Primeiro Amor XXVIII - Brigas - Parte 2
“O destino deve estar nos olhando
Com aquela cara de quem diz
Eu tentei juntar vocês dois
*
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O destino deve estar nos olhando
Decepcionado
Que pena, que pena
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Que a gente estragou tudo
Porque pensamos tanto em ser perfeitos
E os perfeitos não sabem amar
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A gente estragou tudo
Por apontarmos tanto os nossos erros
Os erros vão sempre estar aqui
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O destino deve estar nos olhando
Com aquela cara de quem diz
Eu tentei juntar vocês dois
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O destino deve estar nos olhando
Decepcionado
Que pena, que pena
*
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O destino deve estar nos olhando
Com aquela cara de quem diz
Eu tentei juntar vocês dois
O destino deve estar nos olhando
Decepcionado
Que pena, que pena
*
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Não foi amor
E o que faltou?
Foi o que então? Não me pergunte não”
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Quando ela levou a mala ao carro o viu parado.
-Nic, por favor me perdoa. Eu juro que não fiz nada. Confia em mim...
-Vai mudar o que aconteceu? Vai voltar no tempo? Não, você não pode fazer isso. Eu não quero ver sua cara nunca mais. Nunca mais.
O mundo de ambos acabou naquela noite, eles sabiam que se amavam ainda, porém, Nicole não conseguia perdoá-lo. Não de novo...
Sem proferir uma palavra, Eduardo ficou parado olhando para o carro com Nicole no banco do passageiro e a Larissa atrás do volante.
Como sabia o que era ficar à mercê do próprio coração, Márcio se levantou e consolou o amigo com um tapinha no ombro.
-Sabe, Edu, você tem duas opções.
-Quais? - perguntou ele.
-Fugir ou ir atrás dela. Eu sei qual escolheria.
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Eduardo fez de tudo para se reconciliarem. Ligou, mandou flores. Nada adiantou. Ela não queria escutá-lo.
Já passara 2 semanas e por mais que Eduardo tentasse não conseguia se concentrar no trabalho. Quando levantou a vista a viu na soleira da porta.
-Você voltou?
-Claro. Achou que deixaria meu trabalho, para não causar constrangimentos?
-Você nunca me constrange - disse ele, depois de um breve silêncio.
Ela desviou o olhar.
-Pois a mim sim! Odeio as lembranças e odeio você!
-Por que voltou a trabalhar então?
-Preciso do trabalho.
-Sei que precisa. - ele levantou-se da mesa e se aproximou - Será que é tão perfeita que nunca cometeu um erro sequer?
A resposta veio como um raio.
-Claro! Cometi meu maior erro a voltar com você e acreditar que tudo seria diferente! Agora com licença, preciso fazer meu serviço logo, pois mais tarde sairei.
-Com suas amigas?
-Não. Um encontro.
-Encontro? - ele arregalou os olhos.
-Surpreso? Achou que eu ficaria chorando pelos cantos? Talvez até o conheça, Thiago Silva.
-Sua idiota! Ele é um mulherengo. Já pegou todas.
Nicole riu.
-Acho que vai ser um namorado e tanto então!
Eduardo agarrou seu braço a voltando para si já irritado.
-Ouça aqui, sua maluca, esse sujeito só quer se aproveitar!
-Igual você aproveitou?
Eduardo a agarrou e a imprensou na porta enquanto a beijava. Nicole começou a esmurrá-lo em uma vã tentativa de resistir, mas aos poucos foi se rendendo aos beijos. Ele a beijou, intimamente, profundamente, trazendo doces lembranças de todos os momentos juntos.
Eduardo se afastou lentamente.
-Você é minha - disse em tom irritado. - Sempre foi. E sempre será. Pode tentar fugir, mas não conseguirá. Não dessa vez. Não deixarei que isso aconteça de novo.
-Não pertenço mais a você. Gosto de beijá-lo e poderia ir até para cama com você. Mas tenha certeza que depois sairia normalmente por essa porta, sem olhar para trás. Nada me fará amá-lo novamente. Nada. - disse Nicole enquanto saia pela porta segurando as lágrimas.
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Passaram-se semanas e os dois continuavam separados. Todos viam o quanto eles estavam infelizes. Apesar da insistência para que Nicole conversasse com ele o orgulho falava mais alto.
Em um domingo quando Nicole voltava com sua mãe da igreja. Viu um carro parado no meio fio atrapalhando o trânsito. Logo o Eduardo desceu.
-O que você esta fazendo Eduardo? Dá para tirar o carro dai? Esta bloqueando a rua.
-Vou me casar com sua filha sabia? Amo, amo tanto essa garota. - ele falou enquanto olhava Nicole. - Amo você Nicole só você, para sempre.
-Por favor, vá Eduardo. - Nicole sentiu as lágrimas vindo, mas tentou se controlar.
-Nos dê uma chance amor. Por favor...
-Preciso entrar.
-Nic... Por favor, deixe-me terminar... Precisamos conversar.
-Não. Já ouvi o suficiente. Se você realmente me ama e me respeita, você vai me deixar ir.
Ele respirou fundo e apertou sua mandíbula.
-Nunca.
-Isso é o que eu quero... - murmurou Nicole.
-Se você tivesse idéia do quanto eu te amo... Se você pudesse sentir exatamente o quanto você significa para mim... - Ele fez uma pausa. - Você não ousaria me pedir para fazer isso...
-Me deixe ir Eduardo. - o lábio inferior de Nicole tremia, e embora estivesse tentando o seu melhor para conter as lágrimas, as mesmas começaram a deslizar pelo seu rosto.
-É isso o que você realmente quer? - seus olhos estavam desolados olhando para Nicole e sua voz soava rouca. – Esse é seu desejo?
-Sim.
Ele respirou fundo e soltou o ar. Pela primeira vez desde que Nicole o conheceu, ele não se parecia como se estivesse calmo e sob controle; ele parecia completamente impotente.
-Eu sinto muito, Eduardo... Eu só acho que...
-Eu não vou desistir Nic.