Verdade Ou Consequência (Capítulo 13)
Boa Noite...
Estou aqui novamente para postar mais um capítulo para vocês, que terão que me engolir por mais um bom tempo, já que meu conto já está pronto, e o postarei aqui na Casa até o último capítulo. Se ferraram. Hahahahahahaha.
Cortando o papo furado, mais uma vez agradeço a todos pelos comentários de apoio. Gente, eu não vou abandonar vocês. Não se preocupem... A não ser que eu arranje um homem lindo de morrer que me leve para fora do país. Hahahahahaha. Mas como sei que isso não vai acontecer (Pelo menos não por enquanto), podem ficar despreocupados pois morarei neste site por tempo indeterminado.
Em relação ao meu novo conto... Está caminhando perfeitamente. 19 capítulos já estão prontos. Mal posso esperar para que possam conhecer Zero. Enfim. Obrigado pelo apoio e aproveitem. Deixem suas opiniões no quadro de comentários, que lerei com prazer.
CAPÍTULO 13:
Chovia muito. Ana dirigia devagar por causa da estrada escorregadia. Oliver chorava. Estava angustiado de mais.
- Porque ele fez isso comigo?
- Porque ele é um idiota Oliver. Você é um idiota. Idiotas fazem isso.
- Eu o amo. Eu queria que ele...
- Se você o ama, trate de esquecer isso logo. Se continuar a nutrir esses sentimentos por ele vai sofrer ainda mais.
- Como eu faço isso desaparecer de uma hora para outra Ana? Não tem como...
- Eu por um acaso falei de esquecer agora? Não! Acho que você deveria se trancar em um quarto, porque sinceramente viu. Paixão platônica nunca acontece, e você deveria saber disso. Se eu pudesse tirar minhas mãos do volante te daria uns tapas.
- Obrigado Ana. Estou bem melhor agora. – Oliver tentava deixar Ana menos preocupada.
- Eu já te falei que você deveria ser mais forte. Já falei para você se importar menos com o que as pessoas dizem a seu respeito. Já te falei para procurar um cara legal, que seja gay de preferência e que goste de você. Agora você está fudido atoa, literalmente, no bom e no mal sentido da palavra. Transar com um hetero pelo qual você está completamente apaixonado? Sério? É a vida real, não é um filme Oliver!
- Da pra parar. – Oliver começa a parar de chorar.
- Aposto que parar era a única coisa que você não queria que acontecesse ontem! – Diz Ana rindo.
- Já começou? Eu estou mal aqui como você pode ver.
- Sério? Eu não reparei. Juro. Berros e escândalos e nada escuto. Agora engole esse choro ou te taco pra fora do carro.
- Poderíamos descer do carro e o jogar em um precipício. – Diz Oliver em um meio sorriso.
- Não me dê idéias a essa altura do campeonato Oliver.
- Ou poderíamos riscar a lataria com pregos. Quebrar os vidros e falar que fomos assaltados.
- Ótima idéia. Pena que não podemos fazer isso porque o carro é do pai do Júlio.
A viagem segue. Ambos conversavam, e Oliver já estava se sentindo um pouco melhor com as piadas sujas que Ana contava.
Eles finalmente chegam. Ana estaciona o carro em frente a casa de Oliver e descem.
- E ai viado. Como foi a viagem? – Diz o irmão de Oliver ao perceber que ele havia chegado.
- Não tão boa. Beijei um cara estranho na balada. Depois falei bobagem para o Júlio. Depois nos beijamos e acabamos transando, mas depois ele me chamou de viado e patético, me humilhou e me fez chorar. Teria sido ótimo se isso não acontecesse.
- Você está bem?
- Está melhor. – Diz Ana ao abrir a geladeira.
- É. Eu estou. Mas eu ainda não entendo... Tenho 100% de certeza que Júlio curtiu o que aconteceu... Ele não parava de me beijar... Meus lábios estão inchados ainda...
- De tanto pagar boquete. – Diz o irmão de Oliver caindo na risada.
- Não! – Oliver exclama
- Quero ver como vocês vão se comportar na escola agora. E não estou falando de você Oliver, pois sei que você vai ficar pelos cantos, se lamentando. Chorando pelo leite derramado ou o que quer que seja e Júlio ainda vai continuar pegador.
- Engano seu... – Diz Oliver ao se levantar do sofá da sala e ir para a cozinha, onde Ana estava.
- Como assim?
- Eu sei que tem algo de errado. Júlio curtiu cada momento que estava comigo, e disso eu tenho certeza. Se ele quer bancar o idiota, imbecil, que seja, mas vou mostrar para ele. Se ele acha que pode me humilhar assim que vou ficar quieto, ele está enganado.
- Não estou te reconhecendo... Isso ai! – Ana estava sorrindo muito.
- Pega a chave do carro. Vamos ao shopping. Ainda é cedo e as lojas estão abertas.
- O que você vai fazer?
- Uma mudança. Ta, por dentro eu vou continuar fraco, mas não vou mostrar isso ao Júlio. E por fora, nada melhor que uma repaginação.
- Vai comprar roupas? – Ana diz com a voz estridente e feliz.
- E outras coisas...
- Finalmente. E mais. Corta esse cabelo pelo amor de Deus. Já deu esse visual meio Emo. Mas vai tirar dinheiro do rabo é?
- Não. Da minha faculdade.
- Você é louco por um acaso?
- Na verdade não. Eu junto dinheiro para isso desde que me conheço por gente. Tem também a herança que minha avó deixou. E até um ano e meio atrás, o dinheiro que estava na minha poupança já dava para pagar toda a faculdade. Ou seja, tenho dinheiro sobrando.
- Meu Deus! Você é rico!
Ana pega novamente as chaves e sai atrás de Oliver, que já estava na porta.
Uma mudança faria bem a Oliver. Ele ainda estava péssimo com tudo o que havia acontecido, mas faria o impossível para que Júlio não notasse. Ele queria parecer forte perante o amor da sua vida. Mostrar que tinha superado, o que não seria bem assim.
ANA E OLIVER chagam ao Shopping, que por incrível que pareça não estava muito cheio. Estacionam em uma vaga qualquer e entram.
- Você não sabe se vestir Oliver, e eu não sei vestir um homem. O que vai fazer? – Diz Ana ao acabar de pegar um copo de 500 ml com açaí.
- Eu sei quem pode me ajudar...
Oliver caminha para a loja que foi da última vez. Ao entrarem, a vendedora que o atendeu da última vez logo sorri.
- O que você vai querer hoje senhor? Merda. Ainda não sei o seu nome – A mulher loira fala. Da última vez não foram apresentados.
- Oliver... Eu quero ajuda...
- Prazer Oliver. Meu nome é Laura... Mas para eu te ajudar, preciso saber qual a sua intenção.
- Bem, eu...
- Ele ama um cara, um amigo na verdade. Eles transaram, mas ele acabou humilhando Oliver, que jura que ele sentiu algo ao fazerem sexo, mas não tem certeza. O homem é hetero e tem uma namorada... Enfim. Ele finge que nada aconteceu entre os dois. Esse é o resumo. Agora Oliver quer se mostrar mais confiante... Quer fazer uma repaginação. – Diz Ana rapidamente.
- Parece história de um filme... Vou ficar feliz em ajudar. A começar por esse cabelo horroroso. Parece que você foi lambido...
- Eu sei... – Oliver diz sem graça.
- Antes de irmos... Tem algum problema com preços?
- Não. – Ana diz ao se lembrar que Oliver tem dinheiro.
-Bem... Agora vamos para o segundo andar então que vou cuidar desse bicho morto na sua cabeça... Seu cabelo é bom. – Diz Laura ao passar a mão nos cabelos de Oliver. – Pelo menos não teremos muito trabalho.
- Você quem vai cortar? – Pergunta Oliver
- Sim amor. Tenho curso completo de cabeleireira.
- Tudo bem. – Oliver diz.
- Pode confiar. – Laura diz e sai arrastando Ana e Oliver.
Tudo parecia passar rápido pela mente de Oliver. Ele nunca havia feito algo do tipo. Mudar era uma palavra desconhecida de seu vocabulário.
Oliver é praticamente jogado na cadeira do salão. Ele se apavora um pouco, mas fechou os olhos e deixou tudo acontecer. Cerca de uma hora depois, tudo parecia pronto. Oliver abre os olhos e se olha no espelho.
- Ai meu Deus! – Oliver diz ao se olhar.
- Agora é só deixar a barba como está. Por fazer... – Diz Laura.
- Ai meu Deus! – Diz Oliver novamente.
- Você não gostou? – Diz Ana preocupada. – Ficou maravilhoso!
- Quem disse que eu não gostei. – Diz Oliver quase chorando de felicidade. – Depois de anos... Eu finalmente estou me sentindo bonito. Eu... – Oliver começa a chorar, só que desta vez de felicidade.
- Você sempre foi bonito Oliver, só precisava de um trato no visual, e um choque de realidade também. – Ana sorri.
- Ainda temos trabalho. Temos roupas, calçados, óculos... E como estou de bom humor hoje, e meu pai é dono dessa bagaça, não precisam se preocupar. Vou dar um bom desconto. A causa é boa. Quero que você mostre a ele o que está perdendo.
Os três saem caminhando com rapidez por todo o shopping. Oliver se encantava com cada peça de roupa que Laura pegava. Ela deveria trabalhar como consultora de moda, era boa nisso. Depois de quase duas horas rodando por todas as lojas, finalmente param para que Oliver experimente as roupas.
- Quero ver cada peça ta? – Diz Ana ao se sentar em uma cadeira confortável e esticar as pernas.
- Eu também quero ver tudinho. – Laura faz o mesmo que Ana, só que com as pernas abertas.
- Você tem um bom gosto. Ótimo na verdade... – Diz Oliver super feliz.
- Adoro comprar roupas para meu irmão. Ele não precisa de ajuda na verdade. Todos os gays sabem se vestir. Bem... Nem todos... – Laura ri mais uma vez e Oliver cora.
- Seu irmão é gay? – Pergunta Ana.
- Sim. Ele é do tipo macho sabe. Se você o ver não percebe que ele beija homens... E faz sexo com eles.
- Podia apresentar ele a Oliver. – Ana fala.
- Meu irmão é do tipo que não sai por ai procurando sabe. Prefere encontrar por um acaso... Acho que eu fiquei com o “Gene” piranha. Ele é certinho sabe. Gosta de tudo na ordem. Se essa coisa de que gêmeos compartilham dor e o escambal for verdade, ele deve estar encontrando dificuldades para segurar xixi. – Laura ri histericamente, seguida por Ana e Oliver, que fazem o mesmo – Mudando de assunto... Não deixe Oliver fazer a barba todo dia pelo amor de Deus! Esse tipo de corte militar mais moderno fica perfeito com barba por fazer. Seria uma atrocidade aquela cara totalmente limpa.
- Pode deixar comigo! – Ana bate continência.
A cada conjunto vestido, Oliver saia do provador e se mostrava. As roupas eram maravilhosas. Uma mais linda que a outra. Cores variadas. Desde o branco ao rosa choque e azul Royal. Nada de estampas. Laura jurava que a estampa estraga a roupa e o corpo da pessoa que a usa, principalmente se for um homem como Oliver, com o corpo bonito e rosto maravilhoso.
- Acho que não vou levar tudo. – Diz Oliver contando o dinheiro.
- Guarda esse dinheiro para você amor. – Diz Laura tirando o dinheiro de Oliver e colocando dentro do bolso dele.
- Mas eu tenho que...
- Nana, nina, não. Eu sou rica bem. Podre de rica. Eu já te falei que meu papaizinho lindo é dono dessa bagaça toda. Não se preocupe, e como sou eu quem cuido do setor de compras ele nem vai perceber. Alem do mais, hoje eu estou dada... Bem dada. – Laura fala e começa a rir.
- Mas eu tenho que pagar! – Oliver retira o dinheiro do bolso.
- Já sei. Você paga dando a aquele troglodita o que ele merece – Laura os empurra para fora da loja. – Pense em mim como um anjo que caiu do céu para te ajudar. Um anjo bem safadinho...
-Obrigado. Por tudo mesmo. – Diz Oliver
- Disponha. Até um dia desses meu lindo. A gente cruza... Ops! A gente se cruza por ai. – Laura volta rindo para dentro da loja
Ana e Oliver seguem para o estacionamento. Ambos felizes, com sorrisos de canto a canto.
- Gente. Eu quero muito ver a cara que todo mundo vai fazer amanha. Vai ser que nem um filme adolescente idiota quando você entrar na escola. Todo mundo olhando... Tão emocionante... E tão gay.
- Ainda não caiu minha ficha... – Oliver ri. – Mas se o Júlio quer que seja assim, assim será. Eu sei que ele não odiou o que aconteceu, muito pelo contrário, e vou fazer de tudo para que ele me note. Vou fingir não me importar com o desprezo, apesar de eu querer chorar quando chego perto dele, mas vou tentar me mostrar forte e confiante.
- Isso ai! – Ana bate palmas, que ecoam por todo o estacionamento. – To gostando de ver. Um. Esqueci de algo. Desculpa a demora, mas não tem aquela boate que fomos? Então. O dono gostou tanto de você que o quer dançando lá nos fins de semana. Falou em pagar qualquer coisa para que você aceite.
- Sério?
- Sim.
- Não sei...
- Toma o cartão. Depois se decida. Pense em amanhã. Você vai chocar todo mundo, e no bom sentido. Amanha será épico! - Ana dá pulinhos de felicidade e ansiedade.