Dívida Paga

Um conto erótico de Safadox
Categoria: Homossexual
Data: 03/11/2017 23:50:13
Última revisão: 03/11/2017 23:55:15

Erick era um cara cheio de sonhos.

Um deles era o de ser escritor e ser lido mundo afora. Mas nem sempre na vida conseguimos o que queremos de imediato, e a ideia de se tornar muito famoso e reconhecido fracassou em seu primeiro livro publicado.

Um romance, no qual ele se empenhou bastante em escrever e acreditava no projeto. As vendas foram tão ruins que a editora não renovou o contrato. Tentou novamente, e acabou fracassando de novo. Apelou para um lado mais comercial e escreveu um livro que ele acreditava que venderia bem. Juntou algumas fórmulas batidas e formulou um romance bem água com açúcar, desses que até analfabeto lê.

O desinteresse não podia ser maior.

Numa noite quente de uma sexta-feira, cansado, cheio e cercado de dúvidas, ao ler mais um e-mail de mais outra editora a rejeitá lo, Erick joga o laptop pela janela.Em seu acesso de fúria ele pega tudo o que vê pela frente e a bravos e escandalosos urros, destrói o que consegue enxergar no apartamento de aluguel atrasado em que morava.

Precisava extravasar, pôr pra fora toda a frustração que insistia em dilacerá-lo por dentro. Chorou, e quando a ira deu lugar a lucidez se chateou ainda mais consigo ao observar o estrago que tinha feito do pouco que ainda lhe restava. Duvidando da própria lucidez, Erick chutou sua consciência como tinha feito com os objetos do seu apartamento e sem nem mesmo se preocupar em trocar de roupa, saiu porta afora.

Com o pouco dinheiro que lhe restava na carteira -um serviço freelance onde ele escrevia sobre assuntos enfadonhos num jornal local -, Erick pegou seu celular de segunda mão e acionou o ubber.

Mas esse bar já fechou, foi a resposta do motorista quando Erick o direcionou aonde queria ir.

Foda-se. Me leva pra qualquer bar então.

O motorista franziu o cenho e fez uma careta de desgosto, mas Erick estava transtornado demais pra se importar. O homem moreno, ainda mais escurecido na escuridão da noite obedeceu seu passageiro insolente.

Passados alguns minutos desconfortáveis no carro, Erick preparava a carteira para pagar a corrida.

O senhor não tem trocado?

Erick ouviu a pergunta e ao escutar a frase, a mesma soou como um deboche. Uma provocação, irônica. Serviu pra que a ira que dançava dentro de si conseguisse se retorcer ainda mais. Inspirando fundo, e ameaçando explodir, Erick entoa uma gargalhada raivosa.

Você só pode estar de palhaçada comigo...O motorista desviava o olhar, numa expressão distante. Podia ser de abstração, um exercício de ignorar o desaforo daquele cliente abusado. Ou talvez ele próprio estivesse prestes a explodir também.

Esse é o único dinheiro que eu tenho. Erick não podia soar mais ríspido.

Tô começando meu turno agora.

O motorista respondia mais pra não permanecer calado do que pra se justificar.

Quer saber? Vai ficar por isso mesmo, não vou pagar pela corrida. Pra aprender a não ser estúpido.

Quando Erick se preparava para sair, as travas instantaneamente acionaram, fechando as portas.

O que é? Abre essa porcaria agora!

noite ainda pudesse ficar pior. Lá estava ele, em uma sexta-feira perdendo seu tempo numa discussão com um homem que jamais vira na vida. Ele não podia ser mais azarado.

Moço, o que o senhor quer que eu faça?

Erick perguntou, vencido pelo cansaço. Já não estava mais ali, sua cabeça agora pensava no que tinha feito pra merecer tanta falta de sorte.

Erick nem percebeu a pausa que se seguiu, sua mente tão mergulhada em pensamentos. E quando menos esperou seu transe cheio de cólera foi brutalmente interrompido com as seguintes palavras:

O senhor podia me dar uma mãozinha.

Confuso, Erick franziu o cenho e tentou procurar o sentido daquela frase.

Foi quando pela primeira vez

observou a silhueta escura do motorista e sentiu um fisgar no peito quando na penumbra da noite viu o que seus olhos jamais poderiam imaginar.

O motorista acariciava o próprio pênis.

Erick engoliu seco.

Seu estado nervoso e irritadiço de repente se converteu em espanto e seu íntimo agora era pasmo e assustado.

O senhor gosta?, o motorista balançava o membro e o rebatia na palma da outra mão, provocando um som de tapinhas surdos.

Erick permaneceu atônito.

O senhor tá muito bravo... Tá bravo demais..., agora o motorista massageava o pênis vagarosamente. O órgão começava a duplicar de tamanho.Parecia aumentar a cada segundo, como se fosse explodir.

O coração de Erick bombeada frenético. Suas mãos suavam.

Acho que o senhor precisa disso aqui, e finalmente o homem virou-se a Erick, o fitando diretamente nos olhos. Pra acalmar.

E sorriu maleficamente.

Erick estava estarrecido. Tremia, até.

Mas não era de medo. Estava sim, assustado. Nunca esperaria que aquele homem pudesse lhe sugerir uma coisa tão... Direta.

E suja. Erick sentia um turbilhão novo de emoções, mas seu medo não era por não querer ceder as investidas daquele cara. Era o de saber que por mais louco que aquilo fosse, intimamente, Erick sabia que também queria. Ele não tinha se dado conta, mas toda aquela investida o tinha perturbado de tal maneira que seu corpo esquentava. Seu pavor não era do outro e sim de si mesmo, que o desejava tão selvagemente como aquele homem era.

Vem cá.

E dessa vez mudo, feito um objeto, Erick se aproximou do banco da frente e ficou encarando aquele pau desconhecido pulando da calça jeans daquele homem. O observou como um imã, ignorando a loucura que aquilo implicava e apenas se deixando levar.

Pega, pode pegar.

A voz sussurrante, de macho, fez com que cada poro do seu corpo se arrepiasse. Sentiu até mesmo uma onda quente que terminava em seu ânus. Erick não se reconhecia.

Mas você é sujo, ele proferiu, deixando o instinto tomar conta das atitudes.

E você gosta, o motorista o encarava.

Ergueu a mão e segurando a de Erick, a trouxe até seu pau agora inteiramente endurecido.

Não posso. Não posso fazer isso.

Erick falava mais como um resquício de consciência do que a tentativa de ser sensual.

Pode. Mete na boca, mete.

Erick estremeceu. Estava excitadíssimo, se controlando pra não pular em cima daquele estranho atrevido. Agora elepodia olhá-lo e sentia o ar quente que exalava de sua respiração. Quis beijá-lo, mas sentiu que o ato não combinava com a situação. Se conteve em beijar outra coisa.

Abre mais a boca. Assim. Abre mais. Tira a mão. Assim. Tira. Tira a mão.

Erick obedecia e podia sentir que acabaria chegando ao orgasmo sem sequer tocar ele próprio em seu pênis. Lá estava Erick, abocanhando a rola de um

desconhecido, dentro de um carro.

As coisas mais loucas são as mais inesperadas.

Tá de calcinha?

O quê?

Erick não entendeu a pergunta e muito menos por que ele não o respondia. Mas entendeu quando sentiu um puxão em sua calça, obrigando o cós a abaixar e suas nádegas ficarem à mostra.

Apertadinha essa boceta.

Erick não entendia por que o estranho referia-se a ele no feminino, mas pouco se importava. Ele não tinha problema em ser a putinha de alguém, ainda mais um homem com tanta atitude e pegada.

Transaram por vinte minutos, mas a intensidade era equivalente a uma hora. Erick pulou no colo do motorista e tratou de cavalgar nas cochas grossas do estranho. Sentiu o saco dele ficar grudando em sua pele, conforme descia e subia, descia e subia, em flexões de putaria.

Falaram muito. Falaram de um tudo. O motorista sussurrava que Erick era mesmo uma putinha safada e Erick o desprezava, enfatizando o fato de se sujeitar ao papel de dar pra um homem tão nojento. Ficaram nessa dinâmica até que o motorista, nu, suado, aproximou o quadril do rosto de Erick e deixou jorrar seu líquido do prazer.

Ele soltou um som que pareceu um grunhido e Erick limpou a testa de suor, esquecendo da boca lambuzada.

Passado o êxtase, os dois ficaram silenciosos. Se vestiram e o motorista teve a decência de deixar Erick em casa.

Dívida paga.

Foi o que Erick ouviu quando bateu a porta do carro e o motorista acelerou o veículo, sumindo na esquina.

No elevador Erick recordava do que acabara de acontecer, como quando ficava sóbrio e lembrava do que tinha feito em seus porres.

Tomou banho, mas não conseguiu dormir.

No meio da bagunça ainda caótica do apartamento, encontrou o laptop. Não tinha voado pela janela como pensara.

O computador portátil caiu ironicamente em cima de uma coberta grossa e permaneceu intacto.

Erick o ligou. Ainda meio se deixando levar pelos instintos, abriu a página de um documento em branco.

Ficou a admirar a tela do monitor.

E como possuído pelo o que acabara de acontecer, digitou:

Dívida Paga.

Soava bem. Desatou então a escrever.


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Comentários

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03/12/2017 17:11:27
/ novo site galera! Visitem! contos e muita putaria
04/11/2017 05:44:08
Faltou falar que ele era gay ou bi, etc. Uma introdução melhor, mesmo que no meio do texto.


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