A Metamorfose (Capítulo XIV)

Depois de nossa tarde de amor, nada de extraordinário ocorreu. Logo entrávamos na semana do natal, os preparativos estavam a mil e a minha amizade colorida com o Kauã, também. Nós éramos dois loucos por sexo, chegávamos a transar 3x por dia. O cara era um cachorro.

Depois das festas de natal e ano novo, meus pais viajaram novamente e então ficamos só eu, o Kauã e os empregados em casa. O pai do Kauã também teve que viajar pra fazer um mini curso em outra cidade, nos deixando a sós. E ai rolou muita putaria e sacanagem, em todos os cômodos da casa e em todas as posições possíveis. O criador do Kamassutra era um santo perto de nós dois.

Meu aniversário estava chegando e junto com a data a minha vontade de morrer. Não que eu seja um anti social sociopata, mas eu simplesmente não gosto de mentiras e de falsidade, consequentemente odeio datas comemorativas. Por quê? Porque aparece gente que você nunca se quer viu na vida pra te desejar parabéns e tudo de bom. Um saco.

No dia do meu aniversário - dia 4 de fevereiro, mais precisamente -, acordei com um mal humor desgraçado. Olhei pro colchão ao lado da minha cama e o Kauã não estava mais lá, então olhei no meu celular e tinham criado um grupo no WhatsApp pra me desejarem parabéns, sempre a turma de sempre: Victor, Clara, Larissa, Alexandra, Paula, Fábio e agora também parte da gangue e não menos importante, o Kauã.

Todos haviam gravado um vídeo falando o quanto eu era especial e blá blá blá. Confesso que até me emocionei com o vídeo da Ana, que mostrou algumas fotos nossas de quando pequenos. Ficamos conversando e o Kauã entra no quarto.

- E aí, gostou da surpresa? - perguntou, me dando um selinho.

- Gostei - falei! - Obrigado, de coração! Amo vocês. - respondi.

- Vamos, hoje você vai ter um dia de princesa! - Kauã jogava uma calça e uma camisa que ele mesmo escolheu em cima de mim.

- Aonde nós vamos? - perguntei, desconfiado.

- Em um lugar bem bacana que o Fábio disse que você gosta de ir! - ele respondeu.

Concordei e entrei no banho. Tomei um banho relativamente demorado. Fiz a minha higiene pessoal, aparei meus pelos, fiz a barba, coloquei a placa de clareamento dental nos dentes e passei loção hidratante. Não sei por que, mas sentia que deveria estar impecável pra aquela situação, afinal, não é todo o dia que se faz 17 anos.

Sai do banho ainda pelado e vesti a roupa na frente do Kauã. Ele, que antes mexia no celular, agora reparava na minha bunda que, modéstia a parte, era bem gostosa.

- Que bunda, hein! - ele disse, apalpando-a com a mão.

- Deixa de ser tarado! - respondi lhe dando um selinho.

- Tá pronto? - ele perguntou.

- Sim! - respondi.

Saímos com o carro de seu pai em direção a saída da cidade. Ele só poderia estar me levando a um lugar: ao lago mágico.

Não, o lago não era mesmo mágico, mas é que uma vez o Fábio foi me ensinar história, que é uma matéria relativamente difícil pra mim de aprender, pois me dou bem mesmo é com cálculo. Lembro até hoje daquele dia...

[Lembrança do dia]

- Porra, Fábio, já te disse, não consigo estudar história. Não dá, vou reprovar! - falei, enquanto colocava as mãos na cabeça.

- Quando eu não consigo me concentrar em uma matéria, vou a um lugar e depois consigo prestar atenção em tudo! - ele falou. Vem, vou te levar até lá.

Fomos em direção ao lago e chegando lá, nos sentamos.

- Pula no lago - ele falou.

- Quê? Cê tá louco? - perguntei.

- Pula! - ele ordenou. - Pula e esquece que tu odeia história! - ele continuou.

Fiz o que ele pediu e foi como se toda a minha antipatia por história fosse embora junto com a correnteza das águas do lago.

[Fim das lembranças]

- Putz, não acredito! - falei. - Você me trouxe aqui!

- O Fábio disse que você adora esse lago! - ele disse, com um sorrisinho lindo no rosto.

- É, foi aqui que eu aprendi a gostar de história - falei, observando aquele lugar.

Sem rodeios pulei no lago e o Kauã ficou só me observando.

- Não vai entrar? - perguntei.

- Não sei nadar - ele falou.

- HAHAH vem logo, sou campeão regional de natação, tá comigo, tá com Deus! - Falei.

Ele chegou perto e colocou o pé e caiu n'água. Percebi que ele estava com dificuldades pra ficar em pé.

- Vem, aí é fundo, vamos pro raso! - sai guiando-o até um local do lago onde tinham várias pedras e a água era cristalina.

- Esse lugar é muito bonito! - ele falou, observando cada pedaço daquele paraíso natural.

Ficamos brincando e logo já era 10 da manhã. No meu celular tinha umas 5 chamadas perdidas da minha mãe, então tive que retornar.

- Oi, mãe! - falei.

- Meu filho, parabéns, tudo de bom na sua vida.... e blá blá blá. Meu pai também me desejou as mesmas coisas clichês que todos nos desejam nos aniversários e depois nos despedimos.

- E agora, onde nós vamos? - perguntei.

- Agora vamos comer e depois pegar um cineminha - Kauã respondeu, vestindo sua roupa.

Voltamos pra cidade e fomos a um restaurante. Ele pagou, tudo, claro. Fiquei até com pena porque como igual a um jumento. Depois fomos ao cinema e assistimos ao filme As Aventuras de 3,14 (pi) [desculpa, não podia deixar essa piadinha de nerd de lado]. Saímos do cinema por volta das 4 da tarde e depois fomos em um fliperama. Jogamos bastante e depois fomos tomar sorvete.

- Eu me diverti muito, obrigado! - falei, olhando em seus olhos.

- Eu também me diverti muito! Hoje é seu dia e você merece - ele respondeu.

Eu estava contente, mas uma coisa me deixava triste: não havia recebido nem se quer um parabéns seco do Renan. Esse era o primeiro aniversário em muito tempo que não passava com ele.

- Tá faltando alguma coisa, não tá? - o Kauã perguntou, olhando nos meus olhos.

- Não, tudo está perfeito! - menti. Droga, odiava mentir.

Nesse momento nossos olhos se cruzaram enquanto tocava uma música ao fundo. Era uma das minhas músicas preferidas, Vagalumes Cegos. (/>

Fica por aqui

Vem cuidar de mim

Vamos ver um filme, ter dois filhos

Ir ao parque

Discutir caetano

Planejar bobagens

E morrer de rir

Rimos e depois de jogar alguma conversa fora, fomos pra casa.

Assim que chegamos, notei que a rua estava um tanto escura. Uma movimentação incomum de carros estavam parados pela minha rua e, ingênuo como eu sou, nunca imaginei que era uma festa surpresa pra mim.

- Caralho, Kauã , será que alguém morreu aqui em casa? - perguntei, apavorado.

- Não sei, vamos descobrir. - ele segurou na minha mão e me guiou até a porta da sala.

Abri a porta e me deparo com uma cena hilária: meus amigos todos presentes na sala.

- SURPRESA - um coro gritava.

Me virei e dei um abraço no Kauã. Não porque eu gostava mais dele do que dos outros, e sim porque ele estava mais perto. Mentira, a quem eu queria enganar, eu estava gostando dele.

Depois corri em direção aos meus amigos e nos abraçamos coletivamente. Cumprimentei todos e depois fui cumprimentar os convidados. Quando voltei, olhei a fundo da porta e uma silhueta conhecida se aproximava. E essa pessoa estava magnificamente linda!

Continua...

Gente, quero agradecer a todos os comentários de apoio que recebi no capítulo passado. De coração, vocês são demais. Obrigado a todos os leitores que acompanham meu trabalho desde quando cheguei aqui na CDC, tanto os que aparecem sempre, quanto os invisíveis... e agradecer também ao meu fã, Lucas, por estar sempre por aqui também. :D

Hick e Vinni, obrigado pelo elogio! Kauã é a ousadia em pessoa! HAHAH.

Lipe*-* Ainda bem que você entende a minha demora em postar algo. Não sei se você percebeu, mais tentei aumentar o conto. Espero que tenha gostado!

Agatha1986 Como diria nossa querida filósofa Valesca da Gaiola, são os recalcados! HAHA.

dreyk_02 muitas águas irão rolar, acho que o Alexandre está gostando de duas pessoas e isso é uma barra. Vamos ver o que vai acontecer.

SafadinhoGostosoo Exatamente. Seria muito mais fácil que todos tivessem um sensor que avisasse quando a pessoa é canalha, só quer brincar conosco ou quando uma pessoa realmente está apaixonado por nós, seria tudo mais fácil... por outro lado, talvez seria uma monotonia só. Acho que você, mais do que ninguém aqui, sabe que eu acredito que as pessoas podem mesmo mudar, tanto pra melhor quanto pra pior! Vamos ver o que vai acontecer... um abraço!

Nicole Almeida, Eu sei quem são os meus verdadeiros leitores, que estão sempre aqui a qualquer circunstância me apoiando e tudo mais, e graças a Deus você é uma delas, que me acompanha sempre! Obrigado pelo carinho.

Alguem93, pessoas sem caráter e que não aguentam a verdade! Duvido que façam melhor, rs

lucasbelmot, como eu disse, lê quem quer, ninguém aqui é obrigado a nada. Eu não falei nada demais pra você no ultimo conto, as críticas eu recebo muito bem, se você acha que não o problema é seu! O que eu falei pra você eu poderia dizer pro meu leitor mais fiel: lê quem quer. Assim como você não é obrigado a ler, eu não sou obrigado a escrever. Se você não gosta, se não te satisfaz, deixa de ler então, é simples. E eu não sabia que gostar do meu conto é ser hipócrita. Você foi a única pessoa que veio falar mal do conto, ao contrário de outras pessoas que dizem que o conto está perfeito. Gosto é igual a bunda, eu tenho o meu e acho que você anda dando demais a sua rs. A respeito do Ja nao sei qm e mais infantil, alguns leitores ou o proprio escritor, eu sei quem é o mais infantil: você. Vai procurar uma louça pra lavar, uma casa pra varrer, uma piroca pra chupar e deixe eu e os meus leitores em paz. Passar bem.

Ru/Ruanito, adorei você me chamando de baby, ahahha! Obrigado, querido.

niel1525 Concordo plenamente! Obrigado.

Revenger SAMBISTA! Obrigado pelo apoio e por estar sempre me acompanhando, é uma honra.