Carta para Gio

Um conto erótico de Ichubbysampa
Categoria: Homossexual
Contém 2518 palavras
Data: 23/11/2009 14:51:21
Assuntos: Homossexual, Gay, Amor

No meu Ipod toca sem parar “Jesus To a Child”, não consigo parar, é engraçado que George Michael sempre esteve presente em minha vida, mas jamais pensei que essa música faria parte da trilha sonora da minha vida, mas você a colocou neste “top- ten”.

Lembro como se fosse agora, cada momento, cada gesto, o cheiro o tempo, tudo.

Lembro da Rô me ligando e dizendo:

- vem vai, pô! faz tanto tempo, que você num vai mais com a gente!

-Não, eu prefiro ficar só.

Ela insistia:

- vai ser legal, só nossa turma, a gente que animar o Gio, vai ser legal como nos velhos tempos, você já esta na escala da cozinha, vamos cozinhar, beber e se divertir! Eu não aceito um não como resposta!

-Não to com pique para cozinhar, muito menos animar o Gio, pelo contrario, acho que se ele pedir ajuda para se matar eu ajudo e vou junto.

-Tá, tá, deixa de falar besteira e vêm, já estamos aqui te esperando, pega tuas coisas e vêm, beijos, te amo!!!

Desliguei o telefone, e fiquei ali no vazio do meu apartamento, no escuro, escutando, pensando agora, escutando, olha ele ai de novo, George Michael “Carelless Whisper!”

Depois do fim de 10 anos de um relacionamento, me afastei dos amigos, não queria dividir minha dor com ninguém, era só minha, é, mas já é minha há três meses, achei que já tava na hora de dividir. E fui. Destino Juquehy, uma casa em um condomínio fechado, pé na areia, passei bons momentos lá, quem sabe me animo.

Descendo a serra, comecei a ocupar minha mente com idéias para cozinhar e fiquei imaginando o que fazer, fazia tempo que não fazia nada, mas era a minha paixão. Lá naquela casa era uma competição para ver quem cozinhava melhor, porque todos ali faziam parte de uma confraria de gourmet.

Cada pedaço da serra que vencia ia me animando, já me surpreendi, cantando “Desafinado” Astrud Gilberto + George Michael.

Ao chegar no litoral à maresia e o calor tomou conta de mim e me sentia bem melhor, louco para chegar a Juquehy, na estrada parei no Pastel do Trevo e comi um pastel, e ali fui paquerado por um coroa maravilhoso que inclusive estava com a família, me senti ótimo, contava os minutos para chegar e não reparava nos conta-giros a subir no meu automóvel.

Cheguei e já na entrada me senti em casa já que freqüentava essa casa desde da construção, onde dormíamos no chão e com teto de estrela, já que a casa não tinha telhado e íamos para lá, só para acompanhar a construção.

Estacionei meu carro e já fui recebi pelo Larri, um labrador, simpático e lindo, entrei e fui direto para piscina que sabia que ali todos estariam e estavam.

Meus amigos, seis casais, todos bebendo e se divertindo na piscina. Cheguei e foi aquela festa, a Rô e o Patrice os donos da casa me beijaram bastante e brigaram comigo por ter sumido.

A Rô mandou eu colocar minha mala na suíte azul que eu ficaria lá. Subi correndo, só para jogar a mala e colocar uma sunga.

Entrei no quarto tirei a roupa, fui ao banheiro para passar o protetor solar, mas ao entrar no banheiro, primeiro percebi a música “Jesus to a Child” tocando, achei estranho, vi você deitado no box do banheiro, nu, com o chuveiro ligado e escutando, levei um susto, você nem percebeu minha presença, cheguei perto e percebi que você estava chorando, me ajoelhei e te chamei, você abriu aqueles olhos azuis nublados, e me abraçou e chorou, chorou nos meus braços, até que percebi que estávamos ambos nus, percebi você, coisa que nunca tinha notado, por você ter se casado com minha amiga Felicia, agora falecida, mas que vivia no meu coração e me envergonhei.

Ajudei a você levantar e fomos para o quarto onde te ajudei a enxugar-se, e você meio catatônico e cada toque em seu corpo mesmo através da toalha, eu me condenava por estar sentindo atraído por você, naquele momento, já que nunca havia reparado em você, já que você sempre teve um corpo fora dos meus padrões de beleza, pois você era um homem que cuidava do corpo apesar de seus 50 anos e vi cada detalhe de seu corpo e agora não, você estava gorducho; vi se rosto rechonchudo e com marcas de sofrimento emoldurado por uma barba de descuidada e já ficando grisalhas, as sobrancelhas largas e negras. Vi seus braços grandes e grossos, vi seu tórax avantajado e peludo, vi o caminho da felicidade levando para um pau maciço e longo, mesmo naquele estado flácido; pousado em um saco grande e liso. Perdi-me em suas coxas duras. Tudo isso coberto pela cor rósea de quem tinha se descuidado ao sol.

Levei um susto, quando você falou meu nome e disse que eu era um anjo. Dei uma risada e falei:

- Gio para com isso, sou eu, seu padrinho de casamento, lembra que te apresentei a Felicia, eu fui o pombo-correio, que levei o bilhete daquela atrevida, já que você era tímido demais, lembra?

Você com uma voz á lá Johnnie Walker pastosa, que explicava o “anjo” disse:

- Lembro e nem deixei você falar, pois achei que você tava me cantando, mas também você foi falar comigo quando eu tava mijando! – abriu um sorriso lindo.

Fui trazido à realidade, pelo os acorde de “I can´t make you love me” de G.M. e já emendando com o grito da Rô para irmos almoçarmos.

Fiz você colocar um short e descemos para a piscina, na escada você na minha frente parou e se virou e mesmo dois degraus abaixo você fica na minha altura, você segurou no meu ombro e pediu sussurrando no meu ouvido:

- Onor não comenta que eu tava chorando, ta, por favor! Não quero estragar o almoço, ok?

Eu só balancei a cabeça afirmando que sim, e ai você me puxou para baixo, me abraçou, ficamos ali, você sem camisa e seus pelos roçando e eu me condenando.

Ao chegarmos à varanda, onde a mesa estava posta para almoço, fomos recebidos com festa! A mesa farta de boa comida e amigos. Bom papo, regado a vinho e camarões, comemos nos divertimos e lembramos bons momentos.

Após almoço, alguns foram tirar uma “ciesta”, outros conversando a beira da piscina, eu, você e o casal anfitrião, fomos caminhar na praia, naquele fim de tarde maravilhoso.

Logo depois a Rô e o Patrice, voltaram para casa, eu e você, resolvemos continuar e fomos até as pedras, sentamos e decidimos assistir o pôr-do-sol, que naquele dia parecia que seria o ultimo, por estar tão lindo. Lembro que conversamos, logo a melancolia tomou conta de nos, lhe contei o fim de meu relacionamento e você me abraçou e me apertou junto ao seu peito e me confortou, eu ali comecei a me preocupar porque seu cheiro junto com o cheiro da maresia estava me embriagando de paixão, sentimento que há tempos que não sentia. Levantamos e notamos que a noite já estava presente, e resolvemos ir.

Descendo pelo caminho sinuoso e á noite perigoso, nos apoiamos mutuamente e nesse contato de ajuda por descer as pedras, nossa pele se conflitava e em mim reacendia uma chama que a muito pensava não mais existir. Ao chegar na areia resolvermos tomar um banho de mar, por estarmos suados e corremos para o mar, você começou a brincar comigo e tirou sua sunga, colocou na cabeça, acho que até pela sua embriagues constante, você falou para eu tirar também que não tinha problema, pois era noite. E também já não havia ninguém mais na praia. Você me derrubou e roubou minha sunga e tentei tomá-la, você fugindo e jogando-se no mar quente, e nessa brincadeira mais uma vez nossos corpos roçando e me deixando louco, você notou que eu já estava excitado e parou, ficou me olhando, um de frente para outro nossas barrigas se encostando o balanço do mar nos embalava, seus olhos refletiam a lua e as estrelas, o azul se destacava naquele mar de escuridão e você segurou nos meus braços e puxou-me e me abraçou, apesar de estarmos na água, eu sentia um calor insuportável dentro de mim, sua barba roçando em meu pescoço, meu pau duro feito pedra encostando-se a sua coxa, e fiquei sem ação. Ficamos ali, parados, eu alisando seus pelos nas costas, quando não sabíamos o que fazer, eu mais por dor na consciência de estar com o marido da minha amiga viva em minha memória e você por talvez por esperar minha iniciativa.

Fomos acordados desse transe, por gritos de nossos amigos nos chamando e procurando por nós.

Fomos para casa, chegando lá, tomamos banho e voltamos à piscina, onde todos bebiam, conversavam e riam.

O clima era ótimo, mas senti que você afastou-se de mim e ficou me evitando, acho que sentia a mesma coisa que eu sentia, culpa.

Conversando com a Rô, comentamos o ocorrido, ela percebeu o clima no ar, e perguntou o que tinha acontecido eu disse que nada tinha acontecido ainda, ela disse que acha que nos dois formávamos um casal bonito que a Felicia ficaria feliz se você fosse feliz comigo, eu fiquei na dúvida.

Rô que é espiritualista achava que se rolasse alguma coisa Felicia, estaria interferindo para nós ficarmos juntos.

A noite transcorreu normalmente, muitos foram dormir cedo. Ficou eu, você, Patrice, mais dois amigos, resolvemos jogar uma caxeta e apostamos que quem perdesse teria que pagar um mico. Bem eu sou péssimo em jogos de azar e perdi e tive que pagar o mico de vestir um biquíni de uma das meninas, desfilar e fazer pose de garota do Fantástico, lógico, tudo isso sendo filmado. Vesti o biquíni e desfilei, me joguei na piscina e sai tipo garota do Fantástico, demos muitas risadas, os rapazes, passavam a mão na minha bunda me chamavam de gostosa, menos você que não entrou na brincadeira, só me olhava, mas eu por estar um pouco alto nem liguei, no final tirei a roupa e pulei pelado na piscina, logo depois todos pularam pelados na piscina e brincamos e ficamos nessa até ás 3 da matina.

Quando todos foram dormir eu fiquei sozinho, logo depois você voltou e me trouxe uma toalha e dizendo que estava esfriando e que eu podia pegar um resfriado, eu ainda pelado, saio da piscina e me envolveu na toalha e me abraçou novamente, só que desta vez me trouxe junto ao seu corpo e beijou, um beijo ardente, que eu não queria que acabasse nunca.

Perdi a noção do tempo naquele beijo, naquela barba roçando em mim, nos acarinhávamos, paramos de nos beijar e ficamos nos olhando, resolvemos ir até a praia, sentamos na areia continuamos a nos beijar.

Dali para explorar seu corpo, foi muito rápido, já que você demonstrava, não ter nem habilidade nem coragem para comandar a direção de nossos desejos.

Comecei a pegar em tudo já que não consegui dar prioridade em nada, tudo para mim era demais!

Sua panturrilha rija, sua barriga dura e peluda os mamilos era perfeitos demais. A cada movimento de minha língua seu corpo você contorcia-se, mas sem gemer, só um som abafado que eu sentia, mas não ouvia, comecei a cavar minha língua em suas coxas, explorar seu saco, que era liso e grande, subi a seu mastro que nessa altura já estava explodindo em tesão e em pré-gozo, ele era pesado, grosso, médio com uma cabeça grande coberta, as veias formavam um relevo que eu percorria com minha língua, você continua se contorcendo, mas dessa vez sua mão forçava minha cabeça a engolir aquele pau que era grosso, mas mesmo assim eu me esforçava para engoli-lo, eu sentia o gosto doce de seu pré-gozo em minha boca.

Você nada dizia só aquele som abafado, a força de seus braços, tirou-me do transe, puxou-me para cima e me beijou novamente, me virou e me mordendo minha nuca, forçava seu peso sobre mim, e começava tentar me invadir, sem lubrificação sem nada, só aquela que ali deixei com a minha saliva. E sem dó colocou, empurrou com força.

Você começou a cavalgar sobre mim, sentir dor, eu senti, mas sublimei perto do tesão que tomava conta de mim, na verdade eu o estava fudendo, não demorou muito e me envolveu com seus braços fortes e me apertou forte e soltou um urro, que até ali estava preso, continuou urrando e eu senti o seu fervor dentro de mim, abundante e quente.

E continuou sobre mim arfando e seu hálito ali no meu ouvido, seu suor misturado com o meu, ficamos ali parados só sentindo a respiração. Quando você começou a beijar minha nuca, e mordiscar minha orelha e virar meu rosto para encontrar o seu, novamente a beijar-me, senti aquele pau inchar dentro de mim, começou tudo de novo ele bombando, só que agora em uma freqüência diferente mais lento e prolongado, ele mexia de forma que sentia seu saco encostar-se ao meu e grudar com os nossos suores, gozo. Me beijava, gemia, eu com o corpo entorpecido e querendo que acabasse nunca. Quando gozou e dessa vez ele chamava pelo meu nome e falava coisas desconexas, que eu não entendia. você saiu de cima de mim e ficou respirando forte ao meu lado e eu de costa ali fiquei sentindo escorrer sobre minhas coxas, todo seu gozo.

Depois de um tempo você me puxou e pousei sobre seu peito e pelos molhado, fiquei ali senti o pulsar do seu coração.

Meu pau estava duro ainda, ao sentir meu pau em suas pernas, começou á buscá-lo, fiquei estático e livrou se de mim e desceu e abocanhou, no começo sem jeito e depois com furor e eu não demorei muito a gozar e encher sua boca com meu gozo.

Nos beijamos com o gosto de meu gozo em sua boca e ficamos assim até sentir o sol nascer e determinar que tinha chegado à hora de entrarmos dentro da casa, entramos tomamos um banho onde mais uma vez o fiz gozar.

Dormimos juntos. Eu mais, ao acordar procurei pelo meu amor na cama e ali você não mais estava, nem ali, nem na casa, nem mais em minha vida.

Ao sair pela casa procurando o, encontrei Patrice que me falou que não o encontraria em lugar algum, pois tinha ido embora.

Patrice disse que ele acordou e você já estava na sala arrumado pronto para ir embora e pediu para Patrice dar-me um recado. Que eu desse um tempo para você digerir tudo e pegou meu telefone junto ao Patrice.

Fiquei desolado, chorei muito, fui amparado por Patrice, que me contou que você, lhe havia contado tudo, disse a ele que tinha sido maravilhoso, mas que ele achava que não merecia isso.

Para mim havia acabado o feriado e resolvi ir embora também. George Michael foi meu único companheiro nessa viaje.

Nos encontramos depois, muito tempo depois.

Por isso escrevi essa carta para você lembrar.

Quem sabe um dia eu conto sobre encontro.


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