Depois da morte 2
Boa noite resolvi publicar mais um hoje, agradeço a todos os comentários, e esse capitulo vai ser um pouco corrido ele conta as lembranças do Vinícius de seu passado, não vou enrolar muito nessa parte pois eu quero fazer a história dividida em duas temporadas a primeira é essa mais curta lembrando o passado e a próxima é o presente. Espero que gostem.
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Minha amizade com Edu crescia a cada dia que nos falavamos, eu deixei ele ver partes de mim que não eram tão bonitas assim, coisas que nem eu gostava.
Ele sabia tudo sobre mim.
Com a chegada do mês de maio junto veio o aniversário do Edu, a tia dele e eu queriamos fazer uma festa, grande para todos os amigo mas ele pediu pra mim viajar com ele pro interior do estado, achei estranho mais fomos. A cidade em si não tinha nada de especial, o que realmente ele queria me mostrar era um rio, rio esse que fez parte de sua infância. Era pequeno mas bonito e de águas cristalinas.
Sentamos a beira do rio para vermos o pôr-do-sol.
- Viny, eu quis te trazer aqui pra contar a você um pouco de minha infância, já que sei tudo sobre você, posso confiar em você.
-Edu não precisa se sentir obrigado.
-Eu vinha aqui com meus pais antes deles morrerem, banhavamos direto e prometi a minha mãe que quando encontrasse a pessoa certa a traria aqui também, é Viny você pode não ter percebido mas estou completamente apaixonado por você, desde que te vi eu senti que você me completava.
Eu não sabia o que falar, eu também estava apaixonado por ele, e o simples fato de tê-lo como amigo já me completava.
-Edu, eu tinha medo que essa hora nunca chegasse, não sei se te mereço, você é tão perfeito... fui calado por um beijo.
-Não me importa seus defeitos, eu só preciso saber que também me ama e vai estar comigo sempre.
-Sempre até que a morte nos separe.
Quem não o amaria, ele era perfeito, educado, romântico. Quando íamos ao shopping ou até mesmo na escola todas as meninas babavam por ele, não pela beleza, mas porque o Edu exalava conforto, pureza, qualquer adjetivo era pouco pra ele.
Voltamos pra nossas casas já de noite, na minha como sempre nem sinal do meu pai, eu praticamente não o via.
Estar ao lado do Edu me proporcionou uma sensação que eu pensei que nunca mais sentiria, era a sensação de proteção, de amor algo que até aquele dia só havia sentido com minha mãe.
Agora o Edu era meu escape, minha fulga da realidade. Eu era um tipo de pessoa que ainda acreditava em príncipes, contos de fadas e principalmente em amor verdadeiro, só que a sociedade afogava isso em mim. Todos os lugares que estava ouvia pessoas, principalmente evangélicos, garantindo que um homossexual nunca vai ser feliz, a razão disso é a pressão que sofremos, somos agredidos por todos os lados, muitos de nós como eu, sofrem abusos sexuais dentro da própria familia, e finalmente vem a depressão, tenho certeza que em nossa maioria sofremos com isso, mas ao contrário disso eu fui feliz, não sei se para sempre mas fui.
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Obrigado por ler e me desculpem por aproveitar esse momento para desabafar. Podem deixar suas opiniões.