Nota 1: Obrigada Gustavo por sempre ler e comentar. Próximo capítulo será o final da história
Nota 2: Morgana... obrigada por ler desde o início e olha que eu era horrível no início, não que tenha melhorado muito mas também evolui um pouco.
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Amando e lutando
Acusando, negando
Não consigo imaginar um mundo em que você se foi
A alegria e o caos
Os demônios de que somos feitos
Eu estaria tão perdido se você me deixasse sozinho
Você se trancou no banheiro
Caída no chão quando eu entrei
Eu te puxo para sentir seus batimentos cardíacos
Você pode me ouvir gritando: por favor, não me deixe?
Espere, eu ainda te quero
Volte eu ainda preciso de você
Me deixe pegar a sua mão, eu vou consertar tudo
Juro te amar por toda minha vida
Espere, eu ainda preciso de você
Longa estrada infinita
Você está em silêncio ao meu lado
Conduzindo um pesadelo do qual não posso escapar
Rezando sem esperança a luz não está apagando
Escondendo o choque e o frio em meus ossos
Eles te levaram em uma mesa
Caminho para lá e para cá enquanto você está imóvel
Eles te pegam para sentir seus batimentos cardíacos
Você pode me ouvir gritando por favor, não me deixe?
Espere, eu ainda te quero
Volte eu ainda preciso de você
Me deixe pegar a sua mão, eu vou consertar tudo
Juro te amar por toda minha vida
Espere, eu ainda preciso de você
Eu não quero te deixar ir
Sei que não sou tão forte assim
Só quero ouvir você dizendo, querido
Vamos para casa
Vamos para casa
Sim
Eu só quero te levar para casa
Espere, eu ainda quero você
Volte, eu ainda preciso de você
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Nicole
Depois de uma noite sem dormir deslizei para fora da cama. Sabia que o amava e muito, mas como sempre estava receosa de entregar meu coração e acabar sofrendo. Tinha medo de ele ser meu pai, de me fazer sofrer, de expressar meus sentimentos e ele trair minha confiança. Sabia que era sem fundamento tal pensamento, mas o medo sempre falou mais alto.
Tentei vê-lo no dia seguinte após o fadigo baile, mas simplesmente ele foi blindado por seus amigos para que eu não chegasse nem perto dele.
-Nic - falou Renato quando me viu se aproximando da mesa onde eles estavam tomando o café da manhã. - Acho melhor você ir embora...
-Eu só preciso...
-Ele não quer falar com você. Não agora.
-Eu realmente preciso falar com ele, Renato. É importante.
-Deixe para depois tá bom.
Meu coração na hora se quebrou. Eu fiquei sem palavras. Eu não conseguia nem pensar. Pela primeira vez ele nem me olhou e não quis falar comigo.
Ele não me quer mais? Ele não me quer mais?
Eu deixei cair livremente as lágrimas pelo meu rosto enquanto voltava para o quarto do hotel.
Decidi sair horas depois do quarto afim de tentar falar com ele novamente. Acabei encontrando o Paulo e o Marcio no barzinho do hotel.
-Eu preciso falar com Eduardo.
-Boa noite para você também Nicole - disse Paulo ironicamente. – O deixe em paz.
-Boa noite. Eu preciso falar com o Eduardo agora, por favor.
-Gostaria que eu entregasse uma mensagem para você, Nic? - perguntou Marcio.
-Não, eu... eu só preciso falar com ele, pessoalmente. Você pode me levar até ele?
-Ele não quer ser incomodado por ninguém Nicole.
-Por favor, Marcio... Eu preciso...
-Ele quer ficar sozinho. - cortou Paulo - E acredite você é a última pessoa que ele quer vê agora.
-Por favor. - Eu chorei. - Eu sei que nós não estamos mais juntos, eu sei que errei mas eu o amo ainda. Vocês tem que acreditar que... Por favor, me ajude...
Suspirando, Marcio pegou meu braço me tirando do bar e me levou em torno da recepção, cumprimentando a todos quando passava, apertou o botão do elevador e enquanto esperávamos falou:
-Não me faça me arrepender Nicole...
-Não farei.
Quando o elevador subiu, ele se virou para mim.
-O quarto dele é o 805. Estarei aqui esperando se ele não quiser falar com você a levarei embora na mesma hora.
Eu balancei a cabeça e caminhei até o quarto. Na frente da porta do seu quarto parei por alguns segundos, pensando em tudo que iria falar, colocando em ordem os pensamentos.
Bati uma vez. Nada.
Bati duas vezes. Nada.
Bati de novo e de novo, cada vez mais alto, sem resposta
-Espere! Espere! - uma voz de mulher veio do outro lado da porta. – Será que poderia não... Oh... É você. - Carol parou de falar ao me ver.
Lá estava ela na minha frente vestida apenas com um roupão com seu cabelo despenteado. Na hora subiu uma raiva, uma vontade de bater, mas sabia que nada poderia fazer. Só me questionava se eles tinham dormido juntos.
Ela na hora balançou a cabeça negando como se entendesse a pergunta explícita em meu rosto. O que na hora me deu um alívio.
-Preciso falar com o Eduardo.
-Claro que sim. Eduardo! - falou ela ironicamente me olhando de cima abaixo enquanto voltava para dentro do quarto. - Eduardo! É para você. Espere aqui certo?
Balancei a cabeça enquanto aguardava no vão da porta, na hora as lágrimas surgiram, tentei limpá-las mas quando mais me esforçava mais chorava.
Passou um longo tempo e nada dele. Quando comecei a entrar no quarto afim de procurá-lo ele apareceu. Ele caminhou até mim sem desviar o olhar, me pegou pelo braço e me levou de volta a porta, já fechando a mesma na minha cara.
-Não, espere! - eu tentei impedir segurando a porta. - Por favor, Eduardo me escuta! Eu sinto muito! Eu sinto muito! Você me pegou desprevenida na hora, você sabe como eu sou. Mas eu te amo. Te amo muito!!! Só precisamos conversar...
-Senhorita, eu não tenho tempo agora. - ele falou seco sem me olhar nos olhos. - Caso deseje falar comigo agende com minha secretária. Agora saia daqui.
-O quê!? Edu, você não pode estar falando sério. Por favor, me deixe expli...
E de repente ele bateu a porta na minha cara.
-Não, não! Não faz isso! - Eu bati na porta repetida vezes, com tanta força que acabei machucando minha mão. - Precisamos conversar. Por favor Edu...
Antes que eu percebesse, Marcio se aproximou e me levou de volta para o elevador.
-Não, não! Eu preciso falar com ele, Marcio! - falei de modo descontrolado. - Por favor! Por favor peça para ele me escutar e explicar tudo. Eu preciso dizer que sinto muito! Ele não entende! Por favor! Por favor!
-Nicole o deixe. Acabou... Você precisa aceitar. Volte para seu quarto. Quando chegar lá coloque gelo na suas mãos ou elas irão ficar inchadas.
Ele ignorou as minhas súplicas e manteve o rosto completamente impassível enquanto me levava para meu quarto.
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Desde que eu tinha invadido o seu quarto nunca mais o vi mas também evitava sair do quarto e quando saia era apenas para comer algo com o Carlos.
Enquanto me arrumava para última noite da conferencia lembrei que esse seria minha última chance de falar com ele. Sabia que a empresa dele e seus amigos ganharam o prêmio máximo da noite de Empresa do ano e com certeza ele estaria lá.
Me arrumei com todo cuidado com a intenção de chamar a atenção dele apesar de ter certeza que ele me evitaria ao máximo e novamente não conseguiria falar com ele. Na hora desanimei em sair do quarto e ir para o baile.
-Você esta linda. - falou Carlos ao entrar no quarto.
-Precisamos ficar a noite toda? - perguntei enquanto saíamos do quarto.
-Claro que não. Podemos sair logo após a cerimônia de entrega dos prêmios.
-Tudo bem.
Ele pegou minha mão e caminhamos até o elevador.
-Você se divertiu esta semana? - perguntou Calos enquanto esperávamos o elevador.
-Sim.
-Fico feliz... Eu queria perguntar... - ele interrompeu a frase quando o elevador abriu. Ele tocou minhas costas enquanto me levava para dentro do elevador.
-O que iria perguntar? - perguntei e finalmente olhei para dentro do elevador e lá estava Eduardo e Carol juntos, ele com a mão em suas costas.
Na hora senti os olhos de Eduardo vaguearem sobre o meu vestido, e quase tive certeza que ele praguejou sob sua respiração.
-Eu estava dizendo que, poderíamos no próximo fim de semana viajar e descansar. Prometo que me dedicarei exclusivamente a você, nada de trabalho - falou Carlos enquanto apertava a mão na minha cintura.
-Eu... bom .... eu preciso pensar - respondi enquanto sentia o olhar de Eduardo sobre mim e mesmo não o olhando sabia que ela esta bravo.
Assim que as portas se abriram novamente, Carlos me conduziu até nossa mesa e não foi minha surpresa em ver que o Eduardo se sentou de frente para mim na mesma mesa e em nenhum momento ele olhou para mim apesar de inúmeras tentativas que fiz para chamar sua atenção.
Fiquei brava comigo mesma por não tomar uma atitude, por deixar escapar das minhas mãos o cara que amo só por medo e agora parecia tarde para provar a ele que ainda o amo.
Comecei a mandar mensagem para ele, várias e várias mensagens:
“Por favor, olhe para mim, Eduardo.”
“Edu precisamos conversar...”
“Eu te amo e sei que você me ama também.”
“Você está realmente tão chateado comigo que não pode nem me olhar?”
Eu o vi olhar seu celular, o vi ler cada mensagem, mas ele em nenhum momento reagiu ou olhou para mim.
-Você esta sem fome? - Carlos olhou para mim e depois para meu prato ao ver que que nada tinha comido ainda. - Percebi que você nesses dias mal tem comido...
-Estou bem. Só estou sem apetite mesmo. - falei enquanto remexia o garfo na comida.
Quando levantei meu olhar do prato vi Eduardo e Carol sussurrando um para o outro e aquilo na hora me quebrou. Tinha que sair dali já não aguentava mais.
-Será que poderemos ir embora?
-Daqui uns 30 minutos sairemos. Tente só experimentar um pouco - disse ele.
Peguei meu garfo e comecei a comer mas nada descia mesmo e acabei afastando o prato.
-Quero mesmo ir embora.
-Sr. Vasconcelos? Você está pronto para subir ao palco? - perguntou uma das organizadores do evento.
-Sim. - ele balançou a cabeça enquanto se levantava.
-Porque você subirá ao palco? - perguntei sem entender nada.
-Entregarei o prêmio da empresa do ano.
-Então, podemos ir embora assim que entregar?
Ele franziu a testa ao ver minha insistência e voltou a se sentar.
-O que exatamente esta te incomodando?
-Nada... Eu só...
-Me contará porque estava chorando naquele dia?
Eu suspirei.
-Sim... contarei. Assim que sairmos daqui... Podemos ir depois que entregar o prêmio?
-Sr. Vasconcelos? Pode vir comigo agora, por favor?
-Assim que entregar o prêmio iremos embora - falou ele me olhando sem entender o que se passava comigo.
Assim que ele se foi tive ímpetos de sair e ir para o quarto não aguentava mais olhar o Eduardo, meu Eduardo conversando ao pé do ouvido com a Carol. Acabei decidindo ficar e esperar pelo retorno do Carlos.
-Senhoras e senhores, posso ter sua atenção, por favor? - falou o cerimonialista da noite. - Antes da entrega do prêmio da noite, queremos agradecer a todos por tornar a conferência deste ano um grande sucesso.
O público aplaudiu e o cerimonialista esperou os aplausos se encerrarem para continuar a falar.
-Para entregar o prêmio da noite chamamos ao palco um dos empresários mais respeitados em nosso país e ganhador no ano passado. Senhoras e senhores, por favor, dêem as boas-vindas ao sr. Carlos Vasconcelos!
A multidão ficou de pé, aplaudindo efusivamente. Levantei-me também, tentando traçar a minha fuga daquela sala.
-Estou me sentindo aqui com todos esses aplausos. - Carlos riu enquanto acenava para a multidão se sentar. - Assim como a grande maioria que aqui está comecei a empreender de baixo e sempre sonhando alto. Pensando sempre a frente e abrindo caminhos que parecia impossíveis para todos através da inovação e qualidade...
Enquanto ele continuava a falar me levantei afim de sair foi quando escutei o nome do Eduardo.
-Chamo a frente os meus concorrentes mais ferozes o sr Eduardo Almeida, Renato Cardoso, Paulo Santos e Marcio Silva para receber o prêmio de melhor empresa do Ano.
Todos na hora se levantaram e começaram a aplaudir. Eram gritos e aplausos ensurdecedores.
Naquele momento só consegui focar nele, em seu andar sexy, sorrindo para todos.
-Muito obrigado a todos. - Ele falou no microfone. -Este prêmio significa realmente muito para nós, agora sim podemos dizer que vencemos. E pode ter certeza que nos próximos anos vocês terão que nos aturar porque levaremos de novo. – disse ele rindo enquanto tirava do paletó o seu discurso para ler. - Eu tenho algumas pessoas que eu gostaria de agradecer por me inspirar e que fizeram a diferença para que eu chegasse até aqui....
Enquanto ele discursava fiquei apenas olhando enquanto as lágrimas escorriam pelo meu rosto, mas nada doeu tanto quando no final ele deslizou o braço ao redor de Carol para posar para as fotos, rindo para ela.
Fiquei o olhando e pedindo quase como um mantra para que ele me visse ali agora e caminhasse em minha direção, mas ele continuou posando para fotos, e cumprimentando a todos, como se eu não existisse.
Quando ele puxou novamente a Carol para outra foto e ela o beijou na face... tomei a minha decisão.
Comecei a caminhar em direção ao palco, me desviando de todos e concentrada em apenas chegar perto dele. Subi os degraus no lado esquerdo do palco e ao colocar o pé no último degrau fiz uma pausa, respirei fundo, levantei meu olhar até onde o Eduardo estava e caminhei em direção a ele.
Lá estava ele conversando com outros empresários e a Carol ao seu lado. Fique frente a frente a ele. Nesse momento ele me olhou e ficou me medindo de cima abaixo.
-Desculpa, eu preciso falar com o Eduardo. - dei mais um passo a frente até esta poucos centímetros de distância dele.
-O que deseja? - Eduardo levantou a sobrancelha.
-Nicole por favor, desça. - Eu ouvi Marcio murmurar. – Essa não é a hora nem o local...
Dei mais um passo a frente e o olhei em seus olhos. Eu queria dizer tantas coisas, mas as palavras simplesmente não saiam e eu não conseguia me concentrar com todos ali nos olhando.
-O que deseja Nicole – perguntou de novo o Eduardo.
Fechei a curta distância entre nós, passei meus braços em volta do seu pescoço, e o beijei como se fôssemos as únicas pessoas no salão...