Escrito em Azul - capítulo 10

Um conto erótico de Gatinha 007
Categoria: Homossexual
Contém 1163 palavras
Data: 21/10/2015 13:04:04

(Males e tormentas)

A irritação de Carol quando Anna-Lú deu as costas era visível e talvez até compreensível, “como ela era capaz de me enfrentar daquela maneira? Quem ela pensa que é?” era o que pensava. Mas, o incompreensível mesmo, para Carol, era a agitação que estava a sentir, apesar de toda raiva, algo até então para ela inaceitável, mas que crescia a cada dia em seu peito sem que pudesse impedir, acalmar-se, ou entender-se.

Desde que conhecera Anna-Lú suas emoções e sensações andavam de pernas para o ar. Todas as certezas que tinha estavam agora embaralhadas, e, além disso, tinha que lidar com a sexualidade da filha e a sua própria sexualidade, não era lésbica, disso tinha certeza, nunca foi e jamais havia sido preconceituosa, mas é diferente agora que era com ela que estava acontecendo.

A lembrança do beijo, da boca, da voz de Anna-Lú lhe alastravam na alma mais confusão e ainda maior inquietação. Notava-se fora de si, perturbada, “excitada”, “maluca” “só posso estar maluca” pensava, “onde já se viu? Excitada! EU?! Por uma mulher?!” levantava-se e sentava outra vez, totalmente alterada. “Uma loucura!” exclamava em seus pensamentos. Respirou fundo e deixou sair o ar até então, preso na garganta.

Recostada na parede em frente a UTI onde Alicia estava Carol fitava o teto quando Miguel voltou.

Nossa! O que foi? Onde está a senhorita Garcia? – perguntou notando a inquietação de Carol.

Ah! – suspirou – Ela já se foi...nós discutimos novamente...só pra variar – respondeu desanimada.

Entendi por isso a cara de enterro então? – questionou outra vez.

Não enche! – falou revirando os olhos.

Calma! Só pensei que vocês pudessem ter se acertado – falou Miguel como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

Tu sabes mais do que ninguém que minha prioridade é a minha filha não posso dar vazão a essas loucuras que estão acontecendo – respondeu séria.

Ao menos admites que esta acontecendo alguma coisa, mas eu entendo sim.

Pois então, não fique me enchendo com essa história. E depois, ela deve estar aborrecida pelas coisas que eu falei, eu meio que... bem... meio que estou arrependida, de ter dito tudo aquilo – lamentou-se Carol.

Esquece isso, por hoje, conversa com ela amanhã quando for pegar o celular. Mas, enfim... – falou com delongas - que tal deixar toda essa coisa – gesticulou abrindo os braços e fazendo círculos no ar – e... Tchã-nã-nã-nã... Irmos a casa tomar um banho bem gostoso, trocar essa roupa que já está um horror, e comer qualquer coisa que seja melhor que comida de hospital?! – falou animado pontuando cada item nos dedos - E sim amiga, está mesmo um horror, pode acreditar – sorriu fazendo Carol também dar um meio sorriso – Hein?! E, antes que você diga não, mais um argumento: o médico disse que o sedativo é bem forte, a Alicia vai dormir como um anjinho por muitas horas ainda, então temos tempo pra tudo isso, inclusive para um soninho de leve. E amanhã bem cedinho voltamos! – concluiu.

É tens razão estou mesmo muito cansada. Vou ligar pra Olga preparar alguma coisa pra gente – falou Carol tateando os bolsos em busca do celular.

O que você está procurando? – perguntou Miguel.

Meu celular, você não o viu? Passa-me essa bolsa.

Toma, usa o meu. Esqueceu que está com a senhorita Garcia? – lembrou Miguel.

Aff! – bufou – É verdade, e agora?

Agora você usa o meu e amanhã você pega com ela – respondeu piscando.

Hm! Não quero nem imaginar que tipo de ideia passou pela tua cabeça ao fazer esse comentário – disse revirando os olhos e pegando o aparelho de Miguel – vamos indo que é melhor.

E nem queira mesmo – disse sem esconder o grande sorriso - Primeiro as damas! – continuou zombeteiro e deu um passo atrás dando passagem a Carol e saíram deixando o pronto-socorro.

Arg! – Anna-Lú grunhiu esmagando a testa contra o volante.

"Irritante", "preconceituosa", "prepotente", era infinito os adjetivos ruins que Anna-Lú proferia um atrás do outro em analogia à Carol. Saiu do pronto-socorro e rodou pela cidade por uma hora inteira tentando acalmar-se, foi inútil. Quanto mais tentava, mais lembrava e muito mais ainda se aborrecia, não conseguia entender o porquê tudo em relação à Carol a incomodava tanto, queria tirá-la da cabeça, mas era incapaz.

Já passava das 20h e era uma noite de sexta-feira, parou o carro em um dos pontos turísticos da cidade que ficava nas docas a beira da baía, desceu e foi em direção ao calçadão. Ela adorava esse lugar, sempre que precisava pensar ou mesmo respirar era para lá que corria, andou alguns minutos sentindo o frio regelante, recostou-se ao parapeito de proteção e se pôs a comtemplar as minúsculas ondas que tremulavam com o vento, as luzes da grande estação as suas costas davam a superfície das águas um brilho dourado que mais parecia uma fogueira e dentro dela não era diferente o que acontecia sentia o peito cheio de fogo e ao mesmo tempo gelado.

“Essas sensações estão acabando comigo” pensou, “quer saber vou aceitar o convite da Mel, é isso mesmo uma noitada para voltar ao normal...ao meu normal” decidiu.

Oi Mel! Então, aquele convite ainda está de pé? – perguntou ao telefone assim que Melissa atendeu.

Claro meu anjo, pra você sempre e sabia que não ia negar-me isso – respondeu animada do outro lado da linha.

Ótimo! Nós jantamos naquele restaurante que você adora e depois esticamos para alguma boate. Quanto tempo pra você me encontrar aqui na estação? – indagou.

Das docas? – Melissa quis saber.

Sim, das docas! – respondeu Anna-Lú como se fosse óbvio.

Calma coração eu preciso me situar primeiro, afinal são tantos os restaurantes que eu adoro – respondeu entre risadas – mas, voltando ao que interessa, chego aí em 20 min meu bem!

Estou te esperando, já estás atrasada – respondeu zombeteira.

Hm... Não me apresse, sei que minha beleza não precisa de muita coisa, mas não custa ajudar neah, até mais logo gata – desligou.

“É, o jantar será animado” pensou Anna-Lú sorrindo, além de Caio e Marina, Melissa era outra das pessoas com as quais Anna-Lú jamais se arrependera de se relacionar, era divertida, falante tudo que ela precisava para abstrair Carol de sua mente e o detalhe principal Melissa não lhe reprimiria se decidisse encher a cara de tequila para abafar a montanha russa de seus sentimentos.

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Quero agradecer aos comentários de todas vocês que acompanham...apesar de não ter comentado anteriormente eu fico feliz que estejam gostando.

Mariiza, vivi23, jó25, que estão sempre aí...valeu mesmo, vocês são lindas. 😍

As meninas que começaram a acompanhar agora...agradeço também...

A Deeh Paiva...valeu menina.

A viiinha que começou agora...é uma honra obrigada.

BSB...valeu...

Enfim...a todas que lêem e não comentam...meu muito obrigada.

Ah...e as apressadinhas também...kkk...não é sen experiência...devagar e sempre como diria minha ex...calma que elas vão se acertar.

Beijinhos gatas.

Para mais informações...reclamações....solicitações...críticas e outras cositas más...kkkk...só não aceitamos devolução hahaha 😁

Mandem-me um e-mail para:

Perdoem-me pelos erros.


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Comentários

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Vontade de dar uns tapas na Carol kkkkkk.

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Honra toda minha em acompanhar seus belos e incríveis contos..... parabens *.*

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