FAMÍLIA KEMAL – O APOIO DE LEILOCA - PARTE 17

Enquanto isso, devastados e com muita dificuldade, os gêmeos conseguem chegar ao puteiro que a partir daquele momento passou a ser o lar de ambos por um longo período e assim que Leiloca abriu a porta de seu estabelecimento e viu o estado lastimável deles, rapidamente chamou “suas garotas” para ajudar a socorrê-los e ligou para seu amigo, Dr. Murilo que tinha acabado de chegar em casa exausto de tanto meter a quatro, mas que mesmo assim atendeu-a prontamente e dez minutos depois, já estava suturava o ferimento da cabeça de Omar, que tanto quanto Omero recusou-se veementemente a ir para um dos hospitais da cidade e assim que terminou a sutura, olhou para Leiloca que segurava a mão de Omar e disse:

- Leiloca, minha querida, ainda não sei o que se passou com o Sr. Omar, mas precisamos chamar a polícia imediatamente e registrar um BO. Pra mim está mais do que claro, que trata-se de um terrível ato de violência e covardia, que se depender do meu depoimento deixará o(a) autor(a) dessa monstruosidade, assistindo o sol nascer quadrado por um bom tempo.

- Tem razão, Murilo. Só um minutinho, por favor! Suzeeeeteee...! Suzeeete! Traga meu celular até aqui, por gentilezNa-na-nada de po-polícia, por fa-favor! Eu lhes implo...imploro! Sussurrou Omar, entre os dentes e quase apagado pelo efeito do tranquilizante que Dr. Murilo injetou em uma de suas veias.

- Mas meu amigo, Dr. Murilo tem razão! Esse monstro precisa pagar pelo que lhe fez. Respondeu Leiloca.

- Já diiisseeee que não queeero. Ischhhsss..! Peça ao Omeeeero, para lheeessss contaarrr o queee houve, queee enteeenderããõoo o motiiiivoooo.

- Faremos isso agora mesmo. Agora, trate de descansar, certo? Uma de minhas “meninas” ficará aqui com você o tempo todo.

- Obrrriiiigaa....

- Murilo, pela reação do Omar, perco um braço se a responsável, não for a psicopata da Henriqueta. Venha! Vamos encontrar Omero e ouvi-lo, antes de tomarmos qualquer providência. Também precisamos respeitar a opinião de Omar, afinal ele foi o maior prejudicado, certo?

Depois de tomarem conhecimento de todo o ocorrido através de Omero, mesmo muito indignados e furiosos com Henriqueta, Dr. Murilo e Leiloca, decidiram se calar para não expor os irmãos ainda mais. Em seguida o médico foi embora, Omero adormeceu depois de também tomar um tranquilizante e Leiloca foi tomar as providências necessárias para ajudar seus amigos, pois sabia muito bem o que os esperava.

- Jerusa, minha flor, deixe o resto da louça para lavar mais tarde e vá limpar e arrumar o quarto 17 no capricho, pois certamente teremos dois hóspedes morando aqui por um longo período. Meus queridos amigos Omar e Omero.

_ “Mais, ês num é irmão, um do ôtro, don Leiroca”?

- Sim, Jerusa! São irmãos gêmeos! Por quê?

- “ Intão, ês num vai podê fica lá não. Si esqueceu-se que a cama de lá é prum casar de hôme e muiê. Don Leiroca?”

- Quantas vezes terei que lhe dizer para não tomar conta da vida alheia, mulher? Este é o último aviso que lhe dou. Se você não parar de se meter no que não é de sua conta ou se abrir a boca para contar para qualquer pessoa dessa cidade, quem esteve, está, o que fazem ou deixam de fazer no meu estabelecimento, será demitida na mesma hora. Entendeu bem, sua enxerida?

_ “Tá bão, don Leiroca. Mais qui océis é tudo isquisito, isso é mess. ”

- Suma da minha frente e vá fazer o que mandei, antes que eu perca a paciência contigo e lhe mande embora agora mesmo, mulher...!

Mesmo com a bronca que deu em Jerusa, Leiloca sabia que precisava ficar de olho nela, pois além dela ser uma pessoa facilmente manipulável, era atrás dela que Henriqueta ficava quando queria qualquer informação que pudesse usar contra ela ou contra seu estabelecimento.

Em seguida, Leiloca saiu para fazer compras e algum tempo depois, retornou carregando várias sacolas, que deixou em cima da cama do quarto 17, depois de confirmar que o mesmo estava impecavelmente preparado para receber os gêmeos, tomou banho, abriu o puteiro, atendeu quatro clientes, passou o comando do estabelecimento para Maitê Fon-Fon, seu braço direito e quem dava as ordens na sua ausência e foi dormir.

No dia seguinte, depois que os irmãos acordaram e toram seu desjejum, mandaram chamá-la.

- Booommmm diiiiaaaa, meus amores...! Dormiram bem? Estão melhores e prontos pra seguirem frente? Que carinha é essa, Omar?

- Bom dia, Leiloca! Responderam os irmãos em uníssono. Logo depois Omar iniciou uma séria conversa com a amiga.

- Inicialmente preciso disser que, eu e Omero não temos palavras para lhe agradecer, Leiloca. Também precisamos saber o valor cobrado pelo Dr. Murilo, para lhe ressarcir e por último lhe avisar que assim que eu tiver condição de me locomover, nós não lhe daremos mais trabalho, pois hoje mesmo Omero vai sair e procurar um quarto para nós, ok?

-Me responda só duas coisas Omar. Só quero saber se vocês dois sabem quem sou eu e o que sou de vocês.

- Que brincadeira é essa, minha deusa?

- Responda o que lhe perguntei, homem de Deus!

- Você é nossa adorada amiga Leiloca.

- E vocês acham que sua adorada amiga Leiloca, vai permitir que seus estimados amigos simplesmente a abandonem assim tão rápido? Se acham, estão redondamente enganados. O lugar mais distante que irão, é pro andar de cima, no quarto 17, o lar de ambos pelo tempo que for necessário e não se fala mais nisso. Entenderam bem?

- Agradecemos muito, mas a última coisa que queremos é lhe dar mais trabalho do que já lhe dem...

AI.., AI..., AI...! Sabem muito bem o que acontece quando sou contrariada pelas pessoas que amo, não sabem?

- Mas Leilo ...

- Estão começando a me aborrecer, o que é péssimo pra minha pele. NÃO TEM MAIS, NEM MENOS, NEM DIVISÃO, NEM MULTIPLICAÇÃO. Vocês ficam comigo e não se fala mais nisso, nem sob tortura. A única coisa que farão agora é me seguir até o quarto 17, certo? Omero, vá procurar o Teobaldo, diga para ele vir aqui imediatamente e retorne com ele, por gentileza.

Minutos depois Omero volta acompanhado de Teobaldo, segurança faz tudo do puteiro e homem de confiança de Leiloca.

- Mandou me chamar, patroa? Por acaso, esses dois, estão lhe perturbando? Se tiverNem pense em terminar de perguntar o que começou, seu exagerado! Esseee é o meuuuu Teolbaaaldoooo! Precipitado, ansioso, super protetor, mas meu fiel amigo e companheiro nas horas mais difíceis, a mais de 12 anos. Não é mesmo, Teobaldo?

- Quê isso, Dona Leiloca? Assim fico morto de “semgracessa”. A patroa, mandou me chamar?

- Mandei sim, meu amigo. Vou lhe dar três ordens, que devem ser obedecidas a riso, certo? A Primeira é que quero que leve Omar no colo, até o quarto 17, a segunda é que proteja tanto ele,quanto seu irmão Omero, exatamente como me protege, e a última é que não quero que ninguém, absolutamente “NINGUÉM”, perturbe ou se aproxime dos meus amigos e hóspedes, sem que eu seja previamente comunicada. Entendido? Posso contar contigo, querido?

- Seu desejo é uma ordem patroa. Se esses cabras aí, são seus amigos, são meus amigos também e pode ter certeza que a partir desse momento, nem o papa chega perto deles sem a patroa autorizar.

_ Esseee é o meuuuu Teolbaaaldoooo! Venha cá! Deixa sua amiga lhe dar um abraço de agradecimento e depois que deixar o Omar no quarto 17, passe na cozinha e diga pra Jerusa lhe servir uma generosa fatia de torta de galinha, que fiz agora a pouco e se aquela abusada lhe chatear, economizar na fatia ou recusar a atender meu pedido, quero que me chame na mesma hora, ok? Agora pegue Omar e me siga...

CONTINUA ...


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