O Primeiro Amor Cap.6

Cap.6

E então ele segurou meu braço e me puxou.

- Ei, pra onde vamos ?

- Não faça barulho, eu não quero que descubram aonde vou te levar.

- Mas porque não ?

- Porque senão vai todo mundo querer ir lá e eu não quero.

- Tá- falei, baixando o tom de voz e seguindo ele. Saímos do colégio sem ninguém nos ver e seguimos em direção ao bosque. Passamos pelo bosque e já estávamos quase chegando na mata- a gente vai ter que entrar ai.

- É

- Mas...

- Mas o que, você tá com medo ?

- Não, é que...

- Vem logo- falou, puxando-me pela mão. E então entramos na mata. Mais alguns minutos andando por uma trilha quase apagada, nos deparamos com um buraco.

- Nossa, eu não sabia que tinha um buraco aqui.

- Mas tem. Vamos ?- falou, descendo por uma abertura que tinha. Logo chegamos. Era uma caverna.

- Nossa ! Olha esse lugar !- era um lugar todo cheio de pedras coloridas, tinha um lago de água limpíssima, e tinha diversos desenhos, mostrando que alguém já viveu ali.

- Esse lugar é lindo !- ele dizia- sempre me encanto quando venho aqui.

- Tem certeza que ninguém vem aqui ?

- Sim, os garotos tem medo de descer aqui.

- Sério ?

- Humrum- falou, sentando num canto. Me sentei ao seu lado- mas você não pode falar pra ninguém !

- Pode deixar, eu não vou abrir a boca- falei, olhando ao redor. Foi quando senti ele se aproximar. Nossa, nunca tinha sentindo aquilo. Meu coração acelerou, ao sentir ele bem do meu lado. Minha respiração estava ofegante. O que era aquilo ? Será se era amor ? Virei meu rosto pra seu lado. Por algum motivo acariciei seu rosto. Ele se assustou com meu contato, mas logo aceitou. Começou a acariciar o meu também. Dava pra ouvir nossos corações acelerados. E de uma vez, ele me beija. Não sei se pelo susto, ou por ser inesperado, eu tentei fazê-lo parar. Ele parou. Olhei seu rosto, e quando vi estava deitado em cima dele. O beijava afoitamente. Foi uma explosão de sentimento. Minha consciência dizia que era errado, que eu devia parar, mas o meu corpo, e o meu coração desejavam aquilo, e os dois últimos ganharam dos dois primeiros. Ele aos poucos me soltou e me abraçou. Seu cheiro me inebriava. Foi quando a consciência retomou o poder dentro de mim.

- Não, o que eu estou fazendo !- falei, saindo de cima dele- nós dois somos homens !

- Eu gostei do Beijo

- Não diga isso. Vai ser a última vez, não vai ter outra !- falei, tentando sair andando, mas ele segurou meu braço.

- Diga que não gostou- falou, ainda me segurando.

- Não gostei !- de repente, ele me puxa de uma vez

- Diga na minha cara !- novamente nossos rostos ficaram colados. Mas consegui me desvencilhar de seus braços.

- Tá eu gostei tá bom- ele sorriu- mas eu estou muito confuso, eu nunca senti isso, nunca imaginei sentir isso, ainda mais por um homem. Eu preciso... pensar.- falei, saindo andando. De repente, ouço seus passos rápidos e ele me abraça apertadamente.

- Eu nunca senti nada por homem, mas com você é diferente. Eu não sei explicar, acho que gosto de você- involuntariamente juntei sua mão com a minha, demostrando que talvez...eu também gostasse dele. Não perceba que meu coração está acelerado, não perceba, não perceba !

- Me deixa ir- falei, me soltando dele e saindo correndo. Mil coisas passavam pela minha cabeça aquele momento. Eu estava extremamente confuso, não sabia o que pensar, nem o que fazer. Só conseguia pensar naquele beijo, e nos seus braços fortes me envolvendo.

HORAS DEPOIS

Depois daquele acontecimento fui direto pro meu quarto. Não comi nada. Me sentei na cama e fiquei pensando. Seu cheiro já estava impregnado na minha roupa, e toda vez que eu olhava pra sua cama, só pensava nele. Passei o resto do dia ali. Logo a noite caiu. Decidi ler um livro, pra ver se aliviava um pouco a tensão. De repente, a porta se abre. Era ele.

- Decidi trazer seu jantar aqui, já que você não quis descer, e não quis comer nada hoje- falou, entrando com uma bandeja na mão.

- Obrigado- falei, vendo ele deixar a bandeja na mesa. Me sentei e fui comer. Um silêncio mortal formou-se no quarto. Eu queria falar sobre aquilo, mas morria de vergonha, e queria que ele começasse a falar.

- Você quer conversar ?- virei me e olhei pra ele.

- O que você pensa sobre isso ?

- Eu não tenho pensamento certo. Enquanto eu sempre ouvi todos dizerem que isso é errado, a minha vontade é de te beijar, te abraçar, dormir junto com você !- fiquei envergonhado e virei me pra parede- você não vai falar nada ?- me levantei e cheguei mais perto dele. Eu ia falar algo. Não consegui. Acabei o beijando.

Continua

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