Sim, nós podemos 32
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A minha amizade com a Alice crescia a cada dia, ela conheceu minha família, vivia na minha casa e meu irmão não gostava porque ela enlouquecia ele, sempre que ia dormir no apê ela ficava andando pela casa de shorts curto e top, fazia de propósito só para vê-lo doidinho haha. Passamos a sair mais juntos, algumas vezes era baladas hetero junto com o Edu e a Carla, outras vezes baladas gays e só nós dois. Era engraçado ver ela dá fora em lésbicas, porque ela sempre ficava chocada com a cara de pau de elas chegarem junto. Mas depois de um tempo passou a não reclamar.
O natal estava se aproximando e eu resolvendo as coisas pra minha viagem, comprando roupas, separando documentos e etc. Estava muito ansioso, ainda lembrava às vezes do Marcus, mas não mais com tristeza, apenas me lembrava dos momentos bons, foi uma boa experiência. E o Carlos fazendo contagem regressiva para a minha chegada, ele sabia de tudo que acontecia na minha vida, mesmo distante ainda era meu porto seguro. Ele é um amor, até quando está estressadinho.
No natal, fiquei até a meia-noite com a minha família, trocamos presentes e era ótimo a família toda reunida, não era muito raro, mas era especial ter todos por pertos. Devemos sempre aproveitar esses momentos, porque família é família (filosofando ahaha só que não né). E uma coisa me surpreendeu muito, eu recebi uma mensagem enorme de Feliz Natal de número desconhecido, e não demorou muito para eu perceber que era do Marcus. Deixei em espera e respondi os outros, deixei para respondê-lo por último, porque temos que ser difíceis sempre haha. Também mandei uma mensagem enorme para ele e começamos a conversar por SMS’s.
Marcus: pensei que tu não iria me responder.
“E não deveria mesmo”.
Eu: Pois é, mas já passou tá deborest agora.
Marcus: Sinto a tua falta, tu dizendo que me ama. Fui um idiota mesmo :/.
“Sério? E demorou quanto tempo pra perceber?”.
Eu: É, foi. Mas tô falando pra esquecer isso, passou.
Marcus: Nós ainda podemos dar certo, posso pedir mais uma chance?
“Mas que cretino”.
Eu: Não... Eu vou sair agora. Feliz natal mais uma vez. Abraço!
Marcus: Tudo bem, perdão por tudo. Feliz natal. Espero o dia que meu presente seja ter você novamente, lindo. Ainda te amo muito. Beijo!
“Nossa que brega”.
Peguei minha carteira e saí para encontrar todo mundo na festa que acontece no natal aqui, tem de electro até reggae, uma balada com vários ambientes. Encontrei o Edu, a Carla, a Alice, o meu irmão com a sua namorada, mais alguns amigos de rua da casa dos meus pais e outros que se tornaram amigos em comum. Uma turma com onze pessoas contando com a gente. Ficamos muito bêbados, foram três carros e quem não bebia era um amigo de adolescência que morava perto casa dos meus pais, outra amiga que preferiu não beber e meu irmão. Estávamos a salvo.
Aquele natal foi inesquecível, depois de tanto tempo que eu não me permitia, aquela liberdade era maravilhosa, curtir com os amigos, é o que sempre me cura e revigora. Quando já estava claro fomos para a orla e ficamos bebendo sentados na areia, cantávamos e até tomamos banho no mar. Foi muito doidera. Ficamos até o horário do almoço e cada um foi para a sua casa, menos Alice que foi comigo para o apê.
Tomamos banhos separados e dormimos juntos. Eu adorava dormir com a Alice, ela me passa segurança sempre. Acordei pela fome e dor de cabeça já que só tinha bebido litros e litros de álcool, fora que tinha misturado tudo. Fui ver o que tinha na cozinha e tinha meu irmão cozinhando, amo ele haha.
- E ae mano lindo, cozinhando o que? – perguntei me sentando.
- Cozinhando o restô de ontê haha.
- Pelo menos é comida... Sabe que amanhã eu viajo não é? Vai me deixar lá ou quer que eu peça pra Alice?
- Vou te deixar lá mano. Falando em Alice onde essa doida tá?
- Tô aqui, amor. Já sentiu minha falta foi? – falou entrando na cozinha de calcinha com uma blusa minha de botões aberta, muito linda. Eu ri e ela se sentou no meu colo.
- Claro que não, tenho minha mulher, perguntei por que queria saber o que tu estava quebrando dessa vez.
- Afê Jájá, foi só uma vez e uma taça. Pára de me amar tanto assim, fofo.
Rimos e ele não demorou a ele sair todo envergonhado da cozinha dizendo que ia acordar a namorada dele para comer também. Eram quase seis horas, então foi uma janta mesmo. Depois de comermos eu fui deixar a Alice na casa dela e voltei para a minha, meu voo era de manhã e eu não queria me atrasar, não foi difícil voltar a dormir, ainda estava estourado.
No dia seguinte acordei cedo, me arrumei, peguei malas, documentos, passagens, celular, dinheiro, carteira e etc. Meu irmão desceu com as minhas malas para pôr no carro. E partimos para o aeroporto, a Alice, o Edu, e a Carla estavam lá para se despedir, eu passaria seis semanas em Portugal, e voltaria para o Brasil em fevereiro.
Me despedi de todos e embarquei. Eu não consigo dormir muito em voos, por isso levei um livro (O diário de Anne Frank), passei mais ou menos oito horas no avião, e só percebi que deveria ter levado um livro mais grosso quando praticamente devorei esse livro em quase cinco horas. O resto da viagem eu tentei dormir, outra hora escutava música.
Finalmente desembarquei em Lisboa, no Aeroporto de Portela. Era enorme, tinha uns pilares grandes, lindos e eu tentava avistar o Carlos, até que eu escuto “Ei pateta”, me virei e ele estava com os braços abertos me olhando rindo, fui a sua direção meio que correndo, o abracei o mais forte que consegui, nem dava pra acreditar. Ele estava mais alto, mais branco, mais bonito. Eu o via pela webcam, mas não é a mesma coisa, ele continuava com o mesmo cheiro amadeirado. Foi ótimo voltar a abraça-lo.
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Perdão irmãos, sei que pequei.
Desculpa pela demora em postar, eu andei meio enrolado esses dias, cansado. Mas vou tentar novamente voltar a postar com mais frequência. Obrigado pela paciência de todos. Agora vou tentar detalhar tudo, espero que gostem.
Agradeço a todos que comentam, vi novos leitores e podem continuar a comentar, da próxima eu tento responder todos com calma. Desculpem-me os erros e a demora.
Abraços a todos!