Olhei para aquele senhor que dias atrás me agrediu, agora estava me pedindo ajuda para reconquistar o filho. Com essa atitude do Gustavo, as chances de recuperação do Ricardo aumentavam com a possibilidade da compatibilidade. Passei o restante da tarde falando de como estava sendo nossos últimos dias. A cada frase que dizia, seu semblante se tornava cada vez mais triste e sofrido.
Eu – Esses últimos dias têm sido os piores, ele está cada vez mais fraco. Tento ser o mais forte possível e passar segurança para ele, mas acontece que eu já estou esgotado com tudo. Sofro toda vez que ele tem alguma reação.
Já não tinha mais controle sobre minhas emoções. As lágrimas desciam sem ao menos eu perceber. Minha vida já não era a mesma sem o Ricardo ao meu lado, com ele doente eu também me sentia doente.
Em meio aquele momento emotivo, fomos interrompidos pelo Pedro.
Pedro – Espero que esteja aqui para fazer o que estou pensando.
Fiquei surpreso pelo comportamento do Pedro, nem sabia que ele conhecia o pai do Ricardo.
Gustavo – Não se preocupe! Não vou deixar meu filho assim.
Pedro – Assim espero.
Eu estava completamente no “vácuo” no meio daquela conversa. O Pedro estava possesso de raiva, coisa que era raro de acontecer.
Eu – Posso saber o que está acontecendo aqui?
Pedro – Depois te conto. Vim aqui pra falar que o Ricardo acordou e está te chamando.
Eu – Droga! Ele acordou e eu não estava lá. Ele está bem?
Pedro – Está sim. Acordou um pouco enjoado, mas fora isso está bem.
Eu – Menos mal. Estou indo lá.
Gustavo – Será que eu posso vê-lo?
Pedro – Não acho uma boa ideia. O Ricardo está muito frágil fisicamente e emocionalmente, ele não deve se estressar.
Eu – Também acho que não é a hora certa. Depois do último encontro de você ele ficou muito abalado. Vamos fazer o seguinte. Vou primeiro preparar o terreno com o Ricardo, depois vocês se reencontram.
Gustavo – Tudo bem, se assim for melhor para o meu filho. Agora quero saber quando posso fazer o transplante.
Pedro – Vamos fazer alguns exames primeiro e torcer que seja compatível, se der tudo certo logo marcaremos o transplante.
Eu – Bom! Enquanto isso eu vou ver o Ricardo.
Saí sem nem me despedir do Gustavo, estava tão cheio de alegria com a possibilidade do fim daquele martírio, que não conseguia parar de sorrir. Cheguei ao quarto e encontrei-o deitado com os olhos fechado. Aproximei-me do seu rosto e dei um selinho.
Ricardo – Como é bom acordar assim. Onde você estava?
Eu – Fui dar uma volta enquanto você dormia.
Ricardo – Posso saber o motivo desse sorriso?
Não conseguia disfarçar, mas tive que me controlar.
Eu – Claro que pode. O motivo desse sorriso atende pelo nome de Ricardo.
Ele me puxou para deitar em seu peito e assim ficamos. Ele já não tinha o mesmo vigor de antes, seus músculos estava menores devido a perda de peso, mas ainda tinha o mesmo abraço forte que sempre me transmitia segurança.
Ricardo – Amor! Quero falar uma coisa com você.
Eu – Fale!
Ricardo – Se eu morrer...
Levantei antes mesmo de ele terminar aquela frase.
Eu – Não termine esta frase. Nunca mais fale sobre isso, você vai sair desse hospital e nós vamos viver muitos anos juntos.
Ricardo – Amor...
Eu – Não tem amor. Já disse que esta palavra está proibida de ser dita.
Ele viu o quanto aquilo me incomodou e encerrou o assunto. Ficamos algum tempo conversando sobre trivialidades, até que resolvi colocar meu plano de reaproximação em prática.
Eu – Esses dias eu estava pensando...
Ricardo – Olha só! Eu tenho um marido pensante.
Não tive como segurar o riso com aquilo.
Eu – E eu tenho um marido palhaço. Estou falando sério, Ricardo.
Ricardo – Está bem, não digo mais nada.
Eu – Estive pensando no seu pai.
Ricardo – Pois não devia. Para mim ele não passa de um estranho.
Eu – Não fala assim.
Ricardo – Aquele homem nunca foi meu pai na prática, nunca deu a mínima pra mim.
Eu – Eu sei que você sofreu muito com isso, mas eu acho que vocês ainda deveriam sentar e conversar com calma.
Ricardo – Não estou te entendendo, Luca. O cara te bateu e você está com pena dele?
Eu – Não estou com pena dele.
Ricardo – Então qual o motivo desse assunto agora?
Eu – Só acho que vocês não devem ficar brigados a vida toda.
Ricardo – Nós sempre vivemos assim, não será agora que vai ser diferente. Vamos encerrar esse assunto, por favor.
Eu – Não precisa se exaltar.
Ricardo – Não estou chateado com você, só não gosto de tocar nesse assunto.
Resolvi também não tocar mais no assunto, pelo menos por um tempo. Os dias passaram sem percebermos, logo estávamos às vésperas do natal. O pai do Ricardo me ligava todos os dias para saber notícias do filho, que a cada dia estava mais relutante em relação a uma possível aproximação do pai. No meio disso tudo estava eu com o coração na mão. Nesse tempo os exames para o transplante foram realizados, todos sendo acompanhados de perto pelo Pedro. Ele se mostrava ser um amigo perfeito a cada dia, seu cuidado comigo e principal com o Ricardo era lindo de se ver. Sua presença sempre constante me trazia conforto. Muitas vezes ele chegou a dormir no hospital durante suas folga para nos fazer companhia.
O ano finalmente estava chegando ao fim. Apesar de todas as situações que passamos, estávamos gratos por estarmos vivos. O Ricardo apresentou uma grande melhora nos últimos dias, o que fazia aumentar nossas esperanças mais ainda. Era por volta das 23h45minh e o Ricardo estava dormindo, eu estava lendo na poltrona ao lado da sua cama quando sinto sua mão em meus cabelos.
Ricardo – Me perdoa por fazer você passar o natal aqui?
Eu – Estou com você e isso é o que importa. Você ainda não entendeu que para mim não é sacrifício estar aqui ao seu lado?!
Ricardo – Eu sei! Só não queria ver você passar por isso.
Eu – Confesso que seria legal estar na nossa casa, fazendo uma ceia bem linda, mas o que adianta se você não estiver comigo?!
Ricardo – Eu te amo demais, não sei explicar esse sentimento que sinto aqui.
Ele pegou minha mão e colocou em cima do seu peito.
Ricardo – Ele bate por você.
Aquele homem sabia me fazer sentir amado como nunca havia sido. Ficamos namorando um pouco até dar meia-noite.
Ricardo – Feliz natal minha vida.
Eu – Feliz natal meu amor.
Selemos com um beijo apaixonado. De repente fomos interrompidos pelo Pedro que entrou no quarto visivelmente emocionado.
Pedro – Como vai meu paciente predileto?
Ricardo – Bem! Você está chorando?
Ele se aproximou de nós e nos abraçou.
Pedro – Quero dizer que amo vocês demais, moram aqui no meu coração.
Eu – Também te amo meu amigo, amo muito mesmo. Sem você do nosso lado seria difícil de enfrentar tudo isso.
Ricardo – Hoje eu digo sem receio que te amo, Pedro. Nunca vou poder agradecer o que você está fazendo por nós.
Pedro – Faço tudo isso de coração. Vim aqui pra passar o natal com vocês. Posso?
Eu – Deve!
Ricardo – Com certeza!
Pedro – Vamos abrir os presentes?
Ricardo e eu nos olhamos, pois tínhamos esquecido de comprar os presentes.
Eu – Nossa! Esqueci de comprar os presentes.
Pedro – Não importa, pois eu tenho aqui um presente aqui.
Ele retirou do jaleco um envelope e entregou para o Ricardo.
Pedro – Esse presente é para os dois.
O Ricardo olhou com surpresa para o Pedro, que sorria e chorava ao mesmo tempo.
Ricardo – O que é isso?
Pedro – Abra!
Ele abriu e começou a ler. Enquanto seus olhos percorriam as folhas, as lágrimas iam brotando.
Eu – Fala o que é.
Ele olhou para mim com um sorriso lindo misturado as lágrimas.
Ricardo – Encontraram um doador.
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Oi pessoal...
Estou feliz demais da conta pelo carinho de vocês, ainda mais por ver leitores novos. Aqui está mais uma parte. Agora tudo começa a entrar nos eixos, só alegria daqui para frente. Pretendo postar mais uma parte antes do natal, mas caso não dê tempo, quero desejar mutias felicidades. Quero agradecer por esse ano que passamos junto aqui na CDC, foi e tem sido uma grande experiência para mim. Que todos tem um linfo natal, repleto de coisas boas e muito amor.
hyan - Jura que ele fez isso? Não fique triste, meu amigo. Tudo que vai, volta. Você vai conseguir coisa muito melhor. Obrigado pelo carinho. Abçs!
Edu19>Edu15 - Obrigado pelo carinho. Abçs!
DW-SEX - Quase não acreditei quando vi seu comentário.Como você está, meu amigo? Eu que fiquei feliz com a sua volta. Obrigado pelo carinho. Abçs!
Gik - Obrigado pelo carinho. Bjiiiiinnn pra você tbm...rsssss
diiegoh' - Obrigado pelo carinho. Abçs!
Lizaa! - Prometo não sumir mais. Obrigado pelo carinho. Abçs!
A&M - Obrigado pelo carinho. Abçs!
Ru/Ruanito - Obrigado pelo carinho. Abçs!
L.P - Obrigado pelo carinho. Abçs!
Isac '-' - Fiquei muito feliz com o seu comentário, espero te ver sempre aqui. Obrigado pelo carinho. Abçs!
Peludodf - Eu que agradeço pelos seus comentários. Fico feliz demais com o seu carinho. Grande abraço:)
M. Bahia - Amigo!!!! Feliz estou eu de voltar...rsss. O skype está cada pior, mas qualquer coisa pode mandar e-mail pra Obrigado pelo carinho. Abçs!
ametista - Amigona linda do meu coração. Fico feliz que me perdoou:) Tbm senti saudades enormes dos seus comentários. Um bjão bem grande no coração:)
Yld - Um administrador que não sabe administrar o próprio tempo...kkkkkkkkk. Sou atrapalhado assim mesmo...kkkkkkkkkkkkk. Obrigado pelo carinho. Abçs!
kattymoreninha - Minha linda!!! As vezes não sei o que escrever para agradecer seu carinho por mim. Você me emociona demais com seus comentários. Mande um abraço para seus amigo e diga que estou muito feliz por estarem gostando do conto. O bombom pode ser substituído pelo meu carinho?kkkk. Bjão :)
Pyetro_Weyneth - \o/\o/ Que bom que passou, que orgulho de você. Ano que vem é minha vez, ano de TCC...que medo:(. Vamos retomar nossas conversar, sinto muita falta delas. Um enorme abraço pra vc: Obrigado pelo carinho. Abçs!
É isso pessoas!
Bjos e abçs:)