Segredo de um estranho- parte 8
-VOCÊ ESTÁ LOUCO? O QUE FOI ISSO? –Eu falei alto, estava muito vermelho de raiva.
Ele olhou para o chão por um tempo, mas depois ele me olhou, estava chorando e falou.
-Luiz, eu sinto algo por você.
-O que? –perguntei indignado, aquilo era mentira, tinha que ser. Estava tão nervoso que nem pensei direito.
-Luiz, depois que vi você caído no chão, no primeiro dia de aula, me fez sentir algo. Sempre que chegava perto dava vontade de te beijar, mas não sei o que eu sinto. Estou confuso.
Puta que pariu, estava sentido a mesma coisa, só que pelo Douglas, não pelo Eduardo. Eu fiquei com pena dele, ele também devia está bem confuso.
-Você... é gay? –falei com relutância.
-Já tinha ficado com homem, mas não me considero gay, gosto de mulher também.
Eu fiquei andando de um lado para o outro do corredor, queria sair correndo, mas não podia deixar ele assim. Ele estava parado na minha frente, com uma mão no rosto, me senti mal por bater nele. Mas ele não tinha direito de me beijar a força.
-Desculpe pelo soco, mas você mereceu.
-Sim –Ele falou sem mudar a expressão, ele estava serio.
-Não sei o que falar, mas não sinto o mesmo por você.
-Eu sei. –Ele falou com uma voz triste. –Mas..
- Luizinho! Ai está você, te procurei por tudo que é lugar, o que aconteceu?
Sofia! Sempre minha salvadora.
-Nada prima, já terminei aqui. –Falei olhando para o Eduardo, ele me olhou e falei.
-Depois nós conversamos, vamos Sofi.
Fui embora, mas aquilo mexeu comigo. Eu não podia ficar bravo com o Eduardo, por que já tive esse vontade de beijar o
Douglas, o Eduardo apenas brotou em pratica esse desejo. Mas eu não ia beijar ninguém na força, não isso era errado.
Contei para a Sofia o que tinha acontecido e ela abriu a boca de surpresa.
-Se tem ideia que esse menino é o maior pegador, se você ver as ex dele, só modelo. Não acredito nisso Luizinho. –Ela falou empolgada.
-Nem eu Sofia, nem eu. –suspirei e falei –Não sei o que fazer, sinto o mesmo não por ele mas sim pelo...
-Ai, me poupe, ele é meu irmão, que nojo.
Eu tive que rir da cara dela.
-Porque é tão difícil?
-Que graça iria ter que fosse fácil?
Chegamos em casa, fomos almoçar, e orei para o Douglas não vir almoçar com nós, e minhas preces foram complicas. Ele nem em casa estava, ainda bem, não ia conseguir olhar para ele mais.
Estava no meu quarto fazendo um trabalho, quando alguém abre a porta.
-Luizinho.
Ouvi a voz dele, eu fiquei paralisado, e nem consegui me virar para ve-lo.
-Bate na porta é luxo agora? – falei tentando não demostrar nervosismos.
-Olha, se arruma, mas na academia. –ele falou calmo.
-O que? –Nessa hora tive que me virar, eu tinha esquecido disso.
-Vamos, vou sair daqui 10 minutos. –ele falou me apressando, a o louco pelo controle estava de volta.
-Eu não sei se quero ir. –Falei pausadamente, ainda processando em passa uma hora do meu dia perto dele.
-Você disse ontem que queria, e eu prometi te levar. Vai só um dia, se não volta não precisar fazer matricula, já falei com o dono de lá.
-Claro que falou – Falei revirando os olhos, mas ele não ligou.
-Vamos logo.
-Ok.
Ele saiu, e quando vi que estava sozinho, enfiei minha cara no travesseiro e sufoquei um grito. Que raiva, agora ele manda em mim também? Mas eu sempre precisei cuidar do meu corpo, fica dentro de casa não ia ajudar.
Vestir-me e esperei-o perto do carro. Quando eu vi de camiseta regata muito justa, e uma bermuda de futebol, quase tive um infarto, ele era perfeito. Mas que isso, um Deus. Seu cabelo estava arrepiado, e seus olhos estavam mais pretos que o habitual. Respirei muito fundo, para não fazer igual o Eduardo fez comigo hoje.
-Vamos.
-Claro. Por que não?
Ele me olhou feio, e foi para o carro. Fiz o caminho oposto e entro no outro lado.
O caminho levou uns 5 minutos, o que eu agradeci muito. Fica em um lugar fechado, e tão perto do Douglas, era torturante.
-Dar para ir a pé.
-Sim, mas você nunca vai fazer isso.
-Por quê? É bom que eu caminhe.
Ele me olhou feio outra fez, o que fez eu me cala.
-É perigoso, não quero que você vá sozinho.
-Claro, agora eu tenho que obedecer você.
Nós estávamos parados no estacionamento, ele tirou o cinto e chegou perto de mim, alias muito perto.
-Não tem que me obedecer, mas não quero que nada aconteça com você.
Perto demais Douglas, não faz isso. Dava para sentir seu cheiro, seu habito batia no meu rosto, cheirava menta, era delicioso.
-Ok... –Me senti desarmado, ele era como um feiticeiro, ele era meu ponto fraco.
-Ótimo, vamos. –Ele falou e saiu do carro.
Ótimo? Ai, como eu sou um idiota, aquele louco por controle tinha me mandando fazer uma coisa, e eu concordei igual um retardado.
A academia não tinha muita gente, mas era um lugar legal. Ele me apresentou a um personal treiner, que era um cara saradão, mas não muito bonito. O Douglas era menor que ele, mas muito mais maravilhoso.
-Meu nome é Rodolfo.
-Meu é Luiz, pega leve comigo, nunca fiz academia.
-Claro garoto, vamos devagar. Não quero perder meu aluno no primeiro dia.
Rimos, e o Douglas me olhava bravo, não entendia por que ele estava assim.
-Rodolfo, fica de olho nele, vou procurar a Brenda.
-Brenda? –perguntei curioso para o Douglas.
-Sim, minha personal.
-Hum. –Não vou negar que me deixou um pouco com ciúmes. Mas larguei mão, e fui atrás do Rodolfo, mas sempre olhava para ver se achava o Douglas.
-Isso, faz uma serie de 30 desse instrumento, assim.
Ele estava me ajudando com um aparelho, já estava todo suando e cansado.
-Posso descansar um pouco?
-Claro, vou beber água, se quer?
-Sim.
Ele foi buscar água. Eu respirei fundo, sabia que amanha não ia nem andar. Olhei para o lado e ai vi o Douglas.
Eu estava em um aparelho que fazia meu pé ir em cima e para baixo. Eu fiquei fissurado com aquela cena, ele todo molhado de suor, fazendo força e respirando forte. Sua boca fazia um movimento engraçado, ele estava olhando para o nada. Até que ele parou e me olhou, eu assustei na hora. Eu estava igual um idiota o olhando e ele me pegou. Fiquei muito vermelho e olhei para o chão, mas quando eu me atrevo a olhar de novo, tinha alguém ao seu lado.
Ela era perfeita, tinha um corpo maravilhoso, tudo em proporção certa, seu cabelo era cor de ouro, e seu rosto era
angelical.
Os dois parecia se dá muito bem. Ela ficava toda hora ajudando ele com o aparelho, e segurando seu ombro. Subiu-me uma raiva de vê-la fazer aquilo, queria ir lá e mandar ela para. Mas me peguei nesses ciúmes idiota, quando o Rodolfo chegou e me fez tomar um susto, e eu soltei o peso com tudo e minha perna foi junto, o fez eu dar um grito de dor
-Se está bem Luizinho?
-Não sei, ta doendo muito.
-Ah, eu te falei para ir devagar e saber seus limites, mas deixo ver.
O Douglas estava olhando para nós.
O Rodolfo ficou de joelhos, e pegou minha perna. Na hora fiz uma expressão de dor e dei um grito baixo.
-Ai, ai.
-Vishi, acho que você deslocou algum ligamento, vou fazer uma massagem. E depois se vai ao médico.
Ele volta com um vidro, e recomeça a mexer na minha perna. Pega o liquido viscoso e passa na minha pele, estava gelado e me fez dar um arrepio. Sempre olhava para o Douglas, ele me encarava, sentir seus olhos me queimarem. Mas volto a olhar para o Rodolfo. E fico observando sua massagem por alguns segundos.
-Que aconteceu? –Douglas fala e me assusta.
Por instinto eu recolho minha perna, que me fez sentir mais dor, mas o Rodolfo a pega de novo.
-Acho que ele deslocou algum ligamento.
-Hum, Rodolfo pode deixar que eu faço isso em casa. Agora eu tenho um compromisso, vamos Luiz.
Como assim? Não estava ouvindo aquilo, mas espera, por que ele estava bravo.
-Tem que tirar um raio-x, mas parece que não é nada serio. –Rodolfo fala, ele tinha ficado em pé, e me ajudando a
levantar.
-Sim, depois eu levo. –Douglas falou carrancudo.
-Você consegue andar?
-Você consegue andar Luiz?
Ele repetiu duas vezes para eu poder entender e presta atenção do que o Douglas me perguntava.
-Claro, sim.
Quando me levantei, eu quase cair. Mas o Rodolfo me segurou antes, ainda estava doendo.
-Ta bem Luiz?
-To sim.
-Vem Luiz, vamos.
Douglas me tirou nos braços do Rodolfo e colocou meu braço no seu ombro, e o seu na minha cintura, e formos embora.
Mas aquela reação dele me confundiu muito.
-Ou você ta morrendo ou está machucado. –Ele fala perto da entrada.
-Ninguém pediu sua ajuda. –Eu falo meio emburrado.
-Ok, vai sozinho então. –ele me soltou, ficou com um pé só, mas estava com tanta raiva que eu fui mancado para a saída,
a dor não era tão forte assim.
Mas eu não podia imagina que tinha uma escada para descer, respirei fundo e fui.
O primeiro degrau foi demorado, mas eu conseguir descer, agora faltava uns 20. Mas me apoiei no corrimão da escada e desci uns 5, mas que eu ia descer sozinho eu ia. Sentia que Douglas estava atrás de mim, mas nem olhei.
Chegando à metade, sinto alguém me puxado pela cintura e me levando. Tinha ficado no seu ombro, ele fez isso com tanta facilidade, que até me ofendia a sua força.
-Me solta, eu vou sozinho.
-Não tenho tempo para pirraça.
-Me solta Douglas.
Eu estava de cabeça para baixo, o que deixou enjoado. Mas quando eu ia fala de novo, já estava no chão, do lado do carro.
-Sempre querendo controlar tudo, pelo menos posso entrar sozinho no carro?
Ele estava parado na minha frente, eu estava muito irritado com ele.
-Tanto faz. –ele deu de ombro e saiu.
Eu entrei no carro com muita dificuldade.
-Podemos ir para casa agora? – eu estava olhando para a porta e a fecho, quando me viro para o olhar, me deparado com
seu rosto a 10 cm do meu, eu me assustei, ele não se movia.
-Douglas? – Falei nervoso, eu respirava ofegante. Sabia que iria acontecer agora o que eu estava desejando.
Continua...