Entre razões e emoções #01
Meus caros leitores da CDC, VOLTEI!!!!!!!!!!
Estava com saudades de postar contos aqui. E hoje eu vou postar uma nova história aqui, o Entre razões e emoções. Me desculpem pela questão do sexo, mas não sou muito fã de sexo nas minhas histórias todo o tempo. Mas eu criarei a parte de sexo nos capítulos seguintes. Sexo é vida! ;)
Então, eu acompanho a Casa dos Contos todos os dias. Eu parei de escrever porque estava sem inspiração. Mas quando eu li, há alguns dias, o comentário de Gerfried no último capítulo do conto Meu amor escolar eu fiquei tocado e motivado a voltar a escrever e postar aqui na CASA. Gerfried, MUITO OBRIGADO por ter curtido os meus contos. Espero não voltar a deixar um vazio aqui na casa. Eu acompanho muito os capítulos aqui. Com ou sem sexo, eu me amarro em ver como o amor pode nascer de pessoas inesperadas e situações improváveis.
Boa leitura!
Aqui estou eu, um romântico apaixonado em uma joalheria. Fui comprar uma aliança todo feliz. O motivo: Suelen. Eu ia pedir a minha amada em casamento, depois de tanto tempo vivendo junto. Cinco anos não são cinco dias! Vivermos a mais linda historia de amor e agora está na hora de selarmos nossa união.
De repente o meu celular toca. É o meu melhor amigo.
EU: Fala grande César!
CÉSAR: Fala grande Carlos! Quer dizer que você vai mesmo se algemar com a Suelen?!
EU: É meu amigo! Aquela mulher me pegou de jeito, né?! Eu ainda me lembro da primeira vez que eu a vi!
CÉSAR: Até eu me lembro, né?! Eu te levei naquele bar, e enquanto bebíamos, você só tinha olhos para ela! Eu já sabia que isso irá dar casamento!
EU: Eu me lembro disso, cara. E adivinha aonde eu estou agora?
CÉSAR: Está na joalheria, comprando o anel de casamento. E provavelmente está com aquele sorriso bobo nesta cara!
EU: Realmente você me conhece muito bem! Estou aqui mesmo, comprando as alianças. Vou esperar o momento certo para pedir a Su em casamento.
CÉSAR: A Su é uma mulher de sorte! Se ela não te aceitar ela é a mulher mais burra de todos os tempos!
EU: Mais é a minha burra, viu?! Agora tenho que desligar porque a atendente está trazendo o mostruário. Valeu amigo! Nos vemos logo...
CÉSAR: Cuide-se amigo! Vou estar lá no dia em que você estiver no altar!
Esse é o César, meu melhor amigo que eu tenho. Nossa amizade é antiga, tipo de jardim da infância. Ele e eu já vivemos tantas aventuras, tantas alegrias e tristezas que nem daria tempo contar aqui. Ele foi a primeira pessoa que contei sobre o meu pedido de casamento, antes mesmo de meus pais! É o irmão que eu não tive!
Agora ele que sugeriu fazer um pedido de casamento surpresa pra minha Su! Ah... Minha Su!!!
Escolher o anel de compromisso foi mais fácil do que pensei que fosse. Quando eu olhei um anel de outro com bordados em prata, eu já sabia que me casaria com este anel. Foi fantástico, que nem o dia em que conheci a Suelen. Me senti atraído a este anel! Então o comprei e coloquei numa caixa de veludo azul.
Na volta pra casa eu fiquei pensando: ' Como ficará o coração da minha Su quando eu me ajoelhar pedindo o amor dela para sempre?' Eu não tenho essa resposta, mas estaria prestes a descobrir.
Então cheguei em casa por volta das três da tarde. Eu nunca cheguei tão cedo em minha casa nestes cinco anos em que Su e eu convivemos juntos. Eu estava nervoso, ansioso e todo os outros osos de uma pessoa com os nervos a flor da pele. Eu não fazia ideia do que me esperava dentro da casa, mas o meu amor pela Su é maior do que o medo. Então engoli a ansiedade e entrei no lar.
Sabe quando você percebe que tem alguma coisa errada com algo que você já conhece? Eu estou sentindo isso ao andar pela sala. A cada estava quieta demais e muito escuro demais pro meu gosto. Eu pensei 'Minha Su deve estar dormindo', então a primeira coisa que ela verá quando acordar será o nosso anel de casamento.
Então eu subiu as escadas de mansinho - ou no sapatinho - até o meu quarto. Até que eu escuto gemidos, dois gemidos para ser mais preciso. 'Ai meu Deus, por favor, que esses sons não sejam daquilo que eu estou pensando', implorei antes de abrir a porta do meu quarto e da Su.
Eu preferi abrir a porta do quarto de uma vez, e fiquei em estado de choque quando eu vi: Minha Su estava transando com um cara! E não era qualquer cara, era o meu melhor amigo, o César. Ele estava comendo minha mulher na posição de tanto frango assado. Os dois olharam pra mim com uma cara de assustado - só por um instante. Isso porque a Suelen continuou a transar e o César se esforçou pra sair das pernas dela, que estavam entrelaçadas no corpo dele.
Eu fiquei paralisado, não conseguia mover um músculo sequer. Meus olhos pareciam queimar ao olhar os dois na minha cama. Minha cabeça doía - talvez com a dor de corno - e minha voz falava ao tentar pronunciar o nome dos dois. Eu realmente não sabia o que fazer...
CÉSAR: Carlos, se acalme! Não é isso que você está pensando...
Quando ele falou isso, um ódio começou a encher o meu corpo. ' Ele acha que eu sou cego?! Eu estou vendo claramente o que está acontecendo'
EU: Não é isso que você está pensando... Não é isso que você está pensando... VOCÊ ACHA QUE EU SOU IDIOTA!!!! O QUE EU ESTOU PENSANDO É JUSTAMENTE AQUILO QUE EU ESTOU VENDO! - falei já dominado pela raiva - VOCÊ ESTAVA TRANSANDO COM A MINHA ESPOSA, NA MINHA CASA E NA MINHA CAMA! VOCÊ QUER QUE EU PENSE O QUÊ??? - Me calei para não passar mal devido ao estresse que estou vivendo. César baixou a cabeça enquanto a Suelen incrivelmente continuava deitada na cama como se o flagra nunca tivesse acontecido.
Eu me virei pra ela na cama e disse:
EU: Eu nunca acreditaria, Su, que você me trairia depois de tanto anos juntos. Logo você que prometeu sempre me amar e nunca me iludir. - Ela continuava indiferente à minha conversa.
EU: E você, - digo ao me voltar a atenção para César - se mostrou ser um verdadeiro amigo da onça! Eu achei que tinha um amigo de verdade, mas veja o que você fez: Me fez de corpo com minha mulher! Que decepção...
Eu parei de falar assim que vi a Suelen gargalhando. Tanto César quanto eu olhamos incrédulos para ela. Eu não tinha noção do que estava prestes a ouvir.
SUELEN: Você é o homem mais idiota de todos os que já peguei! Hahahaha! Não é de hoje que você tem chifre nessa tua cabeça. Todos os teus amigos - TODOS - já passaram por esta cama! O Paulão, o Carlos, teu xará, O Bruno, enfim todos já provaram da sua mulher!
Eu não acredito nisso! Estava mais uma vez chocado com essa revelação. Todos os meus amigos transaram com a minha mulher. Meu Deus! Não acredito em tamanha sacanagem...
SUELEN: Todos eles muito gostosos! Só faltava esse aí - disse apontando para o César. Sabe, eu achei que teria trabalho para seduzí-lo, mas foi mais fácil do que os outros. E o que realmente me impressiona é que ele realmente não valorizou a amizade entre vocês. Quantas vezes você saiu de madrugada para buscá-lo nos bares. Quantas vezes você o ajudou com dinheiro, consolo, até mesmo com estudos! Foi só me insinuar uma única vez e ele veio com tudo pra cima de mim.
Minha raiva aumentou ainda mais ao ouvir aquilo. 'Como é que ele pode?' pensei ao olhar para aqueles olhos negros que pareciam envergonhados. Se eu continuasse a ouvir aquilo eu iria fazer uma loucura.
EU: Saiam daqui! - falei e apontei para a porta do meu quarto.
CÉSAR: Por favor, Paulo, deixa eu explicar....
EU: SAIAM DAQUI! AGORA!!!
SAIAAAAAAMMM! - gritei a plenos pulmões, já vermelho de tanto chorar. Os dois saíram do meu quarto e eu fiz questão de trancar a porta.
Em seguida comecei a chorar! Eu sentia uma dor muito forte, quase sufocante. Nunca pensei que passaria por tamanha traição. Eu chorava até soluçar. Minha mente não pensava em nada a não ser chorar. Nem lembro quando eu dormi.
Acordei de manhã com uma dor de cabeça forte e um mal estar. Eu desejava que tudo o que aconteceu ontem à noite fosse mentira. Desci as escadas e encontrei a Suelen tomando o café da manhã, da mesma forma em que ela faz diariamente. Ela agia normalmente, como se eu não a tivesse pego em flagrante transando com o meu amigo. Isso me fez perceber que a Su era dissimulada e fingida. Como eu nunca percebi isso antes?
Eu resolvi sair daquela casa para sempre. Não aguentaria mais viver um segundo sequer no mesmo teto em que a Suelen. Mas antes de sair daquela casa para sempre, eu resolvi dizer algo para aquela mulher.
EU: Suelen, você destruiu todo o amor que eu construí para você e agora eu vou embora dessa casa. Se você quiser agora transformar esse local num puteiro, fique a vontade, mas eu não entro mais nessa casa. NUNCA!
Sabe o que ela fez? Me deu uma olhada de desdém e voltou ao seu café. Calada a encontrei, calada ficou, apenas tomando o seu café da manhã. Isso me fez queimar de ódio e raiva dela, mas logo me dei conta que esse ódio me faria mal - só a mim mesmo.
Eu saí da casa com todas as minhas roupas e coisas, que eu já tinha arrumado nas malas assim que acordei, e deixei aquela casa para sempre.
Eu passei a viver em um hotel no Centro da cidade. Eu passava os meus dias tristes, chorando. Nunca pensei que passaria por uma humilhação dessas na minha vida. Eu dormia mal, acordava triste e minha rotina não tinha mais cor.
Mas aos poucos a tristeza foi indo embora, do mesmo jeito que os raios de sol traziam o dia durante o amanhecer. Continuei minha faculdade de moda e trabalhava na empresa de comunicação de um político.
Todos os dias o César ligava pra mim. Todos os dias mesmo! Eu não atendi nenhuma delas, pois a raiva que eu tinha dele é enorme e recente. Toda a vez que eu via o nome e a foto dele na tela do meu celular, eu sentia uma dor igual a se abrisse uma ferida profunda em meu coração.
O tempo foi passando, e aos poucos fui realizando os meus sonhos: me formei em moda, consegui minha casa própria - depois de tanto trabalho e economia - e passei a ter um estilo de vida melhor.
(Alguns anos depois)
FLÁVIA: Carlos! Eu tenho uma novidade!! - disse a minha melhor amiga com uma voz afetada e com um sorriso enorme no rosto - A tua super secretária foi pedida em casamento!!!
EU: Que bom, Flávia! Fico feliz por você.
Eu realmente estava feliz pelo compromisso da minha amiga mas minha felicidade se desfez quando ela me mostrou o seu anel de noivado - um anel de ouro com bordado em prata - o mesmo que eu ia entregar a Suelen quando eu descobri a traição dela.
Uma lágrima desceu pelo meu rosto e ela percebeu.
FLÁVIA: Oh amigo! - falou num tom de voz triste - O que aconteceu para você estar chorando?
EU: Sabe este anel que você está usando no teu dedo? - Ela assentiu - Era o mesmo modelo que eu comprei numa joalheria para pedir a Suelen em noivado...
FLÁVIA: Eu sei dessa história... Me desculpe por te fazer relembrar tudo isso.
EU: Você não tem culpa não! Somente essa ferida do meu passado ainda me machuca!
FLÁVIA: Entendi... Então vamos ao trabalho, né?!
Voltei ao trabalho, mas foi ruim relembrar a traição que a descarada da Suelen e o amigo da onça do César me fizeram sentir. Como já faz tempo que não tenho notícias deles, é bem provavel que eles tenham casados e estejam curtindo a vida. Mas mal sabia eu que a vida me reservava um grande surpresa.