Amor Romântico ♡ Cap.4

Cap.4

NARRADO POR ANDRÉ NASCIMENTO

Eu não tenho culpa de ser assim. Eu não escolhi isso. Eu não queria gostar de homens, mas é o que acontece comigo. De repente, eu me vi prestando atenção nos garotos bonitos do ensino médio. Me desesperei, mas não consegui fazer nada.

- Eu nunca vou querer um filho gay !- foram as últimas palavras que eu ouvi da minha mãe antes de sair de casa. Nossa família era feliz, até essa bomba estourar. Eu fazia de tudo pra que ninguém descobrisse, mas as vezes nossas amizades nos traem. Estava todo feliz, depois de ter feito um novo amigo. Ele era bonito, ele sorriu pra mim. Andava alegremente ouvindo músicas românticas no meu fone de ouvido até chegar em casa. Ao entrar, minha felicidade se esvaiu.

- André !- olhei pra minha mãe, estava com uma cara vermelha.

- O que foi, alguém morreu ?- de repente, sinto sua mão voar em meu rosto- porque você fez isso ?

- Como você pode me dar um desgosto como esse ?- ela parecia que ia explodir a qualquer momento.

- Do que você está falando ?

- A Luana me contou tudo. Você é bicha ! Viado !- o que ? Eu não acredito que ela falou o meu segredo.

- O que ? Calma mãe !

- Como você quer que eu fique calma ? Me diz que isso é mentira, pelo amor de deus- respirei fundo, e decidi falar de uma vez tudo aquilo que estava entalado na minha garganta.

- Não é mentira mãe. É verdade- baixei a cabeça.

- Então eu quero que você vá embora.

- Como é que é ?- falei, sem acreditar no que tinha acabado de ouvir.

- Eu não vou querer um filho gay !- falou, subindo pra o seu quarto- quando voltar, não quero mais te ver aqui- bateu a porta de uma vez. Minha felicidade havia ido embora em poucos segundos. Comecei a chorar. Não esperava que aquele fosse a reação que ela teria. Parecia que eu era o pior filho do mundo, só fazia coisas erradas. Pelo contrário, eu estava me esforçando muito pra que quando esse momento chegasse, ela não tivesse nada pra jogar na minha cara. Havia passado na faculdade e fazia Jornalismo. Juntei as últimas forças que me restaram e subi pro meu quarto, pra pegar minhas coisas. Não sabia o que faria a partir dali. Olhei pra aquele quarto, havia passado muitos momentos felizes ali. Olhei para o espelho, meus olhos estavam inchados. Toda a beleza que eu sabia que tinha, aquele momento era imperceptível. Eu era moreno, tinha olhos castanhos, cabelo preto cacheado, era malhado, e alto. Peguei a mala que usávamos pra viagem. Coloquei lentamente minhas roupas dentro. Meus sapatos, meus livros da faculdade. Fotos, e outras cosias. O resto coloquei na mochila. Sai de lá cabisbaixo. Olhei ao redor, ainda não acreditava que deixaria aquela casa. Ainda podia ver meu falecido pai dizendo que eu era o melhor filho do mundo.

- Pai, porque você não está aqui agora ?- baixei a cabeça, limpei os olhos, e sai. Sem saber pra onde ir. Só tinha uma amiga, mas ela tinha me traído. Estava praticamente sem dinheiro, o pouco que tinha dava pra algumas noites em um hotel barato. Tinha parentes, mas com certeza já estavam sabendo da história, e não iriam querer abrigar um viado. Porque o mundo tem que ser assim, intolerante ? Cheguei em uma praça qualquer, estava vazia. Olhei para o céu, estava nublado. O vento batia, balançando os cachos em meu cabelo. Olhei pro chão, as folhagens das árvores eram arrastadas pela ventania. O clima de tristeza se contagiava. E eu deixava as lágrimas lentamente escorrerem pelos meus olhos. Não acreditava ainda que tudo aquilo tinha acontecido. Só o que eu queria era que tudo aquilo fosse um sonho, e que eu acordasse na minha cama, com minha mãe de bem comigo. Infelizmente, aquilo na aconteceria. Abri os olhos e vi as lágrimas caírem no chão. Logo vi gotas de água atingirem o chão. Olhei pro céu, uma chuva se formou. Lentamente ela começou a cair. Mas eu não me importava mais. Deixei a água me molhar. Achei que ninguém notaria, até ouvir uma doce voz.

- Ei, você vai ficar ai pegando chuva mesmo ?- olhei pra cima e vi um homem, garoto, sei lá, parecia ter a minha idade. Não pude deixar de notar a sua beleza. Era alto, branco, loiro de cabelos lisos, tem olhos verdes claros que contrastam com todo o resto, e tinha um corpo malhado, mas malhado do que o meu. Ele chegou mais perto, e botou a mão na minha costa, lentamente me puxou- vamos, ou você vai pegar um resfriado.

- Não se preocupe, eu estou bem aqui- falei, olhando pra ele e me derretendo pelos seus olhos verdes claros.

- Não está não, vamos, eu ajudo a levar as suas coisas- falou, me ajudando a levantar e levando a minha mala. Atravessamos a rua e ele colocou dentro do seu carro as minhas coisas.

- Ei, pra onde você vai me levar ?

- Pro meu apartamento.

- Hã ?

- Lá você pode se secar e tomar um banho- entrei no carro e logo em seguida ele entrou. Tipo, o que está acontecendo aqui.

- Porque você me tirou de lá ? Não precisava se preocupar comigo.

- De nada pra você também, e tem mais, você podia pegar um resfriado, se é que já não pegou- falou ele, vendo eu espirrar.

- Mas você nem me conhece.

- Eu não deixaria você sozinho, ainda mais daquele jeito. Olha, não vou perguntar o porque de você estar chorando, mas depois se você quiser contar, estarei a todo ouvidos.

- Humrum- ele saiu andando. Andamos alguns metros e a chuva só engrossava. Logo entramos em um prédio. Ele novamente tirou tudo o que era meu de dentro do carro, sem pedir ajuda. Fiquei olhando ele fazer tudo aquilo, sem nem saber o meu nome. Apenas o segui e logo nós chegamos no apartamento dele. Nossa, como era grande. Espaçoso, amplo pra todos os lados, ele devia ser alguém muito bem de vida. Entrei envergonhadamente e logo ele apareceu com uma toalha.

- Pega, se seca, e você pode tomar banho naquele banheiro ali- falou, apontando pra uma porta. Tirei algumas roupas da minha mala e fui tomar banho, ainda envergonhado por estar na casa de alguém. Troquei de roupa e sai. Olhei, ele estava na cozinha. Logo veio com uma xícara na mão. Olhei, era chocolate quente- pega, é pra você.

- Obrigado, mas você não precisava ter todo esse trabalho- falei, tomando um pouco daquela bebida- hum, está delicioso. Obrigado de novo- ele sorriu

- Sua boca... ficou... um bigode de chocolate aqui- ele sorria, e eu corava. E corei ainda mais quando ele passou o guardanapo no meu rosto e limpou- bem, a gente ainda não se apresentou.

- Ah... claro. Me chamo André, André Nascimento.

- Ah, adoro esse nome. Me chamo Felipe, Felipe Cavalcante- falou, sorrindo.

- Ah, sinto que já escutei esse nome antes- tentei puxar na minha memória, e de repente, uma palavra apareceu- pera aí, você não seria...

- Sim, sou eu mesmo, o escritor famoso Felipe Cavalcante.

- O queee ?????

Continua

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Comentários

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14/09/2014 21:34:26
muito bom esse cp !! como pode uma mãe que carregou um filho durante nove meses em sua barriga.colocar o mesmo pra fora de casa quando descobri que ele é "diferente" acho o cumulo isso viu ,anda bem que existem anjos como. felipe que sem nem saber quem ele era o ajudou de forma bondosa..
14/09/2014 03:31:27
Exemplo de "mãe"
14/09/2014 03:11:50
Omg.. Que fofo.. mãe mais fuleira e ruim.. Poxa.. Se eu fosse o André tinha dado uma voadora de dois pés kk na cara da amiga desgraçada dele kkk batia nela até esquecer que ela tinha dente..
13/09/2014 18:25:29
Perfeito, ansioso pelo próximo!!


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