Desafios - 1
“Esta é uma obra de ficção, qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência”, pronto assim não corro risco nenhum… rs
Pessoal é o meu primeiro conto, espero que gostem, criticas construtivas serão bem-vindas.
Acredito que conseguirei postar pelo menos uma vez por semana. Estou com um problema na visão o que me impossibilita de ficar muito tempo na frente do note.
Abraços
André
Ir ou não ?
É interessante que há momentos na vida que paramos e começamos a relembrar pontos da nossa vida, e isto esta acontecendo agora comigo.
Parece que foi ontem que vi o meu nome na última lista de aprovados na Universidade Federal, a minha dúvida se deveria ir ou não, a conversa que tive com a minha vó foi fundamental para a minha decisão, parece que ainda a vejo conversar comigo...
- Filho aproveite a oportunidade que você esta tendo! Sabe que eu quando tinha a sua idade também queria estudar, mas naquela época mulher estudar para que?! Pensava o meu pai, mulher tinha que saber cozinhar, costurar e as prendas domésticas. Com isto só fiz até o ginásio, você não sabe como fiquei frustrada, eu era a melhor aluna da sala, você não sabe, muitos meninos tinham bronca de mim só porque eu era melhor do que eles. Então vá, senão você irá se frustrar lá na frente como eu, mas com um agravante maior, você poderia ter ido.
- Mas vó, fui chamado agora só na última convocação. Não sei ao certo, se é realmente engenharia civil que eu quero fazer. E mais onde eu iria morar na capital, a gente não vai ter dinheiro para pagar a minha estadia lá.
- “Jamais passarei fome outra vez”, fome de aprender, fome de viver... rs Querido nós damos um jeito não se preocupe, você é tão jovem e já querendo desistir dos seus sonhos, como pode !? Se não for engenharia civil o que você realmente quer, pelo menos, você foi lá e viu que não era, do que ficar se lamentando. Não, já conversei com uma velha amiga que mora na capital e por alguns dias, ela te dará abrigo. Eu tenho certeza que você encontrará um lugar para ficar que nós poderemos pagar. Outra eu tenho uma poupança que eu guardei desde que você nasceu para que você pudesse estudar, não é muito, mas para você começar, acredito que será o suficiente.
- Vó só a senhora para falar uma frase de “O vento Levou”, neste momento. Realmente ela lutou pelos sonhos dela. Se não der para ficar lá ou não for o curso que eu quero eu tranco a matricula.
- Sr. Pedro Fischer, nada de pensar de ir já desistindo. Pensamento positivo! Eu e sua mãe, se for preciso, vamos vender doce de porta em porta nesta cidade, mas você terá dinheiro para ficar na capital e poder estudar. Você sabe que o “O vento levou” é o meu filme preferido. Então pode já acertando tudo para você fazer a sua matricula.
- Então, boa parte eu posso fazer on-line só tenho que ir até sexta para assinar os documentos. Então acredito que saindo daqui sexta, bem cedo dá para deixar a mala na casa da sua amiga e ir à faculdade. Na segunda-feira, pelo que eu li, tem uma apresentação geral da universidade e começa um trote solidário onde a participação é opcional.
Nossa aquela semana passou voando, quando vi já estava na rodoviária me despedindo da minha Vó e da minha mãe, meu pai para variar não foi...
A ansiedade era tanta que parecia que a capital nunca chegava. A minha vó falou que o filho da Dona Olga, amiga da minha Vó, estaria me esperando na rodoviária, que seria fácil reconhece-lo porque ele tinha 1,90, cabelos loiros e o braço todo tatuado com um dragão.
Após uma eternidade cheguei à capital, ao desembarcar foi fácil encontrar o Ronaldo filho da Dona Olga. Mas ele não foi muito receptivo, parecia que estava lá somente por obrigação. Praticamente ao chegar à casa da Dona Olga fui jogado para fora do carro. Nossa que diferença, a Dona Olga era um amor, mas já vi que não poderia ficar muito tempo lá, senão acredito que a Dona Olga iria brigar com seu filho e eu não queria gerar problemas para aquela doce senhora. Naquele momento percebi que deveria arrumar um lugar para ficar o mais rápido possível.
Fui na faculdade finalizei a matricula e fiquei esperando a segunda-feira super ansioso. Como seria? O que seria este trote solidário? Será que faria amigos? Estas e mais mil perguntas povoavam a minha mente. É engraçado como a gente se preocupa a toa.
Aquele final de semana foi agradável, Dona Olga fez de tudo para que eu me sentisse em casa. Mas o Ronaldo a toda hora fazia questão de falar que a minha estadia lá era temporária. A toda hora eu tinha que ficar falando que assim que eu arrumasse um lugar para ficar eu mudaria. Acredito que pela Dona Olga eu ficaria lá até eu me formar, pois o filho a tratava tão mal, e eu fazia questão de escuta-la e trata-la super bem.