Anjo Servil
A alegria e a felicidade eram notórias. Havia substância na monótona e vazia vida de Beto, finamente. Descendente de anjos, Ângela, personificação dos próprios, no céu de Beto habitava e fez sua morada. Rostinho de querubim, vivazes e lânguidos olhos azuis, tinha lindas e douradas madeixas a precipitarem-se um pouco abaixo dos ombros. Menos de 25 anos, sensualidade era o seu prenome. Com a idade um pouco superior a dela, Beto conheceu-a numa esquina da vida.
Guizos ouviam ao atingirem o apogeu da paixão, do romantismo. Era só contentamento! Entretanto, Beto intuíra certa sombra de insatisfação imiscuída no universo azul dos olhos dela. Ângela, recatada, disfarçava quando lhe era perguntado. Apreensivo, Beto resolvera não insistir. “O tempo é o senhor da razão”, já dizia o outro. Ele iria descobrir naturalmente, sem fazer pressão.
Foram respirar o puro ar do campo. O casamento de uma prima dela era o mote. Pela manhã, friozinho de serra; cheiros de terra e mato molhados pelo sereno da noite; um fresquinho, aromático e gostoso café forte feito no coador de pano; um fumegante e delicioso bolo de milho recém-saído do forno à lenha... Vegetação viçosa e deveras exuberante; água límpida e muito cristalina. Aquela sensação de paz e um bem-estar deslumbrante. Ficaram um final de semana. Queriam ficar para sempre!
No meio da tarde eles foram passear. Iam embora logo mais à noite naquele domingo. Ao fofo acolchoado de relva ele a deitou e a beijou apaixonadamente, à beira de um regato de águas cintilantes e aos pés de uma frondosa árvore. Seus gemidos abandonavam-se ao largo. Tinham por testemunha a natureza, a qual chegava a asfixiar de tão bela.
- Isso... assim... mame no meu cacete minha doce cadelinha! – disse Beto numa inflexão meio rústica.
A decisão e firmeza na voz dele pareceram ativar e disparar alguma coisa no adormecido subconsciente de Ângela.
Mordendo os lábios, ela respondeu:
- Sim, meu macho... sim meu mestre gostoso! O que você mandar eu faço, tesão!
Um calafrio percorreu a espinha de Beto, arrepiando-o todo. Logo ele percebeu qual era a fantasia de Ângela, e resolveu alimentá-la. Deixaria jorrar toda a lava de seus desejos represados. Implicitamente, ela passava-lhe a inequívoca mensagem de que quaisquer estéticas do prazer tinham lugar, moderadamente, é claro!
A partir daquele momento, a interlocução deles ficou de um dominador para uma escrava. Com Beto interpretando um Mestre, um Senhor, e Ângela representando uma submissa, uma serva.
- Cuide de meus pés, anda! – em tom grosseiro ele falou.
Ângela, inexperiente, colhia desajeitadamente os dedos dos pés de Beto na boca.
- Está muito rápido! Você não sabe fazer nada direito mesmo! – disse dando dois tapas no rosto dela, um de cada lado.
Com a atitude mais lenta, ela pegava o jeito, oferecendo-lhe suaves beijinhos e gostosas lambidas nos pés. Ora um, ora outro, enfiava um dedão dele na boca e com ela fazia movimentos de entra-e-sai simulando chupar um cacete.
- Chega! – deu-lhe mais um tapa na cara e recolhendo o pé de forma ríspida.
Retirando-o da sua bota, Beto indagou:
- Está vendo este cadarço? Vou amarrar suas mãos, coloque-as para trás, anda, vadia!
Ângela estava atordoada e demorou um pouco para atendê-lo. Como punição, recebeu mais algumas bofetadas no rosto. Ele puxou os pulsos dela para trás e amarrou-os de uma maneira bruta, dizendo severamente:
- Agora chupe meu pau, anda, puta!
Ajoelhada, ela obedeceu. Ele estava adorando vê-la cabisbaixa, obediente e submissa ao seu amo e senhor.
Ainda com os pulsos amarrados para trás, Beto passou a torturar-lhe os mamilos, com apertos, torcidas e chupadas. De prazer e dor Ângela contorcia-se.
- Vagabunda, fique de quatro, anda, com a cara colada na grama e as pernas bem abertas! – com energia, Beto falou.
Assim que se prostrou nessa posição, o rapaz açoitava-lhe com fortes palmadas na bunda. Gemendo em vários tons, Ângela compunha uma harmônica sinfonia de martírio.
A bocetinha dela se fez de frigideira fritando seu grelinho na fervente seiva que continha. Beto não se intimidou. Afogou sua língua naquela sopa quente indo direto sugar o tostado clitóris. Antes que o latejante cuzinho de Ângela sentisse ciúmes, a língua de Beto também foi visitá-lo.
Sua vagina, fazendo às vezes de anfitrião, teve a honra de recepcionar o túrgido músculo de Beto em primeiro lugar. Como um touro bravio, ele marretava com sua grossa e vibrante estaca nos sofridos buraquinho e fendinha dela loucamente. Revezando, saía de um e entrava no outro.
Enrolando seus cabelos cacheados na mão e puxando-os para trás qual um cabresto, Beto cavalgava naquela potranca celestial. De olhos semicerrados, ela passou a emitir um longo lamento sonoro.
Sobre a grama verde e macia, Beto chupou insanamente e fodeu perversamente Ângela em todas as posições. Cioso de gozo, tirou o avantajado ferro e ficou a esguichar grande quantidade de esperma na gutinha, rabinho, e rosto dela, xingando-a tanto que Beto nunca mais se lembrará do que disse. A seguir, suado e ofegante, ele desamarrou-lhe os pulsos e a mandou ficar de joelhos.
Beto começou a mijar em cima dela. Ângela protegeu o rosto numa ação reflexa, mas ele puxou seu braço e mijou gostoso na sua cara e boca, lavando os salpicos de porra que por ali se aninhavam. O jato de urina de Beto era tão forte e tão encorpado, que chegava a sufocá-la. Após acabar, o rapaz deitou de barriga para cima e ordenou que ela sentasse na cara dele, de frente.
- Mija... anda... mija minha cadela, minha vadia, minha vagabunda... Mija na minha boca... anda! Mija que eu tô mandando, porra! – gritou ele, sedento.
E ela mijou, mijou muito! Ecoava, na garganta dele, o som assoviante da urina de Ângela. Beto levantou-se após beber todo aquele abundante, caudaloso e refrescante fluido agridoce, sem deixar desgarrar um único pingo sequer. Choramingando, ainda com o rosto gotejando, ela não se continha de tanta felicidade!
Ângela confessou haver adorado o que ela chamou de “treinamento e submissão e obediência”, e que Beto havia dado ressonância às pervertidas e depravadas expectativas dela. Desfez-se, ali, o binômio dominador-escrava. Lavaram-se no regato que corria ao lado.
- Eu te amo, meu anjo!
- Eu também, meu amor!
Por fim, beijaram-se felizes!
Deixaram aquele lugar mágico com a certeza e a cumplicidade de que avançaram sexualmente, e nesse sentido nunca mais seria como antes. Envoltos pelos elementos naturais, não poderia haver palco mais adequado para debutarem no mundo sadomasoquista, moderado, controlado, e isento de quaisquer patologias.
Na semana seguinte, tomando gosto pela coisa, Beto comprou alguns apetrechos de SM (algemas; chibata; chicote; presilhas para seios; velas; máscaras; vendas; mordaças etc.), e derretia-se de ansiedade para experimentá-los com Ângela. Bom, aí é uma outra história para uma outra oportunidade!
- oOo –
Contatos:
Abraços e boa sorte!