Cabeça Quente 8

Um conto erótico de Bibs
Categoria: Homossexual
Contém 5472 palavras
Data: 30/11/2016 09:26:05

GRIFF subiu os degraus para a porta da frente dos Anastagios como um prisioneiro a caminho da forca. O ar estava mais frio e as árvores esparsas do quarteirão estavam derramando folhas.

Na semana desde que “Monte Full” foi postado no site Hothead, Griff o havia assistido cerca de quinze, talvez vinte, vezes. Ele tinha finalmente parado de resistir e comprado mais uma semana de filiação.

Ele nem sequer estava tentando não assistir mais. Agora ele estava apenas tentando não pensar sobre isso fora de seu fechado quarto do porão. Ele não estava evitando Dante, mas para sua própria sanidade, ele estava tentando se certificar de que eles não estivessem sozinhos por muito tempo.

A última coisa que ele precisava...

Griff tocou a campainha. Ela tocou algum lugar dentro da casa quando ele abriu a porta e entrou. Debaixo do seu braço esquerdo, ele segurava uma garrafa de vermute doce como uma oferta de paz. Ele tinha estado ausente os últimos dois domingos por causa do trabalho, e sabia que ele seria criticado sobre isso.

Os jantares de domingo nos Anastagios não exigia um convite para Griff. Se qualquer coisa, envolvia um pedido de desculpas se ele ignorasse por algum motivo. Eles o esperavam as 05h00m com o restante das crianças e ficavam chateados quando ele não aparecia.

O Sr. Anastagio adorava ter a “tropa” por perto quando ele cozinhava, e a Sra. Anastagio nunca parecia como se ela soubesse o que estava acontecendo com a sua ninhada, a menos que a fofoca viesse da boca deles. Esta mulher cuidava dele desde que ele estava no colégio, tinha lavado seus shorts e ido com ele ao médico e conversado com seus professores.

A Sra. Anastagio tirava folga aos domingos e deixava seu marido e os filhos cozinharem, enquanto ela “recebia” na sala de visitas da frente. Essa era uma maneira educada de fazer interrogatórios, e com certeza, no minuto que Griff entrou em casa, ele a ouviu chamar de lá.

“Olá?”

Por causa da estranheza com Dante, Griff tinha ficado longe por muito tempo, e ele sabia disso. E ele sabia que ela sabia disso, mesmo que ela não soubesse a razão.

No hall da frente, Griff pendurou seu cachecol e jaqueta num cabide. Primeira parada: sala de estar. Havia vozes da cozinha, mas ele sabia que precisava pedir desculpas a Sra. A. primeiro.

Domingos eram os dias ela se vestia para visitantes e hoje não foi exceção. Ela estava sentada no banco da janela em um terninho verde-claro, que exibiu suas curvas, esperando por ele com um sorriso suave e uma sobrancelha severa.

“Eu pensei que íamos ter que fazer um arquivo de pessoas desaparecidas na sua delegacia.” Ela o puxou para um abraço, ela era uns cinquenta centímetro mais baixa que Griff, e ele teve de se inclinar para ela. Quando ele se endireitou, ela a examinou e apalpou seu peito musculoso.

“Você está muito magro, Griffin.”

“Magro!” Ele fez uma careta.

“Que diabos está acontecendo com você?”

Agora era uma pergunta difícil. Como responder a isso? Griff se remexeu na bronca carinhosa e empurrou o vermute vermelho para ela— Carpano Antica era o favorito dela e não barato.

Ela fungou sua aprovação, mas seu rosto sisudo se manteve firme. “Obrigado. Mas não acho que você pode me comprar com uma garrafa de bebida, senhor. “Ela acenou para o rótulo bege e colocou a garrafa sobre a mesa do café.

Gritos abafados vinham da cozinha. Parecia que o Sr. A. tinha se queimado ou alguma parte do jantar. Então eles puderam ouvir Loretta tentando manter sua paciência enquanto ela o acalmava, seguido de passos no corredor.

“Cerelia!” O marido da Sra. A estava descendo o corredor.

Em alguma parte de sua mente adulta, Griff sabia o nome dela era Cerelia, mas ele nunca a chamou de qualquer coisa exceto Sra. Anastagio ou Sra. A.

O Sr. Anastagio inclinou sua cabeça careca para a sala, enxugando as mãos em uma toalha jogada sobre o ombro. Ele era mais alto que sua esposa, mas não muito, e construído como um barril peludo. Ele levantou uma mão quadrada em saudação superficial. “Oi, Griffin.”

“Sr. A.” Griff rezou para que o jantar estivesse pronto e ele poder evitar o interrogatório e ganhar pontos por comer uma porção extra. O Sr. Anastagio detestava sobras quase tanto como a Sra. A amava. Jantares era sempre um cabo-de-guerra entre a exigência de que todos comessem mais do que possível e a obrigação deles de levar sacolas enormes para casa cheias de comida suficiente para uma semana.

“Estamos tendo carne de vitela como principal. E Loretta está fazendo uma panna cotta como sobremesa. Avelã!” Ele se inclinou para frente como um agente duplo passando segredos. “Que vai ficar líquido se quer saber.”

“Não, não vai! Jesus, pai!” A voz Loretta latiu do hall atrás de seu pai. Os passos vieram em direção ao salão.

O Sr. Anastagio sussurrou para eles e alisou o bigode. “Como sopa. Eu ainda vou colocar colheres grandes. E babadores, possivelmente.”

“Papai! Basta!” Loretta entrou pisando duro atrás dele usando um avental sujo por cima de um vestido de domingo sexy. “Seu espargos estão ficando moles.”

De olhos arregalados, o Sr. A. girou e saiu pelo corredor, resmungando com bom humor em sua filha e do fogão.

Por um segundo, Griff pensou que podia escapar pelo corredor e para a cozinha para fugir dos olhos sondando da Sra. A.

Loretta proibiu enquanto se dirigia atrás de seu pai.

“Oi, Griff. Tchau, Griff.” Loretta apontou para ele com uma colher de pau, com firmeza. “Fique onde está até nós chamarmos você.”

A Sra. Anastagio o puxou de volta para o sofá, sentando-o ao lado dela. Ela ergueu a mão para seu cabelo preto, alisando imaginários fios no lugar. Seus olhos estavam explorando seu rosto como se ela pudesse ler alguma coisa ali. Ela parecia tão pequena e determinada em seu terninho verde.

Griff sentia como um macaco ao lado de um canário. “Paulie está vindo também?”

“Não. O pequeno tem um jogo de futebol e Paulie é o treinador novamente. “Ela se inclinou para frente e tirou uma azeitona recheada de uma tigela rasa sobre a mesa em frente a seus joelhos. Jogando-o em sua boca, ela inclinou a cabeça como se estivesse esperando que ele a admitisse alguma coisa. “Loretta diz que você está suspirando por uma garota.” Seus olhos cor de avelã vasculharam os seus. “Ela é agradável?”

Griff engoliu seco, observando-a mastigar.

“Você poderia ter trazido ela, você sabe. Eu adoraria conhecê-la.”

O que ele devia dizer?

Uhhh. Não. Eu acho que posso ser gay, e eu estou provavelmente apaixonado por seu filho hétero, que tem fodido metade do Brooklyn, e, oh sim, ele está fazendo pornografia online agora e quer que eu me junte a ele para o próximo festival mundial de masturbação.

Ele sentiu o rubor rastejando acima do colarinho de sua camisa. Suas bochechas e orelhas assadas com embaraço.

A Sra. Anastagio interpretou com abundância isso, naturalmente. Ela jogou outra azeitona na sua boca e olhou para ele conscientemente. “O quê? Ela é casada? Grávida? O que você fez, Griffin? “

“Eu não fiz nada. Eu juro. E eu não quero, se eu puder evitar.”

A Sra. Anastagio sacudiu a cabeça para ele e pegou a tigela novamente.

“É uma pena. Depois de... tudo, alguns problemas poderiam te fazer bem.” Pop. Outra azeitona. Ela mastigou, apertando os olhos, tentando conseguir a confissão dele com ferozes olhos ciganos como os de Dante.

Logo em seguida, a porta da frente se abriu e mais Anastagios empilhados dentro de casa. Flip e sua esposa, Carol, estavam gritando para seus filhos saírem da rua e se apressarem e serem cuidadosos ao tirar as panelas do carro.

Flip quase não parou na porta enquanto carregavam bandejas para a sala de jantar. “Hey, Mãe. Oi, Griff. Eu tenho que...” Então, seu corpo magro tinha ido, seguido por sua esposa e seus dois pequenos magrelos. Sua voz abafada podia ser ouvida da cozinha. “Papai, trouxemos folhas de uva.”

O nome de Flip era Filippo, mas ele socou muitas crianças no parquinho que eles o deixaram escolher seu próprio apelido. Um ano mais jovem do que Loretta, ele tinha se casado logo que saiu da escola, e uns casais de filhos magricelas tinham vindo rapidamente.

“Então... eu, Loretta e sua criança, e Flip e Carol e seus dois. Além disso, você e o Sr. A.” Griff marcou os nomes em seus dedos largos. “Nove.”

“E os gêmeos voltaram para casa da escola para visitar.”

Através da janela, Griff podia ver Mikey e Mona, mais novos em vários anos, os gêmeos eram os bebês do grupo e ambos na Universidade Rutgers, em Jersey. Eles estavam conversando com alguém na calçada. Griff se levantou e foi olhar pelas janelas da frente, sabendo exatamente o que ele ia encontrar esperando por ele.

A Sra. Anastagio falou atrás dele. “Dante também. Ele estava atrasado.”

“Oh. Doze.”

Com certeza, lá estava ele: cabelos pretos, olhos negros, e aquele corpo duro enrolado como corda trançada debaixo de suas conservadoras roupas. Dante tinha um dos pés na varanda. Ele enfiou a mão no bolso de suas calças de veludo e puxou dinheiro, enfiando-o no bolso de Mona, enquanto Mikey balançava sua cabeça.

Griff fechou os olhos e sacudiu o que ele estava imaginando de sua cabeça.

A Sra. Anastagio levantou também e se moveu para o corredor que levava à sala de jantar. Na porta, ela fez uma pausa.

“Griffin. Escute-me agora. Você está muito sozinho. Você pegou esse hábito daquele seu pai. Mas eu não quero você se escondendo quando você tiver dias ruins. Promete?”

“Claro.” Griff concordou com a cabeça, e quando pareceu que ela não estava acreditando, ele concordou mais uma vez de forma mais decisiva, segurando suas mãos como um vendedor de seguros. “Sim, senhora.”

“Essa é a regra. Qualquer dia porcaria, você tem que passar com alguém. Aquela garota ou conosco ou no corpo de bombeiros ou Dante. Quem quer que seja.” Seus olhos perfuraram os seus quando ela atravessou o tapete em direção a ele. “Alguém que se importe, senhor. Eu sei como você fica sempre que você fica ansioso. Já chega! Certo?”

Griff se afastou da janela, sentindo-se como um pedaço de merda. O que ela diria se soubesse? Na rua atrás dele, ele podia ouvir Dante sendo engraçado sobre algo, contando uma história para fazer Mikey rir e fazer Mona se sentir menos embaraçada sobre receber dinheiro que Dante não tinha condições de oferecer.

“Você é um bom homem, Griffin Muir.” Ela deu um tapinha seu antebraço. Suas mãos pequenas eram mais fortes do que pareciam. “Ninguém merece ser punido por amar com o coração aberto.”

Coração aberto. Sim, certo. Griff fechou os olhos com dor de cabeça.

Um dos filhos de Flip correu para a porta da frente, logo que a campainha tocou. Ding dong. Ele abriu a porta para seu tio.

“Estou morrendo de fooommmme!” a voz de Dante encheu o primeiro andar como um leão de desenho animado. O filho de Flip tocou seu estômago e correu, rindo, de volta para a cozinha. Caçada! Dante saudou sua mãe e Griff através da arcada sala de estar e depois saiu perseguindo seu sobrinho.

A Sra. Anastagio se levantou e Griff fez o mesmo. Como sempre, ele se sentia como um gigante escoltando uma princesa de conto de fadas— uma duquesa em um terninho. Ele afagou sua mão e ela apertou seu bíceps.

Ela pegou o braço dele. “Vamos entrar lá antes que eles incendeiem minha cozinha.”

O JANTAR estava louco, como de costume, mas confortavelmente louco, afetuosamente louco. Clássico dos Anastagio, do antepasto ao café. E a panna cotta de avelã estava excelente e firme, apesar das previsões sombrias do Sr. A..

Griff tinha desfeito o botão de suas calças e colocou uma mão confortável na cintura. Ele tinha esquecido o quanto ele gostava de estar aqui com toda a família. Sua comida e hospitalidade e loucura sempre o restaurou, conectado as fendas em sua armadura para que ele pudesse sair e lutar com dragões.

Isso era como que o jantar deveria ser. No final, Dante sempre fazia um prato para ele levar para casa para seu pai, que muitas vezes se esquecia de comer e vivia de máquinas de venda automática quando ele se lembrava; secretamente, Griff sempre esperava que um pouco da faísca da casa dos Anastagios viajaria debaixo do papel alumínio e o calor iria rastejar seu caminho para seu pai. Ele não esperaria, mas ele ainda aceitaria o prato.

A sala de jantar deles era quase da largura da casa de Dante, metade com painéis debaixo um teto de zinco original e pintado de rosa salmão monótono; a família tinha se reunido aqui há mais de três gerações. O aparador tinha vindo da Sicília um século atrás. As cadeiras incompatíveis e a maciça mesa redonda haviam sido compradas numa liquidação de incêndio em 1960 no Bronx, quando os pais da Sra. A. se casaram. Cadeiras para todos e convidados também. Cada feriado e aniversário, o Sr. Anastagio fazia barulhos sobre comprar um novo conjunto de sala de jantar combinando para sua esposa, mas todas as crianças tinham crescidos com a mistura, de modo que, eles invariavelmente se convenciam que não precisavam.

Agora sobremesa estava terminando. Todo mundo estava começando a empurrar seus pratos, colocando guardanapos para baixo, barrigas cheias. O sol tinha finalmente se posto, e Loretta e Flip precisavam conseguir colocar seus filhos para a cama cedo. Mona estava mandando mensagens de texto e o Sra. Anastagio estava falando com Mikey sobre alguma banda que ele tinha visto na escola.

Griff se recostou, estufado e feliz; ele precisava disso mais do que ele percebeu. Ele atirou um sorriso para seu melhor amigo e viu problemas agitando ali, viu as engrenagens de travessuras girando. Dante adorava mexer no caldeirão, quando todo mundo estava muito confortável... e agora ele estava tramando algo.

Dante inclinou sua cabeça.

“Papai, diga a Griff que ele precisa vir trabalhar comigo na próxima semana.”

Que. Porra. É essa?

Griff olhou para Dante horrorizado. Ele realmente iria falar sobre sua nova carreira pornô no jantar de domingo?

Loretta revirou os olhos. “Griff não precisa de outro emprego. E ele certamente não precisa proteger sua bunda preguiçosa.”

“Olha a língua!” Flip sempre tinha sido um defensor sobre esse tipo de coisa, até mesmo como criança, e agora com suas próprias crianças ele era um impiedoso nazista. Não importava que eles fossem todos adultos e seus filhos estavam na sala de estar a dez minutos brincando com sua mãe e Nicole. Flip e Loretta não de davam bem desde o dia que ele chegou em casa do hospital.

No meio de tomar um gole de vinho, a Sra. A. disparou a ambos um olhar de advertência. O jantar de domingo era um terreno neutro.

O Sr. Anastagio se virou para Griff. “Ele está fazendo algo desonesto?”

Dante pressionou sua sorte.

“Não. É apenas coisa de um dia, super fácil e o dinheiro é excelente, mas este idiota se sente culpado.”

“Culpado sobre o quê? Sendo pago?” Mona era categórica em sua fase cínica de faculdade; frustração com o mundo enrugava sua testa bronzeada por cima dos seus óculos.

A voz de Griff era baixa e controlada, seu rosto estava queimado. “Eu não me sinto culpado. Chega! Desista.”

“Por que você está corando? Por que ele está corando?” Flip parecia perplexo.

A Sra. Anastagio olhou entre eles, a colher de panna cotta em pleno ar. “Qual é o problema, Griffin? Dante, você está se aproveitando—?”

“Apenas movendo equipamentos na Avenida X. Equipamentos pesados.” Dante atirou para Griff um olhar cintilante e lambeu os lábios como se eles estivessem secos; os quais não estavam. Dante continuou. “G pensa que eu sou um cabeça quente.”

Loretta afagou o braço de seu irmão com falsa preocupação. “Você é um cabeça quente.”

“Jesus, Dante.” Griff deixou cair o garfo com um barulho. Ele queria cometer assassinato.

Imediatamente entediada, Mona pegou o celular e se levantou. “Eu tenho que ligar para o meu companheiro de quarto.” Ela estava falando ao telefone e rolando seus olhos antes que ela saísse da cozinha.

Dante não desistiu. “Trabalho suado, mas é um lugar apertado, então eu preciso de alguém que posso contar para não estragar minha imagem. O cliente é um cara russo que gosta de assistir cada etapa, mas é dinheiro fácil.”

“Não existe tal coisa.” Loretta apertou seus olhos desconfiados em seu irmão, alisando a toalha debaixo de suas mãos.

A Sra. A. olhou de soslaio para o ar entre Griff e Dante. Ela sabia que algo estava acontecendo, mas ela manteve sua tranqüilidade.

Mikey parecia irritado.

“Talvez eu pudesse te ajudar, cara. Huh? Eu preciso de dinheiro para a escola. Eu não sou um garoto—”

Ack! Griff engasgou e tossiu, tornando-se escarlate. Ele estendeu a mão para a sua água para limpar a garganta. Flip bateu em suas costas, parecendo confuso.

Dante foi rápido. “Não, pequeno. Eu preciso de um gigante neste show. E Griff é o único gigante na família. Eu preciso dele lá ou não existe negócio. Vamos, Papai. Diga a ele que está tudo bem.”

O Sr. Anastagio se recostou em sua cadeira, mãos sobre sua barriga reta. “Isso é para vocês dois resolverem. Griff possui mais juízo que você, por isso, se ele recusa, eu aposto que há uma boa razão.” Ele se virou para Griff e perguntou a queima-roupa, “Você não gosta desse russo?”

Griff não podia fazer uma cena, mas sabia que quanto mais tempo a família girasse em torno do falso trabalho tocante, mais risco Dante levaria falando sobre isso. Às vezes, Dante parecia flertar em ser apanhado. Quem sabe ele amasse a histeria de ópera como Loretta, exceto que ele gostava de assistir.

“Avenida X é muito longe para ir transportar caixas por alguns dólares.” Loretta estava determinada ao lado de Griff.

“É. E eu não gosto de trabalhar para estranhos.” As sobrancelhas de cobre de Griff desceram sobre a ponte de seu nariz.

Mikey interrompeu novamente, “Eu poderia realmente usar alguns dólares, mano.”

“Esses equipamentos são de pessoas desonestas?” A Sra. A. dobrou seu guardanapo, tentando ler a expressão de Griff.

Dante levantou uma sobrancelha demoníaca. “Bem, não, Mãe. Quero dizer... Eu acho que ele não é exatamente o que eu chamaria de sério.”

“Desculpe-nos!” Griff se levantou na mesa, quase derrubando sua cadeira. Ele não se importava se ele estivesse fazendo uma cena. Ele pegou Dante pelo braço, puxando-o para a porta dos fundos. “Nós voltaremos logo.”

GRIFF não soltou o braço de seu melhor amigo até que eles estivessem do lado de fora da porta dos fundos e ela estivesse fechada com segurança por trás deles. Última coisa que ele precisava era de qualquer um dos Anastagios ouvindo o que estava acontecendo no seu quintal.

Dante não teve sequer a decência de parecer envergonhado.

“Droga, Anastagio! Você sempre tem que ser assim tão arrogante?”

Dante deu de ombros, imperturbável. “Eu não sou. Vai se foder. Eu encontrei uma solução para uma situação meio ruim. E você disse que iria ajudar.” Ele parecia quase confundido pela reação de Griff, enquanto ele andava na varanda de tijolo acima do pátio fechado. Tudo em volta deles, as árvores dos vizinhos, eram visíveis sobre a cerca.

Quem sabia quantas pessoas estava os ouvindo ter esta conversa? Eles precisavam falar sobre isso em outro lugar, como um estado diferente, à noite, em um lacrado cofre subterrâneo.

“Na frente de sua família!” as mãos de Griff coçavam para bater em alguma coisa. Ele teve que lembrar a si mesmo repetidas vezes onde ele estava para que ele não socasse Dante ou o jogasse através da cerca. Essa não era sua casa, mesmo que ele esqueceu isso às vezes; essa não era sua família. Jesus H. Cristo. “Alguma solução! Porra, seu irmão mais novo quer ajudar.”

“Certo. Sim. Como se isso fosse acontecer. Ele é um garoto.” Dante revirou os olhos. “Eu tinha que encontrar uma maneira de fazer você falar sobre isso.”

“Então esse foi o seu brilhante plano? Na mesa de jantar!” Griff sabia que ele estava falando alto demais tão perto da família. Ele deu algumas respirações, sufocando sua raiva e incredulidade.

“Você teria evitado para sempre se eu não tivesse armado para você. Eu só queria uma resposta.” Dante estava segurando seu braço, fazendo Griff olhar para ele. “Olhe, G, você pode me ajudar se você quiser, ou você pode ir embora e me deixar lidar com isso. Você não precisa fazer nada. Eu não estou segurando uma arma na sua maldita cabeça.”

“Desista. Tudo bem? Desista dessa merda!” Griff pisou duro descendo as escadas que levavam a pequena horta da Sra. Anastagio e o quintal, depois circulou de volta para encarar seu melhor amigo.

“Shhh. Fale baixo, sim? Loretta provavelmente está com sua orelha grudada na maldita porta.”

“Agora você quer falar baixo.” Griff sentou sua bunda na escada, Dante em suas costas.

“Idiota.” Ele se odiava por querer ajudar Dante e também por querer ir embora. Incrivelmente confuso.

“Você estava se esquivando de mim a semana inteira.”

Griff não podia argumentar com isso, era verdade. Ele sabia que Dante tinha tentado chegar a ele.

Dante se sentou ao lado dele, batendo seus ombros juntos. “Foi uma brincadeira, cara. Vamos lá. Foi muito engraçado.”

Isso fez Griff virar para olhar para ele, mas Dante não parecia nem um pouco culpado. Seus olhos negros brilharam, brilhavam como uma fodida resposta. Em vez de enfrentá-los e o que eles o faziam sentir, Griff se inclinou sobre os joelhos e olhou para onde seus dedos pálidos estavam entrelaçados.

“Você acessou o site?” Dante estava sério. Como se ele quisesse opinião.

“O quê?” Sim, todos os malditos dias. “Não! Foda.” A mentira tinha gosto de fuligem em sua boca, mas Griff não precisou fingir choque.

“Saiu muito bem. Até mesmo eu pensei assim. Claro que eu sou suspeito. Só achei que você poderia ter...”

Griff sacudiu a cabeça e olhou para o quintal. “Sim, eu não preciso te ver. Assim.” Bem, não mais que três ou quatro vezes por dia.

“Ele está oferecendo um bom dinheiro para eu voltar. Muito mais, se eu levar um amigo.” Dante se virou para ele. “Olhe, você não precisa fazer isso para mim. Eu posso ir lá de novo sozinho, mas é um inferno de muito mais dinheiro se você estiver junto. Dinheiro em espécie.”

Ele colocou um braço sobre os ombros de Griff e o apertou, como se ele estivesse apenas pedindo um martelo emprestado. “Esse cara, Alek, vai pagar para nós dois muito mais que um pacote. Se nós”— ele abaixou a voz— “uh, trabalharmos juntos, sabe?”

“Maldito pervertido.” Griff fez uma careta.

“Ele é realmente muito decente, pensando bem.” Dante o defendendo apenas piorava a situação.

“Quanto esse chupador de pau vai desembolsar?” Griff não podia até mesmo acreditar que estava perguntando. Ele engoliu em seco o nó na garganta. “Como dois pelo preço de um?”

“Mais como dois pelo preço de dez, G.” Dante olhou para trás por cima do ombro para ver se eles tinham uma audiência. Sua voz diminuiu para perto de um murmúrio.

“E se somente for nós dois. Ele disse que você e eu juntos seria realmente especial, porque somos, você sabe, muito próximos.”

Griff refletiu esse pensamento. Próximos. Ele perguntou qual ginástica mental Dante tinha feito para quebrar sua cabeça em torno deste plano insano. Obviamente ele tinha, e ele não conseguia entender por que Griff não apoiava. “Eu me sentiria estranho.” A declaração do ano. Seu cérebro era tapioca quente.

Dante balançou a cabeça. “Somos amigos. De dentro para fora. Para melhor para o pior. Você já me viu de todas as formas. E vice-versa. Estivéssemos nus juntos. Nós fodemos garotas no mesmo quarto. Nada demais. Será apenas como se masturbar com amigos no colegial.”

Que porra é essa? Como tudo ficou tão estúpido?

“Eu não me masturbei com meus amigos no colegial.”

“Besteira. Todo mundo fazia. Hormônios? Eu me masturbava a cada noventa minutos como um maldito relógio.”

“Uh. Não. Você deve ter estado no St. Pornô, porque eu praticamente brigava com o meu pai e fazia lição de casa.”

O rosto de Griff parecia esticado. Ele passou as mãos através da vermelha cabeleira espessa em sua cabeça, e ele podia senti-la ficando em pé em um emaranhado cientista maluco: viva, VIVA!

A porta dos fundos doa Anastagios ameaçava atrás deles, mas as cortinas nas janelas não se moveram. Todo mundo ainda deveria estar na mesa ou na frente assistindo o jogo.

Os olhos de Dante estavam brilhantes nos seus, como se estivesse contando uma piada suja na igreja.

“Vamos lá. Todos nós fizemos isso. Você deve ter se masturbado com Paulie algumas vezes. Ele se masturbava naquela meia uma seis vezes por dia, e vocês andavam junto o tempo todo. Merda atlética e tudo mais.”

“Qual meia? Espere...” Griff engasgou e cobriu seus olhos. “Não importa. Já entendi.”

Dante tinha se masturbado com seus companheiros de time nos chuveiros? No ônibus? Outro visual que eu fodidamente não preciso. Griff engoliu. Ele podia se ouvir engolindo. Os sons molhados de sua garganta trabalhando soava como um Dolby estéreo THX dentro de sua cabeça.

“Nós todos zombávamos dele sobre aquela meia. Nojento, coisa repugnante. Nós a chamávamos de Darna.” Dante piscou, se afastando como se Griff fosse um mastim assustador.

“Certo. Certo. Eu não preciso saber. Mas eu juro, Paulie e eu nunca—”

“Oh.” o rosto de Dante se fechou como um cofre.

De repente, Griff sentiu como se estivesse se desculpando, mas ele não conseguia descobrir o que ele estava se desculpando: masturbar sozinho? Não ter uma meia para gozar? Não viver com os Anastagios, no que aparentemente tinha sido o quente punhete-a-vontade italiana?

Não pense muito nisso.

“A meia de Paulie...” Dante encolheu um ombro, sua boca curvada em confusão. “Inferno, acabei de comer o meu.”

Eu sei, eu vi você.

Flashback para HotHead: Griff de repente teve uma imagem cristalina de Dante gozando em sua boca aberta. Ele tinha assistido dezenas de vezes. Ele conhecia cada segundo disso. Dante agia como se fosse a conversa mais normal para ter na varanda de seus pais. “Comer é maneira mais fácil. Bom para você.”

Homem caído! Homem caído!

Se Griff estivesse de pé, seus joelhos teriam se dobrado; ele esperava que ele não tivesse feito um som estranho, mas ele não podia ter certeza. Tal como, um tremor rastejou para seu corpo como se ele fosse um cavalo tentando tirar uma mosca, e seu pau traidor endurecendo contra sua coxa.

Dante fazia tudo parecer tão racional. Masturbar juntos, qual é o problema? Mas essa oferta não era “apenas” qualquer coisa, e ambos sabiam disso. Ele cruzou todos os tipos de limites. Havia um motivo para que Alek estivesse disposto a oferecer muito mais para uma cena envolvendo os dois. E Dante nem sequer sabia quantos limites eles estavam falando, porque ele não sentia as coisas loucas que Griff sentia.

Eles se sentaram em silêncio por alguns minutos. Uma brisa de final de outubro deslocou as folhas secas nos azulejos que o Sr. A. tinha colocado em volta da pequena horta quando eles estavam no colégio. Todos os meninos tinham ajudado, incluindo Griff; a Sra. Anastagio tinha chorado quando viu.

Logo em seguida, Griff sentiu mais velho do que trinta e um anos. Como tinha passado tanto tempo? Logo estaria frio, e ele ainda morava no porão da casa de seu pai. As folhas deslizaram ao redor das pernas da pequena mesa de café de ferro.

Mas, por enquanto, os dois sentados nesta pequena bolha de silêncio juntos— a família do lado de dentro, os vizinhos apenas sobre as cercas, Brooklyn do outro lado, e esta estranha oferta impossível pairando enorme no ar entre eles: Dante lhe implorando para viver a sua fantasia secreta.

Próximos. Porque nós somos tão próximos.

Griff percebeu que Dante estava respirando calmamente ao lado dele, esperando por algum tipo de decisão de seu melhor amigo que iria mudar suas vidas, de qualquer maneira. Dante estava, provavelmente, tão assustado quanto ele, mas por razões muito diferentes.

Griff tentou imaginar como era para um cara hétero pedir a um bom amigo fazer algo nessa experiência audaciosa, sem nenhum osso gay nisso. Ele sabia o quanto Dante confiava nele. Ele sabia o quão ruim as coisas tinham que ser para forçar Dante a pedir ajuda. Ele sabia como pedir deve ter custado. Ele sabia o que ele daria para compartilhar esse tipo de intimidade. E então, ele apenas sabia; ele sabia exatamente como sua resposta tinha que ser.

Griff verificou as janelas e os muros novamente para quaisquer bisbilhoteiros óbvios antes que ele quebrasse o silêncio. “Você tem algum tipo de plano?”

“Eu sei como se masturbar, G.” Dante revirou os olhos e fez uma cara de idiota. “Se você não sabe, posso lhe dar umas dicas.”

“Idiota!” Griff bateu em sua cabeça.

Dante gritou e ergueu as mãos, rindo.

“Não.” Griff olhou para ele. “Eu quis dizer, você sabe o quanto você precisa para tirar o banco de suas costas e resolver isso?”

Dante acenou com a cabeça e encarou os arbustos baixos ao longo da cerca. “Quatro mil é o número de emergência, mas se eu pudesse arrumar, tipo, nove ou dez mil, eu podia respirar um pouco durante os feriados. E tem o material de construção da primavera.”

Griff sentiu sua resistência escorregar por um momento. “E isso vai te tirar do buraco?”

Dante parecia um menino rezando por uma bicicleta. “Espero que sim.”

“Esperança não é uma estratégia.” Griff se sentiu fazendo uma careta.

“Bem. Então eu acho que...” Dante encolheu os ombros.

Griff franziu a testa, balançando a cabeça, tentando parar este trem desgovernado. “O que você vai dizer ao seu pai quando ele perguntar sobre o dinheiro?”

Ambos sabiam que os Anastagios questionariam o dinheiro aparecendo do nada e contas sendo pagas para uma casa que todos sabiam que Dante não podia dispor.

“Oh. Merda.” Dante sabia disso sem nenhum problema. As engrenagens giravam em sua cabeça. “Construção, talvez? Eu posso dizer que você encontrou um trabalho em Bayridge fazendo demolição. Que eles estão pagando em dinheiro sem impostos. E talvez, tipo, Alek pode lhe pagar por dois de nós, e você pode me emprestar.” Dante olhou para trás na porta dos fundos dos seus pais. “Inferno, todos sabem que você é responsável.”

Griff pesquisou seu amigo, tentando resistir a esse encanto e ao desespero real nadando em suas profundezas escuras.

“Dante, você tem que saber exatamente o que você precisa. Não o que quer, mas seriamente o capital N que precisa.”

“Eu sei.” Dante concordou com a cabeça e bateu seus ombros. “Ninguém tem de saber. Ele ainda disse que pode esconder seu rosto se você quiser. Mas conseguimos mais se você deixar que ele o mostre.”

“O que ele vai pagar?” Griff estava literalmente sussurrando agora enquanto ele olhava para os tijolos entre seus tênis velhos. Seu tamanho quarenta e sete parecia enorme lá em baixo.

“Dois mil dólares para ambos... talvez um pouco mais, se nós passarmos alguns limites.”

Griff fechou os olhos e tentou encontrar vontade de parar. Pensou na casa vazia de seu pai, e as noites na web como uma aranha excitada espionando “Monte”, e Dante precisando dele, e todos esses sentimentos malucos. Sua esperança impossível. Ele sabia o que estava fazendo, sabia que era loucura, mas verdade seja dita, ele não ia conseguia se impedir de dizer sim, de ajudar Dante. E ele não poderia resistir à tentação, a chance de ver seu melhor amigo, assim como aquele corpo. Conhecê-lo dessa forma. De estar com ele, apenas uma vez, mesmo sob falsos pretextos. Um sacrifício completamente egoísta escondido a vista de todos.

Ninguém precisa saber.

“Griff?” Dante ainda estava olhando para ele quando ele abriu os olhos.

Porque nós somos tão próximos.

A porta de tela rangeu por trás deles. Griff enrijeceu e se torceu na escada.

“Tio Dante?” Um dos meninos de Flip estava ali parecendo irritado e nervoso em sua camisa listrada: uma versão em miniatura de seu pai. Ele segurava uma colher grande como uma espécie de cetro. “Vovô diz que há mais sobremesa se vocês dois conseguirem sua bunda para dentro.” Slam. E então ele se foi.

Dante sorriu, mas permaneceu nos degraus de tijolo, à espera de Griff dizer alguma coisa.

Clank. Como um metrô redirecionado, Griff sentiu todo seu ângulo de vida deslocar ligeiramente em uma direção perigosa, sem qualquer ideia do destino, disposto a apostar uma vez, porque Dante precisava dele. Ele se levantou, escovando o fundo de suas calças, e olhou para Dante sorrindo para ele.

Tão próximos.

“Sim, D. Tudo bem.”

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Comentários

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Ai meu Deus, vamos lá. Comecei a ler seu conto hoje e tive várias impressões, primeira você escreve muito bem, não sou de ler contos na terceira pessoa, mas você conseguiu me prender conpletamente, acho o Griffin um dos personagens mais chatos que já li, mas a sensualidade e até mesmo a devoção dele ao Dante me fizeram seguir o conto. Os contos são longos, o que não é um problema, mas a narração lenta difixultou um pouco a leitura, exatamente pelo protagonista. Era meio frustrante ler um capítulo inteiro e quase nada acontecer, maa de qualquwr forma você escreve bem e conseguiu um leitor pra vida. Vou continuar esperando o Dante que parece ter já uma noção sobre os sentimentos do Griff, que são bastante explícitos ainda mais sw houve uma mudança tão grande em tão pouco tempo como ele acredita ter ocorrido, bom falei demais, maa falei porque curti muito essa história. Parabéns

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Esse griff e muito bobo sempre faz tudo por Dante affs. Até agora ñ vi Dante fazer nada por ele 😕 tava com sdd de vc bib,s 😊 bju até + 😍😉😘

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poxa Bibs vc tinha sumido o que houve? ainda bem que vc voltou mas vc ta bem? n faz mas isso n kkk eu tava com saudades já um cheiro e volta logo kkkk sera ms que o G vai conseguir fazer isso junto com D prevejo muita confusão adiante kk e talvez uma confissão e esperar e ve ^^

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