Bem Que Ele Poderia Ser Gay... Parte V
Na semana que se seguiu após o nosso final de semana eu quase não vi o Rafael, e ainda não era nem semana de provas, achei aquilo muito estranho, ele não me mandou nenhuma mensagem de texto, não disse nada, ficou na dele, pra não dizer que não o vi, na Quarta-feira nos entramos na entrada do bloco dele, e me cumprimentou apenas acenando com a cabeça, eu não podia acreditar que tínhamos voltado novamente a fase do cumprimento informal, eu que jurava ter progredido, enfim na sexta-feira a noite eu estava na minha casa curtindo um luto já que o meu namorado tinha me dado um fora, isso mesmo na minha cabeça ele era meu namorado. Já podem me julgar por isso! Entra o Gustavo todo louco em minha casa...
– Gata se arruma que precisamos ir ao Jeronimo, vai ter um showzinho ao vivo sertanejo e um boy da academia que estou louco pra pegar vai, e me disse que era pra eu ir, pois quando ele bebe fica fácil, fácil.
– Minha queria só por essa frase do boy eu já vou te dizer uma coisa, vai precisar comer ele, deve ser daquelas passivas que nem de pau duro fica minha querida.
– Coragem, tomara que não seja isso, mas você me conhece muito bem e sabe que sou atriz né, pra eu comer esse boy eu entro linda no personagem e viro ele do avesso.
– Menina que masculinidade é essa? Até me arrepiei aqui, por um segundo eu senti tesão na senhora, mas é só te olhar que ele passa.
– Sua Lésbica horrorosa, a melhor parte ainda não te disse, os amiguinhos dele da agronomia estarão todos lá, e com certeza algum deve curtir comer uma coisa diferente, tipo a senhora.
Quando ele me falou dos amigos do cara eu até me animei, e sempre que decidimos sair assim meio as pressas as coisas fluem naturalmente, o Jeronimo é um pub meio club, eu nunca tinha ido por preconceito mesmo, lá é o point das comitivas de rodeio de Cuiabá e isso nunca foi minha praia, meu negocio sempre foi outro, mas como meu amigo queria muito ir eu topei, quando chegamos compramos nossos ingressos para área vip. E eu me surpreendi, pois acabei gostando do ambiente, nos fomos ao bar, cada um tomou dois shot's de tequila pra dar uma animada e compramos uma garrafa de vodca, na verdade chegamos meio cedo, o lugar ainda não estava bombando, mais isso foi ótimo, pois conseguimos uma mesa e um bom lugar.
E não muito depois de estarmos lá, eu já estava bêbado e do jeito que gosto de ficar quando saio de casa, todo alegre, o rapaz chegou juntamente com seus amigos cada um mais másculo que o outro, eu mantive uma linha para não dar na cara que era gay e consequentemente ganhar olhares tortos de repressão, enfim... Ao meu lado ficaram dois rapazes e começamos a conversar enquanto o sertanejo ecoava pelas paredes e ditava o ritmo de dança das pessoas ali presentes, conversamos sobre vários assuntos, e também sobre mulheres, sendo que esse ultimo eu nunca dominei muito bem, na verdade nunca nem tive interesse, pois bem, estava tudo muito bem e notei que um deles sempre que conversava comigo pegava no meu rosto, eu tocava minhas costas.
Pra bom entendedor meia palavra basta, eu já tinha sacado a dele, queria o meu corpo, mas eu estava focado em contribuir para meu amigo pegar o carinha que ele curtia, e obviamente estava tendo problemas, digamos que o Gustavo é muito incisivo na conquista, e o rapaz era mais adepto da conquista, e do romance, sendo assim o Gustavo teria que mudar, eu o chamei para ir ao bar comigo, com a desculpa de comprarmos mais suco, e falei que se ficasse forçando ali não sairia nada, pois infelizmente o rapaz era do tipo que ficava se sentindo a ultima delicia do casal Carvalho, quando recebia um elogio, e como quem esta de fora vê melhor as coisas ele entendeu meu recado e disse que tentaria outra estrategia para domar o boy.
Voltamos a nossa mesa e eu fui me divertir, dancei com algumas mulheres que estavam dando bobeira por ali, dei risada, e como lá é bem confuso na entrada da area vip eu cai umas duas vezes na hora de descer a escada mais como estava muito bêbado eu caia na risada a cada tombo, parecia um retardado, todo feliz com minha própria vergonha, fui ao banheiro lá pelas tantas da madrugada, e junto comigo entrou um dos amigos do paquera do Gustavo e para minha surpresa não era o que estava me alisando, o rapaz me assustou quando entrou eu mal me recuperei e ele já enfiou a língua na minha boca e me beijou, me empurrando contra a parede, se bati minha cabeça eu não lembro o grau de embriagues era proporcional ao tesão, ou seja, era muito naquele momento.
Depois de beijar o cara até meu maxilar doer, ele saiu do banheiro e o outro entrou e novamente fui arrebatado por um beijo másculo tão bom quanto o outro, fiquei todo mole naquele momento, a preocupação de ser exposto sumiu naquele momento, se tinha alguém de fora, vendo a situação não me incomodava em nada, na verdade me excitava um pouco, quando o segundo soltou minha boca eu olhei a porta e ela estava fechada, ele disse que sairia e era pra eu esperar um pouco antes de sair, quando deixei o banheiro não tinha ninguém de fora, o que era ótimo, por sorte quando dois homens entram em um mesmo banheiro em locais hétero eles acham que estão indo usar droga, ainda bem, tudo que eu não precisava era um segurança invadindo porque eu estava dando uns amassos em um desconhecido.
Voltei como se nada tivesse acontecido e o melhor de tudo era os dois me olhando com cara de safado na mesa, eu adorava aquilo, me dava um tesão sem limite, terminamos a noite um desejando o outro, quando íamos saindo o Gustavo me disse que voltaria com o rapaz pra casa e eu fiquei no estacionamento do fundo conversando com os dois, e combinando a onde iriamos para transar, eu sempre curti atender na minha casa, mas estava meio inseguro em levar aqueles dois estranhos até o lugar em que morava eles estavam juntos de carro e iriam na frente e eu os seguiria já estava tudo combinado, quando fui entrar no carro um deles me beijou e o segundo ficou olhando.
E segurou meu rosto quando me virei para beijar ele, ouço alguém gritando atras de mim, no susto me livrei da mão dele que segurava meu rosto e olhei para trás, era o Rafael que vinha todo nervoso com peito estufado atras de mim, veio gritando perguntando o que estava acontecendo, eu pedi para ele falar baixo, pois se continuasse com o escândalo alguém provavelmente escutaria tudo, ele ficava ainda mais irritada e um dos meninos ficou nervoso com aquilo, e eu só conseguia pensar na briga que aquilo iria virar e na bola de neve que se tornaria, o outro rapaz segurou o amigo para a briga não começar e eu tentando falar com o Rafael que não me ouvia só ficava me olhando com aquela expressão irritadiça e apontando o dedo na minha cara, quando finalmente consegui a atenção dele, ele começou seu discurso....
–Já não basta ficar se esfregando nesses dois vagabundos no banheiro ainda veio aqui pra fora? Iria fazer o que aqui? Ia dar pra esses caras, pois sinceramente era só o que faltava, se de o respeito, você é melhor que isso...
Falou apontando pra um dos meninos que em resposta disse, que se eu quisesse ele me comeria sim, porque eu era um cara muito gente boa, e qualquer um iria querer ficar comigo, quando ele se calou o Rafael mandou ele calar boca e foi pra cima eu segurei da forma que consegui e por pouco o rapaz não acertou um soco no rosto do Rafael, que assim como eu estava muito bêbado, eu naquele momento não estava entendendo o que acontecia ali, eu só via ele irritado e gritando sem prestar muita atenção em nada, a nossa sorte foi que no momento da confusão não apareceu uma só alma naquele lugar, então tudo ficou entre a gente, enquanto eu segurava ele, um dos meninos o primeiro a me beijar e que quase bateu nele disse...
– Quem é esse cara Matheus? Por algum acaso ele é ex-namorado seu? Quero entender essa crise de ciumes que estou presenciando.
– Não sou ex-namorado não rapaz, eu sou o atual e pra não te fazer engolir os próprios dentes nós vamos embora e é melhor eu não te ver mais perto da gente, se não o negocio vai ficar feio pro teu lado.
Ele falou isso atravessando na minha frente, eu o empurrei ate conseguir coloca-lo dentro do carro, quando ele entrou eu me desculpei com os meninos e disse que ele não era meu namorado que estava muito bêbado, e provavelmente por isso tinha ocorrido aquela confusão toda, eu não podia deixar eles irem embora com uma impressão ruim de mim, afinal de contas eu deveria deixar a porta aberta, para que pudesse abrir as pernas depois, vai que em um futuro eles ficariam disponíveis a mim de novo? Entrei no carro, e o Rafael de cara fechada o tempo todo sem trocar nenhuma palavra comigo, lembro que eu dirigia na General Melo sentido a casa dele, e quando ele se deu conta do caminho que eu fazia me disse...
– Esta indo pra esse lado porque? Eu vou dormir na sua casa, quero ter certeza que aqueles caras não vão aparecer por lá.
– Presta atenção Rafael, quem você pensa que é pra opinar sobre minha vida sexual e com quem eu devo ou não ir pra cama?
– Vou te mostrar quem eu sou, deixa a gente chegar na sua casa, sei que não tenho esse direito, mas se tem alguém que vai pra sua cama com você hoje. Esse alguém sou EU!
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