Primeiro Amor XXI – Término
“Eu lembro que alguns anos atrás
Alguém me disse que eu deveria ter
Cuidado quando se trata de amor
Eu me afastei, eu me afastei
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E você foi forte e eu não
Minha ilusão, meu erro
Eu estava desatenta, eu esqueci
Eu me afastei
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E agora quando tudo acaba
Não há nada a dizer
Você foi e tão sem esforço
Você ganhou
Você pode ir em frente e dizer-lhes
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Diga-lhes tudo o que eu sei agora
Grite de cima do telhado
Escreva no horizonte
Tudo o que tínhamos acabou agora
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*
Diga a eles que eu era feliz
E meu coração está partido
Todas as minhas cicatrizes estão abertas
Diga a eles o que eu esperava ser
Impossível, impossível
Impossível, impossível
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Desapaixonar é difícil
Se apaixonar por traição é pior
Confiança quebrada e coração partido
Eu sei (eu sei)
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Pensando tudo que você precisa está lá
Construindo fé em amor e palavras
Promessas vazias se gastarão
Eu sei (eu sei)
*
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E agora quando tudo se foi
Não há nada a dizer
E se você já acabou de me envergonhar
Sozinho você pode ir adiante dizer-lhes
*
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Diga-lhes tudo o que eu sei agora
Grite de cima do telhado
Escreva no horizonte
Tudo o que tínhamos acabou agora
*
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Diga a eles que eu era feliz
E meu coração está partido
Todas as minhas cicatrizes estão abertas
Diga a eles o que eu esperava ser
Impossível, impossível”
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Bruno olhou para o céu acinzentado em São Paulo. Apesar da visão privilegiada que tinha seus olhos não conseguiam ver a paisagem que estava a sua frente.
Passou os dedos pelos cabelos, e um sorriso vitorioso começou a brotar em seus lábios. O almoço de negócios fora um sucesso. Assinaria o acordo ainda naquele dia, e finalmente conseguiria chegar ao topo, o que fora sempre o seu sonho.
Só depois de um longo tempo, sentou-se e estendeu os pés sobre a escrivaninha, voltou a olhar para o relógio de pulso e só assim percebeu que já era tarde e que precisava ligar para Nicole.
Tinha que avisar de que não poderia voltar ainda. Hesitante, apanhou o telefone. Sempre que falava com ela se sentia ansioso, ouvi-la, mesmo a distância, o perturbava.
Nicole... Nunca conhecera uma mulher que o afetasse tanto. Tudo nela o atraia, seja os cabelos longos e castanhos, a boca cheia e a curva do corpo... sempre o tentava e era um convite irresistível ao amor. Eles tinham a química perfeita, tinha certeza que foram feitos um para o outro. Entretanto sempre reprimia o pensamento. Sabia que a vida era mais do que paixão.
Respirou profundamente enquanto olhava a foto de Nicole no celular.
Com tudo em jogo para fechar o contrato a tanto tempo esperado, o destino fizera a sua parte ao colocar a filha de Alexandre em seu caminho.
Júlia, uma garota doce e inocente, tinha tudo o que Bruno queria em uma esposa, compartilhavam da mesma formação cultural e do mesmo ciclo. E ainda Júlia o adorava e possuía os atributos necessários para ser uma perfeita mãe e esposa.
Bruno voltou a passar as mãos entre os cabelos e discou os números que sabia de cor, aguardando que atendesse do outro lado da linha.
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Nicole pegou a bolsa e voltou a se olhar no espelho. Estava decidida a fazer uma surpresa para Bruno. De última hora, decidiu ir para São Paulo e assim o encontrar.
Ia ligar para seu amigo o apressando quando bateram na porta.
-Você está lindo! - disse para André ao beijá-lo no rosto.
André era como um irmão, que muito a ajudou quando ainda morava e trabalhava na capital. Eram vizinhos no flat onde ela morava.
-E você linda como sempre! - apesar das palavras seu olhar era de preocupação.
-Para onde vamos? - perguntou o taxista.
-Espere um pouco, por favor. - André voltou seu olhar para Nicole - Tem certeza que quer fazer essa surpresa para Bruno?
-Claro que sim.
-Eu o vi hoje pela tarde. Estava em um almoço de negócios, e entre todos que lá estavam tinha uma garota... - André respirou fundo e prosseguiu: - e me pareceu que eles estavam próximos demais.
-Imaginação sua. Tenho certeza que era apenas negócios. Ele comentou que estava sob muita pressão no trabalho, e não mentiria para mim! - disse Nicole já irritada com a insinuação do amigo.
-Pare Nic! Não faça isso com você! Já faz meses que vocês mal se falam e quando se falam é apenas por telefone. Pare de se martirizar por causa do beijo...
-Não! Eu errei e... só sei que preciso vê-lo e me desculpar.
-Certo. Depois não diga que não avisei. Já fiz minha parte - André ergueu os braços - Para ser sincero, gostaria de ir com você para colocá-la frente a frente com Bruno. E assim fazê-la entender que ele apenas te usou.
Nicole não acreditou em André, não poderia ter se enganado tanto por tanto tempo...
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-Estou pronta. - sorriu Nicole assim que desceu do carro e tomou o braço do amigo.
André apertou suas as mãos e caminhou junto a ela, atravessando a multidão de convidados.
Nicole logo avistou Bruno de braços dados com uma garota. Um medo inexplicável fez o sangue de Nicole gelar.
-Detesto dizer isso Nic, mas eu avisei...
-Obrigada, André, mas quem falou que você está certo?
-Se acredita nisso, Nic... Onde está seu orgulho, garota? Não deixe que o monstro a destrua!
-Bruno não é um monstro. - porém sua voz não mostrava convicção.
Tornou a olhar para o grupo, observando a garota que sorria com intimidade para Bruno. Era loira, pequena e delicada. Tinha as mãos nos braços de Bruno, em um gesto íntimo e natural.
-Sabe quem é ela?
-Júlia Alcântara.
O olhar voltou-se novamente para Bruno, e então seus olhares se cruzaram.
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Bruno vira Nicole antes mesmo dela atravessar a porta. Estava como sempre radiante.
Sem conseguir evitar seus olhares se cruzaram por um longo tempo. Sentindo um aperto na garganta, voltou o olhar para Júlia. Por sorte, o noivado não seria anunciado até a próxima semana, e assim, teria tempo de explicar tudo a Nicole. Não desejava magoá-la por nada no mundo.
Bruno atravessou a sala cumprimentando a todos.
Nicole, nervosa, apanhou a taça e sorveu tudo em um gole só.
-Nicole, fique calma! - disse André, já preocupado com a amiga - Bruno está vindo em nossa direção. Respire fundo. Não o deixe perceber o que você está sentindo. Não lhe dê essa satisfação!
Apoiou-se no braço do amigo, tentando mostrar uma calma que estava longe de sentir.
-Isso mesmo - André apertou sua mão trêmula.
-Estou surpreso em vê-los aqui. - Bruno esboçou um riso forçado. - Deixem-me apresentar Júlia Alcântara.
-Prazer Nicole Junqueira.
-Oi André Farias.
-Prazer. De onde vocês se conhecem?
-Do trabalho. - respondeu Bruno rapidamente.
Ao ouvir aquilo Nicole na hora sentiu um desejo ímpeto de jogar o conteúdo de seu copo sobre ele e gritar a plenos pulmões exigindo que explicasse tudo, mas não era hora nem lugar. Em vez disso, endireitou os ombros e sorriu.
-Vocês namoram? - perguntou Júlia, apontando para Nicole e André.
-Não, somos amigos. Quase irmãos na verdade. - respondeu André.
Os olhos de Nicole se voltaram para Bruno, que mantinha a atenção em Júlia, evitando de propósito encará-la. Ela fechou os olhos por um instante, agradecendo em silêncio pelo apoio de André.
Como aquele homem prepotente simplesmente a ignorava, esquecendo de que haviam vivido juntos por quase um ano?!, pensou Nicole tentando segurar as lágrimas.
-São tão viciados em trabalho quanto Bruno?
-Aprendemos com o melhor - respondeu Nicole ironicamente.
-Estou faminto. Vamos comer alguma coisa, Nic - André interveio ao vê-la trêmula. - Queiram nos dar licença.
Sem esperar pela resposta puxou-a pelo braço e se afastou do casal o mais rápido que pôde. André ao vê-la apertando a taça comentou:
-Seria um gesto inútil, querida. Sua taça está vazia.
Nicole tremia de raiva.
-Ia quebrar na cara daquele arrogante! Obrigada por me impedir.
-Eu não deveria tê-la trazido. Acho melhor irmos embora. Pode me esperar um pouco vou só cumprimentar alguns conhecidos.
-Não tenho escolha...
-Você é a mulher mais linda daqui. Nunca se esqueça disso.
Nicole notou que Bruno se aproximava novamente com Júlia. Para evitá-lo começou a puxar assunto com um grupo perto. E esforçou-se para se envolver no assunto e assim evitar Bruno a tudo custo de se aproximar dela. Depois de um tempo pediu licença e se dirigiu ao banheiro. Ao chegar lá viu Júlia retocando a maquiagem.
-Olá de novo. - diz Júlia sorridente.
-Oi.
-Essas festas as vezes é entediante não? Espero logo, logo ir embora com meu noivo.
-Seu noivo?!
-Sim, o Bruno.
-Vocês estão... noivos! - Nicole exclamou, sem acreditar.
-Sim. Próxima semana faremos uma festa para amigos e assim anunciar o noivado.
Então era verdade! Nicole na hora sentiu vontade chorar.
-Preciso ir. Com licença. E parabéns...
Quando deu por si, Nicole se encontrava do lado de fora, sem saber como fora parar lá.
-Olá. - a voz profunda de Bruno a trouxe de volta ao presente.
-Ela disse que vocês estão noivos. É verdade? - Nicole lutou para não gritar com ele.
-Sinto por ter descoberto dessa forma, jamais poderia imaginar que hoje a encontraria aqui.
A boca de Nicole se abriu sem emitir nenhum som.
-Ouça Ni, precisamos conversar. Eu não...
-É um pouco tarde para isso, Bruno. Júlia já se incumbiu de contar as novidades.
-Alguém está falando de mim? - Júlia se aproximou.
Sem demora, Bruno a enlaçou.
-Estávamos apenas falando sobre a festa de noivado. Era segredo, você não devia ter falado...
Naquele momento, André chegou.
-Precisamos ir. Ainda temos um compromisso esta noite. Com licença.
Nicole se deixou conduzir. Estava em estado de choque.
-Por favor me tire daqui, André.
Nicole ao entrar no táxi, desabou a chorar.
Ao entrar no apartamento junto com o amigo. Deixou que o pranto fluísse livremente, enquanto se jogava no sofá. Ao fechar os olhos, relembrava de tudo como um filme em câmera lenta.
Por quê? Perguntava-se.
Depois de muito chorar caiu exausta na cama e adormeceu.
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No dia seguinte, Nicole vestiu um jeans confortável e uma blusa de moletom e foi para a cozinha. Preparou café e sentou-se no sofá enquanto sorvia. Pegou o controle remoto da televisão e percorreu todos os canais, em uma vã tentativa de distrair a mente.
Ao ouvir a campainha desligou a televisão e foi atender. Quando viu quem era tentou fechar a porta.
-Precisamos conversar Ni.
-Não precisamos não - respondeu Nicole enquanto tentava fechar a porta. - E quem o deixou entrar.
-Entrei escondido quando vi uma senhora saindo.
-Agora esta invadindo prédio também!? - gritou Nicole.
Por mais que tentasse fechar a porta, Bruno a impedia. Desistiu então de tentar.
-Você tem 5 minutos.
Nicole observou-o se aproximar do sofá. Usava uma calça jeans desbotada e uma camisa preta que realçava os músculos do braço. Os cabelos estavam caídos sobre a testa dando um ar despojado. Estava mais atraente do que nunca, fazendo seu coração acelerar.
-Estou esperando.
-Já esperava que estivesse brava... - falou Bruno enquanto se aproximava.
Estavam a um passo um do outro.
-Brava não é bem como me sinto agora. Estou furiosa e exijo uma explicação! Pensei que estivéssemos juntos que fosse meu namorado. Você sumiu do mapa, mal me ligava, quando te ligava não atendia ou dava desculpas. - gritou, sem conseguir se controlar.
-Tem razão Ni e peço desculpas. Não era para você descobrir assim. Mas você não deveria estar lá!
-Não ouse se desculpar e meu nome é Nicole! Você mentiu para mim, mentiu. Meu Deus! Como pude me enganar assim, dizia que estava sem tempo, com muito serviço! Sabe como é pressão do trabalho - imitou-o, com ironia.
-Não menti Nicole. Disse que não poderia encontrá-la, e era verdade.
-Sim, e uma delas é para o resto de sua vida.
Bruno se aproximou e a segurou com força pelos braços.
-Por favor, me escute! - o tom de súplica quase a comoveu - Nunca desejei enganá-la, muito menos magoá-la. Pretendia conversar com você.
-Isso não me faz sentir melhor.
-Sinto muito. Nosso namoro chegou ao fim, e espero que possamos ser amigos.
Não, não está acontecendo comigo... não pode estar acontecendo comigo!, Nicole repetia em silêncio enquanto andava de um lado para o outro.
-E quanto a mim, Bruno?
-Nicole, tivemos bons momentos juntos, mas acabou.
Bruno caminhou pela sala e deteve-se na janela. Por um instante tudo ficou no mais completo silêncio. Girando nos calcanhares, voltou para perto dela, evitando encará-la.
-Você é linda e inteligente, sei que terá um futuro maravilhoso pela frente. Mas, para mim, Júlia é a esposa ideal. Tente entender...
-Não, não, não entendo! Pensei que ficaríamos juntos...
-Ora, Nicole, não banque a inocente, não combina com você. Nunca moraria naquela cidade. Minha família e meus amigos vivem aqui em São Paulo. - ergueu a sobrancelha com desdém.
-Seu arrogante, bastardo, filho da mãe!
Bruno recuou, mas não a tempo de evitar que levasse um tapa.
-Talvez eu mereça. - Bruno esfregou a marca em sua pele.
Nicole ao ver a marca de seus dedos no rosto de Bruno se arrependeu de sua atitude. Esticou o braço com a intenção de acariciar a face machucada, mas Bruno se esquivou.
-Não.
-Somos tão bons juntos, Bruno... Sei que me deseja. - sussurrou Nicole enquanto tocava os lábios sensuais, acariciando-os com a ponta da língua.
-Não! - com firmeza, Bruno a segurou pelos ombros, lutando contra os apelos de seu corpo. - Você é uma muito sensual, Nicole, mas não vai acontecer. Acabou.
-Por que não posso ser a esposa que você quer? Eu te amo, Bruno, e sei que me ama.
Nicole estava se humilhando. Naquele momento, perdera todo o amor próprio, mas não se importava com isso.
-Não Nicole!
Afastando-se, o encarou.
-Todo esse tempo fui apenas um passatempo? - ela repetiu em um fio de voz.
-Foi bom enquanto durou, mas era apenas atração física. Com Júlia é diferente. Ela é doce e inocente.
Nicole apertou os lábios e um gosto de sangue inundou sua boca. Não conseguiria feri-la mais depois disso.
-Eu era inocente até você me seduzir.
Bruno não teve como argumentar. Sabia que Nicole era virgem quando fizeram amor pela primeira vez. Porém, manteve-se firme no propósito de esquecê-la e para isso precisava mentir.
-Nicole... a forma que respondeu a mim era óbvio que estava desesperada por um homem.
Como fazê-lo entender que ele a fizera desabrochar. Que ele fizera a ser aquela pessoa ardente?
-Por favor saia.
Aquele era o momento mais difícil da vida de Bruno. Tivera de buscar no fundo de si um controle monumental para mentir com relação ao seus sentimentos e não aceitar o que Nicole oferecia.
-Adeus, Nicole. - hesitou por um segundo, os olhos negros cravados nas faces pálidas. - Eu...
-Apenas vá embora.
Se ele dissesse que sentia muito, ela seria capaz de matá-lo. Bruno seguiu em direção à saída, detendo-se antes de girar a maçaneta.
-Eu sin....
-Vá embora! - em um gesto impulsivo, Nicole atirou um vaso na direção dele, vendo-o se estilhaçar na porta fechada.
Precisava ir embora dali. Não importava para onde, queria ir para qualquer lugar que não a fizesse se lembrar de Bruno.
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3 SEMANAS DEPOIS
Carregando uma caneca de café, Nicole caminhou até a cozinha da sua casa.
Fazia pouco tempo que Bruno a humilhara e saíra de sua vida. Tentando seguir uma rotina que afastasse as lembranças de tudo que aconteceu se dedicou ao trabalho como nunca.
Ao chegar no trabalho naquela manhã viu no jornal a foto dos dois de braços dados, amassou o jornal e jogou-o no lixo. Se no mais remoto recanto de seu coração ainda houvesse alguma esperança escondida, passaria a ignorá-la.
Depois de várias noites em claro e de travesseiros encharcados pelo pranto, decidiu voltar a ser a mulher que sempre fora.
Tinha voltado para casa depois de mais um dia cansativo de trabalho. Aos poucos estava se entendendo com o Eduardo e a amizade ressurgia.
Escutou a campainha tocando assim que entrou no banheiro para tomar banho. Imaginando que fosse a irmã saiu já reclamando.
-Droga Paula de novo...
Quando viu que era Bruno a porta, seu primeiro instinto foi bater a porta no nariz dele, mas ele antecipou a ação, entrando rapidamente, antes que ela pudesse reagir.
Nicole cruzou os braços.
-O que você quer?
Bruno estudou-a, deslizando o olhar por todo seu corpo.
-Perguntei.O.Que.Você.Quer - Nicole destacou as palavras como se ele não estivesse escutado antes.
-Estou sabendo que você esta namorando seu chefe. - falou Bruno enquanto cruzava os braços.
-Isso não é de sua conta. Além do mais você está comprometido. - a ironia o zangou. - Agora, por favor, saia.
Nicole tentou chegar até a escada, mas Bruno segurou-a pela blusa, impedindo-a que subisse. Ainda tentou atingi-lo, mas Bruno a abraçou firme.
-Deixe-me, seu brutamontes!
Bruno agarrou suas mãos no alto e seus olhares se cruzaram. Naquele exato segundo, Bruno soube que nunca deveria ter ido lá. Nicole era simplesmente irresistível.
-Droga.
Nicole teve sua boca capturada pelos lábios macios, que a beijaram com fúria. Na hora esqueceu de tudo que o Bruno fez... e correspondeu ao beijo. Quando os beijos desceram pelo pescoço para encontrar seus mamilos, já era tarde demais para parar.
Bruno a ergueu nos braços e a colocou sobre a mesa.
-Oh, Ni... Quero provar você...
Bruno ergueu a cabeça, e os olhos se encontraram, enquanto ele olhava cada curva feminina e a beijava.
Incapaz de parar posicionou-se sobre Nicole, penetrando-a de uma vez.
Louca de desejo, Nicole cedeu. Estar com ele, mesmo que fosse pela última vez, era tudo o que queria.
Quando o clímax chegou foi levada para outro universo.
Depois de um longo tempo só se ouvia o som da respiração entrecortada dos dois. Recusava-se a acreditar que ele amava outra pessoa, depois de fazerem amor com tanta entrega.
-Bruno... - sussurrou com ternura, afastando uma mecha que caía sobre sua testa.
Ele ergueu as pálpebras e a fitou.
-Nicole... - e a estreitou entre os braços.
Nicole o ficou o observando por um longo tempo.
Bruno se ergueu e apanhou a roupa espalhada pela sala. Enquanto se vestia a olhava cravando os olhos em cada curva do corpo feminino, tentando assim memorizar.
-Eu estava certo a seu respeito. Você é sensual demais para ser esposa e mãe.
Bruno sabia que estava sendo cruel. Não acreditou que tinha se descontrolado dessa forma. Precisava encobrir a emoção que sempre sentia ao estar com ela.
Droga! Estava noivo a uma semana e já cedia assim aos braços de Nicole antes mesmo de se casar!, pensou Bruno irritado consigo mesmo.
-Tenho raiva de você e de mim mesmo pelo que acabamos de fazer. - Nicole abaixou a cabeça, para que Bruno não a visse chorando. Acabara de aprender uma grande lição. - Adeus, Bruno. Saia daqui.
Bruno deu-lhe as costas e se foi.