Jem Carstairs enfiou a lamina serafim ate o cabo na barriga pegajosa do demônio. A criatura com vários braços debateu-se e explodiu, indo direto para sua dimensão demoníaca.
-Nada mal!-Olhou para trás assim que a voz familiar amplificou-se pelo beco escuro, era Will Herondale, as roupas diminuídas a pedaços de tiras, as mãos sujas de sangue escuro de demônio, carregavam duas laminas serafins- Achei mais dois daquele aqui perto- Apontou para um porta aberta, que levava a escuridão de uma casa- Acho que era um covil ilegal de Opio.
-Sempre precisa haver opio, quando você se oferece tanto para uma luta?- Jem suspirou, não pelo fato de Will ser do jeito que era, ele mesmo já havia superado isso, mais por estar cansado, havia tomado uma dose escassa de yin fen, mais Will não precisava saber disso agora- Acho que Charllote tem razão em uma coisa: As vezes você parece querer nos decepcionar com algo.
-Achei que me conhecia bem, Jem- Will piscou surpreso, os olhos azuis escuros brilhando- Vamos embora daqui, esta com cheiro horrível esse lugar.
-É, esta sim.
O Instituto de Londres erguia-se assustadoramente, com suas torres altas e escuras. Will lembrava-se bem de como viu o lugar pela primeira vez, e foi em um momento triste demais, não havia parado bem para observar os detalhes, essas coisas vinherão em sua cabeça ao passar dos anos.
Ele passaram pelos portões, e atravessaram o pátio de pedras da entrada, subiram os degraus e entraram agradecidos no hall de entrada. Sophie Collins estava descendo a escada que levava aos andares superiores do Instituto quando viu os meninos sujos, com icor de demonio pingando pelo carpete. Seu rosto ficou pálido como neve, havia acabado de limpar aquele tapete.
-Muito bem, muito bem!- Resmungou enquanto caminhava para a cozinha, deixando os garotos olhando para ela, sem entender bem o que aconteceu.
-Preciso de um banho- Jem disse subindo os degraus, as bengala, com cabeça de jade em forma de dragão firme na mão.
-Eu... Eu posso ir com você, Jem?- Jem olhou para trás, para Will.
Lembrava-se de Will, pequeno, e quando chegou de Xangai da forma como Will ficou surpreso ao saber que ele realmente estava morrendo. Se não fosse por Will, talvez ele já tivesse-se morrido.
-Mais... Porque?
-Jem eu... Só quero me certificar de que ficara bem.
Jem olhou para os lados e desceu os degraus que havia subido.
-Will, o que esta acontecendo com você? Sei que se preocupa comigo, mais ir tomar um banho comigo, creio que não seja necessário.
-Tem certeza? Eu posso...
-Will, vá tomar um banho e descansar, você precisa.
E subiu as escadas sem olhar para trás.
Will fechou a porta do quarto com bastante força, estava irritado, sujo e com dores pelo corpo todo. Mais sua raiva maior era pelo fato de que Jem não entedia. Não entendia que o amor de Will por ele não era como de um Parabatai para outro, mais de uma pessoa para outra. Mais como falar isso? Ele nunca havia gostado de ninguém, e Jem fora seu... Meus Deus! Se apaixonar pelo seu próprio Parabatai poderia ser crime, mais não tinha com quem conversar sobre isso, tinha?
Não conseguia expressar o que sentia, e acabava desapontando Jem, sabia que as visitas noturnas as casas de jogos deixavam Jem preocupado, e decepcionado. Como alguém como ele iria querer alguém com o Will? Parecia improvável, mais ele poderia tentar, e precisava tentar, antes que seu coração explodisse no peito.
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