Amor inesperado

Um conto erótico de Yago
Categoria: Gay
Data: 21/08/2020 15:00:11
Assuntos: padrasto, Pai, cidade, cowboy, Sexo, Gay

Olhando para janela do ônibus as árvores pareciam que competiam para ver quem ganhava, os vultos delas me deixava com enjoo, mas era a única distração que tinha.

Meu celular estava em minha mão sem bateria, o reflexo da tela preta refletia meu rosto. Os hematomas estavam lá, passei a mão no meu rosto e sentir uma fisgava de dor.

Uma dor causada por aquele desgraçado. Lembrar me dele fez eu apertar os punhos de raiva.

Devido à isso tive que deixar minha faculdade, meus amigos.

Minha mãe não quis vim comigo para morar com meus avós, preferiu ficar lá e sofrer os abusos do meu padrasto.

Pelo menos conseguir colocar aquele desgraçado na cadeia, sei que sairá em breve, mas foi tempo suficiente para sofrer um pouco no meio dos bandidos.

Minha história não é incomum, perdi meu pai com cinco anos, ele morreu em um acidente de carro. Vivi feliz com minha mãe até os 12 anos, até ela trazer esse infeliz para dentro de casa.

No começo foi maravilhoso, era bom comigo, tratava minha mãe como uma rainha, só que ele quase me enganou. O vício em bebidas e em jogos de cartas começou a estragar tudo.

No começo ele só gritava comigo e com minha mãe por qualquer coisa que fazíamos, então os surtos de violência começaram e o último eu não aguentei e dei uma surra nele, mas também levei.

E com isso os vizinhos chamaram a polícia e ele foi preso. Minha mãe não quis abrir uma denúncia contra ele, apesar de eu ter feito isso.

Eu me obriguei a ir embora e morar com meus avós paternos que eu mal conheciam em uma fazenda do interior.

Meus amigos tentaram fazer eu desistir da ideia de ir morar na cidade de caipiras, mas seria impossível eu voltar a morar com ele.

Minha mãe fez sua escolha, escolheu seu marido e não o seu único filho, então ela que se vire. Não queria mais saber dela. Não à odiava mas ela que fique com ele e me deixe viver minha vida. Pouco se importava comigo.

Eu já tinha 18 anos, estava na faculdade de administração, tinha bolsa e tudo. Mas e agora? Meus avós falaram que tinha faculdade em uma cidade vizinha. Iria tentar se não eu iria abandonar também a faculdade. Não me importava com mais nada.

A viagem ia ser longa, não via a hora de chegar nessa tal cidade chamada Barão. Lembro de quando meu pai ainda estava vivo vínhamos visitar meus avós, eu adorava ir lá, me divertia um monte. Mas nunca pensei em morar em uma fazenda longe de toda civilização.

Minha avó Dora e meu avô Pedro, depois da morte do meu pai se afastaram, não sei se foi minha mãe que os distanciaram ou eles que não queriam manter contato.

Mas ultimamente minha avó me ligava muito e depois de uma briga com meu Padrasto Inácio, eu falei para ela o que estava acontecendo e foi aí que ela começou a insistir que eu devia ir morar com eles, já que moravam sozinhos e meu pai era filho único.

E que aconteceu essa semana eu liguei para eles e agora estou a caminho.

Vai ser um inferno, lá não vai ter nada para fazer, cinema, shopping, nada. Vou morrer de tédio igual eu estou morrendo agora.

As horas demoraram para passar dentro desse ônibus. Fechei os olhos e me lembrei da despedida com minha mãe.

-Yago, por favor, fique. Ele não vai fazer mais isso, ele me prometeu. -O táxi já estava lá fora me esperando, estava carregando a minha mala e ela ficou na porta chorando.

-Ele sempre fala isso, mas nunca muda, basta beber um pouco e já vira outro homem.

-Eu juro que ele nunca mais vai te machucar.

-Mãe! Eu te pedi para fazer uma escolha e você o escolheu, eu não tenho mais por que aceitar essa situação.

-Filho! -Ela ficou de joelho no chão e a mão no rosto. Eu deixei a mala e me ajoelhei também e ergui seu rosto.

-Vamos comigo? Vamos recomeçar? Por favor? Não fique mais submissa a esse homem, ele é um câncer na sua vida.

-Não posso Yago, não posso. -Ela voltou a chorar e eu me levantei.

-Um dia mãe você vai se arrepender de ter escolhido ele. Adeus.

Sair com raiva e entrei no taxi, não queria nunca mais voltar, não olhei para trás, apesar de estar com o coração em pedaços em ter que deixar minha mãe.

Abrir os olhos e sinto uma lágrima cair no meu rosto. Já tinha prometido que nunca mais iria chorar. E essa seria a última lágrima.

*****

Até que fim cheguei a essa cidade, tudo era igual como eu me lembrava na infância. As mesmas ruas de pedras, os morros que desenhava a vista de longe.

O ambiente calmo e silencioso de poucos carros.

Os senhores idosos que ficaram na frente dos bares. Nada mudou.

O ônibus parou no único ponto que existia e eu desci.

Olhei para os lados e não via meus avós, revirei os olhos pois eles sabia que eu ia chegar e nem para me buscar.

Com a mala de rodinha andei pelas calçadas para ver se os encontravam, no caminho que não era muito longe eu me deparei com minha avó desesperada atrás de mim.

-Yago, meu Deus, me desculpa, eu tentei te ligar para saber a onde você estava e que hora chegava e seu celular estava desligado.

Ela gritava enquanto tentava correr atrás de mim, mas a idade a deixava lenta. Eu parei e corri até ela, tirei o óculos de sol e a abracei.

-Oi vó Dora, meu celular acabou a bateria.

-Sim querido, eu suspeitei. Vem, estamos de carro. -Ela me ajudou com uma mochila e eu levava a mala. Colocamos elas no carro do antigo do meu avô e fomos para fazenda. Mas meu avô não estava presente.

-Cadê o avô Pedro?

-Aí meu filho, ele ficou na fazenda, tinha que tirar leite.

Adorava acordar de manhã e tirar leite com meu pai, tratar das galinhas, andar de cavalo. Tudo isso me dava uma nostalgia enorme.

-Tirar leite de tarde?

-Sim, as nossas vacas dão leite de manhã e de tarde. -Ela deu risada da minha ignorância.

Minha vó era linda, nem parecia ter quase 70 anos, tinha cabelos brancos, era baixinha, magra e olhos azuis igual os meus.

Chegamos na fazenda e pude respirar o ar puro da fazenda, mas também o cheiro de merda de vaca e de chiqueiro de porcos. Ela me levou até a sua casa.

-Seja bem vindo, meu neto.

Me mantive em silêncio, só queria ir tomar um banho para tirar o fedor de ônibus e descansar.

-Vó, posso ir tomar um banho?

-Claro, vou te mostrar seu quarto e o banheiro do corredor é seu.

Ela me levou até lá e eu joguei minha mala e mochila em cima da cama e ela ficou ali parada me olhando.

-Yago, eu estou muito feliz em ter você aqui.

-Desculpa vó, mas eu não estou feliz, só vim para fugir de tudo que está acontecendo. -Eu não olhava para ela, só abrir minha mala e tirei uma troca de roupa.

-Eu espero que um dia você possa gostar de viver aqui. -Ela estava sem jeito e eu não aliviava o meu tom de grosseria.

-Duvido muito.

-Tem toalhas ali no armário e pode ficar a vontade, vamos jantar daqui a pouco, comprei pizza. -Ela deu um sorriso e eu me mantive sério.

-Tá bom.

****

O banheiro era simples, o chuveiro não esquentava tão bem, mas foi um alívio sentir à água escorrer meu corpo, tirando as impurezas que estava em mim.

Nessa hora eu pensei em tudo que deixei para trás, pensei nos meus melhores amigos, de como eles me alegravam e das nossas saídas, das festas regala de cerveja e pensei no Sami.

Ele era um menino que eu estava ficando, ele gostava muito de mim, me pediu em namoro várias vezes, só que eu não estava pronto para nada sério.

Acho que não merecia gostar de ninguém, era melhor ser sozinho. Nem transar eu conseguia, e não foram tentativa. Sempre na hora H eu parava. Não sei o que tinha de errado comigo. Aliás eu sabia, eu era todo errado.

****

Olhei no espelho no banheiro, trouxe uma bolsa que tinha meus artigos de higiene pessoal e o guardei no armário da pia.

O espelho estava embaçado devido o vapor do chuveiro, passei a mão nele para tentar me visualizar melhor e o máximo que conseguir foi uma imagem meio embaçada.

Ainda dava para enxergar meu hematoma no olho, esse roxo ia demorar um pouco para sair, meus olhos azuis estavam vermelhos, acredito que seja por causa do cansaço e das noites sem dormir.

Minha boca tinha um leve corte que já estava cicatrizando. Meu cabelo preto escuro como noite estava bagunçado e dei um jeito de o pentear.

Fiquei ali uns minutos, me olhando e tentando achar uma forma de mudar as coisas, uma maneira de achar uma saída dessa fazenda e da minha família e ser livre.

Acredito que não existia nenhuma agora e eu tinha que aguentar por enquanto.

Fui para meu quarto, olho para minha cama e minha vontade era de pular nela e dormir profundamente, mas isso não ia acontecer, toda vez que fechava o olho lembrava das brigas com meu padrasto e dos meus demônios particulares.

Quando isso ia passar? Perguntava para mim mesmo sem saber uma resposta.

Me forcei a descer a escada para sala de jantar quando minha avó me chamou. Ela estava com um sorriso na boca e esforçando para me agradar. Meu avô estava na ponta da mesa.

-Bença. -Eu estendeu m minha mão para meu avô me abençoa, era uma cultura que tinha desde de criança e meu pai sempre pediu para eu fazer isso em forma de respeito.

-Vem cá meu garoto. -Meu avô se levantou e me abraçou. -Deus te abençoe. Meu Deus, como você está grande, deve que tem várias garotas na sua cola, não é? -Garotas? Será que ele não sabia? Só me faltava essa.

Meu avô sempre foi muito feliz, ele lembrava muito meu pai, tanto fisicamente e espiritualmente. Eu me alegrava com sua presença.

Ele me soltou e se sentou e ficou olhando meu rosto. Percebi o que ele observava e ficou triste.

-Pode se sentar, querido. Lembro que quando criança você amava pizza. -Minha avô tentou quebrar o clima, e era verdade, mas não estava afim de comer.

-Pode pegar. -Minha avô me incentivou a começar a comer.

-Com licença? -Alguém aparece na porta, olhei para ver quem era.

Era um homem, devia ter uns 22 anos, moreno claro, cabelos pretos e olhos castanhos, usava uma camiseta xadrez, bota estilo texana e uma fivela enorme e chapéu. Seu corpo era médio, não ia na academia, mas era forte, acredito que seja por trabalha na fazenda. Sua barba cobria seu rosto e era até legal. Calma, estava prestando muito atenção nesse cara.

-Entra Edu, vem conhecer meu neto. -Meu avô o chamou e ele entrou na cozinha.

Esse tal de Edu meu olhou intensamente, sua cara era fechada e seria, eu dei minha mão e ele a apertou forte, merda forte demais e sentir vontade de reclamar, mas aguentei.

-Me chamo Eduardo. -Sua voz era tão grossa que sentir vergonha da minha que era normal.

-Eu Yago. -Falei sem manter muito contato visual.

-Se senta Edu, vamos comer. -Meu avô pediu.

-Edu se sentou do meu lado e eu fiquei incomodado.

-Vó, estou muito cansado, a viagem foi longa, será que posso comer no meu quarto?

Percebi que ela se chateou, mas ainda mantia o sorriso.

-Claro, pode ir sim, amanhã se você quiser podemos conversar sobre... tudo.

-Sim. -Peguei um pedaço da pizza de bacon com queijo, minha preferida, coloquei no prato.

-Obrigado, boa noite a todos. -Olhei para meu avô que não estava mais tão feliz e depois para Eduardo que me olhava curiosos. Sair e subir para meu quarto e fechei a porta.

Comi um pedaço da pizza e sentir um amargor na minha boca, não tinha fome e não ia forçar a comida. Respirei fundo e coloquei o prato no criado mudo e tirei minha roupa e fiquei só de cueca.

Se passou algumas horas e eu não conseguia dormir, o calor ainda estava demais, ali nem tinha ventilador ou ar-condicionado, fui até a janela e abrir as cortina e levantei o vidro. O ar fresco da noite bateu no meu rosto fazendo meus cabelos flutuarem e o rosto corado de calor, amenizar.

Olho para frente e me deparo com o celeiro da fazenda. Lá tinha o rapaz, Eduardo que estava sentado em uma cadeira na frente do celeiro com um violão e do lado tinha um caderno que as vezes escrevia algo nele.

Prestei atenção nele, e na melodia que ele conseguia fazer com seus dedos e aquele instrumento, às notas musicais eram produzida de forma correta, por um momento eu não desviava os olhos.

Decidi parar de olhar e me viro para ir para minha cama, mas ainda sim deixo a janela aberta, mas apago a luz.

A música que o rapaz tocava no seu violão vinha bem fraca até meu quarto, mas dava para ouvi perfeitamente. Fecho meus olhos e sinto o som percorrer pelo meu cérebro e minha alma se acalma.

E pela primeira vez em muitos dias eu consigo dormir.

Segue aqui e no link / no wattpad


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Comentários

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23/08/2020 13:55:58
gostei. mas a culpa por vc ir pra fazenda, é do seu padrasto ou dos seus avós. poderia ter ficado na casa de amigos.
22/08/2020 19:00:38
Continua
22/08/2020 15:41:04
Muito bom
22/08/2020 12:01:01
Continua!! tá interessante!
22/08/2020 00:32:29
NOSSA, MUITA RAIVA, MUITO RANCOR, MUITO DRAMA. PARECE QUE SÓ VC TEM PROBLEMAS E OS OUTROS NÃO. SÓ VC QUE SOFRE E OS OUTROS NÃO. SEM CONTAR QUE VC É MUITO MAL AGRADECIDO E SEM EDUCAÇÃO. DEVIA AGRADECER TODOS OS DIAS DA SUA VIDA POR SEUS AVÓS TE RECEBEREM TÃO BEM E O QUE VC FAZ? PEGA SEU PEDAÇO DE CRÍTICA E VAI PRO SEU MUNDINHO DE MERDA RECLAMAR. ME POUPE. UM EXCEPCIONAL INÍCIO DE CONTO. CONTINUE. O QUE ESTOU AQUI É CRITICANDO AS ATITUDES DO PERSONAGEM E NÃO O CONTO EM SI. ALIÁS, A CRÍTICA AO CONTO É O EXCESSO DE ERROS NA ESCRITA. SERIA INTERESSANTE REVER ISSO.
22/08/2020 00:04:34
Tô gostando, espero a continuação , se quizer da uma passada nos meus pra vê se gosta
21/08/2020 23:11:51
Gostei de seu conto! Muito bom
21/08/2020 21:43:00
O primeiro capítulo promete.
21/08/2020 18:30:59
Um bom começo de conto, daqueles que valem à pena ler a continuidade. Uma pena que nunca somos informados quando o autor posta um novo conto !
21/08/2020 17:43:12
Ótimo
21/08/2020 15:17:23
Um início perfeito. Continue


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