NÃO TEM DONO MESMO

Um conto erótico de Cláudio Newgromont
Categoria: Homossexual
Contém 1080 palavras
Data: 02/03/2022 16:19:09
Assuntos: Gay, Homossexual

Não faz sentido ter uma piscina em casa, morar sozinho e tomar banho vestido. Tornou-se um hábito para mim, mergulhar nu nas transparentes águas e me deliciar com o frescor e o carinho líquido em todo o meu corpo, que me excitavam imensamente.

Neste carnaval não foi diferente, senão pelo a-mais que tomei de uísque e cerveja. Ao som de minhas músicas preferidas, curti meu carnaval, minha piscina, minha casa, meu corpo, minha solidão. Senti-me feliz como há muito não experimentava – a bebida, a deixar-me a cabeça leve, ajudou nessa felicidade sim, mas e daí?! Parodiando Vinícius, a bebida é felicidade engarrafada.

Por isso que simplesmente não acreditei quando ouvi o toque da campainha. Qual o maldito e abjeto ser que ousava interromper momentos tão maravilhosos, em pleno período carnavalesco?! É certo que a pandemia impedia folia na rua, mas, enfim... era carnaval, porra! Carnaval é sagrado!

Bufando de ódio e amaldiçoando aquela alma sebosa até sua quarta geração, coloquei um camisão de malha por sobre o corpo e me propus a ir atender o infame. Mas o excesso de bebida na cuca retirou-me o senso de orientação, equilíbrio e espaço, e acabei colocando o pé dentro da água, achando que pisava no sólido; caí geral dentro da piscina.

Maldição! Mais essa, agora! Fui saindo da água, imaginando uma toalha para me enrolar minimamente, mas a insistência da campainha retirou-me o restinho de paciência... Fui atender o inconveniente apenas com o camisão ensopado e grudado no corpo, delineando-me pica dura e bunda redonda – fazer o quê?!

Um ou outro tombo, durante o trajeto até o portão, me disseram que eu precisava ir mais devagar e me apoiando no que houvesse de útil para isso ao longo do caminho. A cabeça girava e não coordenava bem meus movimentos, que se faziam lentos e desengonçados.

Chegando ao interfone, procurei fazer a voz mais sóbria que consegui, perguntando quem era e o que desejava. Era a transportadora entregando (em plena terça-feira de carnaval) uns produtos de áudio – pedestais, caixas de som e uma pequena mesa – que eu havia comprado no mercado livre, e cuja entrega estava programada para dez dias adiante.

Abri o portão com certa dificuldade e fiquei na frente do entregador, tentando manter o mínimo de equilíbrio, enquanto ele conferia a mercadoria e a papelada. Pelos seus olhos que iam dos produtos para os papeis e em seguida para meu corpo, imaginei que minha roupa molhada me entregava geral.

Ele concluiu a conferência, pediu para que eu assinasse um recibo – que ficou assinado e meio molhado –, e começou a parte mais difícil: eu conseguir levar todo aquele material para dentro. Primeiro tentei segurar dois volumes, e um deles escapou da minha mão (ainda bem que são muito bem embalados, praticamente imune a quedas). Ao me abaixar para pegar, devo ter mostrado ao atônito entregador todas as minhas pregas; mas a cabeça girou e eu meio que perdi o equilíbrio – se não fosse a rapidez do rapaz, me segurando, eu me estatelaria no chão. Senti seu corpo pressionado sobre minha bunda.

Tentando reunir o que me restava de dignidade, optei por levar os volumes um a um, para um sofá que havia na garagem. Ele me acompanhou, trazendo os demais pacotes. Pelo deserto da rua, achei mais prudente fechar o portão. E me encaminhei, aos trancos, para o interior da casa, sentindo-o perto de mim, pronto para me segurar, em algum tombo. Percebia, pelo friozinho que sentia, que minhas nádegas estavam completamente à mostra, que o camisão havia subido e grudado nas costas. Mas minhas mãos ocupadas me impediam de me compor.

O entregador adiantou-se um pouco e arrumou as mercadorias a um canto da garagem, esperando-me fazer o mesmo. Diante do sofá, minha tonteira alcoólica fazia-me balançar sem controle o corpo, e ao me abaixar para colocar o material no chão, novo desequilíbrio, de costas para o rapaz, que me segurou a tempo, mas ele próprio não conseguiu manter-se firme e caímos os dois sobre o sofá.

Apesar da mente enevoada, eu pude sentir nitidamente sua rola dura sobre minha bunda, completamente desnuda. E ele demorou a me largar. Minha pica dura e vibrando no ar deve tê-lo encorajado a se esfregar. Não sei bem por quê, mas eu estava adorando aquilo e podia constatar isso pela rigidez da minha própria rola.

Assim, lembro que fui com a mão para seu cacete e o constatei ereto; passei a massagear por sobre a roupa, enquanto sentia seu dedo circulando meu orifício e se enfiando por ele. Eu me requebrava, dengoso e gostando. Com a mão livre ele baixou sua calça e um pau maior que o meu saltou e ficou a pulsar, cabecinha voltada para o ar. Tive desejo de saber-lhe o sabor e consegui colocá-lo na boca – com a mão em meus cabelos o entregador fazia o movimento de ir e vir daquele boquete.

Em seguida, senti ele se posicionar atrás de mim e aquela cabecinha vasculhar meu cu. Ao primeiro impulso, senti um desconforto e soltei um gemido, que ele tomou como de prazer e foi empurrando mais e mais. Procurei relaxar – poderia ser que estivesse doendo, mas o álcool, santo anestésico, não me permitia sentir outra coisa senão prazer.

Em pouco, as vigorosas estocadas levavam-me ao delírio, e senti toda aquela vara percorrendo-me até a próstata. Sentia também um prazer inexplicável. Estava zonzo mas percebia a dureza da minha rola babar, a cada enfiada, até sentir um gozo esquisito se aproximando. Gemi mais alto, fechei os olhos e não consegui mais abrir: a cabeça girou fortemente e apaguei.

A primeira sensação que tive foi de discreta ardência no cu; abri os olhos a custo, a cabeça ainda pesada. Sentia que meu rabo fora ocupado, estava como escancarado. Ao passar a mão no cu, senti um líquido que se escoava, em filete. Eu estava deitado de bruços, sobre o sofá da garagem, o camisão levantado até o pescoço, pernas abertas e a minha pica semitesa, com indícios de que gozara.

A mercadoria a um canto. O portão fechado. Ninguém na rua. Sorri comigo mesmo, não sei por quê.

Ainda com a cabeça pesada, voltei à piscina, retirei o camisão, destampei uma cerveja gelada e sentei languidamente na espreguiçadeira, sob o sol. Enquanto me deliciava com a bebida, parecia ainda sentir cada detalhe daquela inusitada transa de carnaval, que me serviu para constatar, por mim mesmo, o que todos jocosamente afirmam, que cu de bêbado não tem dono...

Tem mesmo não.


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Comentários

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Tesão de conto e acredito que seja o desejo de muitos bêbados mesmo os "heteros" Ahahahahahah.

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