DEVORA-ME, AMORA!

OBSERVAÇÃO DO AUTOR: Quebrei a sequência dos contos, pois este, foi escrito em retribuição à homenagem que me fez a maravilhosa Amora - Baiúchinha, lindíssima mulher, verdadeiramente poderosa, que tem todo o meu respeito, admiração e muito mais.

Antes que alguém se lembre de me crucificar, saibam: Sofia não apenas leu, mas aprovou este conto sem dele retirar uma vírgula sequer.

Amora-Beleza, este conto te pertence e serei imensamente feliz, se vier a agradar-te. Beijos intensos. Alec.

DEVORA-ME, AMORA!

-É hoje! - Dispararia ao telefone, sem preâmbulos nem rodeios. Meu corpo a exigia e seria imperativo deixá-la ciente do tesão febril que provocara, em mim.

Ah, Amora, Amora... não era o meu gosto musical que manifestava, ao inserir trechos de algumas das minhas canções favoritas, nos comentários dos teus contos. Era o meu desejo por ti, fluido, abrasador, em carne, sangue e ossos, posto que sólido. Vívido. Lúcido. Intenso, como queres. Como eu quero. Como queremos.

Sentado, violão entre as coxas, acaricio o elegante e sinuoso instrumento de fina cintura. Meus dedos penetram as cordas, extraindo melodias. Já não dedilho um violão, mas teu corpo, Amora. Já não ouço melodias ou harmonias. Ouço teus gemidos e meu corpo responde: as mãos vibram, estão quentes, urgentes, aceleram, sugerem loucuras. Meu coração força a carne, como se dentro de mim, estivera encarcerado. Insano - é o que sou, mas, enfim... TEU insano. Teu. Queres? Se queres, é hoje, é agora, é ontem, pois me fazes sentir saudade até do que ainda não vivi.

E se meu coração força a carne, minha carne força a roupa. Não me quero vestido, mas nu - absolutamente livre, primitivo, ereto. É o latejo que domina, de forma que não me posso conter. Só quero que estejas bem aqui, onde, agora, está o violão: apoiado nas minhas coxas, sendo roçado pelo meu pau duríssimo, que já tem a cabeça melada, enquanto minhas mãos retomam o passeio às curvas, buscando as cordas como se buscassem o paraíso dos teus mamilos, primeiramente tocados com gentil suavidade e, em seguida, acariciados da forma mais picante. Duros e selvagens, nos meus dedos ligeiros. Minha boca sente ganas de beijar, lamber e mordiscar as costas do braço do violão, como se assim pudesse me deliciar na tua doce nuca, Amora, mulher que quando me conquistou, sem querer, acertou na cabeça.

É hoje, minha música bandida, meu querer proibido, meu doce pecado, tão sem pecado e tão sem juízo! Pra que juízo? O que é justo, nessa vida? Negar um desejo tão inspirado, tão feroz, mútuo e sob medida, certamente, não é. Não há nada profano. Meus sacramentos, eu mesmo os estabeleço, portanto, afirmo que todo este derramamento de tesão está para além do sagrado. Para que esperar mais? Eu irei até você, antes que a minha sanidade mental deserte e eu crave os dentes no braço do violão confidente deste segredo subentendido, que, ora, torno público: eu te quero, Amora. Eu te quero inteira e por inteiro. Pelos lados. Pela frente. Por trás. Por baixo. Por cima. E é hoje. É agora!

Sabes por que jamais comentei teus contos, dizendo: 'deixaste-me de pau duro', 'fiquei nu, para ler este relato', 'comecei a ler e tive que me tocar', 'gozei deliciosamente' ou assemelhados? Porque o mistério instiga, provoca, desassossega corpo e alma, excita sumamente. Tesão ainda não concretizado, é, literalmente, foda. Mistério é tempero e, no fundo, quero que proves do meu tempero, por escolha. Cada vez que deixei de ser explícito, foi intencional. Não falei 'pau duro', porque almejei que imaginasses o meu pau duro e pulsante, a minha nudez e o meu tesão porque quiseste imaginar, não porque sugeri. Do mesmo modo, ardi em desejos de que chegasses à conclusão dos meus gozos intensos, escandalosos e da minha infinita fome e sede de ti.

Amora - mulher que mata fome e sede - como desejo-te! Confesso, sem medo de ser feliz: quero-me dominado por ti, como todos os homens que tiveram a suprema ilusão de dominar-te, mas foram os verdadeiros dominados, submissos ao teu fogo de tigresa que pode mais do que o leão. Teu brinquedo erótico, teu escravo sexual, teu músico-amante, teu homem mais rendido e entregue, teu garoto de programa, teu macho, sendo, ao mesmo tempo, teu apaixonado poeta... Qual deles, Amora? Qual deles é o que queres de mim? Eu te dou. Se quiseres, dou-te todos, pois, para ti, posso ser um só e ser muitos, sendo apenas eu mesmo - Alec, um sonhador ousado. Pode haver mais ousado sonho que degustar todos os teus sabores? Da cabeça aos dedos dos pés, tudo - sim, eu quero TUDO, mulher! - passando pela minha língua molhada e safada, tarada pelo teu mel. São minhas mãos que chamam teus cabelos. Minha pele que se quer na tua pele, buscando o caloroso encaixe, tão sonhado. Sem preservativos - nada que se ponha entre nós. Meu pau, pronto para cravar e te lascar com força, de-mo-ra-da-men-te... E, claro, minha boca e língua, carinhosas e preparadas para beijar tua buceta e teu cuzinho, depois de deliciosamente lascados, nossos líquidos misturados. Pudesse e entraria inteiro dentro de ti, mesmo que, para tanto, necessário fosse virar-me do avesso, a fim de unir nossos lados de dentro. Vire-me do avesso, Amora, mas faça-me teu. Devora-me. Sem demora. HOJE.

Isso - e muito, muito mais - era o que eu teria dito, quando, após alguns toques (um tempo infinito, creiam-me!), Amora atenderia ao telefone, se conseguisse me expressar. A lembrança de um primeiro encontro, delicioso, dentro do meu carro, roubaria-me a voz e as palavras, justamente no momento em que mais precisaria delas. Oratória? Ora... o que? É de comer ou de passar no cabelo? Eu não faria ideia. Deixaria de saber das palavras, das responsabilidades, do mundo lá fora e até de mim mesmo, para saber apenas do mais urgente: fazer o convite. Porque ela tem todas as armas. Ela tem todas as almas. Ela tem uma primavera inteira de frutos. Nunca viu, leitor(a)? Pois afirmo que ela tem e que você vai implorar para comer das suas flores-frutos, caso duvide. Ela é a soberana, que, em suas mãos, tem o tesão dos homens e das mulheres liquefeitos numa taça, da qual bebe, sorri e esse sorriso é fatal aos corações desavisados.

Em apenas duas palavras: É HOJE. Ditas com a minha boca, a pele, os olhos, as vísceras todas, em força profundidade, qual largo oceano que atira a embarcação da vida para o rumo do inesperado. Que venha! O cheiro da nova estação é mágico. É chuva que renova, lavando corações e fazendo o mesmo mundo girar e brilhar de forma inédita, aos mesmos olhos. Que nunca mais serão os mesmos. Não depois dela - Amora.


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Comentários

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31/07/2020 21:32:01
Que texto!
07/01/2020 16:16:11
Excitada, leio teu conto e deliro. Mais uma vez. Beijos.
09/10/2019 21:30:18
Sempre que estou muito excitada venho aqui. Esse conto me deixa em êxtase, completamente ensandecida de tesão. Um beijo!
13/07/2018 08:05:05
Alec, acordei com saudade de vocês. Vim reler pela centésima vez. Beijos carinhosos nos três. 💖
25/06/2018 21:58:32
Lindo conto. Estou excitadissimo. Me mende fotos suas
25/06/2018 17:11:59
Sempre que volto pro site, venho aqui. Como é profundo, excitante e especial esse conto, pra mim Alec. Beijos carinhosos em Você, Abner e Sophia. 💖
28/03/2018 16:07:35
Espero que volte como antes! Se puder, me contate... bjs
28/03/2018 15:55:21
Que surpresa. Obrigada pelas boas vindas. Ainda nao sei se volto como escritora, mas obrigada mesmo assim Anjo Discreto. :)
28/03/2018 07:55:58
Bem vinda de volta, Amora! Espero que volte a escreve logo.... todos sentimos sua falta! Bjs
27/03/2018 23:05:14
De volta ao site, após um longo e revigorante período, não poderia deixar de visitar este autor, este conto. Delirei novamente, como na primeira leitura. Alec, obrigada por isto, por mantê-lo aqui. Dez, óbvio. Enlouqueceste-me.Beijos carinhosos...
21/04/2017 11:22:56
Mil perdões pela demora! Somente hoje parei para ler meus e-mails pessoais. O Abner está lindo e desassossegado, como sempre, rsrs. Ele não curte ficar deitadinho mas adora estar observando tudo ao seu redor e adora dar umas voltas, na rua. Tenho que aproveitar enquanto estou de licença paternidade. Além dos cuidados e alegrias com o Abner, meu pai vai ser operado e ando de cabelo em pé com esse fato. Mas, enfim, o que me cabe fazer é colocar nas mãos de Deus e ter fé. Amo receber as tuas palavras, Amora! Sofia te manda beijos e o Abner te envia um sorriso lindo. Beijos infinitos!
02/04/2017 12:55:13
Queridos e queridas do meu coração, quero compartilhar com vocês este momento muito mais que especial: o Abner NASCEU HOJE, saudável e forte. Sofia passa bem e agradecemos a todos que nos ajudaram com orações e palavras positivas. Aquele abração carinhoso!
25/03/2017 23:04:53
Amora-Beleza, que surpresa maravilhosa! Estive preparando brigadeiros de damasco - desejos da Sofia. Ao terminar, fui checar meus e-mails e encontrei teu comentário - doce delícia que corresponde ao meu desejo. Muito obrigado por mais esta felicidade. Sinto muitíssimo por teres perdido os teus contos mas estou certo de que outros virão, com o teu toque que me leva a já aguardar por eles, ansioso. Cheiros, beijos e carinhos!
31/12/2016 19:02:19
Mas que felicidade imensa, Amora! Eu não poderia desejar melhor presente de fim de ano, pelo que agradeço de todo o coração. Estou comentando aqui antes de ler teu novo conto, afinal, depois de ler e me emocionar, tenho dificuldade para escrever de forma coerente. Ah, esse meu coração de manteiga, rsrs! Que no ano que se aproxima, saibamos melhor amar, nos doar e investir naquilo que tem valor real. Que tenhamos saúde e paz. E que não nos falte a criatividade, rs. Saiba que o teu espaço no meu coração vive preparado, musical, florido, perfumado e farto. Beijos mil, meus, da Sofia e do Abner, com amor e carinho ilimitados!
19/11/2016 22:11:55
Caro Amigo Samir, receber a tua aprovação quanto a um conto é receber excelente selo de qualidade! A Amora nos presenteou com uma inesquecível homenagem, logo, nada mais justo que retribuir de coração. Se fôssemos homenagear a todas as Musas da Casa, só escreveríamos sobre elas, tão lindas, inteligentes e arrebatadoras! Mais uma vez, muito obrigado pela tua importantíssima participação. Aquele abraço!
07/11/2016 17:23:51
Amora, Amora... nem sei onde buscar palavras adequadas para felicitá-la pelo teu dia. Dia de mulher forte e determinada, sendo, ao mesmo tempo, como a mais delicada flor. Flores crescem sobre canhões, enfrentam guerras, pedras, asfaltos e invernos, colocando cor onde menos se espera, razão pela qual são indispensáveis, assim como VOCÊ é INSUBSTITUÍVEL. Para além de um aniversário feliz, desejo-te uma vida amplamente feliz e próspera. Muito obrigado pelo grandioso presente que me deste, relendo o conto no teu dia. Deixo, como homenagem pelo teu aniversário, um pequeno poema, que acabei de compor com o coração. xxxxx Data aguardada e querida / faz-me compositor, / liberta minha língua insana / que só sabe falar de amor / -horizonte ou nirvana. / Nutre este lábio que implora / pelo licor que o descerra: / quero os beijos de Amora / e, boca a boca, justapor / fortaleza além da guerra / no poder de uma flor. xxxxx Milhares de beijos intensos e, mais uma vez, FELICIDADES!
03/11/2016 22:47:17
Quanta honra, caro J.K.! Eu nunca havia tentado escrever contos, antes destes, aqui publicados. Saiba que é um privilégio estar aqui e aprender com vocês. Abração e seja muito bem vindo.
30/10/2016 18:15:22
Oh, Amora, você releu! Emoção inexprimível, muito, muito obrigado! Confissão do dia: a paternidade mexeu comigo, estou emotivo que só e desabei em lágrimas de felicidade, ao ler teu comentário. Beijos infinitos!
25/10/2016 19:11:48
Caro Horse Strong, a tua releitura, para mim, é duplicada honra. Pensar na Amora é sempre intenso. Entendo o que sentiste. Abraço!
25/10/2016 00:30:19
Fael Rondonopolis, que bom tê-lo aqui, enriquecendo este espaço com a tua participação! Fico felicíssimo que o conto tenha sido do teu agrado, pois fala de uma pessoa muito especial, para mim: Amora, mulher fascinante, que habita os sonhos de todos nós. Quanto a ser pai, não há palavras que expliquem a minha alegria. Há oito anos, sofri um acidente, que me rendeu uma paresia (paralisia incompleta). Apesar de ativo e produtivo, sou portador de deficiência e uso muletas. Às vezes, uso a cadeira de rodas, quando necessário. O fato é que depois do acidente, a minha fertilidade não é lá essas coisas, apesar da função sexual normal. Pense no tamanho da minha loucura de felicidade, meu caro! Sou advogado, mas ontem, não pude fazer nenhuma audiência. Meu pai as fez, todas, por mim. Eu só sabia chorar, chorar e chorar, de pura alegria. Agora, eufórico, não consigo dormir. E como meu comentário está quase do tamanho dum conto, rs, aqui encerro. Abração e volte sempre!


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