Edu parecia bastante espantado e surpreso, ele não tinha ideia que eu curtia garotos, e ainda mais, estava "curtindo" um amigo dele. Ficamos todos três se olhando sem reação, foram curtos segundos mas pareceu bem mais. Edu pra quebrar o clima falou rindo, "Vão pra um quarto." Gabriel e eu rimos e saímos do abraço, ele me deu um beijo na bochecha e saiu.
- Melhor eu ir indo, minha aula começa já. E lá se foi ele fugindo da situação.
Edu ainda com um olhar meio duvidoso, sorriu,e começou a falar do trabalho que tínhamos pra fazer, e agiu como se nada tivesse acontecido. Eu fiquei mais confortável, mas fiquei com aquelas dúvidas na cabeça, o que será que ele está pensando de mim agora? Seja lá o que for, tudo correu bem naquela semana. Eu podia jurar que depois daquele dia, ele nunca mais iria falar comigo. Ele era realmente hétero, muherengo, festeiro, e eu tinha essa imagem dele, que ele seria um cara de mente fechada e talz, mas ele me surpreendeu me tratando da mesma maneira. Claro, me chamando de viado de zoas de vez em quando, mas daquela forma carinhosa com ar de "amigos".
E assim a nossa amizade foi fluindo, ele me contava das garotas que ele pegava, e eu pra tornar isso mais normal, contava pra ele dos caras que eu saía, nessa época continuei ficando com o Gabriel por um bom tempo, até que ele trocou de faculdade e perdemos o contato. Edu sempre me zoava quando eu falava de outras caras, fazia piadas como, "iaí, deu muito esse final de semana?", "Chupou uns paus né, tá todo alegre.." Entre outras coisas escrotas que amigos falam quando tem intimidade. Eu também zoava ele bastante, talvez eu merecesse.
E mesmo a gente sendo amigo, eu não tinha perdido o meu desejo de ficar com ele, afinal, ele era muito bonito, e a gente se dava muito bem. Mas ele nunca me deixava chegar perto demais, ele era próximo de mim, mas sempre com um pé atrás. Me lembro de uma vez quando ele estava se espreguiçando de sono e eu dei uma palmada na bunda dele, ele pareceu não ter gostado nem um pouco daquilo
- Sai daí man, para com isso viado
Na hora eu fiquei com isso na cabeça, pensei que ele tinha ficado com raiva e tudo mais, mas essas grosserias dele eram normais e não significavam nada pra ele, talvez pra mim, mas pra ele não. Com o passar dos meses, eu fui notando que deveria me conformar, ele é realmente hétero e não há nada que eu possa fazer. Ele sempre vai preferir as garotas que ele pega, ele nunca vai me dar uma chance, não vale o risco nem o meu tempo. Comecei a deixar de tentar conquistar ele indiretamente.
Quase no fim do semestre, comecei a sair com o Matheus da engenharia, Matheus é alto, forte, cabelo curto e preto, bastante atrante. Não é assumido, algo que me dava um pouco de receio de ficar com ele, mas eu respeitava essa decisão, e dava espaço pra ele, uma hora ele teria de fazer uma decisão. Quando passamos a fiicar "juntos" na hora do almoço, eu deixei o Edu um pouco de lado, nesse momento em que a gente sempre ficava junto conversando enquanto comia e falando altas besteiras . Toda vez que ele passava, ele sempre fazia um olhar estranho ao me ver com o Matheus, a ponto do mesmo dizer que o Edu deve ter algum problema com ele, coisa que eu tentei tirar da cabeça dele.
Matheus é o típico cara protetor, bruto, ciumento que a gente se apega em instantes, eu ainda estava na fase de curtir ele, mas ele estava todo entregue por mim. Eu facilmente posso ser chamado de o "ruim" da história, mas só quem foi enganado várias vezes sabe como a gente se fecha e cria uma barreira, e só alguém muito "foda" pra derrubar seu muro novamente. Mas ainda podia me entregar ao sexo.
Lá estava eu e o Matheus novamente naquele banheiro do laboratório que ninguém frequenta, esse era nosso lugar favorito pra dar uns pegas, e estava virando rotina. Eu poderia me apaixonar por ele, de tão bom que ele era nisso. A forma como tirava mnha blusa ,se abaixava lentamente, me beijando do pescoço e descendo aos poucos. Mordia meu pau dentro da cueca, me deixando molhado de tanto tesão. Eu ficava tão excitado em ver aquele cara machão que as garotas da minha sala se derretem, de joelhos pra mim, me chupando com toda vontade enquanto se masturbava.
- Tá gostando safado? Ele me perguntava com aquela voz grossa, me dava arrepios.
E eu só balançava a cabeça de olhos fechados empurrando a cabeça dele, fazendo ele engolir. Já tinha sido chupado muitas e muitas vezes, mas a boca dele era especial, ele chupava tão bem, eu sentia aquele delicioso frio na barriga. E eu podia ver como ele gostava de me ver assim, ela tinha aquele sorriso safado lindo de quem diz
- Ah, eu vou te deixar louco
E ele estava conseguindo, gozei 3 jatos na boca dele, ele é tão puto que engoliu tudo, e gozou logo depois. A gente deu mais uns beijos, nos arrumamos um pouco no espelho do banheiro, olhamos pros dois lados e saímos. Eu estava pensando bastante sobre ele, será que ele é meu cara? Esses pensamentos foram deixados de lado quando vi o Edu beijando uma garota. O que era esse sentimento? Era ciúmes ? Mas o Edu não era nada pra mim, ele é apenas um cara que eu tinha como objetivo ficar, eu não queria gostar dele, esse nunca foi o plano. Daí voltei a minha realidade e lembrei que o Matheus estava ao meu lado e eu não poderia demonstrar o que eu estava sentindo. Eu apenas saí daquele lugar e me despedi do Matheus com o "aperto de mão" discreto que ele gosta.
Foi um longo dia no trabalho, não conseguia tirar a cena da minha cabeça, me sentia totalmente estúpido, com um misto de raiva e ciúmes do Edu, daí voltava a pensar no Matheus, eu estava sendo realmente sincero com ele? ou estava só usando ele já que não podia ter o Edu? Não sei. Sem perceber, meu expediente estava passando alguns minutos de ir embora. Logo me arrumei, subi na moto e fui pra casa. Chegando em casa não resisti, e falei com o Edu pelo whats.
- Olha só o pegador
- Haha, gostosona ela né? - disse o Edu
- Nem um pouco - Respondi
- As vezes esqueço que você é viado, não sei por que te pergunto kkk
- Pelo menos não fico iludindo as coitada da faculdade. (Talvez tenha sido meio hipócrita)
- Hmmm, tá com ciúme - Edu
- Tô, tô sim. (Aquela verdade que a gente diz em tom de brincadeira)
- Não esquenta, você sabe que você é você né? mesmo tendo me trocado por aquele lá
Quando ele falou isso eu fiquei uns 3 minutos lendo a mesma coisa várias vezes pra tentar entender direito. Mas logo parei e pensei, não, ele só tá me zoando de novo. É, eu custo à acreditar.
- O Matheus? Ah, tô curtindo bastante ele. Foi mal por não ter almoçado com você esses dias, prometo que na segunda a gente vai. - Falei tentando não dar muita importância
- Se você diz, pois tá, indo pra academia, flw.
Sabe o que é mais sinistro sobre você estar afim de um cara hétero? Tudo parece uma pista, tudo parece um tipo de indício que ele pode estar afim de você. Ou no fim, ele está apenas te iludindo pra ver até onde você vai. Estas eram minhas inseguranças dobradas a mil quando logo após o Edu me enviou uma estranha solicitação no Facebook, de "parceiro". Meu coração quase saiu pela boca, não é a solicitação de namoro, mas é a de "parceiro", eu aceitei, o velho face dele ainda me tem nos registros como "parceiro", mas aquilo parecia estar acontecendo. E apesar de não querer/querer, lá estava eu, novamente com minha cabeça ocupada por um garoto, não um simples garoto, um garoto hétero. Eu não poderia desistir dele nem se eu quisesse, no fim, o garoto "ingênuo" que eu pensava em usar, pode estar começando a me "usar". E o meu conselho pra vocês hoje é, nunca brinque com ninguém, por mais que outros tenham brincado com você, pois o Karma é uma , e o que é seu está guardado.
Iaí povo, o que estão achando? É divertido pensar como tudo aconteceu desde o começo, já vamos pra 2018, são quase dois anos. Eu que reclamava e peda aos céus uma revolução na minha vida, acabei conseguindo o que eu queria. Veio em forma de um furacão e deixou tudo de cabeça pra baixo, e hoje estamos aqui. Será que valeu a pena, ou não? Vamos ver, comentem ;) beijos (vou tentar postar a continuação o mais breve, mas sabem como é né, fim de semestre..)