A Calcinha Preta

Tinha treze anos quando aconteceu, estava naquela fase em que qualquer coisinha era uma catástrofe. Eu tinha levado um fora de uma garota e fiquei muito mal, realmente não entendia, foi assim que comecei pensar: Como poderia conquistá-la se não entendia as mulheres? Então tive a grande ideia: “se eu soubesse como uma garota se sente eu iria entendê-las e iria conseguir conquistar uma namorada”.

Tentava pensar como as garotas, tentava entende-las, mas era em vão. Um certo dia trancado no meu quarto, no meio desses meus pensamentos, resolvi colocar enchimentos por baixo da camiseta do uniforme da escola (que já estava apertada) e a amarrei próximo a barriga como as meninas costumavam fazer. Aquilo me ajudou e comecei a me imaginar como mulher, sem ainda achar as respostas que procurava.

Tudo mudou quando fiz meu rito de entrar no mundo feminino, mas desta vez ao invés de fazê-lo no meu quarto o fiz no quarto de minha mãe. Tudo corria bem até ela entrar de surpresa, acho que consegui tirar os enchimentos antes que ela percebesse. Contudo eu não havia percebido que a porta do armário dela estava aberto, então ela me perguntou:

- Você estava mexendo nas minhas roupas?

Eu obviamente respondi que não estava e de fato não estava, mas o estrago já estava feito. Como um mantra aquela pergunta ficou na minha cabeça, porque ela achou que estaria mexendo em suas roupas? E se eu mexesse? E se eu as vestisse? Me ajudaria a compreender o mundo feminino?

Passaram algumas semanas, aquelas palavras ainda ecoavam na minha cabeça, mas por medo não tinha colocado os enchimentos ou mesmo refletido sobre o mundo das garotas. Então em uma tarde me vi só em casa, sabia que não seria por muito tempo, uma hora e meia, talvez duas. Era chegada a hora de testar, será que me vestindo de mulher eu me sentiria uma? Conseguiria entrar na cabeça delas?

Tranquei a porta de casa e corri para o quarto de minha mãe, fechei a janela, suava frio, abri a porta do armário e contemplei suas roupas por alguns segundos. Sem saber o que fazia direito fui abrindo as gavetas até me deparar com a gaveta de calcinhas. Foi como se o mundo parasse, senti meu coração acelerar, queria vesti-las e escolhia aquela que me parecia mais feminina.

Tirei a roupa e comecei a vestir aquela calcinha, tecido macio percorria minhas pernas tocando as levemente, uma sensação gostosa subia pela minha espinha, sentir as rendas nos meus dedos era uma delícia, aqueles curtos segundo pareceram horas de êxtase, até que finalmente havia colocado, então algo me pareceu estranho e decidir puxar a calcinha mais um pouco, daí senti a melhor sensação da minha vida, a calcinha entrando no meio da minha bunda.

Era preta, uma calcinha preta mudava minha vida para sempre, passei o máximo de tempo vestida com aquela calcinha, não tentava mais entender a mulheres e passei a me sentir como uma, pelo menos por instantes e em alguma fração.