Valeu Lissam!
UM CAIPIRA NA CIDADE GRANDE - 1
Boa Noite Pessoal! Eu resolvi também, contar um pouco da minha história de vida. Apresentações: Eu me chamo Luís Felipe, tenho 28 anos e nasci em Ceres. Aos 16 anos saí do interior e vim morar na cidade grande (São Paulo), e vivo aqui a um bom tempo já. Eu vim de uma família bem humilde, mas que hoje em dia conseguiu vencer na vida. Meus pais hoje tem uma fazenda, nem grande e nem pequena, mas foi na luta, sofrimento e morros e barrancos da vida, que conseguiram mudar. Não vivemos no luxo, mas temos uma vida mais tranquila. Diferente do passado em que vivemos, a farofa e ovo. Infelizmente eu sou filho único, tenho 1,85 de altura, peso uns 83 kg mas muda constantemente.Eu tenho os olhos castanhos claros, eu sou meio branco, cabelo meio a meio, peludo, e braços mais desenvolvidos por causa do trabalho na roça. Eu sou agrônomo e apesar de viver em São Paulo, trabalho ainda em Ceres. Eu não vou entrar em muitos detalhes não, por causa do meu trabalho e da família. Espero que gostem, boa Leitura e Bem Vindo(a)s.
Em 2006 próximo ao final do ano eu decidi sair do interior e ir pra São Paulo, na época eu não imaginava o quanto era complicado e trabalhoso viver essa nova etapa da minha vida. Sempre fui muito fechado e observador. Em cidade grande, se o cara quiser ser independente tem que ir a luta e deixar a timidez de lado. E não pode ser molenga também não. É mudar ou passar perrengue, eu decidi pelo perrengue, vai ser besta mesmo. Querendo ou não a gente que vive no interior, tem uma vida muito tradicional, seguimos muito os mais velhos. Por um lado é muito bom, porque hoje eu sou um cara trabalhador, respeitador, bom caráter e obtive minha maturidade muito cedo. Os trampos começaram aos 9 anos de idade na roça. Em cidade grande tem muita gente assim também ponta firme e lutadores. Quando vim pra cá, a mãe chorou muito, o pai foi pra roça e nem quis saber de despedida. O pai é sistemático, não gosta muito desses negócios de despedida não. Acho que puxei ele nessa lado. Eu fui de ônibus na época, demorou pra burro.
Chegando lá lembrei do que a mãe disse.
- Mãe: Quem tem boca vai a Roma. Não vai ficar igual um pato parado na rua não.
Pergunta as pessoas aonde fica tudo certinho que vai dar certo. Com ajuda de Deus e Nossa Senhora Aparecida. E foi o que eu fiz, o Pai também me aconselhou muito, e guardei na mente cada palavra. A primeira pessoa ao qual pedi uma informação foi para o motorista. Ele me disse que tinha vários lugares para dormir, ali perto. Mas que o ideal é que eu ficasse em um lugar mais barato, porque vida em cidade grande, custa caro. Ele já olhou pra mim e riu dizendo você é do interior? Deve ser por causa da minha roupa, que nada um tempo depois descobri que era por causa do sotaque. Engraçado é que a gente nunca percebi o sotaque da gente, apenas o dos outros. Na rua encontrei uma Senhora, já dizia meu avô, "Rabo de Fogo" o mulher da pá virada. Perguntei pra ela, se podia me ajudar. Ela já veio com quatro ou mais pedras nas mãos. Deve ser porque chamei ela de senhora e depois de Dona. Caminhando mais um pouco descobri a tal pensão. E por ali fiquei, a dona não queria me aceitar lá, porque eu era menor de idade. Mas lembrei do que o tio Beto falou, come ela ou molha a mão dela. Deixa de ser bundão. Tio Beto é um atrapalhado mesmo. Ainda bem que eu tinha uma documentação tudo certinha pra viajar e não ter esse tipo de problema. Mas mesmo assim a mulher não aceitou e tive que pagar um dinheiro a mais. E foi assim que ela aceitou. Eu ainda tenho a minha consciência pesada até hoje por causa disso. Porque meus Pais sempre me diziam seja honesto sempre. Mas cidade grande é puxado e ficar na rua. Arrumei minhas coisas no quarto e fui tomar banho. Eita lugar ruim e sujo da peste. A porta estava estragada e nem trancava direito, o vaso era um buraco no chão, algo que eu nunca tinha visto na minha vida, mas era interessante. E a água do chuveiro era muito fria, tinha também um ventilador velho. Que parecia um trator, fazia muito barulho. Mas tinha que ligar, porque aqui faz muito calor.
Tomei um banho e fui deitar já era noite e meu olho ardia muito. O clima em São Paulo é bem puxado. Fiquei deitado e pensando nos meus pais, bateu uma saudade dos meus velhos também de como seria minha vida apartir daquele dia. Aproveitei e peguei um daqueles pão que a mãe preparou com um pedaço de rapadura e comi pra forrar o estômago. Antes de dormir, puxei uma binguelinha velha que tinha no quarto e pressionei na porta. E o medo que alguém roubasse meu dinheiro. Já era pouco e se me roubasse estaria lascado. Logo peguei no sono, mas quando foi de madrugada acordei e desliguei o ventilador. O barulho estava me deixando estressado. Quando desliguei ouvi um pessoal conversando e um barulho esquesito, fiquei ouvindo aquilo e tentando descobrir o que era. Nesse lugar que fiquei tinha uns seis quartos. E se peidar todo mundo ouve. Fui até o corredor pra saber que diabos era aquele barulho. Puxei o móvel que estava na porta, abri e saí. Olhei para o lado e era do lado do quarto que eu estava. Logo senti uma mão gelada no meu lado. Na mesma hora eu disse:
- Crem Deus Pai, saí pra lá coisa ruim.
A voz respondeu:
- A voz: O que foi que você disse?
Olhei para o lado e lá estava ela, a dona da pensão.
- Eu: Ô dona é você. Eu assustei demais, me perdoa aí, eu só vim aqui no corredor porque está muito calor.
Dona: Luís? Seu nome é isso?
- Eu: Luís Felipe!
- Dona: Hoje realmente Luís está bem quente.
Logo o barulho volta e mais alto.
Perguntei pra ela, que diabos é isso?
Ela rindo disse: Coisa de adulto garoto vai dormir.
Entendi, e entrei para o quarto.
Logo o barulho terminou. Pensei, eita povo que faz barulho pra trepa.
Passando alguns minutos logo dormi de novo.
continua...
Comentários
Legal, vou continuar.
Valeu Healer!!! Sim é verídica! Eu vou tentar resumir pra não ficar tão grande os relatos. A segunda parte eu vou postar em breve! Os nomes de algumas pessoas eu vou deixar apenas as iniciais, pra não complicar a vida dos envolvido. Obrigado pela nota e Continue acompanhando!
Cara curti muito o teu conto. Essa história foi bem comovente sendo verídica ou não. Continue, um abraço.