O Amor Vai Nos Separar VIII

A faculdade e o trabalho no banco me absorviam o dia todo, mas eu gostava dessa rotina. Antes da aula Tony vinha me ver, passavamos uma hora juntos e ele me levava à faculdade no Opalla novinho, que chamava a atençao. Ele quis saber se Vitor nao me importunava la na faculdade, porem eu negava, o que era verdade ja que apos a surra, o meu ex namorado ficou afastado do curso por uma semana, e quando voltou, nem me olhava na cara. Ficava sozinho no canto dele o tempo todo, parecendo muito triste e desapontado. Eu fingia que ele nao existia, e me sentia melhor assim.

Excetuando Tony, meu amigo estava sendo o Alex. Tinhamos muita coisa em comum, como o gosto por boa musica e livros, e a paixao pelos tenis da moda. Segundo ele dizia, tinha uma ampla coleçao das melhores marcas, e eu via mesmo sempre um par diferente nos seus pes. Tambem admirava o fato de ele ser mais estudioso e responsavel do que os outros. Ouvia com atençao os conselhos que me dava.

- Aquilo nao deve ser cheirado todo dia, ouviu? - dizia Alex, serio - Nos finais de semana, tudo bem, voce pode cheirar varias vezes. Mas todos os dias, nao. Sabe o Zeca? Ele cheira direto. Estuda chapado, treina boxe chapado, janta com os pais chapado... Ja vi o nariz dele sangrando duas vezes.

Tambem me alertava sobre Bruno.

- Nao percebeu o jeito que ele olha pra voce? - falou, meio contrariado - Parece um lobo olhando um filhote de carneiro. Tenho certeza que o Tony percebeu isso, mas deve estar achando divertido toda essa situaçao.

Eu duvidei disso, embora percebesse sim Bruno me olhando varias vezes. Mas achava que era safadeza dele, nada de mais.

- Voce e' muito bonito, Marquinhos. Novo, bem vestido... Os caras ficam loucos - disse Alex acendendo um cigarro.

- Todos? - dei um sorriso de caçoada, olhando para ele.

Ele ficou vermelho e nao respondeu, rindo meio constrangido. Contou que ja havia dormido com Bruno e com Zeca, mas fazia muito tempo, quase dois anos, e estavam chapados todas as vezes. Com Tony, nunca. Havia faltado interesse de ambos os lados, achava ele.

- Acho que Tony nao te contou, mas quando o pai lhe cobra namoradas, ele apresenta ao velho uma vagabunda qualquer que encontra pela noite - disse Alex - Compra um colar, uma bolsa cara ou vestido e eis uma namorada de fachada por uns dias, para as reunioes sociais na casa deles. O Zeca gosta de mulher tambem, entao fica mais facil esconder. O Bruno mora sozinho aqui na capital, tem os pais morando no exterior. Esta tranquilo. E eu...bem...me viro na labia mesmo. Se acreditam ou nao estou pouco me fodendo.

Apesar daquele aparente despreendimento, ele e os outros nao quiseram ir comigo à uma boate gay, no sabado: tinham muito a perder caso alguem os reconhecesse. Fui voto vencido e entao fomos numa outra boate tradicional, lotada às dez horas, num som alucinante que era o Culture Club, com seu Karma Chameleon.

Dentro do Opalla, Tony espalhou a cocaina sobre uma pasta de couro preto e liso que ele usava na faculdade, cortou as fileiras com a gilete e enrolou rapido uma nota de dinheiro, fazendo um canudo fino. Zeca quis ser o primeiro a se servir.

- Nao, senhor! - falou Tony - Primeiro o meu Marquinhos. Depois voce, aspirador de po' ambulante.

Rimos todos, acabamos com a branquela e entramos na boate ja um pouco loucos, suando a valer. Eu dancei feito um condenado, à beira dum ataque, tamanha a euforia, acentuada por aquela luz estroboscopica que me alucinava de estimulo. Mal via os meninos, apenas seus espectros coloridos dançando freneticos perto de mim.

La pelas tantas, eu me escorei exausto num canto escuro da boate, sendo imediatamente envolvido nos braços por alguem forte que, pelo cheiro do perfume misturado ao suor reconheci como sendo Bruno. Ele me apertou, excitado, esfregando o volume na minha virilha, beijando meu pescoço.

- Hoje vou com voce e Tony para seu apartamento - falou no meu ouvido - Ja esta combinado.

Combinado? E ninguem me avisou? Fiquei surpreso, mas muito excitado com a situaçao. Fazia tempo que eu imaginava como era estar com Bruno, chupa -lo, te -lo em mim. Abracei -o mais forte, ouvindo a voz duma moça que passou por nos :

- Olha as bichas se esfregando!

Nos soltamos, e eu achei graça daquilo, rindo numa hilariedade subita. Bruno tambem riu, ainda me segurando a cintura. Vi entao, que mais afastado de nos, Tony nos observava com um sorriso safado. Retribui aquele sorriso, encarando -o e mordendo o labio. A noite prometia ser excelente, eu sabia disso.

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Obrigada, povo lindo! Comentem!

Ate o proximo! :)

Ah, nao percam a chance de ouvir o Karma Chameleon, no Youtube. O clip eh brega, mas o som bem legal! :D