Agora não

Um conto erótico de O.Dom
Categoria: Heterossexual
Data: 06/11/2017 00:13:38
Última revisão: 06/11/2017 14:38:17

A noite foi maravilhosa. A luz do dia entra pela janela, iluminando nossos corpos e nos fazendo acordar. Estamos inteiramente nus. Trocamos um olhar e um sorriso de bom dia, e nos levantamos. Ainda arrastando os pés de preguiça, vestimos uma roupa qualquer e vamos ao banheiro lavar o rosto. Inicia-se assim nosso sábado. Ela se posta ao meu lado, fazendo gestos tão familiares. Como por exemplo, a forma como ajeita o cabelo atrás das orelhas antes de jogar água no rosto. Como ela sempre passa primeiro a mão direita, e depois a esquerda. Como ficam pequenas gotículas penduradas em seus cílios, cintilando à luz do sol. Nosso olhar se encontra por um momento, e ambos sabemos o que queremos, mas, agora não.

Trocamos um beijo de bom dia ali mesmo, no banheiro, e eu olho por sobre o ombro dela para o vidro do box, que tantas vezes teve que suportar nossa empolgação, como naquela vez que a imprensei com força contra o vidro, e travei as mãos em sua cintura, enquanto mordia levemente seu pescoço e sussurrava sacanagens em seu ouvido, e ela cravou as unhas nas minhas coxas, me incentivando com seus gemidos... Ela percebe o que estou pensando e me dá um sorriso de canto de boca, enquanto ambos pensamos ao mesmo tempo: agora não.

Ela se veste no quarto, e eu no banheiro. Vamos à cozinha. Eu preparo a pia para passar o café, enquanto ela prepara a bancada de mármore. Sou surpreendido por um abraço apertado, sinto seus seios em minhas costas, ela me afaga a nuca com sua bochecha e seus cabelos, me fazendo lembrar instantaneamente de um encontro que tivemos, tanto tempo atrás, quando estava esperando por ela, que chegou dessa mesma forma. Tivemos um excelente papo, andamos de mãos dadas, o clima esquentou bastante, e a noite foi incrível, iniciando comigo entrando com ela em meus braços no quarto de motel, jogando-a na cama. Quando minha memória está nesse trecho, a chaleira apita. É hora de passar o café, e devo prestar atenção no faço para não me queimar. Não posso ter esses “pensamentos pecaminosos”. Agora não.

Nos assentamos e comemos. Tem algumas frutas, torrada, requeijão e mel. Nos movemos de forma automática, e sem perceber nossas mãos se encontram em torno do pote de mel, a dela sobre a minha. Pela forma como ela me arranha antes de me deixar usar o mel, imagino qual lembrança se passou na mente dela. Fito-a, e confirmo minha suspeita. Ela se lembra do dia em deu a si mesma de presente de aniversário para mim, sobre esse mesmo balcão. Entrei em casa, e ela estava deitada sobre a pedra fria, completamente nua. Saudou minha chegada com um sussurro, e começou a se besuntar de mel, do qual obviamente me alimentei. Primeiro a boca, um beijo cálido e calmo. Depois o pescoço. Desço pelo colo. Uma pausa demorada nos seios, a língua dando voltas no bico, e enfim sugando com força, curtindo sua voz baixa e rouca. Fui descendo, descendo, descendo... Volto ao presente, e olho para ela, levanto a sobrancelha, fazendo um convite. Ela me responde sem nenhuma palavra, apenas com um sorriso, que diz não. Agora não.

Terminamos de comer. Eu vou lavar os carros, e quando terminar, voltarei para ajudá-la na cozinha. Contra todos os estereótipos, não gosto de lavar carro, então deixo minha mente vagar em outras coisas enquanto faço isso. Quando chego ao capô, me lembro de uma vez, indo fazer uma viagem com amigos, nosso carro era o último da caravana. Eram mais ou menos 4 da manhã, queríamos chegar bem cedo ao destino. Mas numa certa altura, eu e ela trocamos um olhar, e pegamos um pequeno desvio a esquerda, parando logo em seguida. Descemos do carro com pressa, nossas mãos velozes nos corpos um do outro. Sentei-a no capô do carro, e a natureza ao redor testemunhou um show à luz do luar. Horas depois, já no acampamento, ouvimos piadas sobre o fato de o capô estar levemente amassado. Mas não posso pensar nisso. Agora não

Termino os carros, e entro. Ela está curvada, pegando algo debaixo da pia, o short de tecido leve marcando suas curvas. Fico ali parado olhando, e ela, que percebeu minha entrada, me repreende divertida, rebolando levemente. Respiro fundo, para que ela ouça, e entenda que estou resistindo muito. Se ergue dando uma gargalhada, vem até mim e me dá um beijo, a mão na minha nuca. Puxo seus cabelos para trás, e beijo seu pescoço, em seguida guiando seu olhar para a mesa de jantar. Ela sabe bem o que estou pensando. Vira-se de costas, e me puxa pela mão até a mesa. Me deixa abraça-la por trás, e rebola novamente, me sentindo. Minhas mãos vão até sua cintura, e apertam com força. E ela sorri e sai de perto de mim, rindo alto. Olha-me, e seu olhar sapeca, ao mesmo tempo em que faz promessas para mais tarde, diz, divertido: agora não.

Sei que se fosse um pouco mais incisivo, rolaria agora mesmo, ela também quer. Mas embarco em seu jogo, deixando para mais tarde. Vamos aos ajudando, e em cada toque, o desejo, em cada olhar, uma lembrança. Cozinha arrumada, hora de fazermos o almoço. Hoje é minha vez de cozinhar, enquanto ela fica de assistente. Em determinado momento, estou vigiando uma panela, e ela lava a pouca louça do serviço. Me lembro de um ocorrido da primeira semana em que moramos juntos, em que fiz um desafio a ela, encostada nessa mesma pia. Segurar um copo bem cheio de agua com ambas as mãos, sem deixar derramar, enquanto eu a abraçava por trás, bem apertado, uma das mãos em seus seios, a outra na cintura. Minha boca mordiscando sua orelha, e a mão da cintura vai tomando outro destino, mais abaixo. Ela geme baixinho, apertando o copo com força, até que desiste, larga o copo de se vira para mim.

Ela estala os dedos na minha frente. Saio do passado, e bem a tempo. Por um pouco não deixei a panela queimar. Ela olha para mim, e entende mais ou menos onde estavam meus pensamentos. Sai de perto da pia e vai arrumar a mesa para almoçarmos. Ajudo-a, e faço uma graça, colocando os talheres enrolados no guardanapo. Isso sempre desperta nossa lembrança para um jantar anos atrás, onde ela tirou o lindo pezinho de dentro do salto, e começou, digamos, a me massagear. Detalhe, eu estava conversando com meu sogro, que se encontrava sentado ao lado dela, e o assunto era justamente sobre minhas reais intenções com a filha dele. Consegui manter minha voz firme, enquanto minha mão esquerda desceu e fez carinhos gentis em seu pé, mantendo-o no meu colo, me sentindo. Até que virei o jogo, e fechei as pernas, impedindo-a de recolher o pé, e comecei a fazer cócegas. Ela travava os dentes para não rir, enquanto eu falava calmamente com meu sogro sobre meus planos de comprar uma casa em no máximo dois anos.

Servimo-nos no fogão, e vamos comer à mesa. Eu me sento primeiro, e ela insinua que vai sentar no meu colo, mas quando estendo as mãos para sua cintura, ela gira num movimento fluído e sai, indo para a cadeira de frente à minha. Provoca-me roçando o pé na minha perna, mas sem subir demais, apenas brincando comigo. Respondo a provocação levando o meu pé até ela. Almoçamos assim, em silêncio, mas nesse clima gostoso. Está quase na hora, mas ainda não. Agora não.

Terminamos de comer, arrumamos tudo, limpamos a mesa e vamos tomar banho juntos. Tiramos as roupas um do outro lentamente, ela faz toda uma cena ao tirar minha bermuda, mas sem de fato... Retribuo na mesma moeda, tiro seu short, e subo com a mão por suas pernas, enquanto me levanto, passo por sua cintura, meus polegares tocam levemente a lateral dos seios, e então a solto. Vamos para o box, e lavamos o corpo um do outro, sempre acariciando perto das áreas de perigo, mas sem tocar. Por fim, nos enxugamos e vamos para o quarto.

Ela me envolve em seu abraço, me puxando para a cama, por sobre o seu corpo. Nos beijamos, a intensidade crescente. Saio do beijo, trocamos um olhar, e, sem palavra, comunicamos um ao outro o que está em nossa mente.

Agora sim.


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Comentários

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06/11/2017 08:15:22
Muito legal
06/11/2017 00:54:06
bom


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