Dama de Pau

Um conto erótico de Dropa Galha
Categoria: Gay
Data: 24/05/2020 17:32:56

É bem sabido que em Deodoro, bairro do Rio de Janeiro, no ano de 1972, havia um senhor de 76 anos chamado Gilberto Rosa que frequentava a praça pública para jogar carteado com os milicos. A rotina de Gilberto era conhecida por todos e tinha a fama de infalível pois o velho, assim como o filósofo Kant, jamais se atrasava. As quintas-feiras ele jogava buraco das 19h até as 22h, na sexta jogava sueca de 18h às 23h. Mas nossa história se passa em um domingo que, como todos os outros domingos, Gilberto pisa na praça as 18h com seu próprio baralho em mãos, dinheiro no bolso e a procura nos olhos. Gilberto caçava os recrutas novinhos que talvez não soubessem ainda de sua fama e ao encontrar sua presa, o desafiava a uma partida de truco valendo dinheiro. O costume de seu jogo era apostar o dobro do que receberia nos casos de vitória predando assim facilmente qualquer um com ganância suficiente. Neste caso o recruta era Quintino, o próprio quem me contou a história, que hoje é meu vizinho. Quintino com seus 18 anos de idade, primeiro trabalho, ainda deslumbrado com o poder do dinheiro aceita o desafio sem nem mesmo questionar. A quantia apostada foi o que hoje seria 20 reais. Caso Quintino perdesse 20 reais seriam pagos ao velho, mas se vencesse, receberia 40 reais!

Um total de 12 partidas aconteceram, e Quintino venceu 9, ganhando assim bastante confiança. As partidas e o movimento de dinheiro atraiu um público considerável e foi aí que veio a proposta da boca do idoso:

-Escuta, jovem, você já tirou todo dinheiro que era pra comprar meus remédios. Se importa de uma última aposta, com toda a quantia que você arrecadou e igualar as condições?

Até o momento foram 360 reais* apostados, e a chance de vitória certa. Era dinheiro fácil! Obviamente Quintino aceitou com sorriso nos lábios e euforia no coração.

A partida teve duração precoce e ao seu fim estava Gilberto sorrindo e Quintino chocado, rodeados de gargalhadas, zombarias e pena.

-Você me deve 720. disse o sorridente coroa.

-Mas eu apostei 360 só! tentou argumentar o jovem milico.

-Não, você concordou em igualar as condições, todo mundo aqui ouviu. Igualando as condições diz que se vc perder, paga o dobro do que apostou.

Todos os presentes concordaram e pressionavam o recruta por temerem uma calota no sexagenário.

-E então? Vai pagar?

-Eu não tenho dinheiro. Já dizia chorando, o infortunado militar.

-Você tem as opções:

Ou me paga;

Ou me leva pra jantar com direito a beijo na boca, e eu escolho o restaurante;

Ou me come.

A única frase que Quintino conseguia falar era:

-Eu não tenho dinheiro, senhor.

-Então vai dar. Vem, entra no carro.

Quintino não se mexia, estava paralisado. Um dos militares que assistia o jogo disse à Quintino:

-Ele ta errado, mas você não devia ter apostado o que não tinha.

Outro militar tentou confortar:

-Fica assim não, você não é o primeiro nem será o último.

Quintino nesse momento já não estava mais dentro do corpo, agia como por automático sem raciocinar no que estava acontecendo. Levantou do banco da praça e caminhou até um fusca azul com para lamas prateado que já estava com a porta do carona aberta aguardando o moço ludibriado.

Assim que entrou, o velho estava com o pau pra fora e disse quase sussurrando:

-É muito dinheiro que você me deve. Pode começar pagando com carinho. Pega.

O velho safado dirigiu até o interior da vila militar, parou em frente a uma casa padronizada, deu um chaveiro com 4 chaves pro rapaz e mandou ele entrar já se sentando no sofá. Quintino assim fez, sentando-se ao lado de uma pilha de revistas. Gilberto entrou em seguida e trancou a porta já ordenando ao coitado a pegar uma das revistas pornográficas, abrir em qualquer página e tirar as calças soltando entre os dentes cerrados a frase:

-Sua sorte é que hoje eu quero ser a dama. Abra a revista e deixe o pau duro.

Quintino não conseguiu deixar o pau ereto mas Gilberto se ajoelhou em frente ao sofá e mamou com uma força assustadora. O jovem tentava se concentrar nas mulheres das revistas preocupado em enrijecer para ir embora o mais cedo possível. Sem perceber quando, sua pica estava dura e o velho delirando.

-Conhece o gargarejo de cabeça? questionou Gilberto.

-Imagino o que seja. respondeu o jovem com voz trêmula.

Os sons mais esdrúxulos ecoaram pela sala apertada. Pensamentos confusos correram naquela jovem cabecinha, suas mãos amassavam a revista nada inocente.

Quando Quintino estava quase aceitando seu destino, percebeu uma repentina parada. Ao abaixar a revista que tapava-lhe a visão deparou com um velho de quatro que urrou:

-Mete agora que tá duro.

Quintino ainda hesitou, por dois segundos teve a esperança de que alguma providência divina o livraria daquele inferno.

-Rapaz, você só tem que enfiar e ir embora. Ou prefere que eu coma?

O temor de perder as pregas do toba para tão triste figura foi combustivel mais que suficiente para, em velocidade sônica, chutasse a porta sem pedir licença. O velho uivou como um lobo ferido, que sendo penetrado pela presa de um predador maior, clama socorro sem a saber quem. A velocidade das perfuradas ultrapassava as leis da física e vendo o Gilberto que o novato não se preocupava com o zelo do seu rabo suplicou:

-Eu aguento teu tamanho, mas faça devagar. Lembre-se que você só sai quando eu gozar.

A verdade era que o medo fez Quintino agir novamente por automático e a mente dele estava em sua reputação no quartel, sem configurar o que estava acontecendo no momento presente. A declaração do velho foi o estalo de que deveria se concentrar com sua tarefa atual e, como um bom soldado, cumprir as ordens a fim de satisfazer quem as demanda.

Procurou Quintino botar com mais cuidado e a ler os sinais do velho. O primeiro minuto, além de parecer infinito, foi marcado pelo silêncio. Gilberto não dizia um pio, Quintino não parava o pinto. Foi quando uma confissão delicadamente furou o silêncio:

-Tem meses que não pego um pau tão grande. Os militares de hoje não tem pau nem culhão.

Quintino continuou mudo sem saber como reagir ao comentário.

-Pode ficar em silêncio, mas mete. Com toda a raiva que você está sentido de mim, mete! É teu momento de vingança!

Quintino concordou. Montou no lombo do velho como um oficial da cavalaria e castigou o rugoso cu com estocadas tão brutas e profundas que nenhum sermão de sargento é capaz de alcançar. Guimarães já não se preocupava com o prazer e sim em resistir à aquela prova de fogo que seu subordinado o aplicara.

Após 20 minutos de brava resistência em ambos os lados o velho grita:

-É agora recruta, maltrata que eu vou gozar! Passagem tática¹!

Quintino acelera o ritmo e aumenta a força de sua queda as custas de suas ultimas reservas.

-AHHH QUE DELÍCIA! Berra o indecente.

Quintino que já fazia 20 minutos imaginava Neide, sua vizinha e amiga de infância, tirou o cacete do rabo de Gilberto e segurando-o pela nuca, declama a própria vontade:

-Agora é minha vez, seu viado velho!

Tachando a pica na boca do puto e cobrando a mamada, fechou os olhos e derramou em sua garganta a sua gala a muito tempo acumulada.

O velho limpou o cacete com a língua e secou com a própria camisa, com o maior carinho do mundo. Tirou do bolso da calça jogada no chão uma carta do baralho, entregou-a pro rapaz que parado ficou.

-Entregue isso ao seu sargento amanhã e terá o dia de folga. Sua dívida foi paga.

Quintino não perdeu um segundo sequer. Se vestiu, guardou a carta no bolso e voltou pro quartel. No dia seguinte enfileirados todos após o toque da alvorada, Quintino sem saber o que estava fazendo entrega a carta ao sargento que não mostra nenhum sinal de surpresa.

-A dama de pau, não é recruta? Tá liberado. Disse o sargento devolvendo a carta.

Nesse instante a curiosidade brotou pela primeira vez e Quintino olhou para a carta. Era a dama de paus, a carta que foi a vira² na última partida.

Quintino fitava o sargento com o olhar perdido ainda sem entender. O sargento compadecido adiantou:

-Ele é da reserva, faz isso a anos. Não conte pra ninguém e seu segredo estará bem guardado. Se vocês se reencontrarem ele pode não te reconhecer então mostre a carta pra ele em silêncio e cada um tomará seu caminho.

No domingo seguinte Quintino estava de escalado com folga novamente e decidiu ir até a praça tentar encontrar o velho. Seguindo o som dos burburinhos encontrou-o sentado na mesa da praça com outro jovem da sua idade, dinheiro na mesa e o vira como uma dama de paus.

¹ Passagem tática é uma expressão no exército com o seguinte significado:

Passagem de uma barreira onde não foram construídos obstáculos, sendo suficientemente larga para permitir o trânsito de uma força amiga em formação tática, normalmente com largura superior a 100 (cem) metros.

² Vira é a carta do truco que determina a manilha, que será a carta de maior valor da partida.


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