Sabia que aquela sexta-feira ia ser estranha quando o professor de Biologia, um velho rabugento que dava aula no último horário da semana e sempre segurava a turma até o último segundo, faltou. Durante a semana, a obra rolava normalmente. Já tinha me acostumado a chegar em casa e encontrar uma barulheira confusa e tudo empoeirado. Porém, quando peguei carona com um colega e cheguei quase quarenta minutos mais cedo do que o normal, não era bem essa cena que eu esperava ver.
Antes de enxergar qualquer coisa, ouvi uma música com uma batida forte de funk. “O tamanho da minha pica deixou a novinha louca / Eu botei no cu e saiu na boca”, dizia o MC. Cheguei de fininho e vi Ryan fazendo uma dancinha, como se estivesse encoxando o ar. A camisa estava jogada sobre o ombro, deixando seu torso moreno à mostra enquanto ele gingava. Nos contos anteriores, descrevo melhor Carla, minha mãe (não tão senhora assim), e o moreno Márcio com seu sobrinho Ryan. Quem já leu os outros textos vai conseguir imaginar melhor como o corpão de égua da minha mãe combina com esse ambiente de putaria do funk.
— Essas músicas de hoje em dia são muito vulgares — disse minha mãe, enquanto rebolava lentamente e balançava os braços.
— Eu vivo falando pra ele parar de ouvir essas merdas — comentou Márcio, mexendo no celular.
— Você tem quantos anos, Márcio?
— Tenho 47, dona.
— Já falei pra não me chamar de dona, mas acho que com você vai ser impossível mudar. Pois é, você lembra que, na nossa época, as músicas tinham duplo sentido, mas não eram tão chulas assim?
— E esse nem é dos mais pesados, hein — interveio Ryan.
— Eu sei. Dou aula de zumba e swing baiano, então sempre fico atualizada nesses funks e pagodes.
— Você também treina na academia onde trabalha? — perguntou o mais novo.
— Sim, todo dia faço meu treino e posto no story pra fazer a mídia — brincou minha mãe, empinando o bumbum como se estivesse posando para uma foto.
— Gosto assim, madame. Com uma professora dessas, até eu vou querer fazer zumba! HAHAHA.
Minha mãe deu um tapa de brincadeira no peitoral de Ryan.
— E você, malha também?
— Quando estou de férias, vou todo dia. Com a rotina de trabalho, fica difícil manter a frequência, mas estou me esforçando pra ir mais. O problema é que dei um jeito na virilha esses dias, correndo, e estou com os movimentos da coxa travados.
— Correndo, aham… — caçoou Márcio.
— Pô, nem meu tio tá me respeitando mais…
— Você tem que se alongar mais, Ryan. Eu dou aula de alongamento também — disse minha mãe, com um tom misterioso, desviando por um momento o olhar dos dois. Então, abriu um sorrisinho malicioso. — Pra quem gosta de botar o pé na cabeça da mulher, tem uns exercícios de mobilidade que ajudam a evitar lesões.
Ryan e Márcio arregalaram os olhos, trocando olhares em silêncio por um instante.
— E você pode mostrar um pouco pra gente, dona? — perguntou Ryan, abaixando o volume da música.
— Só se você parar de me chamar de dona, porque eu não pareço velha — provocou minha mãe.
— Já sei… Vou te chamar de Carlinha, que eu acho que você vai gostar mais.
Ela soltou uma risada baixa, olhando para o chão antes de pegar uma toalha sobre a mesa e estendê-la no chão. Com calma, ajoelhou-se sobre o tecido macio, afastando os joelhos para os lados, permitindo que a virilha se abrisse enquanto descia lentamente até se sentar sobre os calcanhares.
— Esse exercício é ótimo para alongar o quadril, os músculos adutores, os tornozelos e os joelhos — explicou, apoiando as mãos no chão para manter o equilíbrio. — Eu sei que os rapazes da sua idade gostam dessa moda de pisar na cabeça das meninas na hora da saliência, mas tem que aquecer antes pra não passar vergonha.
Mantendo a postura ereta, inclinou levemente o tronco para a frente, empinando o quadril e acentuando a curva da lombar — ou melhor, é assim que explicaria para suas alunas. Para mim e para aqueles pedreiros, ela estava era empinando aquela bunda escultural que adorava exibir. Em seguida, começou um movimento sugestivo e controlado de sobe-e-desce, elevando o quadril alguns centímetros antes de baixá-lo novamente, repetindo o movimento enquanto jogava a cabeça para trás e balançava o cabelo.
Márcio e Ryan estavam em completo silêncio, seus olhares grudados nos agachamentos da minha mãe, como dois cachorros assistindo um frango de padaria girar. Parte de mim se excitava com isso, sabendo que, naquele momento, aqueles mulatos ativavam a visão de raio-X para enxergar cada curva da bunda dela se contraindo e apertando. Ela ficava ainda mais coxuda nessa posição. Mas também tinha uma parte de mim que sentia raiva, sabendo que eles iam falar dela como se fosse um pedaço de carne, sem se importar com o fato de que eu podia chegar a qualquer momento. Decidi acabar com aquele caos.
— Mãe, o porteiro quer saber até que horas vão usar a vaga de visitas do prédio — disse, fingindo que tinha acabado de chegar.
Na hora, todos tomaram um susto.
— E aí, cara. Sua mãe tava aqui mostrando pra gente uns exercícios de alongamento, a gente nem te ouviu entrando — disse Ryan, nervoso, abaixando o som até desligar a música por completo.
— Ai, meninos, não precisa se preocupar — interrompeu minha mãe, também um pouco nervosa, mas disfarçando melhor. — O Lipe sabe que eu trabalho com meu corpo, ele tá acostumado a me ver assim até com outras pessoas.
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O resto do dia seguiu normalmente. Minha mãe serviu o almoço para nós quatro na mesa da sala, pois ela insistia em não ficar separando pessoas que ela tratava como amigos só porque estavam prestando um serviço. Eu passava as refeições quieto, mexendo no celular, enquanto minha mãe ficava enchendo Ryan e Márcio de perguntas sobre o trabalho deles. Depois, ela foi para a academia trabalhar e todos seguimos nossa rotina.
No meio da tarde, estava já morrendo de preguiça quando bateu uma fome e decidi ir na cozinha fazer um shake de Whey. Como sempre, estava com meu fone-de-ouvido e, assim como antes, resolvi deixá-lo na cabeça com a música pausada, para sondar o que os pedreiros estavam conversando.
— O volume tá alto, vim só fazer um shake. — disse ao entrar na cozinha, tirando brevemente o fone antes de colocá-lo de volta.
Ryan e Márcio pararam o que estavam para descansar.
— Rapaz, eu achei que fosse morrer do coração quando esse muleque chegou mais cedo. — disse Márcio, mantendo o tom da voz baixo.
— Empata-foda do caralho, a mãe dele já tava ajoelhada no chão com a bunda pro ar. Se o menino não tivesse aparecido, era hoje mesmo que a gente comia essa cavala.
— E era com o pé na cara dela mesmo. — o mais velho disse, saindo da posição de só escutar as sacanagens que o sobrinho falava. — Ela já tava mansinha mostrando como ela desce e sobe numa pica.
— Essa daí já deve é ter levado muito pisão na cara nessa vida, tiozão. — debochou Ryan, e eu senti meu sangue ferver. De vergonha e tesão.
— O pai do menino deve ter se mandado de tanto chifre que a patroa botava nele.
— Se for lerdo que nem o filho, com certeza. Era capaz dele pegar a gente com a pica no cu da mãe sem entender nada.
— A mamãe tá só ensinando os tios a se alongar! — disse Márcio, gemendo como se fosse minha mãe. Nessa hora, apertei o batedor do shake pro barulho ajudar meu disfarce.
Pelo canto do olho, vi Márcio mexendo no celular e mostrando algo para Ryan.
— Já trabalhei em muita obra sem você e sei diferenciar uma dona-de-casa entediada de uma verdadeira puta. E depois dessa semana, vou te dizer: essa Carlinha é uma boa de uma cachorrinha. Quero ver se você vai ter moral pra passar a vara nesta vagaba. Ela tá no cio se roçando em ti. Se bobear, eu como antes e deixo arrombada pra você.
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Depois de revisar os assuntos da aula do dia, fui fazer os deveres de casa. Com a poeira tomando conta, minha mãe tinha me pedido para dobrar a roupa do varal e deixá-la sobre sua cama, com a porta fechada para evitar que sujasse. Lá fui eu, né.
No final da tarde, já estava adiantado e resolvi guardar as roupas dela no armário — especialmente suas calcinhas rendadas, que sempre ficavam impregnadas com um cheiro agridoce do suor de sua vulva. Foi então que ouvi passos.
— Tá aqui no quarto — era minha mãe, acompanhada provavelmente por um dos pedreiros, ou talvez os dois.
Num impulso, corri para me esconder no banheiro da suíte, ficando atrás da porta e tentando me manter imóvel. Olhei para frente e, apesar do espaço apertado, o espelho do banheiro me dava uma visão completa do que aconteceria a seguir.
— Entra aqui, Ryan — disse ela, e constatei que estava só o altão mesmo. Sua calça de uniforme cinza de pedreiro estava suja de cimento, e a testa brilhava de suor. — Vou pegar aqui no criado-mudo.
Então, ela subiu na cama e se esticou para alcançar algo dentro da gaveta do móvel. Não consegui ver o que era, mas imagino que, naquela posição, a parte posterior de suas coxas e a bunda devem ter ficado em total evidência sob o short legging.
— Aqui, o pagamento da semana — disse, entregando um envelope ao jovem. Em seguida, deslizou a mão suavemente pelo bíceps dele. — É, e nem precisa malhar pesado com o tanto de exercício que já tô te botando pra fazer.
— Que nada, Carlinha. O pump no muque é pra senhora ver que eu e meu tio não brincamos em serviço.
— Tô vendo. Em uma semana, vocês já adiantaram bastante coisa. Até parece que querem sair correndo daqui! — brincou, “ajeitando a postura” para destacar os seios.
— Que nada. Com uma patroa gata dessas, a gente quer é enrolar pro serviço durar mais. Com todo respeito.
— Ai, Ryan… Desde quando elogiar é falta de respeito?
— É que tem elogios que, se falados na hora errada…
Pelo espelho, vi minha mãe balançando a cabeça e fazendo um biquinho.
— Deixa eu colocar meu WhatsApp no seu celular. Acho que só o seu tio tem. Assim, se precisar comprar os itens que ficaram faltando, já me avisa direto.
Ela pegou o telefone das mãos dele e, de forma quase ensaiada, jogou o cabelo para trás, expondo o pescoço antes de digitar seu número. O reflexo no espelho me mostrava cada detalhe do gesto, a forma como ela mordia o lábio inferior e fazia um biquinho ao digitar no telefone.
Pouco depois, os dois saíram do quarto, e logo os trabalhadores se retiraram.
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No sábado, a coisa que eu e minha mãe mais queríamos era sair de casa, ficar longe da poeira da obra que estava deixando a casa com aquele cheiro ruim de obra. Como fazia sol e um calor desgraçado, ela deu a ideia da gente ir pra praia.
O dia como um todo foi tranquilo. Mamãe estava cansada do trabalho, agora com a rotina ainda mais puxada por conta das turmas extras. “Quero só relaxar”, ela disse enquanto a gente procurava um lugar na areia que desse espaço para canga dela. Relaxar na praia para minha mãe significava colocar seu bíquini mais fino e ficar deitada com a bunda para cima tomando sol. Eu é que não vou reclamar.
Enquanto ela cochilava debaixo do sol, a areia fina aderia levemente à pele macia de suas coxas, criando um contraste sedutor contra a suavidade irresistível de sua bunda, que se moldava como duas bolas de futsal no tecido fino do biquíni. Cada movimento, por menor que seja—um ajuste sutil do quadril, o leve arquear das costas—desperta olhares famintos dos homens ao redor.
Levantei certa hora para dar um mergulho, e ao voltar, pude ter uma visão privilegiada daquele rabo, com o fio do biquini preso em sua cintura fina. O calor do sol parece ser absorvido por sua pele, fazendo com que um brilho acetinado realce sua forma perfeita. A brisa do mar provoca arrepios sutis, deslizando sobre cada centímetro exposto, a deixando arrepiado. Ela ajeita o biquíni com um movimento cuidadoso, puxando-o um pouco para cima, apenas o suficiente para ter um vislumbre de seu cuzinho sujo de areia.
Pedimos um peixe frito para almoçar, e o cara da barraca não parava de encarar seus peitos. Ele ficava fingindo que não estava entendendo o pedido e complicando as coisas para ficar mais tempo secando a minha mãe. Eu fiquei ali na minha cadeira de braços cruzados, sem tentar intervir.
Mais tarde, quando voltamos para casa, cada um foi tomar seu banho. Após terminar o meu, vesti uma bermuda e fiquei jogado no sofá da sala, passando pelos canais com o controle remoto.
— Você vai ver alguma coisa ou tá só de bobeira? — perguntou minha mãe, com o cabelo molhado e enrolada numa toalha que escondia seus seios e até o início do colo.
— Tem nada que preste passando.
— Ah, então chega pro lado que eu quero ver o capítulo de ontem da novela na Globo Play.
Cheguei pro lado e minha mãe se sentou, repousando as costas no sofá acolchoado. A toalha apertava suavemente sua pele úmida, aderindo às curvas que escondia. Os seios médios, firmes e bem desenhados, pressionavam sutilmente contra o tecido, revelando sua forma arredondada. Gotículas de água escorrem pelo vale entre eles, e o contorno dos mamilos, despertos pelo contraste entre o calor do banho e o frescor do ventilado, insinuava-se sob o tecido fino, um convite mudo ao desejo. Ela ajustava a toalha sem perceber meu olhar, concentrada em sua novela.
Então, seu celular começou a tocar. O nome de Ryann apareceu na tela, e quando ela atendeu, era uma videochamada.
— Boa noite, dona Carla. Tô aqui na loja de material de construção, tá podendo falar?
— Oi, Ryan. Claro, meu bem. — ela disse, e virou a câmera para a minha direção. — Eu e o Lipe passamos o dia na praia e agora a gente tá aqui vendo TV.
Eu fiz uma careta e cochichei para vestir uma blusa quando ela voltou a tela do celular para si, mas ela fez um sinal com a mão para eu não incomodar.
— Belezinha, então tá podendo me mostrar rapidão como tá a cozinha? Preciso ver como ficou o canto perto da área de limpeza para saber quanto de piso vai precisar.
Mamãe se levantou, segurando a toalha com uma de suas mãos, e foi em direção à obra.
— Aqui, olha quanto do chão tá precisando… — ouvi minha mãe falando, e dando passos pesados. Então, houve um silêncio estranho e prestei mais atenção para escutar ela cochichar: — Ih, desculpa! A toalha caiu.
— Fica calma, dona Carla.
— Dona Carla é sua mãe, me respeita que eu ainda tô inteira!
— É, eu tô vendo… Quer dizer, desculpa, dona Carla. Carla. Fica tranquila, acidentes acontecem.
— E que acidentes…
— Volta lá pro seu filhão, acho que já deu pra eu dar uma olhada boa. — ele disse, com um tom sugestivo, e agora falou mais baixo também antes de desligar: — Do jeito que essa ligação tá indo, era melhor eu tá sozinho em casa... e você também.
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Esse é o final do segundo capítulo. O que estão achando? Digam ai nos comentários, quero saber se estão gostando e o que vocês acham que vai acontecer em seguida. As coisas vão começar a esquentar mais daqui para frente...