O Irmão Ogro IV

Pessoal, estou muito feliz com os comentários! Tenho conseguido postar com certa frequência e tenho percebido que vocês estão gostando. Isso é ótimo. Nota 10 pra vces e continuem comentando e dando dicas para a história. Espero que gostem dessa parte, add quem quiser: Boa leitura...

Ele ria alto se vangloriando da piada e meus olhos se encherem d’água. Fiquei calado até chegar em casa (eu vim dirigindo porque ele tinha bebido muito).

- Ficou caladinho bebê. Vai me dizer que é viadinho mesmo?

E ele ria, até que não aguentei:

- Sou, sou um viadinho sim. Vai fazer o que? Me bater?

Desci do carro rápido e subi pro quarto e ele ficou lá. Entrei no banheiro da suíte e chorei, não aguentei. Chorava por ter desabafado, mas chorava também por prever o quanto eu ia sofrer depois de Bruno ficar sabendo. Ele poderia contar pros meus pais ou simplesmente se afastar! Sofrendo por antecedência.

Não sei por quanto tempo eu fiquei trancado, mas decidi sair e dormir sem falar mais nada. Dormi lacrimejando sem saber nada de Bruno.

Acordei cedo e nada de Bruno no quarto, já tava virando rotina eu ficar procurando por ele. Desci pra tomar café e não tinha ninguém à mesa. Eram 5 da manhã. Nossa! Nem eu me toquei que era tão cedo, porém era segunda-feira né. Se Bruno não dormiu no quarto, ele só podia ter dormido... no carro. Cheguei e ele estava lá, dormindo quietinho no carro. Eu tinha que acordar ele, já que ele ia começar no emprego e não poderia se atrasar. Demorou um pouco até eu conseguir fazê-lo acordar.

- O que foi Carlos? Aconteceu alguma coisa?

É, ele estava me tratando friamente. Primeira vez que ele me chamou pelo nome...

- É que você vai se atrasar pro trabalho.

- Valeu.

Ele se levantou do carro, subiu, tomou banho, desceu, tomou café e saiu. Achei estranho que ele foi mais cedo que o normal, mas não ia falar nada. Meus pais saíram para trabalhar e eu fiquei lá sozinho, até chamar Thaís. Ficamos conversando a tarde toda e ela entendia meu drama e meu medo de Bruno contar pros meus pais! Aquilo tava me dando até dor de cabeça. Por sorte, ou não, Bruno chegava mais cedo que meus pais e eu poderia conversar com ele.

Sabendo que ele chegaria por volta das 14 horas, dispensei Thaís e fiquei à sua espera. Não demorou muito e ele estava entrando na sala, me olhou, falou algum cumprimento que não entendi e seguiu pra cozinha. Fui atrás dele, não podia demorar muito:

- Bruno, eu acho que eu preciso te explicar umas coisas.

- Precisa explicar nada não man. Isso não é da minha conta. E pode ficar tranquilo que seu segredo tá guardado, vou falar nada não.

- Mas eu acho que a gente podia conversar sobre isso porque...

- Vai ficar me detalhando o que você faz com outro cara? Precisa não cara, de boa.

Nossa! Era tudo que eu precisava. Sai de fininho pro quarto pra que ele não percebesse que eu me importei muito com seu comentário. De fato eu estava começando a me preocupar com essa situação. A opinião dele tava ficando muito importante pra mim, mas ele era meu irmão né! A opinião dele tinha que ser importante mesmo. Fiquei no quarto o resto da tarde (estar de férias é ótimo). Fiz minhas refeições lá e evitei o jantar pra não precisar encarar ele, mas nós dormíamos no mesmo quarto. Uma solução: dormir antes que ele chegasse.

Tentei, virei para todos os lados e posições possíveis, mas não consegui. Fiquei quietinho esperando o sono vir quando ele chegou. Bruno se sentou na cama e eu fiquei espiando com os olhos entre abertos. Ele se despiu e dormiu de cueca sem emitir nenhum som. Minutos depois eu também dormi. Ufa, tinha passado.

Um novo dia veio e eu passava a ver Bruno cada vez menos. Meus pais perguntava sobre nossa relação de amizade e eu fingia que estava tudo bem. Só via Bruno quando ele chegava, mas logo eu tratava de me refugiar no quarto ou ir à casa de algum amigo.

Não demorou muito e Bruno anunciou um namoro. Meu pai, com suas ideias brilhantes, pediu que ele levasse a menina até nossa casa para apresentar. Acho que se ele soubesse de todas as peguetes de Bruno em menos de quinze dias na cidade ele mudaria de opinião. Afinal, quanto tempo duraria esse namoro? Não botava a menor fé. Ainda tinha que ficar no jantar de sábado a noite. Aff. Todos à mesa e Priscila não era diferente das piriguetes que ele já tinha ficado. Aquilo estava um saco, quase nem comi porque sentia nojo ao ver os dois se beijando.

Sai de casa antes do jantar acabar, caminhando sem muito destino. Só queria espairecer quando encontrei um amigo e ficamos conversando. Voltei pra casa já eram quase duas da manhã. Subi pro quarto evitando barulho já que a casa estava em silêncio. A porta do quarto estava fechada, de certo Bruno já dormia. Empurrei devagar até ver a pior cena da minha vida. Priscila de quatro enquanto Bruno a comia com força, os dois cuidando pra não fazer nenhum barulho.

- Eu não acredito nisso!

Os dois pararam e me olharam. Bruno com certo ódio!

CONTINUA...