A melhor parte de mim. Cap 19
CAPÍTULO 19: CLARA
- Era ela? --Perguntou Fabinho.
- Não. Era o Sandro. Ele pegou ela e quer quinhentos mil em troca.
- Meu Deus... E o que você vai fazer?-- O Fabinho levou a mão a boca -- Temos que ir até a polícia.
- O que você acha? Eu vou dar o dinheiro. Não, não vamos envolver a polícia nisso. Pelo menos até a Marina está sã e salva. O Sandro deixou bem claro que se envolver a polícia ele mata a Marina.
- Como assim ele vai matar a Marina? -- Levantou-se Sandrinho irado. -- Eu mato ele!
- Calma Sandrinho. Nada vai acontecer a ela.
Fui ao banco retirar o dinheiro. O gerente fez várias perguntas. Queria saber qual o motivo de uma retirada tão alta. Desconversei e ele não ousou em fazer mais perguntas.
O tempo não passava. Fiquei esperando na sala de minha casa com o Fabinho e meus irmãos. Eu andava de um lado para o outro tentando imaginar como a Marina estava. Ela deveria esta com muito medo. Quando deu a hora eu me apressei em ir resgata-la.
- Se eu não der notícia dentro de uma hora não hesite em chamar a polícia e os pais da Marina. -- Falei ao Fabinho.
- Ta bom. Clarinha por favor... Tome cuidado...
Ele me abraçou e chorou.
- Para com isso viado. Eu vou voltar.
- Promete?!
- Prometo. -- Sorri pra ele e enxuguei umas lágrimas que caiam em seu rosto.
- Deixe-me ir com você. -- Pediu Sandrinho.
- Não, melhor não. Me espere aqui. Não posso botar mais ninguém em risco.
- Se ele fizer algum mal a você ou a Marina eu acabo com ele. Ta na hora disso acabar.
Apesar da pouca idade o Sandrinho falava com tanta segurança que até me assustava.
Ele me abraçou juntamente da Bianca que manteve-se calada. Me despedi e fui de encontro com o meu pior pesadelo.
Dirigi pelo trajeto com a mala de dinheiro ao meu lado. Pensei em toda a minha vida, nos momentos ruins que eu tive e os bons também. Pensei em como a Marina me fez feliz ao chegar na minha vida. Pensei nos meus irmãos... Pensei tanto que por pouco não bato de frente com um carro.
Cheguei no local marcado, desci do carro com a maleta de dinheiro e entrei no galpão. A Marina estava sentada no chão com as mãos algemadas e o Sandro estava em pé ao seu lado. Ela estava com olhos apavorados. Eu faria o que fosse preciso para protegê-la.
- Você deve amar muito essa patricinha pra se arriscar desse jeito. -- Ele mexia nos cabelos da Marina.
- Não toque nela seu nojento!
Ele riu e lambeu o rosto da Marina. Ela quase chorou. Eu fechei meus punhos com raiva.
- Eu trouxe o que você me pediu. Cumpri com a minha palavra. Agora libere ela e deixe-nos irmos embora.
Entreguei a maleta na mão dele. Ele abriu, pegou um bolo de notas e cheirou.
- Tem quinhentos mil aqui? -- Perguntou.
- Pode contar se quiser.
- Não precisa. Confio em você Clarinha.
- Agora solte ela! - Exigi.
- Claro.
Ele caminhou até a Marina e tirou suas algemas. Estendi minha mão direita para ela pegar, mas ela foi impedida. O Sandro nos surpreendeu ao engravatar a Marina e apontar a arma pra cabeça dela.
- O que você vai fazer? Esse não foi o nosso trato!
- Eu vou comer a sua namoradinha na sua frente. Só de pensar me deu um tesão.
A Marina começou a se debater. Ameacei me aproximar, mas ele apontou a arma pra mim. Parei pra pensar... Se eu arriscasse uma aproximação ele poderia me matar e a Marina seria estuprada de qualquer jeito. Ele deu uma coronhada na cabeça dela e ela desmaiou. Ele colocou seu pênis pra fora e tirou a calcinha da Marina -- Ela estava de vestido -- entrei em desespero. Comecei a chorar.
- Não por favor... Ela não.... Faça comigo... Com ela não... -- Implorei.
- Pensando bem... É um bom negócio. Tira a roupa... Bem devagar...
Tirei a roupa com o olhar daquele nojento em mim. Não podia acreditar que aquilo iria acontecer comigo novamente. Começou a me chamar de gostosa, de delícia, de puta, e de muitas outras coisas.
Quando fiquei nua ele largou a arma e veio em minha direção com o órgão sexual ereto. Aproveitei que ele estava sem a arma e tentei lutar, mas obviamente ele era mais forte que eu. Ele me deu um soco no rosto, mas mesmo assim eu não parei de lutar. Eu já estava perdendo as forças e ele percebeu. Segurou o meu pescoço com as mãos e começou a me enforcar.
- Acabou a brincadeira Clarinha. Vou te comer agora!
Me apavorei mais ainda. Ele apertava meu pescoço tão forte que a sensação que eu tinha era de que meus olhos fossem pular pra fora. Ele se posicionou para me penetrar e então fechei os olhos, pois não queria ver o que iria acontecer. E quando eu pensei que aquele homem iria me violentar da maneira mais suja novamente escutei um estouro, era um tiro.
Ele me olhou com os olhos bem arregalados e suas mãos soltaram o meu pescoço. Ele caiu ao meu lado e vários outros tiros foram disparados em sua direção. Eu estava assustada, pois nunca tinha passado por uma situação como aquela. Uma pessoa tinha acabado de morrer ao meu lado alvejada por uns cinco tiros. Eu estava aliviada, era óbvio... O monstro que atormentava a minha vida tinha acabado de morrer e nunca mais faria nenhum mal para mim e nem pra ninguém que eu amava. Eu estava toda ensanguentada... Tomei coragem para ver quem tinha acabado de matar o Sandro e me surpreendi ao ver quem estava ali na minha frente com a arma na mão. Eu não podia acreditar no que eu estava vendo.
- Marina...