Amanda não sabia ao certo como a noite havia chegado tão rapidamente. O calor do verão de Salvador parecia derreter as horas, e a brisa que vinha do mar trazia um frescor inquietante, como um segredo sussurrado ao ouvido. Ela caminhava pelas ruas do Subúrbio Ferroviário, o corpo envolto pelo mesmo vestido justo que parecia ter sido feito para ela. A cada passo, seus quadris desenhavam movimentos naturais, quase hipnóticos, que combinavam com o ritmo das ondas distantes.
O encontro com Bruno na tarde anterior ainda estava fresco em sua mente, como um calor que permanecia na pele. Ela sentia o toque das mãos dele, firme e hesitante, ecoando em seu corpo, um contraste que fazia sua respiração acelerar. Algo em seu peito ardia como uma chama branda, difícil de ignorar.
Foi então que o viu. Bruno estava à beira da praia de São Tomé de Paripe, sentado em uma pedra, o olhar perdido no horizonte. Ele vestia uma camisa de algodão que marcava discretamente os ombros largos, as mangas dobradas revelando antebraços fortes, a pele reluzindo sob a luz prateada da lua. Para qualquer um, ele pareceria apenas um homem introspectivo, mas Amanda sabia que por baixo daquele ar contido havia uma força bruta, algo que o tornava irresistivelmente fascinante.
Ao vê-la se aproximar, Bruno ergueu o olhar, e seus traços sérios suavizaram em um sorriso tímido, quase infantil. Amanda sentiu o calor daquele sorriso percorrer seu corpo como uma onda.
— Você... aqui? — ele perguntou, a voz grave carregada de surpresa e uma ternura que a fez estremecer.
Ela não respondeu de imediato. Apenas deixou o sorriso crescer em seus lábios antes de descalçar as sandálias e pisar na areia fria.
— O mar sempre me chama, Bruno. E hoje ele parecia falar ainda mais alto.
Amanda sentou-se ao lado dele, o vestido subindo ligeiramente ao longo das coxas esculpidas. Ela sabia que ele notara, mas seu olhar permanecia nos olhos dela, como se estivesse sendo puxado por algo além do desejo. O silêncio entre eles era denso, carregado de uma energia que dispensava palavras.
Foi ela quem tocou primeiro. Um gesto simples, a ponta dos dedos sobre o antebraço dele, mas o calor daquele contato parecia incendiar os dois. Bruno virou-se para ela, os olhos encontrando os dela com uma intensidade que a fez prender a respiração. Ele não precisava dizer nada; o desejo estava ali, claro como a luz da lua que os iluminava.
O primeiro beijo foi leve, quase uma pergunta. Mas a resposta de Amanda foi imediata, e o toque suave se transformou em algo mais profundo. Bruno a segurou pela cintura, puxando-a contra si. Suas mãos grandes deslizaram pela curva de seus quadris, subindo até a cintura fina, onde ele sentiu a maciez de sua pele através do tecido fino do vestido.
Amanda deixou escapar um suspiro ao sentir as mãos dele explorarem seu corpo com uma mistura de firmeza e reverência. Ele hesitou quando seus dedos roçaram a lateral de seus seios, mas o olhar dela, um convite silencioso, o encorajou a continuar. Bruno a tocou como se estivesse descobrindo um segredo, os dedos acariciando a pele quente, enquanto seus lábios buscavam os dela com mais urgência.
Ela, por sua vez, explorava cada centímetro de Bruno, suas mãos subindo pelos ombros fortes e descendo pelo peito firme sob a camisa. Quando sua mão escorregou acidentalmente até o ponto mais íntimo dele, Amanda se surpreendeu com a firmeza e a resposta imediata de seu corpo. Um calor intenso tomou conta dela, e o sorriso que apareceu em seus lábios era uma mistura de provocação e admiração.
Deitaram-se na areia, o corpo dela moldando-se ao dele como se fossem feitos um para o outro. O toque da areia fria contrastava com o calor crescente entre eles. Bruno deslizava as mãos pelas costas de Amanda, cada curva, cada contorno, até que seus dedos encontraram os quadris e desceram lentamente, segurando-a com uma firmeza que a fez estremecer.
A praia parecia pertencer apenas a eles naquela noite. O som das ondas era o único testemunho do encontro intenso e inevitável. Quando a madrugada avançou, a conexão entre Amanda e Bruno tornou-se mais do que física; era algo mais profundo, como se suas almas dançassem em sintonia com o mar e a lua.
Quando o amanhecer finalmente chegou, trazendo o brilho dourado do sol, os dois estavam ainda na areia, os corpos aquecidos pelo que haviam compartilhado. Não disseram muito, mas os olhares entre eles eram suficientes. Algo havia nascido naquela noite – algo que nenhum dos dois conseguia explicar, mas que sabiam ser impossível ignorar.