O Brutamontes que eu conheci dividindo o apê! Parte 2
Galera,
Boa noite!
Fico muito feliz pela aderência da história, estou gostando muito das criticas e espero agradar e surpreender a todos.
Gostaria de agradecer a todos que comentaram e sempre muito importante receber um feedback seja ele positivo ou negativo.
magus, Quelsilva, Brook, Hello 👌, Flor de maio, Peludodf, ze carlos Haryan, prireis822, M. Bahia, Marcos Costa: Muito obrigado espero poder impressionar ainda mais com o desenrolar da história.
Ru/Ruanito, rodrigopaiva: Acho que a grande maioria das histórias se não teve um inicio cliché ainda vai ter rs, espero que esteja gostando. Abraços feras.
Pyetro_Weyneth, Loiiriinha: Obrigado também, espero que estejam gostando e que permaneçam para ver o desenrolar da história.
gabriel.floripa, Martines: Ambos terão uma parte que domina sim rs, mas cada um com uma personalidade diferente, então cada capítulo podem-se obter sensações diferentes .
Atheno: Vou descrever o Caio com mais detalhes sim, não esqueci dele, é que vai ter partes voltada para ele então aos poucos você irá identificar os traços dele.
Haliax: Cara, eu vi isso ontem logo depois que havia postado a história, tanto é que tive que ler a história desse autor para me certificar de que eu não estava copiando ele. Simplesmente foi uma grande coincidência e você verá que a história também é. Espero que goste deste capitulo também. Abraços...
Sem mais delongas segue segunda parte da história...
Toquei a campainha, e fiquei aguardando do lado de fora.
Sergio: Coé mano. Entra ae.
Por um momento olhei aquele brutamontes de cima embaixo, pensem num cara de 1,90 malhado sem camisa, olhos pretos igual jabuticaba, barba por fazer e um cabelo todo bagunçado.
Por um momento me desliguei, e nem sei porque diabos estava me pegando olhando para aquele peitoral trincado e uma mala a vista.
Sergio: Vai ficar me olhando ou vai entrar brother ?
Fiquei sem graça.
Caio: Me desculpa, estava com o pensamento longe...
Sergio: Entra ai vou por uma camisa e já conversamos...
Caralho eu nem sabia porque estava parado ali que nem besta sem raciocinar direito, talvez porque aquele bruto, que eu mal conhecia estava mexendo comigo. Não pera! Eu estava prestando atenção num homem ?. Me levantei e fui até a sacada precisava respirar um pouco.
Olhar lá de cima toda avenida pequena lá embaixo, me deixou com um pouco de tontura. Sim, eu tenho medo de altura, nessas partes eu sou bem cagão. Encaro muitas outras coisas mais altura não é meu forte.
Fui de encontro a sala, fitando a parede um tom pastel, um rack diga-se de passagem vazio, uma TV colada na parede e um tapete rodeado com um conjunto de sofá cinza. Sentei-me ali aguardando Sergio...
Sergio: Velho desculpa a bagunça ae, ta uma zona e a moça que limpa o apê só vem aqui uma vez a cada duas semanas. “sacomé né”
Disse ele vindo do corredor escovando os dentes. Era umas gírias um tanto quanto grotescas, muitos podem rir do mineiro falando “porta” mas aquele “sacomé né” demorei uns dois segundos para traduzir.
Caio: Sim entendo. Disse desviando o olhar pro resto daquele 67 metros quadrados.
Sergio: Então tu não é daqui ?
Caio: Não, sou de minas, estou aqui a estudos.
Sergio: Saquei. Está procurando um apê aqui próximo ?
Caio: Na realidade este seria ótimo, é ao lado do campus, não terei problema com condução, o valor esta dentro do meu orçamento até que eu arrume um emprego para me estabilizar.
Sergio: Cara emprego aqui, não ta fácil não.
Caio: E você trabalha ?
Sergio: Claro, não vivo de vento... Sou professor de Educação Física numa escola de ensino fundamental aqui do lado, mas o salário diga-se de passagem não é grande coisa e aos fins de semana fico numa academia ao ar livre auxiliando pessoas que passam ao lado do parque.
Caio: Bacana, trabalho voluntário, isso é muito bom. E o apartamento é seu ?
Sergio: Não é não. É alugado, to tentando juntar uma grana pra vê se consigo comprar ele, a dona é uma velha difícil de negociar então to tentando dar uma amolecida no coração dela. Nada que um charme não funcione.
Caio: Certo, não sei se iria colar comigo...
Sergio: O que você disse ?
Caio: Não nada, quis dizer como você divide as coisas por aqui.
Sergio: É bem simples, preciso de alguém ponta firme que arque com os gastos comigo, sou bem justo o possível. Dividimos o alugue por dois, incluindo nele o condomínio e a agua. Ai tem luz, e internet também e acho que irá precisar dos dois para faculdade.
Caio: Sim, acho bem justo.
Sergio: A empregada também, mas podemos armar um esquema, uma vez você paga outra vez eu pago, somente quando tiver a necessidade mesmo. No térreo também tem lavanderia paga se quiser usar, mas aqui em cima tenho um tanque e uma maquina velha, to me virando bem por aqui.
Caio: Então quer dizer que vou poder locar apê ?
Sergio: Mano. Se tu não for filha da puta igual o ultimo moleque que passou por aqui, está tudo tranquilo e eu não te parto em dois.
Por um momento me senti ameaçado ali, não sei o que outro cara havia feito mas não queria estar na pele dele...
Caio: Nossa, mas esse seu inquilino deve ter feito algo muito grave.
Sergio: Claro que fez, fodeu com minha reputação aqui dentro, quando soube que ele furtou umas coisas de uma loja aqui do lado pra trocar em pó, pra sustentar o vicio daquele desgraçado!
Caio: Nossa, e quando você foi perceber isso ?
Sergio: Quando fomos parar na delegacia, uma por eu ter dado uma surra nele quando a policia subiu aqui no meu apartamento e resolveu vir atrás do desgraçado.
Caio: Caramba, imagino como se sentiu...
Sergio: Não você não imagina, pense que você tem uma filha, um filho que seja... Que more no condomínio do seu professor de Educação Física, e os pais dela veem a policia la debaixo, e você tem que descer acompanhado de dois armários, te olhando como se fosse culpado por algo, você deixaria sua filha na mesma escola que um cara desses ?
Caio: Se eu soubesse da história entenderia seu lado, mas se visse desta forma acho que julgaria os fatos como ela julgou.
Sergio: Pois bem foi isso que aconteceu, quase perdi o aluguel do apê, pois a velha achou que eu estava metido com algo, e até provar a todos que focinho de porco não é tomada demora né ?
Caio: Entendo seu lado, e sei como se sente, não é fácil confiar em qualquer um ou dividir as coisas com uma pessoa que mal conhece. Mas tenho boas referencias de onde venho se quiser ligar e confirmar fica a vontade.
Sergio: Não vou precisar disso, to vendo que você é de boa. Tenho um carro que eu uso também, se precisar dele é só abastecer não é um modelo mais novo do mercado, mas nunca me deixou na mão.
Caio: Cara muito obrigado por enquanto, só de achar um lugar pra ficar já é um passo.
Sergio: Vamos ali que eu te mostro o quarto e depois preciso cadastrar você na portaria... Mas antes vou tomar um café, me acompanha ?
Caio: Claro.
Me juntei a mesa com Sergio, ele ligou uma dessas maquinas de café expresso, colocou uma capsula enquanto o café caia feito conta gostas.
Sergio: Cara você vai fazer faculdade do que ?
Caio: Fui aprovado pra medicina.
Sergio: Caralho meu, então você é um desses super nerds, nem percebi brother.
Caio: Costumo dizer que sou esforçado.
Sergio: E seus pais concordaram ?
Caio: Sim foram super receptivos a ideia, e me deram total apoio.
Sergio: E você já sabe qual área da medicina quer atuar ?
Caio: Acho que pediatria, me dou bem com crianças.
Sergio: Também me dou bem com a criançada la da escola onde trabalho, a galerinha e gente fina, não tenho paciência pra gente mais velha, e trabalhar com criança me faz ser mais calmo.
Caio: Mas você é estourado então...
Sergio: Só não gosto que tirem minha paciência. Pega ai uma xícara, toma um gole desse café.
Os cafés já deveriam vir adoçados, sempre me esqueço que tenho que adoçar e quando já coloco na boca me vejo fazendo umas caretas.
Caio: E quando eu posso vir para cá ?
Sergio: Quando quiser, o quarto ta desocupado, tem um guarda-roupas ali e uma cama de solteiro acho que da pra quebrar um galho.
Caio: Vou ficar mais um dia no hotel e depois pego um taxi e venho para cá. Qual o melhor horário para você ?
Sergio: Depois das 17:00 estou sussa por aqui, hoje não tenho muitas aulas então to aqui fazendo um horário. Mas se preferir te pego la no hotel pra não ter que pagar o taxi, ai você arruma a grana pra gasosa.
Caio: Pode ser, hoje vou arrumar umas pendencias de documentos que preciso levar a faculdade amanha a tarde combino contigo de pegar as coisas la no hotel, são duas malas com roupas nada muito pesado.
Sergio: Tranquilo cara, você já tem meu numero ai, então amanha você me manda mensagem beleza ?
Caio: Ótimo. Espero conseguir resolver tudo por hoje, e obrigado pela força.
Tomei uma golada daquele café extra forte, nossa a melhor coisa que tem é um café bem forte de manhã. Para uma pessoa que morava sozinha o apartamento de Sergio precisava de uma arrumada, acabei passando pelo quarto dele e estava uma zona, o banheiro com a porta entre aberta tinha uma calça no chão, meias espalhas e uma cueca em cima do cesto de roupas.
Acho um clássico isso, até porque eu sempre esqueço também de colocar a roupa no cesto, coloco do lado, em cima no chão mas passo longe da tampa, era algo que tínhamos em comum...
O quarto era espaçoso, o guarda roupas dava pra colocar todas as minhas roupas, só precisava de uma cama maior, já que sou bem espaçoso, mas isso eu podia ver depois, não iria chegar mudando as regras do cara, não queria arrumar inimizades ali.
Desci até o estacionamento, o condomínio tinha uma área de lazer pequena, dois quiosques para festas e duas piscinas uma adulto e outra infantil, não sei se iria ter tempo pra todo aquele lazer então para mim era indiferente.
Cadastrei meus dados no condomínio, e fiz amizade logo de cara com o Sr. José, mais conhecido como Zé.
Fui caminhando até o campus da universidade para levar os documentos que era necessário para minha matricula, por sorte estava vazia a secretaria tinha um cara sentado com a senha aguardando sua vez.
-Também vai fazer medicina ?
Caio: Sim, fui aprovado recentemente.
-Eu também, prazer Marcelo.
Caio: Me chamo caio.
Marcelo: E você é daqui Caio ?
Caio: Não, vim de minas pra cá.
Marcelo: Ah, que bacana, gosto do pessoal de lá, inclusive tenho uma tia que mora em Itajubá.
Caio: Que legal, e você já foi pra lá ?
Marcelo: Duas vezes, não tenho muito afinidade com minha tia, fui mais pra fazer companhia aos meus pais. Sou aqui de SP mesmo.
A senha de Marcelo estava sendo chamada...
Marcelo: Bom vou lá. Nos vemos em breve Caio.
Caio: Até mais.
Não sou do tipo de pessoa que puxa assunto se estiver num ponto de ônibus sozinho com um desconhecido do lado, mas admiro quem tem esse dom de criar assuntos, ter assuntos para falar e saber abordar uma pessoa. Preciso aprender a desenvolver esse meu lado. Mas por outro lado não sei se seria uma boa encher o saco de uma pessoa que você mal conhece. Nem todos são receptivos.
Marcelo parecia ser gente fina, magrelo, alto, cabelos castanho claro e um olho claro, bem cor de mel.
Não fugia muito das minhas características físicas altura mediana, pele branca se sair no sol queima, olhos castanhos escuro , já que não sou nenhum pouco bombado, mas também não sou magrelo, acho que esta tudo no lugar, as vezes exagero na comida, mas nada que eu não recupere com uma hora de corrida duas vezes na semana. Diga-se de passagem que sou uma pessoa bonita. Gosto de me cuidar, afinal precisamos estar apresentável para todas as ocasiões.
Mais tarde estava indo para o hotel, sai da universidade, dei uma passada pelo centro quase que me perdi, se não fosse o gps do celular, teria que sair perguntando ou me virar até encontrar o meu destino.
Tomei um banho fiquei deitado na cama vendo tv, conversei com meu pai por mensagem, falei com a Paula e o Beto pelo Skype. Eles ficaram com medo de eu dividir espaço com um desconhecido, mas qualquer um que eu dividisse espaço seria um desconhecido para mim. Então era um tiro no escuro, e outra o preço estava bacana, não iria me atrapalhar pelo contrario, daria pra eu guardar a grana, afinal nem toda aquela grana era minha. Era um divida que eu tinha com meus pais.
Fui interrompido com o meu celular vibrando.
Caio: Alô ?
Beatriz: Nossa que alô seco.
Caio: Oi bia, como você ta...
Beatriz: Estou com saudades né, foi embora e nem me convidou para ir com você até a rodoviária. Preferiu aqueles dois ao invés a mim.
Caio: Aqueles dois tem nome, são meus amigos, exijo que respeite eles.
Beatriz: Okay gato. Só acho que deveria ter me chamado.
Caio: Bia, se liga. Não temos vinculo nenhum, a não ser uma amizade, mas acho que nem isso da pra manter com você.
Beatriz: Passei na sua mãe hoje, tive que dar um apoio pra ela, o filho abandonou ela.
Caio: Ela concordou com isso, está muito bem que eu sei, conheço a mãe que tenho. E você ligou para que ?
Beatriz: Queria saber se chegou bem.
Caio: Sim, cheguei bem aos poucos vou me organizando aqui.
Beatriz: Fico feliz por isso Cako, espero que de certo pra você e que você se endireite na vida.
Caio: Não entendi muito bem o que quis dizer com isso, mas nem vou questionar pois estou cansado e vou dormir amanha acordo cedo. Boa noite Bia.
Não dei espaço para ela falar, senão ficaria enchendo o saco até amanha, aposto que minha mãe pediu pra ela ligar. Ela não desencana da Beatriz, não sabe que o pouco tempo que fiquei a lado dela foi pra agrada-la e não deu muito certo.
Nem tive muito tempo pra pensar a respeito de Sergio, foi tudo tão rápido, precisava de um lugar pra ficar, ele apesar do jeitão dele meio bruto de ser, parecia ser uma pessoa boa. De certa forma senti uma conexão. Não entendia muito bem aquilo mas sei que estava trançando um caminho diferente do planejado.
Apaguei mais tarde, e quando acordei era de madrugada, me livrei de um pesadelo daqueles, sabe quando você sonha que os dentes estão caindo ? Então, há pessoas que dizem que sonhar com isso não presta, é morte. Mas é desesperador você sonhar que não possui um dente sequer na boca e acordar contando cada um deles, foi isso que eu fiz. Já era 5 da manha quando perdi o sono. Peguei um livro e comecei a ler na cama, acompanhado de mate que tinha no frigobar.
Arrumei minhas coisas pela manhã, coloquei as roupas sujas de um lado, roupas limpas do outro, nem abri a outra mala.
Por voltas das 16:00 horas desci para fazer o Check-out no hotel, havia enviado uma mensagem para Sergio com as coordenadas, o que não demorou muito pra ele chegar buzinando chamando atenção de todos ali em volta.
Sergio estava de regata, um óculos de sol tampando o rosto, e um chinelo acompanhado de uma bermuda florida.
Sergio: Deixa que eu te ajudo.
Caio: Ta tranquilo, são só essas duas malas.
Sergio: São duas malas bem grandes.
Caio: Bom não vou passar as férias aqui, vou ficar aqui até o termino do curso, então tive que trazer tudo o que tinha.
Sergio: Ta certo, entra ai no carro, preciso passar ali na padaria comprar uns pães.
Entramos no carro, Sergio e eu fomos conversando amenidades, por onde ele passava fez questão de apresentar os lugares, bares, pubs, mercados etc etc etc...
Compramos uns pães e fomos direto pro apê, não demorou mais que 10 minutos para chegar lá, Sergio voou na pista.
Sergio: Cara se acostuma, é assim que dirijo, gosto de viver na adrenalina.
Pegamos o elevador, e fomos direto para o décimo andar, estava apertado pra mijar. Colocamos as coisas ali mesa, pedi licença e fui direto pro banheiro...
Adrenalina mesmo foi ver uma calcinha fio dental preta pendurada na porta...