Interior (Parte 01)
Eu estava no início do ensino médio naquela época. Morando no interior do Rio de Janeiro, muito aquém da vida da cidade, lá as coisas eram bem mais paradas. Meu colégio ficava longe de onde eu morava, mas no trajeto eu sempre tinha a companhia do João, meu então melhor amigo - e fora os da escola, praticamente o único -, que também era quase primo já que as famílias eram tão próximas. De laço sanguíneo mesmo, havia o Joca, primo de verdade, mas meio delinquente e quase quatro anos mais velho. E por fim havia o Davi, amigo do Joca, e ambos estavam sempre juntos.
E é graças à essa última amizade que tudo começou.
Não era comum Joca e Davi serem vistos juntos, sempre com a moto do meu primo. Algo tão banal que, acho, ninguém nunca desconfiava de nada. Eu morava aos fundos do mesmo quintal da casa da minha tia, mãe do Joca, e sempre que precisava sair passava em frente a mesma, bem como à garagem onde era normal ver meu primo e seu amigo mexendo na moto. Até que em um fatídico dia, enquanto eu saía pra escola, avistei a moto em frente a garagem mas não vi nenhum dos dois. A moto de Joca era foda e, vivendo onde vivíamos, era também a coisa mais legal que eu podia ver de perto. Não a toa que, dada a oportunidade, me aproximei. E assim que minha mão deslizou pelo banco de couro, algo chamou minha atenção dentro da garagem: Davi estava ajoelhado na frente de Joca, que segurava na cabeça de seu amigo enquanto movia a cintura. Demorei pra entender o que estava acontecendo, e só entendi de fato quando, sem falar nada, Joca percebeu minha presença e sorriu, pondo um dedo a frente da boca e pedindo silêncio. Eu fiquei estático, incrédulo, assistindo meu primo recebia um boquete do amigo e revirava os olhos.
Logo depois eu saí correndo e tomei meu rumo. Nem sabia o que sentia. Encontrei com João e ele percebeu meu espanto, mas não consegui falar. Não tive cabeça para nada naquele dia. E quanto mais eu pensava naquilo, mais as sensações se confundiam. Da repulsa à curiosidade, da curiosidade à culpa, da culpa à vontade. Quando voltei da escola, mal saí do quarto. Dormir se mostrou uma tarefa difícil uma vez que a cena não saía da minha mente. Até que ouvi a moto de Joca entrar no quintal. Era o que eu menos precisava. A curiosidade latente me fez me esgueirar na janela para ver se Davi estava junto, imaginando o que fariam. Mas não consegui ver nada. E quando dei por mim, não só percebi que estava frustrado, como estava apalpando meu próprio pau.
Eu brigava contra mim mesmo e tentava não ceder a uma simples punheta. Mas antes que pudesse me perder mais naquilo, tomei um susto ao ouvir alguém batendo na janela. Estava assustado e demorei pra sequer olhar, até ouvir Joca me chamando baixo e dizendo que sabia que eu estava acordado. Levantei e abri a janela, e no instante seguinte ele jogou a ponta do cigarro fora e pulou pra dentro do meu quarto. Aquilo me deixou com medo, embora eu nem soubesse do quê. Até que ele começou a falar do que havia acontecido mais cedo, quase como se não fosse nada demais. De cara ele deixou claro que o motivo dele estar ali era garantir que eu não contasse a ninguém. Eu confirmei calado, nem sequer conseguiria mesmo que quisesse. Até que Joca sentou na minha cama e começou a falar. Dizia que Davi fazia aquilo e outras coisas sempre, começou por querer andar na moto e ele, Joca, havia o convencido da troca de favores. Aí disse que era normal, principalmente ali onde morávamos já que não haviam muitas meninas e as poucas que tinham os pais ficavam em cima, justamente pra não “ficarem mal faladas”. Mas que mesmo assim não podíamos falar essas coisas, as “meinhas”. O sermão bizarro foi coisa demais para absorver, mas o efeito criado me deixou em um estado pior do que anteriormente. E tudo ficou pior quando Joca, enquanto saia, disse que na minha idade eu já devia ter feito algo, sobretudo por já ter ouvido falar que João já havia sido pego numa meinha.
Aquilo fodeu minha mente. As ideias foram se enraizando e crescendo nos meus pensamentos como erva daninha. Eu não sei que horas fui dormir, mas ficava de bruços sarrando o colchão, lembrando de Joca e Davi e das coisas que havia ouvido sobre João. No dia seguinte havia acordado com a cueca melada. Minha mente ainda em frenesi. Quando deu a hora da escola, andei sorrateiro enquanto me aproximava da garagem e no fundo esperava rever a cena do dia anterior. Mas nada. Passei direto e encontrei João me esperando pra irmos a escola. O que Joca havia me contado ficou se repetindo na minha mente e eu tive que esconder a ereção que parecia nunca terminar, uma tensão física. Eu já estava vendo João de forma diferente, fantasiando coisas. Naquele mesmo dia quando cheguei em casa eu não me aguentei e me acabei na punheta. E mesmo que após gozar me viesse a culpa, essa só durava até o tesão voltar - e esse voltava rápido.
Uns dois dias passaram só nisso. Até encontrar Joca de novo enquanto voltava da escola e ele me questionar sobre as coisas. Acabei sendo honesto, entrando na brincadeira e tendo só ele como alguém com que eu poderia falar daquilo. Questionei sobre a história de João e ele disse que não sabia de muito, só tinha ouvido história. Até que ele disse que tinha uma ideia, que iria encontrar Davi mais tarde e que eu chamasse João e espiássemos os dois. Que a partir disso eu já conseguiria algo. De início eu temi a ideia, mas conforme a hora marcada ia se aproximando eu me via pressionado. João acabou aparecendo na minha casa, o que não era nada anormal, mas tudo me soou conveniente. Estávamos no quintal quando vi Davi chegar e meu primo o recebeu e olhou para mim, quase como se me avisasse que era hora, e os dois entraram em casa enquanto meus tios não estavam. Em aflição, perguntei pro João se ele queria ver algo, mas disse que ele precisaria guardar segredo. Curioso, ele topou na hora. Demos a volta na casa, e subimos numa goiabeira que havia ali, de frente pro quarto de Joca cuja janela estava aberta como ele havia dito que deixaria. Em meio ao silêncio e o canto dos grilos, vimos meu primo fodendo Davi como se fosse um filme pornô. João estava de olhos arregalados, mas apesar da aparente surpresa, não teve reação nenhuma parecida com a que eu tive quando vi a primeira vez. Ao invés disso ele ria como quem tivesse descoberto um segredo. E graças a isso eu comecei a dar crédito pro que Joca havia dito, sabendo que aquilo não era novidade pra João.
Ficamos ali até tudo terminar, meu pau rijo dentro da bermuda e João com a mão dentro da cueca sem se importar comigo ali do lado. Vimos Davi quicando no pau de Joca, com os braços apoiados para trás e as pernas arreganhadas, enquanto Joca o punhetava no mesmo processo. Vimos Joca fodendo a boca de Davi, o comendo de quatro, o punhetando e chupando seu cu. Eu queria me masturbar, mas ainda não sabia como reagir. Quando tudo terminou, ainda ficamos ali. João me perguntou a quanto tempo eu sabia daquilo, e eu contei como havia descoberto. A tensão no ar. Eu tentava pensar em algo para dizer e conseguir avançar para algum lugar. Queria comer João igual Joca fazia com Davi. Mas não via como. Até que, sem pensar direito, perguntei se ele já havia feito algo. João me olhou estranho e depois desviou o olhar, negando. Se instaurou um silêncio e, já com a adrenalina no sangue, perguntei se ele tava afim. Em resposta ele me perguntou se eu tava maluco, tal como sempre respondia quando ficava sem graça com alguma zoação. E eu me vi agindo igual o Joca, quase que adotando a postura que ele tinha, e disse que ninguém precisava saber, e que se meu primo e o amigo faziam, não era tão anormal assim. João ainda negou, mas não saiu. Parecia inseguro, nem olhava pra minha cara. Até que sugeri que a gente só esfregasse os paus. Sarrasse. Ele não respondeu. Questionei de novo e aí ele cedeu, mas que ninguém soubesse. Eu mal conseguia conter a excitação.
Descemos da árvore e, ali mesmo, no breu, pusemos os paus pra fora. Fiquei surpreso quando vi que, apesar de ser um pouco menor que eu, João tinha o pau um pouco maior. Nos aproximamos, o nervosismo evidente, o segurei pela cintura e nossos paus se encostaram. Forçamos os paus um contra o outro enquanto trocávamos suspiros, ambos sem tirar os olhos do que acontecia. Me vi na vantagem por ser um pouco mais alto e segurar na cintura de João o puxando contra mim e o deixando na ponta dos pés enquanto ele ficava com as mãos perdidas, terminando por fim em segurar em meus ombros e se deixar conduzir.
Não sei quanto tempo ficamos naquilo tentando nos equilibrar enquanto um forçava o pau contra o outro. Nem sequer falávamos qualquer coisa a não ser quando era pra ajeitar a posição. Em dado momento, ainda que sem ter tido a intenção, percebi que eu estava puxando João pela bunda, segurando por baixo enquanto me abaixava um pouco, e ele, que ou não havia percebido também por estar tomado pelo momento ou que não se importava, não falou nada quando apertei de leve o puxando. Mas apesar de bom, manter aquilo era difícil porque toda hora nos desequilibrávamos. Graças à isso eu mesmo apoiei as costas na bananeira, e estiquei as pernas um pouco pra frente pra ficar na altura dele, quando João se reaproximou, teve que ficar com minhas pernas entre as dele enquanto eu o puxava para continuarmos aquilo. Lembro da cara de João mordendo os lábios enquanto olhava nossos paus se esfregando.
Foi só quando ouvimos a moto de Joca voltar que nos demos conta do tempo passado ali. Meu pau queimava de tanto sarrar e despontava na bermuda descaradamente. João também estava na mesma. Ele disse que precisava ir pra casa e eu o vi prender o pau no cós da bermuda, escondendo a ereção. Assim que ele saiu eu o imitei e corri até em casa, passando pela minha mãe e seu sermão pelo horário e fui direto pro banho me aliviar.
(Nota: a parte 2 já se encontra lá no renningcontos.WordPress.com!)