Apaixonado pelo Diabo - XIX

Capitulo dezenove: Delegacia

Arthur

– Eu fiquei tão preocupado com você – Enzo me abraçou no momento em que coloquei os pés em casa.

– Ele foi embora? – indaguei sentindo o calor reconfortante do meu irmão.

– Foi por enquanto – Enzo admitiu – Mas infelizmente ele sempre volta.

– Não desta vez – meu pai disse vindo até mim fazendo com que Enzo desse lugar ao meu pai no abraço.

– Estou orgulhoso de você pai – Enzo confessou colocando a mão no ombro de meu pai que não demonstrava felicidade nenhuma no que iria fazer – O senhor está fazendo a coisa certa.

– Assim espero – ele suspirou – Só queria que sua mãe pudesse me apoiar.

– Onde ela está? – Indaguei preocupado. A visão dela perturbada na noite anterior rondou minha mente novamente.

Enzo e meu pai se entreolharam como se conversassem de forma silenciosa se iriam me contar o que estava acontecendo ou iriam me esconder.

– Pelo amor de Deus eu preciso saber o que aconteceu com ela! – Insisti.

– Ela está no quarto – foi só o que meu pai informou antes de se sentar na poltrona da sala com o olhar fixo no chão.

Olhei para Enzo que desviou o olhar de mim para a escada que dava acesso aos quartos da casa e segui seu olhar. O corredor lá em cima estava escuro o que dava uma aura fantasmagórica ao lugar. Olhei novamente para meu irmão e nossos olhares se encontraram novamente. Seus olhos verdes e tristes me diziam que eu deveria subir sozinho para ver seja lá o que fosse. Caminhei lentamente em direção a escada de nossa casa sentindo cada passo pesado como se calçasse botas de chumbo. Meu coração se acelerava e minha respiração se tornava ofegante a cada centímetro da escada. Os gritos de minha mãe na noite anterior se tornaram claros para mim como se estivessem acontecendo naquele momento. Podia senti-la me sacudir enquanto questionava-me o que eu a obriguei fazer. Seu olhar louco e perigoso assombrava minha mente e deixando meus olhos marejados. Ao lembrar daquela cena eu já tive uma ideia do que encontraria naquele quarto e isso fez meu coração ficar apertado. Finalmente cheguei a escada e a cada degrau subido por mim com imenso esforço, eu me lembrava dos momentos bons com minha mãe. Me lembrei de quando era pequeno e ela lia para eu dormir. Me lembrei da vez em que fomos ao zoológico e eu fiquei com tanto medo do leão que chorei e foi minha mãe que me acalentou. Me lembrei das vezes que cheguei em casa triste por que era zoado na escola e minha mãe afugentou todos os sentimentos ruins de mim mesmo sem saber do que eu era zoado. Mas eu seria hipócrita se só lembrasse das coisas boas da minha mãe. Me lembrei de todas as vezes em que Alexandre torturava Enzo e minha mãe não fazia nada. Me lembrei das vezes que ela bateu em Breno, Enzo e em mim por alguma mentira que Alex lhe contou. Me lembrava da forma como ela endeusava seu primogênito como se ele fosse a criatura mais perfeita de todo o universo. Minha mãe suportaria perder todos os três filhos de uma única vez, mas nunca suportaria perder Alex. Ele era sua razão de viver. Mesmo ontem quando ela finalmente viu do que o monstro que ela chama de filho era capaz de fazer, ela me acusou de ser o culpado por sua atitude. E talvez ela merecesse qualquer coisa que lhe tenha acontecido.

– Eu não consigo – disse descendo os cinco degraus que já tinha subido – Ela enlouqueceu, não é?

– Sim, Arthur – meu pai confirmou depois de um longo período de silencio – Ela não aguentou o que viu ontem.

– Eu não posso vê-la assim – disse deixando as lágrimas escorrem por meu rosto – Eu não estou preparado para isso.

– Tudo bem então – Enzo veio até mim e me abraçou apertado – Não precisa fazer nada que não se sinta preparado. Nunca mais vai precisar.

Permanecemos abraçados um tempo e depois nos sentamos em silencio na sala. Vez ou outra eu me pegava olhando para o topo escuro da escada onde minha mãe aguardava enlouquecida. A vontade de subir quase me dominava, mas era o medo do que encontraria que me mantinha na sala esperando. Não sei se suportaria ver minha mãe louca pouco tempo antes de fazer o que ela mais odiaria que nós fizéssemos. Levou cerca de duas hora até que Breno chegassem em casa junto com André e sua mãe que se ofereceu para tomar conta de minha mãe enquanto nós estivéssemos na delegacia. Entramos no carro de meu pai e fomos para a delegacia de Méier que ficava mais próxima de nossa casa. Durante dos dez minutos de viagem, nós quatro permanecemos calados e o clima era tenso e desconfortável. Chegamos a delegacia e fomos recepcionados por uma mulher loira que nos levou até o policial individualmente para tomar nossos depoimentos. Eu fui o primeiro e contei tudo o que acontecia em casa desde que Enzo se assumiu para a família. O policial fazia várias perguntas repetidas, porém de formas diferentes para confirmar que aquilo que eu dizia era verdade e isso me irritou um pouco.

– Se as agressões aconteciam a tanto tempo, por que registrar ocorrência agora? – Indagou o policial.

– Por que nossos pais não nos permitiam – aleguei.

– Então de certa forma eles foram coniventes com tudo o que aconteceu? – O policial grisalho cruzou os braços e me olhou curioso para saber o que eu respondia.

– Eles o acobertavam até ontem à noite quando Alexandre tentou me matar – respondi sem a mínima vontade de acobertar meus pais – Meus pais se negavam a acreditar que ele seria capaz de fazer isso.

– Tudo bem – ele digitou algo no notebook – Você vai ter de fazer exame de corpo de delito para confirmar a agressão.

– Tudo bem – respondi.

Um policial me acompanhou até a recepção onde aguardei meus outros irmãos e meu pai deporem e então eu fosse encaminhado para o IML para realizar o exame quando aconteceu:

– O advogado já vai chegar – uma mulher dizia para um rapaz de pele clara, magro e de cabelo castanho que era trazido pelo policial.

– Pelo amor de Deus policial! – Um homem que acompanhava a mulher implorou – Meu filho é menor de idade e é inocente!

– Seu filho me agrediu! – Ele entrou na delegacia com um olhar triunfante no rosto inchado.

– Lucas? – Indaguei confuso.

– Arthur? – Lucas e o garoto disseram em uníssono.

Davi

– Ele confessou tudo Gabi – eu dizia a ela no telefone – Eu não acredito que ele teve a cara de pau de olhar na minha cara e dizer isso!

– Eu te disse que ele não prestava – Gabriela parecia chocada no outro lado da linha – Mas devo confessar que fiquei com medo dele conseguir te enganar.

– Só se eu fosse burro – disse me jogando na cama sentindo meu corpo pesado depois do dia que tive – Mas acho que ele conseguiu enganar o Arthur.

– Tenho certeza que sim – ela confirmou – Só nos minutos que passei com ele pude perceber que ele acredita em qualquer coisa que Lucas lhe diz. Ele é um garoto inocente até demais.

– Davi! – minha mãe me chamou em tom de urgência – Desce aqui agora!

– Acho que aconteceu alguma coisa – disse a Gabi me levantando correndo da cama – Depois a gente se fala.

Nem esperei por uma resposta e desliguei o telefone. Desci as escadas correndo e encontrei minha mãe parada na porta ao lado do meu pai. Eles me olharam desconfiados e ao mesmo tempo preocupados enquanto Daniel olhava dos meus pais para mim completamente perdido.

– Davi Medeiros? – Um policial perguntou a porta.

– Sim – respondi com raiva inflamando meu corpo. Não podia acreditar que aquele viado tinha feito isso.

– Nos acompanhe até a delegacia – disse o policial alto ao lado do primeiro – Foi feita uma denúncia contra você.

O policial não me deu muita escolha, pois me segurou pelo braço e me levou para a viatura estacionada em frente à minha casa. A essa altura é claro que os vizinhos já estavam na porta para saber o que estava acontecendo, pois não é todo dia que um carro de polícia para na frente da casa de um diácono.

– Não se preocupe Davi! – Meu pai me seguiu até a viatura onde eu era algemado.

– Vá para a casa de Miguel, Daniel! – minha mãe ordenou ao meu irmão que foi para a casa ao lado da nossa onde morava um de seus amigos – Solte o meu filho! – Minha mãe gritou.

– Se afaste senhora! – O policial mais baixo disse – Vai ser melhor para todo mundo – a ameaça ficou clara.

O policial me jogou no banco de trás da viatura e seguiu caminho até a delegacia. Olhei para trás a tempo de ver meu pai correr para seu carro junto de minha mãe e arrancar com ele atrás de mim.

– Você tá fodido moleque – disse o policial mais alto com deboche – Você devia ter cuidado com quem mexe!

– O moleque que você agrediu no motel é afilhado do Delegado Figueiredo e ele ficou puto quando soube o que você fez!

– Ele não pode me prender – aleguei – sou de menor.

– Isso é com ele – respondeu o policial mais baixo e ligeiramente mais gordo – Eu só estou cumprindo ordens.

O policial mais alto – que dirigia a viatura – passou um rádio informando a delegacia que estava comigo e que já estava a caminho da delegacia.

E realmente não demorou nem cinco minutos e estávamos na delegacia. Os policiais estacionaram em uma vaga em frente a porta principal onde eu podia ver algumas poucas pessoas.

– Vamos embora – disse o policial mais baixo saindo do carro e me puxando para fora.

Foi quando eu o vi parado em frente a delegacia acompanhado de seu pai. Ele me olhava sorridente e apesar do rosto inchado pelos tapas e o nariz roxo pelo soco que havia lhe dado, ele permanecia lindo como um Deus. E aqueles olhos azuis triunfantes sobre mim me traziam de volta todo aquele ódio que senti naquele quarto de motel quando o torturei.

– Eu te avisei que ia ter volta – Lucas zombou – Você está fodido!

– Eu vou te matar! – tentei avançar nele, mas fui contido por ambos os policiais.

– Você não está facilitando as coisas para você garoto – O policial mais alto me segurou pelo pescoço obrigando-me a ficar curvado para baixo fitando os pés daquele filho da puta do Lucas. Em toda a minha vida eu nunca tinha me sentido tão humilhado.

– Davi! – Minha mãe disse assim que saiu do carro. Não pude vê-la, mas pela sua voz pude perceber que ela estava chorando – Você está bem?

– Eu já disse que vai ser melhor para todo mundo se a senhora não se aproximar dele – o policial mais baixo alertou enquanto o seu parceiro me arrastava para dentro da delegacia.

– O advogado já vai chegar – minha mãe disse no momento em que entramos na delegacia.

– Pelo amor de Deus policial! – Meu pai implorou – Meu filho é menor de idade e é inocente! – Disse sem nem ao menos saber do que eu estava sendo acusado

– Seu filho me agrediu! – Ouvi a voz do Lucas dizer atrás de mim.

– Lucas? – Ouvi uma voz conhecida indagar confusa. Uma voz que eu me lembrava muito bem.

– Arthur? – Lucas e eu dissemos em uníssono.

– O que faz aqui? – Lucas indagou para o menino loiro e completamente abalado que se levantava da cadeira de plástico azul da delegacia – Quem é ele?

– Eu sou Davi – disse a Arthur que ficou ainda mais atordoado.

– Não fale com ninguém! – Disse o policial que me arrastou para um canto longe das pessoas e que ficava perto da escada. Ele me colocou sentado no chão e de frente para a parede.

Fiquei assim durante alguns minutos sentindo um ódio intenso que tornava tudo em minha frente vermelho. Ele iria pagar por toda essa humilhação. Eu peguei leve com ele naquele mote. Deveria ter me soltado mais e tê-lo matado ali mesmo aí sim eu estaria merecendo passar por isso. Só conseguia pensar no que meus pais estariam sentindo naquele momento. Só conseguia pensar no vexame de ter sido levado de casa por dois policias enquanto todos os vizinhos olhavam. Com certeza a Dona Vilma – avó de Miguel – estaria fazendo um interrogatório exaustivo no meu pobre irmãozinho. Como estaria a cabeça dele agora? O que será que ele achava de mim e o que ele estaria fazendo? Como estaria lidando com isso? Ousei olhar para trás e vi minha mãe sentada em um banco de plástico azul de costas para mim e meu pai falando no celular com alguém, mas o que realmente me irritou foi ver Lucas com os braços envoltos em Arthur de forma protetora. Meus olhos castanhos cruzaram os olhos azuis daquele garoto inocente e eu pude sentir que o veneno de Lucas tinha se infiltrado profundamente naquele menino.

– Não olha para ninguém! – Ordenou o policial maior que havia me jogado no chão com estupidez – Fica olhando para a droga da parede!

Muito a contragosto eu fiz o que ele ordenou. Passava por minha mente milhares de formas de matar Lucas desde as mais rápidas e sangrentas como um tiro na cabeça, até as mais lentas como a lenta mutilação seguida de tortura psicológica. Todo aquele amor e encantamento que sentia por ele se tornou no mais puro e profundo ódio. Um ódio que me consumia mais intensamente que a dor de ter perdido Eduardo. Em toda a minha vida eu achei que aquele sentimento que tive com a morte de Eduardo era o máximo que um ser humano poderia suportar, mas hoje eu descobri que estava errado. O ódio que sentia por Lucas era mil vezes maior que qualquer coisa que já senti.

– Esse aí é o garoto Delegado – ouvi o policial baixo dizer atrás de mim.

Ousei me virar e me deparei com um homem alto, calvo e de cara amarrada. Tinha a pele morena e aparência de um homem de quarenta anos.

– Que porra você estava pensando garoto? – o delegado perguntou com autoridade.

...

Como prometido, eu não demorei para postar desta vez. Espero que tenham gostado de mais este capitulo e até o próximo!


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Comentários

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14/05/2016 10:37:41
Quero dar uma pausa mas não consigo parar 😡😡😡
31/12/2015 17:46:54
NOSSA ESTOU EM CHOQUE MANOOOO ,QUE LOUCURA , DAVI PEGOU PESADO NE KKKKK ,
14/05/2015 21:38:19
Ai cacete bem que o Davi poderia da uma de carie a estranha e matar geral, até a passiva ingênua do Arthur, esse garoto ta me irritando já. Muito bom!
14/05/2015 09:48:23
Aff a vingança voltou contra ele, quando não é nem um pouco merecido!
14/05/2015 07:34:16
¬_¬ ai gente, o que será que vai acontecer?
14/05/2015 05:14:27
Legal
14/05/2015 01:53:46
14/05/2015 01:53:43
Quem merece ser preso é o Lucas , babaca dissimulado
14/05/2015 00:48:50
Promete...


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