Falando um pouco sobre Psique, que foi uma mulher com quem tive um relacionamento de uns 8 meses num passado distante.
Eu conheci ela no Tinder, me lembro que quando fui fazer a minha descrição no aplicativo não pensei muito em conquistar colocando fotos boas, pois câmera não faz milagre hahaha. Pensei mais em uma frase que despertasse a curiosidade de quem lesse.
Deixe-me dizer como sou: sou magro, meu cabelo é castanho e gosto de usar ele raspado, as vezes deixo a barba crescer demais por preguiça de cortar, tenho 1,77, peso 80 kilos, uso óculos e acho que por isso tenho uma cara de nerd, o que eu gosto, pois de fato sou um nerd.
Conversei com algumas garotas, mas nenhuma parecia ter se interessado pelo que escrevi, ou minha aparência afastou elas hahaha. Psique foi a única que pareceu curiosa para saber o que significava aquela frase que parecia ter um duplo sentido.
Na época em que comecei a conversar com ela, eu estava estudando pra uma prova de um concurso na casa de um amigo, tinha muita coisa legal pra fazer na casa dele, mais legais que estudar, mas logo conversar com ela se tornou o que mais tinha vontade de fazer. Não faço a menor ideia sobre o que conversamos, mas lembro que conversamos bastante e ela sempre me mantinha atenta, segurava minha atenção – isso pode parecer banal, mas acho que deve ser impossível se relacionar com alguém que você não consegue manter o papo, com alguém que parece que as ideias não batem.
Depois que começamos a nos ver pessoalmente o papo continuava fluindo, ela me deixava a vontade para falar coisas muito intimas e interesses peculiares como astrologia. Não sei se depois de um tempo ela cansou do meu papo, mas ela parecia gostar de ouvir eu falar, e eu também adorava ouvir ela falar, pois nunca quis um monologo. As vezes até achava que estava falando demais e pedia pra ela falar um pouco ou fazia um pergunta dando abertura pra ela falar.
Lembro-me dela falar que gostava de Paulo Coelho e que gostava de ouvir Amy Winehouse (sua musa inspiradora) – esses foram fatos fáceis de guardar na memória, já que haviam fotos desses artistas no seu guarda roupa. Inclusive, a foto do Paulo Coelho meio que me assustava hahaha. Ela gostava de usar preto, não sei bem porquê, talvez fosse inspiração da Amy.
Ela, antes de se envolver comigo, teve um relacionamento com uma mulher e me contou bastante histórias sobre ela. Dizia que ela muito ciumenta, mas eu entendi também o porque quando ela contou era sua primeira namorada.
Ela me dava abertura pra falar de mim mesmo e cada vez que eu contava uma nova intimidade minha parecia que um peso era deixado pra trás. Era tão bom essa liberdade que ela me dava, a maturidade com que ela falava o que achava sobre essas coisas, sentia que era muito verdadeiro, pois me ajudava muito. Eu tentava criar esse ambiente pra ela e acredito que conseguia, pois acho que essa liberdade que tínhamos era porque ambos confiávamos um no outro.