Regina estava puta da vida com os membros da Irmandade vermelha, e falou:
“- POIS PODEM ESQUECER, TÔ FORA!!! FODAM-SE”
Todos ficaram constrangidos. Regina foi em direção à porta, mas eu entrei na mente de um monge, e fechei-a rapidamente.
“- POR QUE FEZ ISSO?” Ela me olhou, confusa e com raiva nos olhos. Raiva da situação, não de mim.
Antes dela reagir, peguei o livro que Gwen havia me emprestado, que estava no bolso da túnica, e mostrei a ela, a página estava marcada.
“- O que é isso?”
“- Leia, é importante... não foi só pelo sexo...você pode ser...”
“- Ser O QUE?” Ela exclamou.
“- QUEM LHE DEU ESSE LIVRO?” Perguntou Sands.
Eu falei, então:
“- Mestre Sands, se ela não souber por que exatamente fomos convidados para a Irmandade Vermelha, nunca saberemos se é ela.”
Regina já olhava o livro, surpresa.
“- Mas...isto foi escrito há trezentos anos!”
“- Regina, eu não acredito muito em profecias, mas eles acham que você pode ser essa mulher...meio humana, meio Deusa.”
“- Mas eu não sou Deusa porra nenhuma!”
“- Talvez ainda não” disse Heller.
“- Você , com certeza, esteve em contato íntimo com Deuses e Deusas, inclusive uma Deusa Primordial, da Verdadeira Irmandade.” Falou Mestre Wolfe.
“- Veja o desenho”, falei.
“- Ah, mas poderia ser qualquer mulher bonita.” Ela falou.
“- Com olhos verdes como o mar, como na descrição? E com esse nariz, essa boca?”
“- Ahã...tá... e vou mudar tudo no Castelo...como uma Rainha ou Deusa... de que jeito?”
“- Não sabemos. Mas suas ideias de novos rituais já sinalizam que você é a Dama da profecia. Eu tenho a certeza!” Falou Price, exaltado.
“- Mas admitimos que também queríamos pegar você” falou Crowley.
“- Pare, Crowley!” interveio Drake.
“- Mas é a verdade. E não foi esse o objetivo do primeiro ritual criado por Ela? “ A Verdade Sempre?”
Regina, então, foi em direção ao Círculo Mágico Vermelho, segurou - o e o levantou, subindo na poltrona, e erguendo-o o mais alto que pode.
“- Então, se querem mesmo que eu seja parte do que acreditam que virá, eu quero que sejam honestos e falem sempre a verdade. Dirão apenas a verdade para mim. Aceitam isso?”
“- Aceitamos! Todos falamos.”
“- A Verdade, Sempre, juram?”
“- A Verdade,Sempre ! Juramos!”
“- Ih, fudeu” Crowley riu.
Regina olhou para ele.
“- Você é sincero, Crowley. Aprecio isso. E é inimigo de Meister, melhor ainda.”
Ela continuou:
“- Tive uma ideia com respeito ao Círculo Mágico, e em relação ao Salão Vermelho. Eu gostaria que aprovassem, poderíamos começar amanhã mesmo.”
“- Mas já? É isso que dá colocar uma mulher, já quer mudar a decoração...” Crowley disse, e os outros riram.
“- Quem mandou? Agora aguentem” ela riu.
Regina desceu da poltrona vermelha, e se sentou.
“- Então... qual era o assunto da reunião desta semana, da Irmandade Vermelha, antes que eu interrompesse?”
“- Nenhum...”
“- A verdade, Dee!”
“- Na verdade, nenhum assunto, íamos apenas jogar cartas.”
“- Querem jogar cartas, então?” Ela perguntou.
“- De jeito nenhum! Você nos falou de um trabalho de magia, e que iria precisar de todos nós...”
“- Hmmm, pode parecer meio esquisito, mas acho que vocês vão gostar. E é muito estranho, quase uma coincidência, eu ter esta ideia logo antes de ficar sabendo dessa profecia de vocês...”
“- Não existem coincidências”, eu falei.
“- Você nos está deixando curiosos, Regina.”
“- É porque envolve mesmo a união das energias de todos vocês em uma única coisa, não é algo incrível?” Regina sabia criar o suspense.
Então, ela falou. Enquanto ela descrevia o seu trabalho mágico, que envolvia um ritual interessante e excitante, todos olhavam para ela, curiosos e espantados.
“- Mas só pode ser você, Bela Regina! Isto é algo sobrenatural!” Exclamou Mestre Wolfe.
“- Deixa eu continuar...e parem de ficar babando ovo. Vou achar que querem fazer como Meister ou Nguvu.” E ela continuou, demorou cerca de uma hora explicando. Mas não explicou tudo, deixou algumas partes em “suspense”.
“- Mas vou precisar daquelas modificações que falei.”
Todos concordaram, sem exceção.
“- E agora, vamos jogar cartas?” Perguntou Crowley.
“- Ah, agora eu quero é ir dormir com o meu amorzão... mas é pena que a reunião é só semanal.”
“- Por que, Bela Regina?”
“- Porque a gente podia fazer amanhã à noite”
“- Jogar cartas?”
“- Nãããão...o ritual do trabalho de Magia...”
“- Tô dentro!” Disse Crowley”
“- Eu também!” Falou Price.
“- Mas eu precisaria de todos... Drake, você não tem que voltar para Londres?”
“- Já vou avisar que preciso ficar...Diana vai entender.”
“- E...?”
Todos levantaram a mão, dizendo que ficariam. Afinal, o trabalho de Magia Sexual de Regina era imperdível. E ela queria ir adiantando as coisas.
Era impressionante como ela já se comportava como sendo a mulher da suposta profecia, bem antes de sequer sabermos que ela existia. E, claro, por isso mesmo eles nos escolheram para participar da Irmandade Vermelha.
Fomos para o nosso quarto, para finalmente desfrutar de uma noite tranquila de sono.
Regina relaxou e dormiu logo. Fiquei acordado um tempo, pensando em todas as coisas que haviam acontecido recentemente.
Eu olhava Regina dormindo abraçada em mim, nua...
Após uma meia hora, quando ela dormia mais pesado, ressonando, notei que começou a se agitar, as pálpebras se movendo. Ela certamente estava sonhando. Então, começou a estremecer, como se estivesse para ter um orgasmo. Estaria tendo um sonho erótico?
Pelo meu link mental com Regina, tentei ver o que ela estaria vendo em sonho, eu nunca havia tentado isso antes. Mas procurei ver... ela estava revivendo as experiências dos rituais anteriores, que haviam sido muito intensas. Então, ela endureceu o corpo, estava tendo um orgasmo, ela arfava e suspirava. A névoa rosada surgiu no quarto, com seu perfume característico e circulando como uma brisa fresca. A forma astral de Regina apareceu, um pouco acima dela. E, a seguir, uma outra forma, talvez o corpo mental, acima do astral.
Os três corpos vibravam. Era algo lindo de de observar. A névoa circulava em espiral, como quando ela gozava comigo.
Ela estremecia naquele orgasmo, continuou gozando por um longo tempo...
Acabei adormecendo.
De manhã cedo, quando acordei, Regina já estava acordade, lendo o livro.
“- Se você tivesse me mostrado antes, eu não teria surtado lá no Salão Vermelho...”
“- Mas você sabe que muitas profecias não se concretizam, como as do Nostradamus, as que falam do fim do mundo...”
“- Eu também tenho minhas dúvidas, mas tudo o que passamos nos trouxe até aqui. E se formos nós que iremos finalmente recriar o vínculo com a Verdadeira Irmandade?”
“- Bom... isso tem alguma lógica... a Deusa Sem Nome já apareceu algumas vezes... e mesmo Zarya...”
Ela sentou na cama, as pernas cruzadas, em posição de meditação.
Fiquei quieto, apenas observando, talvez ela estivesse tentando uma projeção, ou se desdobrar em duas, sei lá.
Então, ela abriu os olhos e falou:
“- Vamos tomar café. Estou muito ansiosa, tentei relaxar um pouco, acho que o ritual de magia de hoje à noite vai ser muito legal!”
Chegamos no Salão para o “English Breakfast”. Confesso que achei ótimo o Negão não estar mais lá. Regina deve ter captado meus pensamentos.
“- Que bom que afinal esclarecemos as coisas com Nguvu. Ele foi muito, muito sacana,filho da puta mesmo !”
“- Achei legal você manter a condição de Sub dele. Ele precisa mesmo ter uma lição de humildade.”
“- Não sei se vai adiantar. Ele é mesmo um advogado importante, e hoje em dia as leis podem ser contornadas com um monte de estratagemas.”
“- Mas agora sabemos exatamente quem ele é e o que queria. Isso nos dá uma vantagem.”
Nisso, chegam Wolfe e Hawke .
“- Pelo que soube”, Gwen olhou para Wolfe, “você conseguiu rápido agrupar os homens para o seu ritual de Magia...” Ela riu.
“- É, vamos fazer hoje à noite.”
“- E Gwthyr me disse que você já está mudando algumas coisas lá no Salão Vermelho...” notei uma pontinha de ciúmes no que ela falava.
“- Gwen, se você quiser, podemos fazer juntas...”
“- Não. Nem pensar. Você não se perguntou por que Wolfe é membro da Irmandade Vermelha e eu não?”
“-Eu já”, falei.
“- Não é por machismo da parte deles, não. Eu saí da Irmandade porque quis.”
“- Como assim?” Regina perguntou.
“- Eu namorei outro membro antes. Mas ele morreu naquela batalha com os Magos Negros, então, saí do grupo.”Wolfe me pareceu entristecido e não enciumado quando ela falou isso.
Ela parou de contar, não disse mais nada, então achamos que era suficiente. Supus que eram um grupo de nove, e que eu e Regina, como casal, entramos na vaga...
Regina levantou-se, sem nos falar nada, e foi para os lados da cozinha. Ela demorou alguns minutos, e retornou com algo embrulhado em um pano de seda.
“- O que é, querida?”
“- Ah, depois todos vão ver” Gwen sorriu, certamente sabia o que era.
CONTINUA