Doença não é motivo Cap.10

Cap.10

- Porque você está perguntando isso ?- falei, surpreso.

- Ah filho. Sabe, vocês parecem íntimos demais, não parece só amizade. Eu já vi ele pegar na sua mão. O jeito que ele te olha, vocês... Não parecem amigos- baixei a cabeça, e pensei no que iria dizer. Decidi falar a verdade.

- É verdade. Nós somos namorados. Eu gosta muito dele, e ele gosta de mim- ela suspirou- você não ficou chateada não né ?

- Eu já desconfiava- falou, olhando pela janela- acho... acho que já tinha acostumado com a ideia. Você... eu sentia algo de diferente, sentia que você não era igual aos outros. Mas... eu não estou chateado. É bom saber disso. E ele é um bom rapaz- falou, olhando pra mim, com os olhos marejados- vem cá, vocês... Já fazem aquelas coisas ?

- Que coisas mãe ?

- Já... transam filho ?- arregalei os olhos.

- Claro que não mãe. Eu tenho muito medo de acontecer alguma coisa e ele pegar esse vírus maldito.

- Só se cuide filho. Use camisinha sempre. Sexo seguro, no nosso caso é essencial. Eu vou pra casa, trocar de roupa e ver se consigo descansar um pouco, amanhã cedo eu venho pra cá.

- Ok mãe- olhei ela sair, e ela logo saiu. Fiquei olhando pro teto. Não esperava que ela iria ser tão compreensiva quando descobrisse isso. Estava feliz, por ela ter aceitado.

DIA SEGUINTE

Acordei com a enfermeira abrindo as cortinas do quarto.

- Ai... que horas são ?

- 8h30- falava, aplicando meu remédio. Doía quando sentia aquilo entrando na veia- levanta o braço pra eu medir sua temperatura- e então ela colocou o termômetro, depois o olhou- sua febre está baixando. Isso é bom sinal. Vou buscar seu café- tão logo ela saiu, vi François acordar, todo manhoso kkkk.

- Olá dorminhoco- ele me viu e sorriu

- Oi. Dormiu bem ?- deu um beijo no meu rosto e foi para o banheiro.

- Dormi- minutos depois ele saiu.

- E como você se sente ?

- Mais ou menos. Estou meio mole, mas pelo menos não estou com muita tosse- ele olhou pra mim alguns segundos, passou a mão em meu rosto.

- Você não sabe o quanto eu demorei pra dormir ontem, preocupado com você.

- Ai, seu fofo- falei, apertando sua bochecha

- É sério !- falou,pegando na minha mão. Ficamos em silêncio alguns segundos, até ele falar- ouvi sua conversa com sua mãe- olhei pra ele, e mais alguns segundos calados.

- O que você achou ????

- Tô feliz, por que você teve coragem de assumir nosso namoro- falou, deitando a cabeça em meu colo- acho que chegou a hora de eu fazer isso também.

- Tem certeza ? Não quero que você passe apuros por minha causa.

- Já escondemos demais isso- falava- daqui a pouco vou em casa trocar de roupa, e vou falar com meu pai. Depois volto pra cá. Não quero te deixar sozinho um dia que seja

- Só você mesmo pra me alegrar num momento desse- falei, dando um selinho nele. Logo a enfermeira apareceu, com uma bandeja

- Já vou Nicolas- falava, pegando seu casaco- volto mais tarde

- Te espero- falei, bebendo um pouco de suco.

HORAS DEPOIS

Estava dormindo, mas fui levemente acordado por François.

- Ei, garoto mais lindo do mundo, acorda, trouxe um negócio que você vai gostar- falava, no meu ouvido. Só sorri, sendo acordado daquele jeito.

- O mais lindo é você- falava, com uma voz de sono.

- Trouxe isso aqui- falava tirando um buque de rosas das costas- para alegrar o seu dia.

- Que lindas- falava, todo bobo, como sempre ficava quando recebia flores- obrigado- falava, levantando, com cuidado, e indo coloca-las num vaso. Voltei e me sentei na cama.- E você e seu pai ?

- Conversamos- falou, olhando pra mim.

- Ele já sabe

- Já

- E ?

Continua

Gostaram ???