Uma pequena nota minha.
Amores, me fizeram uma pergunta por e-mail sobre o conto.
Se ele é real. Não, não é. Porém tem situações do meu cotidiano que eu tento encaixar nele, pra dar um ar de realidade. Faço bastantes referências a coisas que eu gosto tipo músicas, séries, livros ( tem muitos que não li ), lugares que conheço ou existem pra dar mais vida a ele. Estilo Os Simpsons que se se modifica com o passar dos tempos para ficar atualizado.
Perguntaram também o que me inspira. Bem, o que inspira é a dor. Comecei a escrever pois estava entrando em depressão e aqui foi o refúgio que achei pra melhorar. Quanto mais agonia, medo, dor, ansiedade sentir mais texto eu escrevo e com muita facilidade.
Agradeço aos comentários e e-mails que venho recebendo.
Qualquer coisa, comentário, xingamento, presentes, perguntas.... só mandar um e-mail ou deixar o comentário.
Espero que gostem deste conto. bjs!
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O Nó na garganta não me permitiu retribui seu boa noite. Vanessa pediu a chave do quarto e saiu me deixando com os dois.
- Mel, queremos falar com você.
Jéssica sorriu de orelha a orelha. Muita cara de pau ou um cinismo enorme.
- O que?
- Tô namorando o Diego masISSO É SÉRIO? - Me exaltei um pouco. CARAMBA! Como ela poderia me dar uma notícia daquelas na maior tranquilidade e sorrindo. Levantei em fúria. - Você só pode tá zoando comigo, Jéssica! A gente tá bem, a gente transa, eu tiro sua virgindade, saímos pra comer, seu ex chega, vocês saem e depois vem me contatar que estão namorando?
- Calma, Mel.
- Calma o Caralho! A garota que eu gosto com outra pessoa. Você tem ideia de como eu estou?
- Eu tenho.
Seco e frio, Diego me responde. Me olhava fixo e firme.
- Você está namorando com quem gosta. Você não sabe.
- Jéssica e eu não estamos namorando. Isso que queremos conversar com a senhorita.
- Olha, meu processador não é Intel.
- Amor, me escuta. - Jess segurou meu rosto com as duas mãos. Percebi que Diego inchou o peito quando ela me chamou de amor e entendi que não ficou contente. Se é certo ou não só sei dizer que fiquei feliz com isso. - Ele vai nos ajudar.
- Ajudar a que?
- A gente ficar juntas.
- Não Entendi, Jéssica. Já não estamos juntas?
Um breve silêncio.
- Por enquanto não estou pronta pra me assumir.
Então a pessoa se assume pra família inteira com 11/12 anos de idade e quando está prestes a completar 18 anos de vida tem que fazer a linha hétero amiga da pessoa que gosta. Quando a gente gosta de alguém, acaba que não pensamos direito nas nossas atitudes.
- Tá bem. - Ela sorriu. - Vocês... vocês vão se beijar?
- Não.
- Sim.
Os dois falaram ao mesmo tempo.
- Di, a gente não vai se beijar.
- Que "namorados" - fez sinal de aspas com as mãos - não se beijão? Teremos que dar um selinho, pelo menos.
- Depois conversamos sobre isso.
- Verificar o contrato? termos e condições?
- Aff, Diego. Nao piora a situação. Mel, Isso é pra nós podermos ficarmos juntas.
Ainda estava processando todas as informações recebidas. Nós estávamos juntas, mas não estávamos namorando porque ela estava com namorando ele, mas não se beijariam pois ela está comigo. Que nós no cérebro.
O pior era olhar aquele olhos cor de musgo, na minha frente, me encarando. - Que mulher linda. - Senti meu coração acelerar. Meu corpo tremer por dentro. Aquele teatro todo iria valer a pena? Passar por uma certa humilhação pra estar perto de quem se gosta? Era isso ou talvez perde-la. Quando vc perde tudo, até sua dignidade. O que vc faz?
No meu caso é entrar em desespero e surta por dentro. E é aí que surge os piores pensamentos
possíveis. Respirei fundo.
- Por enquanto aceito isso, todavia conversamos melhor depois. Com licença que vou tomar banho.
- Vai tomar banho com a Vanessa?
Havia esquecido que Nessa já estava banhando.
- Vou andar.
Ninguém contestou o que disse. Não sabia onde ia, aquele condomínio era enorme. Lugar e o que não faltava. O sol já se punha quando lembrei que ouvir uns rapazes na piscina comentando sobre um mirante que havia lá. Fui subindo a estrada cimentada que dava largura para somente um carro por vez.
Grandes casas de aparência de residências solares com suas lindas árvores e os respectivos jardins coloridos. O clima já estava passando de fresco para frio. Piados altíssimos de canários davam mais vida praquele pedaço do paraíso.
Andei em torno de dez minutos condomínio a cima até chegar no mirante. O sol ja estava com mais da metade escondido atrás das montanhas a minha frente.
Uma goiabeira fazia sombra para o banco de madeira logo abaixo dela. Fiquei admirando as goiabas que, Mesmo não sendo época delas, estavam com uma aparência suculenta.
Decidi escalar a goiabeira e ver o crepúsculo de lá. Aproveitei pra tirar algumas fotos e colocar as ideias em ordem. Aquela penumbra perfeita, o tempo frio, o vento gelado, o som dos bichos no mato... Peguei meu celular é fui ler um livro online. Deixei a lanterna do celular para clarear e poder observar se não passaria nenhum animal e em cima da árvore fiquei por um bom tempo.
Acabei me perdendo dentro do gigantesco mundo dos livros. O morro dos ventos uivantes é envolvente. Com uma narrativa de amor e ódio de um romance impossível. - Típico. - Eu estava devorando cada palavra daquele livro. Minha mente mais funda dentro do século XIX quando escuto uma voz.
- Conheço mico leão dourado, mas mico leão Ruivo é a primeira vez que vejo.
Por reflexo, jogo a luz da lanterna no rosto da pessoa fazendo ela colocar o braço sobre os olhos e reclamar da cegueira temporária.
- Ops, Desculpa. - Pulei da árvore. - Não percebi você chegando. Como me achou?
- A única luz no meio do mato escuro, difícil achar.
- RS. Jujuba, né?
- Sim. Tá perdida aí por que?
- Estava lendo um livro e me distrai.
- Percebi. Estava vendo a luz da janela da minha cozinha já tem pelo menos uns 50mints.
- Você Mora aqui?
- Minha família tem uma casa aqui. Vim com meus avós passar uns dias.
- Que legal. Ei, você falou que tem quanto tempo que tô aqui?
- Quase uma hora.
- Eita, porra. Nem vi o tempo passar. Vou descer logo.
- Irei com você.
Descemos rumo as suítes em meio a conversas e risadas. Já tinha esquecido do ocorrido mais cedo até ver a moto vermelha do namorado de mentirinha da garota que eu gosto. Passei a mão da testa até o queixo tentando controlar minha raiva interna.
- O que te aflige? - Perguntou
- O fato de não poder ter a pessoa pra mim mesmo sabendo que a pessoa me quer.
Com um sorriso no rosto Jujuba balançou a cabeça em sinal de negação. Pelo jeito de Juliana eu sabia que da fruta que eu gosto ela
plantava o caroço pra nascer mais frutos.
- Agora estou com pouco tempo, amanhã podemos conversar.
- Tá bem. Quase certo que irei estar de vela mesmo. Três é ímpar, né?
- Você ainda é nova pra entender que mesmo sendo três sendo ímpar da pra revezar.
Só Entendi o que foi insinuado após sua risadinha um pouco safada. Certeza que fiquei tão vermelha quanto o tênis da Nike que ela usava. Nos despedimos e cada uma seguiu seu caminho. Entrei no quarto e me deparo com os três sentados na cama.
- Nossa, ouviu, Diego? Estão no chamando lá fora. Vamos?
- Sim.
Diego e Vanessa levantaram e saíram de lá, deixando Jess e eu a sós.
- Oi, amor.
Oooo palavra que surtia um efeito imediato sobre mim.
- Oi. - Tentei manter a postura.
- Olha só a empolgação dessa pessoa, chega da gosto.
- Desculpa, não estou com cabeça pra ser carinhosa.
A morena levantou e veio até a mim. Não sabia se ia de encontro ou saia do quarto. Na dúvida fiquei parada. Ela chegou perto a ponto de sentir seu cheiro doce exalar, sem tocar em mim, a centímetros do meu corpo, se inclinou pra frente e me deu um leve selinho. Não teve mais toque, mais palavras, mais nada. Um longo selinho.
Jess se afastou e me olhou.
- Sei que é difícil tanto pra você quanto para mim, mas vamos deixar essa história um pouco mais pra frente? Amanhã é seu aniversário e não quero passar em conflito contigo.
Não pensei duas vezes. A abracei tal forte com vontade de nunca mais largar e o abraço foi retribuído com a mesma intensidade.
Peguei minha garota no colo e a levei pra cama deitando por cima dela que sorria lindamente.
- Você me tira o juízo mas é tão linda! - Comentei.
- Diz isso por que não é você que está vendo esse lindo sorriso com covinhas. - Ficar vermelha com aquele comentário foi instantâneo. Passou as costas da mão pelo meu rosto até chegar na boca deslizando o polegar no meu lábio. - Eu amo olhar seus olhos mas foi pelo seu sorriso que me apaixonei.
Meu corpo tremeu após ouvir sua frase. Aquele era o momento perfeito. Tudo estava ao nosso favor.
"Anda, Melissa. Atitude. Pede logo!"