A Primeira Vista [Revisado] 16 [FIM]
A primeira vista – Capítulo 16
Você está naquele sono profundo que parece que nem que uma bomba exploda do seu lado você seria capaz de acordar. Mas isso não é verdade pra mim, basta um simples passo perto da minha cama para me acordar. Naquela manhã eu acordei com algo de metal caindo no chão. Parece até que havia caído dentro da minha cabeça porque aquilo zoou e eu abri os olhos imediatamente. A dor na cabeça veio.
Um vulto na porta me olhou e voltou pra cozinha. Segundos depois Kaio entrou no quarto ainda vestido no meu shorte enxugando as mãos num pano de prato. Eu estendi a mão pra que ele me ajudasse a sentar. Ele me ajudou e minha cabeça pesava uma tonelada pra cada lado que eu mexia, mas eu tinha que admitir que a dor havia diminuído. Antes de dormir eu ainda coloquei gelo e tomei o anti-inflamatório prescrito.
- Igor, são 3h da tarde. – Kaio disse observando minha reação. – Eu já tava pensando em ligar pro médico.
- Eu tô todo dolorido...
- Mas e sua cabeça?
- Melhor...
- O médico disse pra deixar você repousar e se reclamar muito da dor na cabeça era pra cuidarmos em um raio x.
- Não vai ser preciso... Eu tô morrendo de fome.
- Eu também tava. Tanta que liguei pro Marcos e ele trouxe almoço lá de casa pra gente. O seu tá guardado, vou pegar.
Ele saiu e eu entrei no banheiro pra terminar de acordar. Meu lábio não estava tão roxo, só um pouco inchado mas meu maxilar doía ao falar e engolir. Tomei um banho e vi algumas marcos roxas principalmente nos meus braços. Quando saí Kaio estava na cama com meu almoço.
- Marcos não deveria estar viajando pra lua de mel?
- Vai amanhã. Hoje nossa família vai dar um pequeno jantar lá em casa só pros amigos próximos dele e da Milena. Você quer ir?
- Claro que quero. Eu perdi todo o fim da festa ontem.
Terminei de almoçar e Kaio e eu ficamos durante a tarde em casa. Eu fiquei colocando compressas de gelo no meu lábio pra melhorar a aparência. Ele com mil e um cuidados, aquela babação toda... Eu não conseguia fazer movimentos bruscos com a cabeça.
No fim da tarde o Kaio foi pra casa se arrumar pro jantar e disse que me buscaria depois. Eu fui tomar um banho e me arrumar. Pouco tempo e ele chegou. Chegamos na casa dele e a mãe dele veio me receber preocupada.
- Igor, você foi embora ontem tão de repente querido. Como está?
- Estou bem! Foi só um susto...
- Ah... Infecção intestinal é uma coisa terrível! O que você acha que comeu?
- Hum... Brigadeiros e depois dancei. Acho que foi isso.
- Seu lábio está ferido?
- Bati hoje cedo no banheiro, acredita? – Marcos veio atrás dela. Me deu um abraço demorado. Me olhou com um olhar que dizia tudo: queria saber como eu estava. Eu apenas o olhei e acenei com a cabeça. Ele entendeu.
Milena também veio falar comigo. Dona Márcia saiu falando com algum convidado. Milena chegou já choramingando.
- Igor, eu não sabia de nada, eu juro! – olhando pro meu lábio inchado.
- Milena, aqui não! Tudo bem, já passou. Não chore pela amor de Deus! Seu sogro vem vindo!
- Posso saber que concentração toda é essa? – Seu Antônio acompanhado dos amigos vendo nós quatro juntos.
- Pai, o Igor melhorou. O senhor disse que precisava falar com ele. – Kaio disse sorrindo.
- Ótimo. Eu lhe procuro já já. Pra cá pessoal... – guiando os amigos pra churrasqueira. Eu esperei eles se afastarem.
- Ok. Agora escutem, por favor, nada de falar desse assunto aqui! – avisei os três.
Aquela recepção era bem íntima mesmo. Não haviam mais que 20 pessoas convidadas alí. Os amigos de seu Antônio soltavam gargalhadas tão altas que quem estava longe pensava que era um alarde.
- Marcos, vamo pegar uma mesa pra gente. – Kaio chamou e os dois saíram pra churrasqueira. Logo voltaram. Kaio com 4 cadeiras de plástico empilhadas e Marcos com uma mesa. Eles colocaram um pouco mais afastada das demais e fomos pro fundo do jardim. Sentamos os quatro à mesa e ficamos relembrando o casamento da noite anterior. Eu fiquei bebendo coca com o Kaio. Milena com sua cerveja enquanto o Marcos beliscava um whisky de não sei que país que um tio tinha trazido pra ele. Eu ria da cara que ele fazia após cada gole. Aquilo devia estar horrível!
- Ave Maria, tem certeza que isso é um presente? – Milena rindo.
- Escondidos aqui? – Seu Antônio chegando. – Igor vem cá.
Ele passou a mão no meu ombro e foi me levando pra perto dos amigos dele. Eram os mesmos senhores que ele havia me introduzido na festa. Todas as vezes que ele pega no meu ombro eu tenho a impressão que ele vai pegar minha camisa e sair me puxando.
- Senta aí rapaz, bebe alguma coisa? – um deles perguntou quando cheguei na mesa.
- Não, obrigado. Eu estou bem. – Eles se entreolharam. Que foi? Eu tinha que beber pra fazer parte do clubinho deles, é isso?
- Igor o Antônio falou muito bem de você sabia?
- Que bom! – eu ri.
- Estamos precisando de uma pessoa como você na empresa. Estávamos conversando ontem na festa e se você for como Antônio falou já pode ser nosso novo estagiário na sede aqui da cidade. – falou outro senhor.
- O setor jurídico precisa de auxílio Igor, e eu não consigo ver uma pessoa melhor. Aquilo está uma loucura! Se você realmente entende de Direito do Trabalho e quer carga horária extra pra faculdade é uma ótima oportunidade e eu lhe garanto que pago bem. – disse seu Antônio rindo. Foi uma indireta? Era a oportunidade perfeita!! – Veja... – tomou um gole da bebida e colocou o copo na mesa – você é jovem e agora que está na metade do seu curso. Uma vaga dessas pode lhe abrir portas e é claro que eu não lhe quero como estagiário a vida toda. Estou falando de meses enquanto você completa a carga horária extra da sua faculdade. Após isso podemos falar de um cargo fixo. Se você achar que não dá conta do recado uma vez lá dentro pode pedir pra sair quando achar melhor. Está em suas mãos.
- Seria demais! É claro que aceito! – eu não exitei.
- Essa era a resposta que queria ouvir! Olhe só, a empresa entrará numa reforma enorme. Meses até concluir. Termine esse bloco agora na sua faculdade e esteja disponível pra mim em junho. É o tempo em que as obras estão terminando e tudo volta de fato ao normal. Até lá eu devo lhe enviar alguns processos, por email mesmo, e queria seu auxílio com eles.
- Com certeza senhor.
A partir daí eu me senti mais à vontade. Começamos a conversar e logo já havia passado mais de meia hora que eu estava alí papeando sobre a empresa. Percebi Kaio passando perto da nossa mesa e depois entrou em casa calado. Eu pedi licença e fui falar com ele. Ele estava na cozinha pegando algo na geladeira.
- Kaio. Você não sabe o que aconteceu! Consegui meu estágio da faculdade! Seu pai acabou de me ofertar uma vaga!
- Então era isso... – ele riu e fechou a geladeira – Eu já suspeitava. Ele se interessou em você desde que te conheceu. Ele queria se aproximar de ti e te sondar pra saber se você era um cara legal... Ele não costuma abrir entrevistas de fato com as pessoas quando se trata de estagiários. Sempre se aproxima de um a um. Vi vocês juntos e não queria atrapalhar... Meus parabéns! – Me deu um abraço apertado.
A noite foi passando e logo foi ficando tarde. Marcos e Milena prepararam as malas da viagem e colocaram no carro. Eles iriam pra Argentina. Quando voltassem morariam no litoral do estado. O carro do Marcos ia ficar com o Kaio até ele voltar da lua de mel.
Milena se tornou minha amiga. Aquela que você gosta de almoçar junto pra pôr o papo em dia, falar de sexo, fazer compras e sair por aí. Marcos virou um irmão mais velho, eu só sabia defini-lo assim.
- Igor, se cuida. Cuida do Kaio também. Eu amo vocês dois. – ele me abraçou.
- Se cuida grandão. – O abracei.
- Não se preocupe com aquele lá não. Eu já cuidei de tudo.
- Do quê?
- Nada. Fiquem bem. – ele sorriu e foi pro carro.
Seu Antônio dirigiu o carro até o aeroporto.
- Mãe, eu vou levar o Igor em casa. Volto já... – Kaio disse do portão e saímos. Fomos caminhando até minha casa.
- Já preparou os documentos estagiário? – ele perguntou.
- Meu estágio só começa de fato em junho. Preparou os seus?
- Os meus? – ele me olhou sem entender.
- Hoje são 11 de Janeiro, meu amor. Próxima segunda tem matrícula na faculdade. Dia 20 nós já temos aula. Vai começar mais cedo por conta da Copa.
- Eu não lembrava! – Ele sorriu. A coisa que o Kaio mais queria na vida era estudar na mesma faculdade que eu. Ele achava que a gente ia viver junto nos corredores, sentar no mesmo banquinho na hora do intervalo e dividir a lata de coca. Era como um filme que rolava na cabeça dele todas as vezes que falava a palavra “faculdade”.
Pois bem. Segunda eu e Kaio fomos fazer a matrícula dele. Eu já era aluno, só confirmei a matrícula pelo sistema e paguei a mensalidade. Ele por outro lado teve que enfrentar a fila pra pegar o boleto de matrícula. Depois fomos pagar. Depois fomos confirmar a matrícula. Kaio ficou de pé na fila e eu sentado com uma revista. Uma menina loira, magra e bem alta – mais alta que ele até – apareceu.
- Você é o último da fila? – escutei ela perguntar.
- Sou sim. – ele respondeu.
Ela ficou atrás dele. Eu estava entretido na revista e os dois começaram a papear. Não me lembro muito. Algumas frases soltas sobre a conversa deles:
- Primeiro bloco de direito. Nossa, eu também! – ela.
- Sim, sou daqui mesmo. – não sei quem disse.
- Vamos marcar que eu te apresento pro pessoal. – ela.
Opa! Que pessoal? Aí eu despertei. Kaio já de costas pra mim e rindo junto com a garota loira e estranhamente linda.
- Sim, vamo sim! – ele ria pra ela.
E eu alí com cara de taxo observando os dois. O Kaio esqueceu que eu estava atrás dele. E pior, ele estava de costas pra mim. Havia me esquecido!
- Olha, ontem eu fiquei muito tempo na fila e o sistema caiu, nem consegui fazer a matrícula mas conheci alguns alunos do 1° bloco também. É com eles que a gente vai sair. Vai ser bom porque a gente não inicia o curso sem conhecer ninguém daqui.
- Eu já conheço. Jéssica esse aqui é o Igor, é meu... – ele olhou pros lado me procurando até que notou que estava de costas pra mim. Tomou um susto e se ajeitou. - Melhor amigo.
Eu forcei um sorriso.
- Olá.
- Oi, prazer. Jéssica. Primeiro bloco.
- Igor. Quinto.
Finalmente chegou a vez do Kaio. Ele foi atendido e assim que percebi que ele havia terminado eu levantei pra sair.
- Kaio, foi um enorme prazer! – segurou ele pelos ombros e deu um beijo de cada lado do rosto. Kaio com cara de bobo. – Tchau Igor! – Eu apenas ri e acenei.
Saímos da faculdade e ele me levou pra casa. Foi almoçar em casa e eu fiquei pensando naquela garota. Não podia fazer nada aliás ela era só alguém que apareceu na fila, podia ser qualquer um... Ciúmes... Eu tentei ignorar.
Kaio chegou na minha casa às 7h da noite com uma pizza enorme e refrigerante.
- Algum filme de gente inteligente pra assistirmos hoje?
- Tô tentando assistir Homem de aço há um tempão. Pode ser hoje. Meu professor fala muito desse filme.
Dei play no DVD. Deitei no sofá e ele se esparramou encima de mim. Fomos comendo e assistindo o filme.
- Presta atenção Kaio! Superman nunca matou ninguém na vida, que eu bem me lembre ele tinha era medo de machucar as pessoas com a força dele. Bem na época que os EUA estão discutindo a permanência da pena de morte um cara que tem a cor da bandeira do país na roupa se vê obrigado a matar alguém mal pela primeira vez. É muito sugestivo... É um recado.
- Se alguém for mal precisa ser morto. – ele completou.
- Isso. Tá vendo? Logo você vai entender tudo de Direito e vai começar a ver questões jurídicas em tudo!
O filme acabou. Ele se virou e ficou de frente pra mim.
- Sabe o que eu quero? – me dando um selinho.
- O que?
Ele me apertou com as pernas e colou os lábios no meu pescoço. Me beijou e aos poucos foi abrindo minhas pernas e se encaixando mais no meio. Eu o abracei com as pernas e ele passou as mãos na minhas costas e me suspendeu ficando de pé. Minha cabeça doeu. Eu fiz cara feia.
- Uh meu amor, desculpa... Foi mal. Eu vou devagarzinho. – dando beijos no meu pescoço. Ele me olhou esperando resposta.
- Acho bom. – rimos.
Ele me levou pro quarto daquele jeito mesmo e me pôs na cama com cuidado. Tirou nossas roupas e se deitou encima de mim. Era tão bom sentir o peso dele, o calor, minhas mãos passeando pelas costas largas dele, o beijo que só ele sabia dar. Kaio já estava num estágio que ele sabia exatamente onde tocar, onde ele podia apertar que eu gostava, onde ele não podia chegar perto, o que podia ou não fazer.
Ele desceu e me chupou demoradamente. Brincou com meu pau na boca. Levanto e foi no banheiro pegar um pouco de lubrificante. Se posicionou e se encaixou. Gemi. Ele se curvou e me beijou.
- Geme assim que eu fico louco. É melhor ficar calado. – disse rouco com o rosto colado no meu. Entrou por inteiro em mim de uma só vez.
- Safado... – rindo – Como se fosse fácil... Devagar hein! Ó minha cabeça!
Ele começou indo bem devagar. Apesar de eu sentir que ele queria aumentar o ritmo tínhamos que nos segurar porque eu não estava exatamente no meu melhor estado para aquilo.
Ele se curvava sobre mim e aumentava o ritmo, logo diminuía. Minha cabeça estava pra estourar por conta do atrito com o travesseiro. Mas quem em são juízo ia mandar ele parar? Eu é que não ia...
Transar devagar dá a sensação eu o membro do parceiro é maior do que ele realmente é, pelo contato prolongado. Eu conseguia sentir toda a extensão do pau dele em mim. Eu gozei. Sempre gozo olhando pro Kaio, a cara de menino sentindo prazer que ele faz é demais. Ele morde os lábios e a língua o tempo todo enquanto faz sexo. Ele viu meu gozo e acelerou. Logo soltou um gemido misturado com um urro que parecia que estava guardado há um tempo. Explodiu em mim. Ele tirou o pau e ficou brincando passando ele na minha bunda.
- Abusei de você. – ele disse se recompondo e me masturbando.
- Acho que eu consenti. – rindo.
Agora nada que vocês já não saibam. O banho, Kaio louco por mais sexo, eu me fazendo de desentendido e finalmente cama após tomar meu remédio.
Fomos nos deitar.
- Você anda dormindo demais aqui. Seus pais podem reclamar.
- Posso ir embora se quiser. – prendendo o riso. Eu dei um leve tapa no seu ombro. - Eles nem falam nada amor... Que música você quer que eu cante hoje?
- Eu escolho agora é? Qualquer uma...
- Gente doente tem seus privilégios! – tirando onda com meu estado. Vê se pode! – Tem uma música do Capital Inicial o nome é “Depois da Meia Noite”. – Ele começou a cantar baixinho e eu só vim reconhecer no meio.
“Dias de verão, noites de inverno a cidade as vezes é um inferno.
Criei então um universo onde tudo era perfeito... Perfeito pra nós dois.
Passamos muito tempo sentados na calçada, falando sobre tudo e não dizendo nada.
Seu sorriso vale mais de mil palavras, deixa que o futuro fica pra depois...
Depois da meia noite nós acendemos as luzes da cidade nos abraçamos e ficamos juntos até nascer o sol...”
Ele cantou a música toda mas até hoje eu só sei esse trecho.
O ano havia começado com essa confusão mas no fim tudo se arrumou. O casamento aconteceu, eu ia pra um bom estágio, Kaio estava comigo, no próximo mês iríamos pra mesma faculdade... Pra já ter começado assim, definitivamente o ano prometia! Eu não estava nem aí, a certeza de ter Kaio do meu lado era a melhor coisa a se sentir naquele momento e nada poderia mudar isso. Só de pensar eu o abracei na cama sorrindo. Era muita coisa boa junta, era difícil até de acreditar.
Bom, eu só não sabia o que me aguardava logo alí na frente.
Prontos pra começar toda uma série de contos de novo?
__________________________________________________
Assim como os começos, os finais são terríveis pra mim porque eu definitivamente não sei escrever.
Só que hoje não é bem um final né, tem a segunda parte dos contos.
Agora eu vou providenciar para postar nos próximos dias a prévia do meu novo conto pra vocês e depois dela eu volto a postar a segunda parte do A Primeira Vista. Vai ter a mesma quantidade de capítulos então termina rapidinho.
guisandes: Suuper herói!
MikePedroB: Hoje ele não se sente mais assim. Melhorou muito nesse sentido.
Ru/Ruanito: Klaus não estuprou Kaio, nem a mim! O que você disse é um absurdo. Ele teve o que mereceu.
Drica (Drikita): Nada aconteceu, graças a Deus e ao Marcos. Conto logo abaixo sobre o Klaus.
LUCKASs: Não foi mais traumatizante porque Klaus não me acariciou. Ele quase me agrediu. Se ele tivesse me tocado no sentido sexual aí sim o negócio teria ficado mais sério... Eu não sei como estaria hoje. Mas como ele me agrediu eu acabei encarando como uma briga mesmo.
Alê8: Firmes e fortes! Amém!
oPAKO: Não, trauma não. Foi como disse acima, eu encaro tudo como uma briga. Nos pegamos nos murros e só. Não teve nada mais que isso. Logo minha preocupação não era exatamente comigo, era com o Kaio, com o que ele havia passado.
Drica Telles(VCMEDS): Tenho medo de pancada em cabeça que não posso nem falar... Um dia Kaio caiu no banheiro e eu entrei desesperado preocupado dele ter batido a cabeça. Ele riu demais de mim. Desde esse dia nada chega perto da minha cabeça. Passando a mão agora eu noto que não há mais galo no lugar nem nada...
Obrigado esperança, kelly24, Agatha28, JoLi, Irish, Geomateus, ale.blm, Takahashi por cada um dos comentários nesse e nos outros contos.
Vamos ao Klaus.
Em primeiro lugar é importantíssimo frisar que Klaus não estuprou ninguém! Se ele fez isso com outra pessoa eu não sei e nem quero saber. Mas não foi o caso do Kaio e nem o meu caso!
Outra coisa, sobre o Kaio não ter denunciado quando tinha 13 anos. Nas pouquíssimas vezes que tocamos nesse assunto eu sempre faço questão de dizer uma frase que eu até escrevi no capítulo passado. Só o Kaio sabia a posição em que estava anos atrás. É muito simples olhar de fora e dizer que ele deveria denunciar, quando só ele sabe de fato o que passou e porque optou por ficar calado. Eu não questiono isso. Outra criança, talvez até mais nova, teria falado ou não. Não há como predizer uma coisa dessas. Se o certo é ou não denunciar quem determina não somos nós que estamos de fora, é a vítima do caso.
Pois bem, Klaus faliu. Na época que escrevi o conto pela primeira vez a empresa ia mal das pernas. Após o casamento, que foi o último evento grande dele, a empresa nunca mais conseguiu um contrato desse. Mesmo com outros eventos ocorrendo nenhum importante foi feito por sua empresa. Acho que isso tem a ver com o aviso do Marcos de ter cuidado de tudo.
Eu já pedi pra ele me contar mas ele não diz nada.
Eu sei que o Marcos usando da influência do pai fez algo. É muito estranho toda a popularidade da empresa do Klaus, que tinha um ótimo serviço, ir pro água abaixo assim. Se ele fez dois ou três aniversários do início do ano até agora foram muitos, e olhe lá!
O fato é que a empresa não teve mais demanda.
Klaus raspou os poucos cabelos que tinha e se converteu evangélico de uma igreja que até fica aqui perto. Todas as vezes que o vejo ele está com uma Bíblia debaixo do braço e com as mesmas roupas sociais de sempre porém algora em tons escuros e bem mais sóbrio. Não há resquício algum do comportamento afeminado nele. É uma coisa incrível, vocês só acreditariam vendo.
Eu sinceramente acredito que ele é uma pessoa perdida. Erros cometidos fazem você perder o sentido e agora ele é só mais um largado por aí... O apego repentino à igreja é justamente tentando preencher o vazio. Klaus se dizia arrependido pelo o que quase fez com o Kaio. Eu acredito. Vejam bem, isso não significa perdoar, de forma alguma, mas acredito sim em arrependimento. Acredito que ele não vive em paz consigo mesmo até hoje que nem ele gritou pra mim no banheiro.
Acreditem, a pior tortura do mundo é a psicológica. Não conseguir colocar a cabeça no travesseiro tranquilo acaba com qualquer um. Eu só sinto muito por ele...
Enfim, espero os comentários e de antemão espero que gostem da prévia do novo conto.
Abraço a todos.