Eu nunca consegui explicar direito o que sinto por Sueli. É algo que escapa das palavras, que se enrosca nos sentidos, um desejo que cresce quieto, quase como um segredo que eu guardo só pra mim. Ela é a irmã mais nova da minha esposa, 49 anos, uma moreninha pequena, de corpo bem distribuído, com curvas que parecem desenhadas com cuidado, sem exagero, mas com uma precisão que me deixa sem ar. O cabelo castanho escuro, levemente ondulado, cai sobre os ombros, e os olhos dela, ah, os olhos… castanhos, profundos, com um brilho que parece me desafiar toda vez que me encaram. O marido dela, dez anos mais velho, é um cara tranquilo, mas distante, daqueles que parecem mais preocupados com o trabalho do que com a mulher que têm em casa. E eu, bem, eu sou só o cunhado, o cara que aparece nas festas de família, nas conversas casuais, mas que, no fundo, carrega um tesão que não explica.
Sueli é fechada. Não é de dar brechas, de flertar ou de se abrir. Ela tem um jeito reservado, quase austero, mas que só aumenta o mistério. É como se ela soubesse do poder que tem e escolhesse mantê-lo trancado, fora do alcance. Exceto por uma coisa: o abraço. Meu Deus, o abraço dela é um assalto. Não tem como descrever de outro jeito. Quando ela me envolve com aqueles braços delicados, o corpo pequeno colado ao meu, eu sinto o calor dela, o cheiro de mulher madura que sobe como uma onda — um perfume suave misturado com algo que é só dela, algo que me faz fechar os olhos e segurar o fôlego. É um instante que dura pouco, mas que me deixa zonzo, com o coração disparado e um calor subindo pelo corpo.
Eu já perdi as contas de quantas vezes fantasiei com ela. Não é só o corpo, embora eu adore imaginar as coxas firmes sob o jeans que ela costuma usar, ou os seios que, mesmo discretos, marcam a blusa de um jeito que me faz desviar o olhar pra não ser pego. É o jeito dela, o contraste entre a postura rígida e aqueles momentos em que ela se permite um sorriso tímido ou um toque breve. Eu sei que é errado, que ela é casada, que é irmã da minha esposa, mas o desejo não pede permissão. Ele simplesmente acontece.
Era uma tarde de sábado, um churrasco na casa dos meus sogros. O sol estava começando a se pôr, o ar fresco trazendo aquele cheiro de grama cortada e carne na brasa. A família toda estava lá: minha esposa conversando com as tias, o marido da Sueli perdido em uma discussão sobre política com meu sogro, as crianças correndo pelo quintal. Eu estava na varanda, tomando uma cerveja gelada, quando ela apareceu. Vestia um short de malha cinza, justo o bastante pra destacar as pernas torneadas, e uma blusa soltinha, de algodão, que balançava com o vento. O cabelo estava preso num rabo de cavalo frouxo, e ela carregava uma travessa vazia nas mãos, provavelmente indo pra cozinha.
— Oi, tudo bem? — ela disse, com aquele tom neutro que sempre usa comigo, mas que, pra mim, soa como um convite disfarçado.
— Tudo ótimo por aqui. E contigo? — respondi, tentando soar casual, enquanto meus olhos traíam o esforço e passeavam pelo corpo dela.
— Cansada, mas bem. Esses churrascos sempre me deixam exausta — ela deu um meio sorriso, e eu senti um frio na espinha.
— Quer ajuda com isso? — apontei pra travessa, já me levantando da cadeira.
Ela hesitou por um segundo, mas assentiu. — Pode ser. Vamos lá dentro.
Entramos na casa, o barulho da festa ficando abafado atrás de nós. A cozinha estava vazia, silenciosa, só o som da geladeira zumbindo ao fundo. Ela colocou a travessa na pia e se virou pra mim, limpando as mãos num pano de prato. Foi aí que aconteceu. Não sei quem deu o primeiro passo, mas de repente estávamos perto, perto demais. Eu senti o cheiro dela antes mesmo de tocar, aquele perfume que me enlouquece, misturado com o calor do dia. Ela me olhou nos olhos, e eu vi um lampejo de algo — surpresa, talvez, ou incerteza.
— Obrigada pela ajuda — ela disse, baixinho, mas não se afastou.
— De nada — murmurei, e então, quase sem pensar, abri os braços. Era só um pretexto, uma desculpa pra sentir ela de novo. Ela caiu no abraço como se fosse a coisa mais natural do mundo.
E ali, naquele instante, o tempo parou. O corpo dela colado ao meu, os seios pressionando meu peito, as mãos dela nas minhas costas, hesitantes mas firmes. Eu a apertei um pouco mais, sentindo cada curva, cada pedaço dela contra mim. O short de malha que eu usava não ajudava a esconder o que eu sentia — meu membro já começava a pulsar, endurecendo contra o tecido fino, e eu sabia que ela podia sentir. Meu coração batia tão forte que eu tinha certeza que ela ouvia.
— Você sempre dá esses abraços tão… intensos — ela disse, a voz baixa, quase um sussurro, mas não se soltou.
— Só com quem merece — respondi, minha boca seca, o tesão me consumindo.
Ela riu, um som curto, nervoso, e tentou se afastar, mas eu a segurei pela cintura, só um pouco, o bastante pra ela entender que eu não queria que acabasse. Os olhos dela encontraram os meus, e eu vi a resistência ali, misturada com algo mais, algo que ela tentava esconder. Foi quando eu perdi o controle. Num impulso, minhas mãos desceram até a base das costas dela, quase tocando a curva do quadril, e eu a puxei mais pra mim. Ela arfou, um som que me incendiou, e eu senti o calor do corpo dela contra o meu, meu pau agora completamente duro, pressionando o short, roçando nela.
— Para com isso… — ela disse, mas a voz saiu fraca, sem convicção, e ela não se mexeu pra escapar.
— Você já sentiu isso antes, não sentiu? — minha voz estava rouca, carregada de desejo. — Esse calor, esse… querer.
Ela não respondeu, mas os olhos dela me entregaram. Havia luta ali, mas também curiosidade, talvez até um fogo que ela mesma não sabia que carregava. Eu não aguentei mais. Com um movimento rápido, minhas mãos desceram até as coxas dela, e eu a levantei no colo, o corpo pequeno encaixando perfeitamente nos meus braços. Ela soltou um gritinho surpreso, as mãos agarrando meus ombros, mas não resistiu como eu esperava.
— O que você tá fazendo? — ela perguntou, o tom entre o choque e algo que parecia excitação.
— Te levando pra um lugar onde ninguém vai nos encontrar — respondi, já caminhando pelo corredor estreito da casa.
Eu sabia exatamente pra onde ir. No fundo do corredor, havia um quartinho de despejo, um espaço pequeno que meus sogros usavam pra guardar tralhas — caixas velhas, uma bicicleta quebrada, coisas assim. Era o lugar perfeito, longe dos olhos da festa, com uma porta que eu podia trancar por dentro. Empurrei a porta com o ombro, ainda segurando Sueli no colo, e entrei. O espaço era apertado, mas tinha um sofá velho encostado na parede, coberto por um pano desbotado. Tranquei a porta com um clique rápido e a coloquei no sofá com cuidado, mas sem soltá-la. Me sentei e a puxei pra cima de mim, as pernas dela abertas sobre as minhas coxas, o short de malha dela roçando contra o meu.
Ela tentou se afastar, as mãos no meu peito, mas eu segurei os pulsos dela com firmeza, sem machucar, só o bastante pra mostrar que eu estava no comando. O quartinho estava silencioso, o som da festa agora um murmúrio distante, abafado pelas paredes. Ninguém nos encontraria ali, não por alguns minutos preciosos.
— Isso é loucura… a gente não pode… — ela murmurou, mas os quadris dela, quase por instinto, se mexeram levemente, e eu senti o calor entre as pernas dela contra mim.
— Não pode? — sussurrei, inclinando o rosto até ficar a centímetros do dela. — Então por que você não tá saindo daí?
Ela ficou quieta, o peito subindo e descendo rápido, os olhos presos nos meus. Eu soltei os pulsos dela e levei as mãos até os quadris, puxando-a mais pra mim. Meu pau, duro como pedra, pressionava o short, roçando contra o tecido do dela, e eu sabia que ela sentia tudo. Ela fechou os olhos por um segundo, mordendo o lábio inferior, e eu vi a resistência dela começando a ceder.
— Você é um perigo… — ela disse, mas havia um tom de rendição na voz, e então ela se mexeu, só um pouco, um rebolado sutil que me fez gemer baixo.
— E você é um pecado que eu não consigo evitar — respondi, as mãos subindo pelas coxas dela, sentindo a pele quente sob o short.
Ela estava gostando. Eu via nos olhos semicerrados, no jeito que o corpo dela relaxava sobre o meu, na forma como ela começou a se esfregar contra mim, devagar, quase como se estivesse testando até onde podia ir. Eu a puxei pra um beijo, mas ela virou o rosto no último segundo, ofegante.
— Não… isso já tá indo longe demais — ela disse, mas os quadris dela não pararam, e eu senti o calor dela me envolvendo, mesmo com as roupas entre nós.
— Então me diz pra parar — desafiei, uma mão subindo até a nuca dela, os dedos enroscando no cabelo.
Ela não disse nada. Em vez disso, deixou escapar um gemido baixo, quase inaudível, e se entregou ao movimento, os quadris dançando sobre mim, meu pau pulsando contra ela. Era um jogo perigoso, um limite que a gente sabia que não devia cruzar, mas que nenhum dos dois queria abandonar. O som da festa lá fora era um eco longínquo, abafado pelo isolamento do quartinho, o mundo inteiro reduzido àquele sofá velho, àquele calor, àquele desejo que eu carregava por ela há tanto tempo.
E ali, entre o proibido e o inevitável, eu sabia que Sueli, a mulher fechada, intocável, estava se abrindo pra mim — nem que fosse só por aqueles minutos roubados.
O ar no quartinho parecia mais denso agora, carregado com o calor dos nossos corpos e o som abafado das nossas respirações. Sueli estava ali, sentada sobre mim, as coxas abertas encaixadas nas minhas, o short de malha dela colado ao meu, e eu sentia cada movimento sutil que ela fazia, como se o corpo dela estivesse lutando contra a mente. O sofá velho rangia de leve sob nosso peso, mas o barulho da festa lá fora continuava distante, um mundo que não nos alcançava. A tranca na porta era minha garantia — alguns minutos roubados, um segredo que ninguém mais precisava saber.
Eu ainda segurava a nuca dela, os dedos entrelaçados no cabelo castanho que escapava do rabo de cavalo. Ela respirava rápido, o peito subindo e descendo contra o meu, e eu podia sentir o calor que emanava dela, um calor que ia além da pele, que vinha de algum lugar mais fundo, mais selvagem. Meu pau pulsava sob o short, roçando contra ela a cada movimento, e eu sabia que ela sentia tudo — a dureza, o desejo, a urgência que eu não conseguia mais esconder.
— A gente tem que parar… — ela sussurrou de novo, mas as palavras soaram como uma súplica vazia, porque os quadris dela não paravam. Era um movimento quase inconsciente, um rebolado lento que me deixava louco, como se ela estivesse testando o próprio limite, ou o meu.
— Você não quer parar — respondi, minha voz baixa, rouca, enquanto minhas mãos deslizavam dos quadris até a parte interna das coxas dela, os polegares roçando a pele macia logo abaixo do short. — E eu não vou te obrigar a dizer o que você já tá mostrando.
Ela abriu a boca pra protestar, mas o som que saiu foi um gemido abafado, quase um suspiro, e eu vi os olhos dela se fecharem por um instante, como se ela estivesse se rendendo a algo que não podia mais negar. A resistência ainda estava lá, eu sentia na tensão dos ombros dela, na forma como as mãos dela apertavam meu peito, mas o corpo… o corpo contava outra história. Ela se mexeu de novo, mais firme dessa vez, pressionando-se contra mim, e eu soltei um grunhido baixo, o prazer misturado com a frustração de ainda ter tecido entre nós.
— Você tá me matando, Sueli — murmurei, inclinando o rosto até meu nariz roçar o pescoço dela. O cheiro dela ali era mais forte, mais puro, uma mistura de perfume com o suor leve do dia quente, e eu não resisti: plantei um beijo suave logo abaixo da orelha, sentindo a pele dela arrepiar sob meus lábios.
Ela estremeceu, as mãos subindo até meus ombros, e por um segundo achei que ela ia me empurrar, mas em vez disso ela me agarrou, as unhas cravando de leve na minha camisa. — Isso é errado… — ela disse, mas a voz saiu trêmula, e ela inclinou a cabeça, quase como se quisesse me dar mais acesso.
— Então por que parece tão certo? — retruquei, mordiscando de leve o lóbulo da orelha dela, enquanto uma das minhas mãos subia pela lateral do corpo, os dedos roçando a curva do seio por cima da blusa. Ela arfou, o som ecoando no silêncio do quartinho, e eu senti o corpo dela se arquear contra o meu, como se estivesse se entregando um pouco mais.
Eu queria mais. Queria sentir a pele dela sem barreiras, queria ouvir o som que ela faria se eu deslizasse a mão por baixo daquele short, se eu a tocasse onde ela claramente estava começando a querer ser tocada. Mas eu sabia que tinha que ir devagar, que ela precisava disso tanto quanto eu — um jogo de sedução, uma dança entre o proibido e o inevitável. Então, em vez de ir direto ao que eu mais desejava, deixei minhas mãos voltarem aos quadris dela, guiando o movimento, fazendo ela se esfregar contra mim com mais força.
— Isso… — sussurrei, os lábios roçando a curva do pescoço dela. — Você sente o quanto eu te quero, não sente?
Ela não respondeu com palavras, mas o gemido que escapou dela foi resposta suficiente. Os quadris dela começaram a se mexer com mais ritmo, mais intenção, e eu acompanhei, empurrando meu corpo contra o dela, o short de malha não escondendo nada do que eu sentia. Era uma tortura deliciosa, um prazer que crescia a cada segundo, mas que ainda me deixava faminto por mais. O calor entre as pernas dela era evidente, mesmo com as roupas, e eu sabia que ela estava tão envolvida quanto eu, tão perdida naquele momento.
— Você já imaginou isso antes? — perguntei, minha voz quase um ronronar, enquanto uma das mãos subia até o rosto dela, o polegar traçando o contorno do lábio inferior. — Já pensou em mim assim?
Ela abriu os olhos, me encarando com uma mistura de vergonha e desejo. — Não… — mentiu, mas o rubor nas bochechas dela a entregou, e eu sorri, um sorriso torto, carregado de tesão.
— Mentirosa — provoquei, e antes que ela pudesse responder, puxei o rosto dela pra mim, finalmente capturando os lábios dela num beijo. Dessa vez, ela não virou o rosto. Hesitou por um milésimo de segundo, mas então cedeu, a boca dela se abrindo contra a minha, quente e macia, o gosto dela me invadindo como uma droga.
O beijo foi lento no começo, quase tímido, mas logo virou algo mais urgente, mais faminto. As mãos dela subiram até meu cabelo, puxando de leve, enquanto eu aprofundava o beijo, minha língua encontrando a dela numa dança que parecia ensaiada há anos. Eu gemi contra a boca dela, o som abafado pelo quartinho fechado, e senti o corpo dela se entregar ainda mais, os quadris dela agora se movendo com uma ousadia que ela mesma talvez não esperasse.
Eu a puxei mais pra mim, as mãos descendo até a bunda dela, apertando firme por cima do short, e ela respondeu com um gemido que reverberou no meu peito. O sofá rangia mais alto agora, mas eu não me importava — o mundo podia desabar lá fora, e eu não ia parar. Meu pau estava dolorosamente duro, preso no short, mas o atrito contra ela era suficiente pra me levar à beira da loucura. E ela… ela estava gostando, eu via no jeito que os olhos dela se fechavam, na forma como ela mordia o lábio entre um beijo e outro, no calor que emanava dela.
— Você é tão gostosa… — murmurei contra a boca dela, as palavras saindo sem filtro, carregadas de tudo que eu segurava há tanto tempo. — Sempre quis te sentir assim.
Ela não respondeu, mas o corpo dela falou por ela. Ela se inclinou pra frente, os seios pressionando meu peito, e começou a se mexer com mais força, mais rápido, como se estivesse buscando algo que nem ela mesma entendia direito. Eu acompanhei o ritmo, uma das mãos subindo até o cabelo dela de novo, puxando de leve pra expor o pescoço, onde voltei a beijar e morder, marcando a pele dela com a minha vontade.
O calor estava insuportável, o ar no quartinho pesado com o cheiro dela, com o som dos nossos corpos se encontrando mesmo com as roupas entre nós. Eu sabia que não ia durar muito assim — o tesão era grande demais, a tensão acumulada de anos explodindo naquele momento. Mas eu não queria que acabasse rápido. Queria aproveitar cada segundo, cada suspiro, cada tremor do corpo dela sobre o meu.
— Me diz que você quer isso — pedi, quase implorei, a voz rouca enquanto meus lábios roçavam o pescoço dela. — Me diz que você quer tanto quanto eu.
Ela hesitou, o corpo ainda se movendo, mas os olhos se abriram, me encarando com uma mistura de medo e desejo. — Eu… eu não sei… — ela sussurrou, mas os quadris dela não pararam, e eu sabia que ela estava tão perto de se entregar completamente quanto eu.
— Você sabe — insisti, uma mão deslizando até a cintura do short dela, os dedos roçando a pele quente logo acima do elástico. — Só precisa dizer.
E ali, naquele quartinho escondido, com o mundo lá fora alheio ao que acontecia, eu esperei, o coração na garganta, o corpo em chamas, pra ouvir o que ela diria — ou o que ela faria — em resposta.
O quartinho parecia encolher ao nosso redor, o ar quente e carregado de tensão, o espaço pequeno amplificando cada som, cada toque. Sueli estava sobre mim, os quadris se movendo com uma urgência que crescia a cada segundo, e eu sentia o calor dela me consumir, mesmo com as camadas de tecido entre nós. O sofá rangia mais alto agora, um protesto rouco contra o peso dos nossos corpos, mas eu não conseguia me importar — o mundo lá fora estava distante, e aqui dentro só existia ela, o cheiro dela, o som dela.
Eu apertava os quadris dela com mais força, guiando o movimento, puxando-a contra mim enquanto meu pau pulsava no short, duro ao ponto da dor, roçando contra o tecido do short dela. Ela estava perdida no ritmo, os olhos semicerrados, a boca entreaberta deixando escapar suspiros que foram ficando mais altos, mais intensos. Eu aumentei o ritmo, empurrando meu corpo contra o dela, o atrito entre nós se tornando quase insuportável. O calor entre as pernas dela era evidente, e eu sabia que ela estava tão perto quanto eu de perder o controle.
— Isso… — murmurei, os lábios roçando o pescoço dela, minha voz rouca de desejo. — Não para.
Ela não parou. Em vez disso, os quadris dela começaram a se mover mais rápido, mais firmes, o rebolado ganhando uma intensidade que me fazia gemer baixo. Os suspiros dela viraram gemidos, primeiro contidos, depois mais altos, ecoando no espaço fechado do quartinho. Ela agarrou meus ombros, as unhas cravando na minha camisa, e eu senti o corpo dela começar a tremer, um tremor sutil que foi crescendo, se espalhando.
— Eu… eu vou… — ela começou a dizer, a voz entrecortada, quase um sussurro, mas então o gemido escapou, alto e trêmulo, enquanto ela se pressionava ainda mais contra mim. — Meu Deus… eu vou gozar…
E ela gozou. Foi lento, como ela anunciou, mas poderoso — o corpo dela inteiro se contraindo, as coxas apertando minhas pernas, os quadris desacelerando em espasmos descoordenados enquanto ela tremia sobre mim. O som que saiu dela foi puro, cru, um grito abafado que ela tentou conter mordendo o próprio lábio, mas que mesmo assim escapou, me levando ao limite. Eu segurei firme, sentindo cada onda do prazer dela reverberar contra mim, meu pau pulsando em resposta, o short úmido de tanto tesão, mas sem cruzar a linha final.
Ela desabou contra meu peito, ofegante, o rosto enterrado no meu ombro, o cabelo desalinhado caindo sobre os olhos. Por um momento, ficamos assim, o silêncio pesado entre nós, só o som das nossas respirações tentando se acertar. Meu coração batia descompassado, o corpo ainda em chamas, mas eu sabia que o tempo estava contra nós — o sumiço já estava perigoso, e a festa lá fora podia começar a notar nossa ausência.
— A gente precisa voltar — sussurrei, a voz ainda carregada, enquanto acariciava as costas dela com suavidade.
Ela assentiu, sem me olhar, o rosto vermelho de vergonha e prazer. Levantou-se devagar, as pernas trêmulas, e eu a ajudei, segurando-a pela cintura até que ela se equilibrasse. Ela ajeitou o short, passando as mãos pelo tecido como se quisesse apagar qualquer sinal do que tinha acabado de acontecer. Eu fiz o mesmo, ajustando minha camisa, alisando o short de malha pra disfarçar o volume que ainda insistia em ficar. Olhei ao redor — o quartinho estava intacto, o sofá velho no mesmo lugar, o pano desbotado sem nenhuma marca visível. Não havia vestígios, nenhuma prova do que tínhamos feito.
Destranquei a porta com cuidado, o clique soando alto no silêncio. Espiei o corredor — vazio, o barulho da festa ainda abafado, mas mais próximo agora. Sueli respirou fundo atrás de mim, e eu me virei pra ela.
— Vai na frente — murmurei. — Eu saio depois.
Ela hesitou, os olhos encontrando os meus por um segundo, uma mistura de culpa e algo mais que eu não consegui decifrar. Então assentiu, passou por mim sem dizer nada e desapareceu pelo corredor, os passos leves rumo à cozinha. Esperei alguns segundos, o coração ainda acelerado, e saí em seguida, tomando o caminho oposto, pela varanda dos fundos, pra ninguém perceber que tínhamos estado juntos.
Quando voltei pra festa, o sol já tinha se posto, as luzes do quintal acesas, o cheiro de carne na brasa misturado com risadas e conversas. Peguei uma cerveja da geladeira portátil, o vidro gelado contra a palma da mão quente, e me misturei ao grupo como se nada tivesse acontecido. Minha esposa estava lá, contando uma história pras tias, o marido da Sueli ainda preso na discussão com meu sogro. Ninguém olhou pra mim de forma estranha, ninguém perguntou onde eu estive.
Sueli reapareceu minutos depois, carregando uma travessa cheia de pão de alho, o rosto composto, o cabelo ajeitado de volta no rabo de cavalo. Ela passou por mim sem me encarar, mas eu vi o leve rubor nas bochechas dela, o brilho nos olhos que ninguém mais notaria. Era nosso segredo, guardado naquele quartinho, dissolvido no ar da festa como se nunca tivesse existido. Sem vestígios, sem provas, sem suspeitas. Só o calor na minha pele e o eco dos gemidos dela na minha memória pra me lembrar que, por alguns minutos, ela tinha sido minha.