Duas Caras - Parte 7

DUAS CARAS

CAPÍTULO 7

Um beijo que eu não esperava, não era um beijo violento, aliás, muito calmo. O Gabriel me puxou para mais perto dele, eu não consegui me livrar daquele beijo, eu estava gostando, senti cada movimento de sua língua em minha boca, seus lábios quentes e molhado em choque com os meus, único som que se ouvia era dos grilos cantando lá fora, e os estalos de nosso beijo. Logo caí em mim, e reparei na burrada que estava fazendo. Empurrei-o e disse:

- Você não deveria ter feito isso. – Desci do carro batendo a porta.

Ele nem ameaçou vir atrás de mim, ainda bem. Abri o portão de ferro que tinha em frente a casa, vi que havia uma luz acesa logo pensei que o Arthur estava em casa, fato que me estranhou pois ele deveria estar trabalhando. Aproximei-me e a porta estava trancada. Olhei pela janela, mesmo a cortina atrapalhando um pouco, não vi ninguém dentro de casa, só por efeito de curiosidade mesmo, olhei debaixo do tapete embaixo da porta e achei a chave. O Arthur com certeza deixou para mim. “Não idiota, deixou para um ladrão entrar mais fácil.” – Pensei.

Entrei dentro de casa e fui logo tomar um banho. No banheiro ao lado da pia reparei num monte de sabão em pó jogado no chão, misturado com detergente, e pelo cheiro tinha água sanitária tambéme um cadáver de aranha. Não acreditei naquilo que eu vi, só podia ser obra de arte do Arthur, coitada da aranha, deve ter morrido de susto. Limpei aquela bagunça e tomei meu banho, um banho demorado, não queria lembrar no beijo que o Gabriel me deu, muito menos de ficar me lembrando dos detalhes mais safados como seu volume naquele moletom.

Decidi ficar só de cueca mesmo e me deitei. Desbloqueei o chip do celular, liguei a televisão e fiquei assistindo um filme que passava nesses canais abertos sem graça até dar sono. Sono esse que insistia em não vir. Passou das 2 da manhã que consegui dormir.

* * *

Acordei assustado com barulhos, parecia que a casa estava desmontando. A luz acendeu eu vi que era o Arthur que tinha tropeçado na cadeira.

- Desculpa Bruno, não queria te acordar. – Falou vindo em minha direção.

- Me acordar não é tanto problema. – Suspirei aliviado. – Mas quase me matou do coração seu filho de uma... – Não terminei de falar e ele disse.

- Não xinga minha maínha. – Falou rindo.

- Que horas são? – Perguntei.

- 5. – Falou ele tirando sua roupa ficando apenas de cueca.

Me virei e tentei voltar dormir, ele logo deitou e se aconchegou na cama. Me deu boa noite que mal respondi.

- Você pode me dizer o que era aquilo no banheiro?

- Está perguntando sobre minha PMMA?

- Hã? PMMA? Que isso?

- Poção mágica pra matar aranha. – Falou rindo. – Você não estava aqui pra matar pra mim.

- Tem medo de aranha? – Perguntei.

- Medo? – Riu. – Eu tenho pavor de aranha.

Não aguentei e comecei a rir.

- Não ri não. Eu tenho aracnofobia.

- Acho que a coitada da aranha deve ter morrido mais de susto pelo grito que deve ter dado, do que por causa dessa sua “poção mágica”.

- Engraçadinho.

Ficamos mais um pouco em silêncio, até ele me perguntar.

- E como foi lá?

- Lá onde? – Eu estava com muito sono, nem sabia do que ele falava.

- Lá com o Papai Noel que te prometeu emprego de gnomo pro Natal. – Falou rindo.

- E depois eu sou o engraçadinho. Tipo, vou começar mesmo uma faculdade, e vou fazer estágio com ele.

- Ele quem? Por que não me fala quem é esse cara que apareceu na sua vida te prometendo tudo isso?

- É um empresário. Já falei.

- Empresário de que? Qual empresa dele? Onde você vai estagiar?

- Credo Arthur, para de me encher de perguntas, vê se cala e dorme. – Falei irritado com o questionário que ele me fez.

- Ok. Boa noite pra você também. – Disse se virando.

- Boa noite. – Uma coisa que desde novo não gosto é de quando me pressionam demais, perco a paciência muito fácil com isso.

***

Não consegui dormir muito bem a noite, se dormi duas horas acho que foi muito. Minha cabeça foi um turbilhão de pensamentos, principalmente no beijo que o Gabriel me deu, não é fácil, depois de um tempo perdido, sem ter o que fazer na vida, tive de tomar decisões que até iam contra meus valores, fato de ser garoto de programa, foi um total momento de desespero onde quando as portas se fechavam para mim, enxerguei nisso como uma única oportunidade, fiquei pensando no primeiro dia, se eu não tivesse recusado os primeiros “clientes” eu não teria conhecido o Gabriel, com certeza os primeiros clientes não queria fazer nada por mim, a não ser me fuder ou fazer bizarrices sexuais das quais nem quero pensar.

Tentando dormir peguei-me pensando novamente naquele beijo do Gabriel, naquele moletom destacando um volume no meio de suas pernas, além de marcar uma bunda bem redondinha, com isso fiquei excitado. Logo tentei parar de pensar nele, não podia, se eu realmente queria agarrar essa oportunidade que estava ganhando não podia deixar esses pensamentos me atrapalhar. E o Arthur, era outra incógnita para mim, um cara realmente maravilhoso, que fez muito por mim, mas eu não conseguia criar esse sentimento que ele esperava de mim, apenas o via como amigo, e nada mais.

***

Consegui dormir pelo menos um pouco já amanhecendo o dia. Acordei com uma mensagem em meu celular.

“Bruno, precisamos conversar, não me leve a mal pelo o que aconteceu ontem, espero que não mude nada entre nós. De tarde preciso te levar pra te inscrever pra fazer o vestibular. Não se preocupe que dou meu jeito pra você entrar lá. Posso te pegar que horas?”.

Eu realmente estava relutando contra tudo isso, minha tia sempre dizia quando a esmola é demais até o santo desconfia. Eu estava com medo de aceitar isso tudo. Mas que outra escolha eu teria se não a de arriscar?

Retornei a mensagem falando que poderia ser no melhor horário para ele, e logo recebi a mensagem de que me buscaria logo após o almoço.

Nessa trocas de mensagens o Arthur acordou. Me olhou disse um bom dia meio seco e foi para o banheiro. Logo que ele saiu do banheiro ele olhou relógio e voltou a deitar e sequer olhou para minha cara.

- Arthur, não fique assim comigo cara. – Falei puxando-o pelo ombro.

- Me larga, me deixa dormir que ainda tá cedo. – Falou se virando novamente.

Não respondi nada, apenas fui ao banheiro, tomei um banho, quando saí ele ainda dormia do mesmo jeito, preparei nosso café da manhã, comi, vesti uma das roupas novas que comprei e decidi sair dar uma volta, o clima com o Arthur estava muito pesado, e o fato de o estar atrapalhando e de estar fazendo mal a ele, me fez pensar na proposta que o Gabriel havia feito de ficar na casa dele até eu ter condições de me bancar sozinho.

Passei a manhã rodando sem lugar definido, passei desde o Memorial J.K. até o Palácio do Planalto. Com umas paradas mais demoradas na Torre de TV e na Catedral. Resolvi almoçar fora mesmo com um pouco do dinheiro que ainda tinha, e mandei uma mensagem para o Gabriel falando que estava esperando-o no Shopping Brasília.

Não demorou muito e ele chegou. Entrei no carro e aquele clima estranho se instalou entre nós.

ContinuaAGRADECIMENTOS:

HPD: Muito obrigado, algumas coisas sobre o deputado vão vir a tona nas próximas partes.

derp!.!: Obrigado :)

Geo Mateus: Obrigado.

chicao02: alguns mistérios sobre o Gabriel vão ser revelados nos próximos capítulos. obrigado! :)

Alex20: muito obrigado :) só consigo postar um por dia, só pra escrever os agradecimentos para vocês com uma mão só levo 20 minutos haha.

Edu19>Edu15: Que bom que esta gostando, valeu :)

(Al): resolveu aparecer? pensei que não iria ler meu conto u.u agora eu sei kkkkk.

caamilaa: beijos minha lora ;)

Oliveira Dan: esse deputado não tem medo de nada kkkk, muita coisa ainda vai rolar com esse deputado envolvendo política, só o que posso dizer haha. Preciso de força mesmo, sou muito agitado, ficar parado não é comigo, nem fala, odeio hospital, ate que tinha umas enfermeiras boas, Algumas mais pareciam modelos que enfermeiras kkkkkkk.

Docinho21: Seja bem vindo :) nos próximos capítulos vai acontecer algumas coisas que vão te esclarecer haha. Obrigado por estar lendo!

Geizinha: Muuito obrigado :) ate eu desconfio desse deputado kkkkk

Ru/Ruanito: kkkkk é! valeu por estar acompanhando.

Bruno Del Vecchio: Entao, ele vai sofrer um pouquinho com esse deputado kkkkkk. Valeu amigão! Beijo e vou melhorar (eu espero) kkkk.

FabioStatz: Que bom que esta gostando, valeu :: muito obrigado :)

danizinhaa: obrigado

MaiquinhoHell, jô!*-*: muito obrigado

Jhonny': Seja bem vindo :) que bom que gostou, e acompanhe mesmo haha,abraços.

Muito obrigado a todos vocês, esse conto na minha mente terá 30 capítulos. Esse flashback com os acontecimentos passados vão continuar ate a parte 16. A partir dai, volta ao inicio, como começou o conto, no encontro do Bruno com o deputado na cafeteria. Ainda tem muito o que acontecer nesses capítulos de flashback. E espero que todos gostem. Comentem bastante minha gente, ate a amanha com a parte 8. Beijos e abraços a todos.