Obsessão #3

♡Narração por Tiago♡

•Um Banho de Tristeza•

Voltei da escola para casa e imediatamente senti a humilhação crescendo dentro de mim. O pavor familiar dos acontecimentos do dia voltou e me vi no chuveiro, dominado pela tristeza.

Olhei para os azulejos e pensei em Samuel e também em Daniel, desejando poder ser mais parecido com eles!

O Samuel era loiro e musculoso, um pouco mais alto que eu, olhos azuis e ombros largos. As aulas de caratê deram a ele um ar de superioridade e o garoto adorava mostrar as suas habilidades para os amigos.

Comparado ao Daniel, o carateca parecia bastante mediano. O capitão do time de futebol era ainda mais musculoso que o companheiro, com quase o físico de um fisiculturista. O seu cabelo curto e escuro tinha um certo charme que fazia as meninas ficarem com os joelhos fracos.

Eu não era nada parecido com nenhum deles. Sobreviver em uma escola dominada por esses dois já era bastante difícil, mas ser constantemente ridicularizado e humilhado era demais para suportar.

Ao sentir as lágrimas escorrendo pelo meu rosto, decidi sair do banho e encarar essa parte da minha vida de frente.

•O Reflexo da Vergonha•

Saí do chuveiro e me olhei no espelho. O meu cabelo recém-lavado ainda estava pingando enquanto eu olhava para o meu próprio reflexo. Tudo que pude ver foi um corpo gordo e feio.

Fiquei com raiva e vergonha de ter que aturar isso. Gostaria de ter o corpo de um dos meus valentões e sei que nunca terei. Suspirei profundamente, sentindo como se nada tivesse mudado. Senti que a minha própria figura era um lembrete constante do que eu não tinha e do que aqueles dois pareciam ter com facilidade. Era como se meu próprio corpo estivesse trabalhando contra mim na vida.

A minha mãe sempre me incentivou e elogiou o que via em mim, mas, no fundo, eu sabia que nunca seria elogiado como o Samuel e o Daniel. Gostaria de poder ser como eles, as suas palavras e corpos pareciam armas, me intimidando até a submissão.

•Um Sonho Cheio de Cor•

Não estava com fome e decidi dormir!

Olhei para o teto, me perguntando como as coisas poderiam ter sido diferentes. Eu estava cansado e só queria que o dia acabasse. De repente, um sonho começou. Nele, vi o meu pai parado na minha frente. A sua forte presença encheu a sala com uma sensação avassaladora de segurança e calor.

Lembrei-me dos momentos anteriores ao acidente, quando ele me dizia para ser forte e enfrentar qualquer situação com a cabeça erguida. Lágrimas escorriam pelo meu rosto enquanto eu falava com o meu pai em meu sonho. Todas as emoções que eu estava reprimindo desde a morte dele naquele acidente de carro surgiram dentro de mim e se libertaram. Eu não queria nada mais do que sentir o seu abraço que me confortava de qualquer tristeza, confusão e dúvida.

Contei todos os detalhes sobre o meu dia enquanto chorava. Senti que deveria ter feito mais, poderia ter feito melhor, mas era fraco, gordo e sabia que sempre o estava decepcionando.

O meu pai olhou para mim com paciência e compreensão enquanto colocava a mão em meu rosto.

Ele sempre ignorava quaisquer sorrisos falsos ou explosões de raiva que eu exibisse e acariciava o meu cabelo como fazia quando eu era criança. Quando olhei para cima, o meu pai começou a cantar baixinho e as suas palavras cortaram a minha tristeza.

'Eu vejo as suas verdadeiras cores brilhando por dentro.

Eu vejo as suas verdadeiras cores e é por isso que eu te amo. Então não tenha medo de deixá-las aparecer.

As suas verdadeiras cores, as verdadeiras cores, são lindas, como um arco-íris.'

Ele sorriu para mim e beijou a minha testa. Eu podia sentir a verdade de suas palavras bem no fundo. Ele continuou a me dizer para ser corajoso e confiar em mim mesmo, para acreditar na minha força, não importa o quão assustado eu estivesse ou como as coisas pareciam naquele momento.

O meu pai me abraçou e me girou enquanto balões de todas as cores caíam do céu e antes que eu percebesse, o sonho acabou.

•Uma Decisão Importante•

Acordei duas horas antes de minha mãe voltar do trabalho. Resolvi levantar e fazer o jantar. Fui inspirado pelas palavras de meu pai e senti uma nova determinação de melhorar as coisas.

A minha mãe chegou em casa à noite e me perguntou como foi o meu dia na escola. Fingi um sorriso, mentindo que foi incrível. Eu me senti culpado por mentir, mas estava determinado a tornar as palavras de meu pai uma realidade. Eu sabia que não poderia mais viver com medo e estava determinado a enfrentar tanto o Samuel quanto o Daniel de qualquer maneira.

Com uma nova vontade, comecei a planejar como poderia fazer uma diferença real. Chega de fugir ou recuar. Eu estava preparado para finalmente fazer uma mudança na minha vida!

✮Narração por Daniel✮

•Uma Ligação Debochada•

Cheguei em casa depois de um longo e cansativo dia de aula, algo que estava se tornando cada vez mais parte da minha rotina diária.

Ao passar pela porta, percebi que, como sempre, almoçaria sozinho, já que o meu pai, advogado de sucesso, estava muito ocupado para almoçar comigo.

Comecei a comer o meu hambúrguer duplo artesanal com batatas fritas e pedi à empregada que me trouxesse mais suco de laranja. Assim que terminei de almoçar, o meu melhor amigo Samuelito ligou. A sua risada infantil encheu a linha enquanto ele me contava sobre a sua última aventura: ele fez o meu garoto gordo lamber os seus músculos. Logo após ouvir isso, fiquei furioso!

Como o Samuel ousa ter momentos tão íntimos com o meu Tiago? Eu sou o único que pode compartilhar esses momentos com ele.

Quando tentei explicar ao carateca da faixa roxa que a baleia era exclusividade minha, ele simplesmente disse que estávamos no mesmo nível e desligou o telefone.

•Uma Tarde de Estudos e Diversão•

Depois do almoço, decidi estudar e fazer os meus trabalhos escolares. Tranquei-me no meu quarto e afundei o rosto nos livros durante três horas, nunca deixando a minha mente divagar. Quando terminei, estava com fome e pedi um lanche para a empregada.

Com a energia renovada, decidi ligar para dois dos meus amigos e decidimos passar o tempo jogando videogame, comendo batata frita e bebendo refrigerante.

O Marlon era fera no Mortal Kombat e eu perdi umas seis lutas contra ele. O meu personagem favorito é o Scorpion e o Regis me contou que o dele é o Liu Kang. Os meus companheiros perguntaram por que não convidei o Samuelito hoje e eu inventei que o loiro estava treinando novos golpes

•O Pai Incompreensível•

O meu pai chegou em casa quando estávamos escolhendo outro jogo e ele ficou furioso com o fato de eu não estar estudando. Embora eu tenha explicado que tinha feito todos os meus trabalhos escolares, ele se recusou a ouvir e rapidamente expulsou os meus amigos, que saíram envergonhados.

O que se seguiu foi uma discussão intensa entre o meu pai e eu!

Enquanto ele falava sobre como eu precisava ser responsável, tudo em que conseguia pensar era na minha mãe. Senti muita falta dela, pois sabia que ela nunca havia me tratado dessa maneira. Justamente quando eu estava prestes a explodir, o senhor advogado finalmente encerrou o assunto e disse que era permitido eu me divertir com os rapazes apenas nos fins de semana e assim corri para o meu quarto.

•Uma Bronha Deliciosa•

Procurei refúgio no banheiro e decidi tomar um banho para me lavar dos acontecimentos do dia. Quando entrei no chuveiro e deixei a água quente me encharcar, comecei a pensar no corpo voluptuoso do Tiago e as minhas frustrações foram rapidamente substituídas pela luxúria.

Explorei o meu corpo, tocando todos os meus músculos fantasiando que era o gordo me alisando. A minha respiração ficou pesada e iniciei uma masturbação com as duas mãos. Enquanto a bronha acontecia, imaginei estar metendo com vigor no cuzinho apertado do Tiago.

Era uma delícia ordenhar o meu pau com a água quente me relaxando e em pouco tempo, alcancei um prazer eufórico e senti como se as minhas preocupações tivessem desaparecido completamente. Por fim, saí do banho, sentindo-me revigorado e energizado, pronto para enfrentar o Samuel no dia seguinte.

࿊Narração por Samuel࿊

•Um Sentimento de Confusão•

Tudo estava diferente hoje!

Quando entrei em casa, os meus pais estavam parados no corredor, um de frente para o outro. Parecia que eles haviam brigado e apesar do silêncio, eu soube imediatamente que algo estava errado.

Coloquei a minha mochila no chão e fui até a minha mãe, que estava enxugando uma lágrima.

"Mãe, o que aconteceu?" Perguntei.

Ela exalou profundamente e levantou a cabeça para olhar para mim. Os seus olhos estavam vermelhos e as suas bochechas molhadas.

“O seu pai...” Disse ela, com a voz trêmula.

"Ele tem que trabalhar." Complementou.

Fiquei confuso.

O meu pai apenas deu um tapinha nas minhas costas e seguiu para a porta.

''Na geladeira estão o seu sanduíche favorito e um refrigerante, filhão! Tenha um bom apetite." Disse o meu velho enquanto pegava a sua maleta e saía apressado.

A minha mãe me perguntou se eu queria mais alguma coisa e eu simplesmente neguei balançando a cabeça. Peguei o meu lanche e subi para o meu quarto, ainda confuso.

Na minha escrivaninha havia um porta-retratos representando uma época em que estávamos todos felizes e eu fiquei admirando aquela foto enquanto comia o meu sanduíche de peito de peru.

•O Ódio Secreto•

Após tomar todo o refrigerante, peguei o meu celular e visualizei algumas selfies que tirei com os meus amigos.

Uma delas chamou a minha atenção; era eu e o Daniel, o meu melhor amigo, ambos sem camisa enquanto flexionávamos nossos bíceps para a câmera. Sorri com a lembrança e liguei para ele.

Enquanto conversávamos, contei a ele algumas de minhas travessuras mais recentes, incluindo forçar a Free Willy lamber os meus músculos no final da aula de hoje e o meu parceiro ficou irritado ao me ouvir.

O "gostosão" veio com um papo que somente ele tem um passe livre com a baleia e eu debochei afirmando que nós dois estávamos no mesmo nível.

Odiava esse jeito arrogante do Daniel em achar que tudo que ele via era dele. Lembro de quantas gatinhas eu perdi pelo fato do cara dizer que elas eram exclusivamente dele. Vou mostrar pro meu amigão que eu sou um rival a altura e aquele gordo será meu.

Todos os nossos amigos sabiam que o Daniel pegava geral, não importando se fosse homem ou mulher. O meu melhor amigo adorava mostrar que era o fodão e eu estava cansado disso. Eu o amava e também o odiava, mas escondia muito bem o meu ódio.

Fiz a minha tarefa e a minha mãe chama o meu nome.

•A Verdade Revelada•

Entrei na cozinha e a vi sentada, chorando. Corri até ela e coloquei os meus braços em sua volta.

"Mãe, por favor, me diga o que há de errado." Supliquei.

Ela balançou a cabeça e me disse que o meu pai a estava traindo com a secretária.

Fiquei furioso.

Tudo que eu queria era entrar no escritório do traidor e dar um soco na cara dele, mas a minha mãe me segurou. Ela enxugou as lágrimas e disse suavemente:

“Não podemos permitir que uma tragédia aconteça na família.”

Uma raiva maior ainda surgiu dentro de mim e eu perguntei por que ela não pede o divórcio.

“Não importa o quanto ele me machucou, ainda somos uma família e eu o amo." Ela respondeu tocando no meu ombro.

•Uma Rivalidade Amarga•

As palavras da minha mãe me decepcionaram, e bati a porta ao sair de casa. Eu queria sangue. Ver o meu pai estirado no chão, mas antes de ir longe demais, mudei de ideia e resolvi ir até à padaria onde a mãe do meu amigo Raphael era a dona.

Quando cheguei lá, os meus amigos acenaram para mim. Eles queriam me contar as novidades e me convidaram para comer uma saborosa torta de maçã. O Robson me perguntou como estavam as coisas em casa, mas guardei os meus problemas para mim mesmo e nem sequer mencionei a traição de meu pai.

Raphael me ofereceu mais biscoitos e eu assenti. Ele era incrivelmente bom na cozinha e sempre me fazia experimentar as suas novas receitas. Eventualmente, entramos no assunto sobre o Daniel com o Tiago e todos começamos a gargalhar quando eu mencionei que fiz a baleia me lamber.

Me chamaram de gay e eu ameacei mostrar o meu pauzão a eles, nós éramos muito íntimos e sempre fazíamos esse tipo de piada. Decidi perguntar ao Raphael e também ao Robson quem era melhor: eu ou Daniel.

Eles mudaram de assunto e isso acabou aumentando a minha rivalidade com o meu querido melhor amigo.