ir muito longe. Achei interessante prosseguir o papo:

- Mas da onde isso?

- Nada específico, tipo... Você sabe que é gato, Guto!

- Valeu! – agradeci, me achando mentalmente.

- Pensando nisso, acho que ia ser massa se você saísse com a gente esse final de semana. O Vander eu temos um grupo bem divertido de amigos em comum... Você vai gostar! E quando ele e esse pessoal verem que a gente é só roommate mesmo, tudo vai ficar mais leve. Topa?

Fiquei meio sem reação.

Continua...

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Comentários

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11/05/2020 03:07:56
Gostei bastante
12/12/2019 18:27:24
Muito bom
01/07/2019 12:54:29
Gostei
17/06/2019 01:42:37
Bora pro próximo.
07/06/2019 22:54:35
Ótimo
06/06/2019 21:28:09
Nossa! Estou surpreso com os vários comentários... Agradeço pela motivação, pessoal! Logo volto com a parte 2 ;)
06/06/2019 09:24:42
Legal
05/06/2019 14:45:30
Bem legal
04/06/2019 15:29:59
🥰
04/06/2019 12:35:19
Conto notaTraga logo a continuação kkk tô curtindo muito !!!
04/06/2019 12:22:47
Hum... Cuidado para não cair, você também, no feijão com arroz na narrativa. Olhe lá, heim!? Conte-nos mais...
04/06/2019 10:19:06
Cara, que texto gostoso de ler! Ansioso pelos próximos capítulos :)
04/06/2019 09:36:59
Sua escrita e envolvente e o enredo é bacana. Continue para ontem, rsrs...
04/06/2019 08:45:38
Não demora pra postar o próximo por favor kkkk
04/06/2019 08:40:59
Uma bela saga a ser lida.
04/06/2019 08:40:40
Conto ir logo. Por favor....
04/06/2019 08:40:24
Parabéns pela iniciativa de narrar essa bela aventura que está só começando.
04/06/2019 08:39:50
Um conto envolventes, diferente , com sacadas de humor, tesão e paixão na dose certa.
04/06/2019 07:44:00
Que conto excitante. Continue sim! Não nos deixe sem o desfecho da história.
04/06/2019 00:29:16
Tá ótimo! Continua sim!!!


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