A Vida De Miguel [Capítulo 15]
Vejo que todos já se conformaram com a perda de Rafa, é isso ai galera, bola pra frente que ainda tem muita coisa aqui. Ah e obrigado: Silva.Silva, Anjo Sedutora e Talys por fazerem seus primeiros comentários no conto, podem comentar mais, ficarei muito feliz. Beijos e Abraços.
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Miguel estava em uma casa conhecida, mas não se lembrava de quem, seu pai estava deitado no colchão no chão e ele no sofá, a sala em que estavam só estava iluminada por outro cômodo que era a cozinha, a luz batia em todo o corpo do pai, e o filho mais no escuro. Miguel começou a brincar com o pai de fazer cocegas e não paravam mais, até que o filho voltou para o sofá e encarou o pai, ele retribuindo. Por algum motivo que ele não lembra aproximou da mão do pai e a pegou entrelaçando os dedos uns nos outros, o pai fazia o mesmo. Eles seguravam a mão um do outro debaixo da coberta, como se fosse algo proibido e alguém poderia chegar a qualquer momento.
As imagens mudaram de novo e agora eles estavam em um parque aquático, estava lotado de gente. Quando Davi caminhava para ir a outro tobogã o filho pula em suas costas e fica pendurado como um macaquinho que precisa dos cuidados dos pais. Ele sentia todo o corpo enorme e musculoso do pai, afinal ele só estava de short, se controlou para não ter uma ereção ali mesmo.
Novamente tudo borrou novamente e Miguel estava no banheiro de algum restaurante esperando o pai, mas por algum motivo ele não chegava, esperou horas e horas. Em um novo borrão ele se via num lago onde estava com o pai e uma família que era a deles pensou Miguel. Mas não se lembra de seus rostos, só que faziam parte da família, o único rosto do qual lembrava e via era o do pai. Ele foi ao encontro do pai, mas Davi estava diferente, não demonstrava carinho pelo filho, e o ignorava, nem ao menos olhava para seus olhos. Miguel começou a correr para perto do pai, mas enquanto mais corria mais longe Davi ficava.
Miguel acordou assustado e notara que Daniel ainda dormia ao seu lado, o relógio marcava cinco horas da manhã. Notou que estava todo suado por conta do sonho/pesadelo, decidiu trocar de camisa, assim que terminou resolveu ir tomar água lá em baixo. Os sonhos muito frescos em sua cabeça não paravam de passar vez após vez. Ao voltar passou pela porta do quarto do pai e decidiu entrar para ver se está tudo bem, aqueles sonhos tinham deixado ele abalado. Abriu a porta e o pai dormia o sono mais perfeito do mundo, entrou bem quieto e sentou na poltrona que havia ao lado de sua cama e ficou por ali vendo aquele lindo homem dormir.
-Filho... o que você esta fazendo aqui? *Disse Davi acordando, tinha o sono muito leve, esfregou os olhos para ter certeza de que não estava sonhando.
-Desculpa te acordar pai, é que tive muito sonhos com você anoite. *Disse ele se explicando.
-Ah sim, e os sonhos eram bons ou ruins? *Perguntou o pai sentando na cama.
-Alguns bons e o último antes de acordar foram ruins, não na verdade os dois últimos, ainda estou confuso com tudo.
*Disse se atrapalhando com as palavras.
-Como era o ruim? *Perguntou o pai curioso para saber o que Miguel tinha sonhado.
-Bom, um eu ficava te esperando em um lugar, mas você nunca chegava, e o outro estávamos em um lago e enquanto eu mais me aproximava de você mais longe você... Você ficava. *Contou o resumo do sonho deixando algumas partes de fora.
-Está tudo bem meu filho, estou aqui e pretendo não te abandonar. *Disse pegando a mão do filho e passando em seu rosto.
-A última pessoa que me prometeu não fazer mais isso acabou morrendo. *Disse secamente.
-Eu sei, mas será diferente desta vez. Está bem? Vem cá. *Disse puxando o filho para um abraço quente.
-Está muito bom... Quero dizer bem. *Disse se referindo ao abraço.
-Vai querer dormir aqui? Última chance hein. *Disse o pai soltando ele fixando seus olhos no dele.
-Desculpa, mas vou recusar novamente. *Disse levantando e saindo.
-Tudo bem, sonhe comigo... Quer dizer com os anjos. *Por uns segundos ele riram e Miguel saiu do quarto.
Davi ficou muito feliz com a notícia de que o filho sonhara com ele, agora estavam curioso para saber quais eram os sonhos bons. Ainda mais feliz por ele vir verificar se estava tudo bem com ele, acordar sendo observado por Miguel deixou ele mais contente ainda. Não conseguia mais dormir por conta de tudo o que aconteceu, então decidiu pular da cama logo e decidiu fazer uma caminhada pelo parque nesta manhã.
Já era quase nove horas da manhã, Miguel acordou primeiro e viu que Daniel ainda dormia, mas logo acordou. Ele estava todo iluminado pelo sol que batia aos pés da cama, Miguel adorava manhãs assim, deixava tudo mais alegre.
-Bom dia! *Disse Miguel dando um sorriso.
-Bom dia Miguel. *Disse um pouco rouco, mas retribuindo o sorriso.
-Vejo que melhorou bastante em vista de ontem. *Disse sentando na cama.
-Acho que sim, Miguel... Obrigado por me ajudar, você não faz ideia de como estou grato.
-Tudo bem, qualquer um faria... eu acho. Mas me conta o que aconteceu. *Disse curioso.
-Claro, é o mínimo que devo fazer né. Estava de mãos dadas com um cara, estávamos tendo um casinho pequeno, sabe como é né. E nós passamos em um bar, que pelo visto era totalmente hétero, olha o que me fizeram.
-Nosso Daniel, que coisa mais triste. As pessoas desse país são muito hipócritas, esse é o motivo de ter ido embora.
*Disse indignado.
-Por você tudo bem? Bom eu ser... Gay? *Perguntou ele meio confuso, o jeito que Miguel falou no assunto foi tão normal.
-Claro que sim, afinal que sou eu para julgar outra pessoa?
-Nossa o mundo precisa de mais pessoas como você. *Disse admirado.
-Eu bem que notei o jeito que você me olhou aquele dia na piscina. *Disse lembrando-se do dia que passou mal.
-Mas como você notou somente que tem o detector é... *Disse parando no meio da frase e olhando para Miguel.
-Sim, também sou, mas foi muito difícil de admitir, demorou anos e quando finalmente aconteceu ele morre num
acidente.
-Nossa mais pera ai... O seu... Não pode ser... Era seu irmão? *Perguntou ele curioso.
-Sim, ele foi apaixonado por min desde que se entendia por gente, mas eu fui mais lento no processo. E no fim lento
demais. *Disse um pouco desanimado.
-Sinto muito por você. Mas e seu pai... ele aceitou... digo vocês dois?
-Ah, você não sabe nem metade da novela. Meu pai nos deixou quando eu era pequeno e voltou depois que sofri o acidente. Minha mãe nem teve a chance de saber, e contei pro meu pais esses dias, ele disse que não podia julgar já que não fez parte de boa parte da minha vida, e também completou dizendo que me amava assim. *Disse lembrando-se das doces palavras do pai.
-Uau cara, é uma novela mesmo, até parece ficção. *Disse pasmo.
-Não te disse, mas por algum motivo acho que tudo isso aconteceu para meu pai voltar. *Disse pensativo.
-Talvez, também acredito nessas coisas. *Disse Daniel rindo.
-Eu também. *Disse Rindo.
-Não quero te incomodar mais, já vou começar a me arrumar para partir. *Disse se apoiando para levantar.
-Não, ainda temos que cuidar de você, só por alguns dias. *Disse tocando nas mãos de Daniel.
Seus olhos se encontraram e no mesmo instante os dois sabiam o que um ao outro estava pensando naquele momento. Daniel se aproximou do rosto de Miguel e viu que ele não ia se afastar e tocou os lábios. Um beijo quente e profundo, por alguns segundo Miguel se viu voando mas logo as imagens do pai invadiu sua cabeça e se afastou de Daniel.
-Me desculpa... *Disse ele desapontado.
-Não tudo bem, eu curti é que alguma coisa me segurou, acho que foi alguém.
CONTINUA:::