Engenho Doce I

Um conto erótico de A. Duprèe
Categoria: Homossexual
Data: 06/02/2005 21:59:43
Nota -
Assuntos: Homossexual, Gay

Engenho Doce

Introdução:

Romance erótico que descreve a saga de um adolescente bissexual holandês no Brasil-colônia(Séc. XVII). Seus muitos amores com escravos, escravas, europeus, caboclos, índios, índias e soldados numa fazenda de cana de açúcar no Nordeste brasileiro.

Capítulo I

A Viagem

Viajamos de trem de Olinda ao interior de Pernambuco. O Sol já ia alto quando chegamos a Jaraúna, longínquo distrito da capitania . A máquina a vapor resfolegava, não sei se pelo esforço de puxar os vagões ou se pelo calor tropical que nos sufocava a todos. Eu e meus pais, imigrantes da Holanda, sofríamos mais que todos com esse clima dos trópicos. Sou o único filho desse casal de holandeses que veio para a nova colônia no início deste século. Por bravura na luta contra os portugueses, meu pai foi contemplado pelo Conde Maurício de Nassau com uma fazenda de criação de gado e cultivo de cana-de-açúcar no sudoeste da capitania cujo antigo proprietário voltara para a Europa. Dizem que o lugar é belíssimo apesar de muito quente. Estamos na metade do Século Dezessete e tudo me parece muito estranho e excitante. Nosso grupo não é grande, mas a bagagem é muita, o que torna nossa jornada pelo interior mais penosa, lenta e cansativa. A segurança está a cargo de Lefrève e seus milicianos. Bertha, nossa governanta, e duas mucamas cuidam da alimentação. Não viajamos à noite porque há selvagens por toda a parte. Os milicianos são gente grosseira, em geral mulatos ou caboclos mestiços e não nos inspiram confiança. Quando não encontramos algum rancho ou acampamento abandonado, dormimos ao relento em pequenas barracas de lonas. Além de Lefrève (que mais na frente descreverei), chamam-me à atenção, D’Arruda e Nêgo Zé. D’ Arruda pelo seu jeito sujo, safado e de olhar selvagem; Nêgo Zé pelo tamanho e força descomunal, em contraste com seus olhos suaves e sua voz cálida e melodiosa. Não sei porque o chamam de “Nêgo”, já que não é negro. Embora seja mistura de índio com negro, sua pele é cor de cobre e desprovida de pêlos. Seus cabelos são encaracolados e caem-lhe aos ombros, o que lhe dá uma aparência de divindade tupi. Em nossas paradas para descansar e refazer as forças, ele sempre me acompanha na exploração da área. Quando tomávamos banho de rio, apesar de nunca ficar nu, percebo-lhe as formas físicas: dorso forte, musculoso, braços e pernas rijos e sem pêlos e que volume traz ali entre as pernas... era meigo e afetuoso comigo. Certa vez,mesmo vestido,mergulhou por baixo de mim e ao voltar à superfície, levantou-me pelas coxas, trazendo-me junto ao seu peito forte e musculoso. Senti suas mãos em minhas coxas, nádegas e cintura. Apertava-me com ternura de encontro ao seu corpo viril enquanto minha bunda era pressionada contra seu pau duro. Não gritei, mas tentando desvencilhar-me, forcei para livrar-me daquele abraço. Soltando-me aos poucos, ele perguntou se eu tinha medo dele. Respondi-lhe que não e, sorrindo, corri para a margem. No retorno para nos juntar ao grupo, vi D’ Arruda e Lefrève nos observando. Eu ficara impressionado com Nêgo Zé. Sempre gostei da aproximação com pessoas do meu sexo. Isso me excitava. Às vezes, de relance, lembro-me do colégio interno. As brincadeiras dos colegas mais velhos, as comparações que faziam de seus membros... Era muito pequeno e não me lembro direito, mas essas vagas lembranças causam-me prazer. Nêgo Zé era o meu predileto entre aqueles que nos acompanhavam. Gostava dele, de estar com ele... Sempre que havia uma oportunidade ele me tocava, sempre com ternura; nunca com rispidez ou violência.

Já estávamos viajando por 10 dias e nosso “namoro” continuava. Um dia ele achegou-se e me convidou para subirmos um morro para fazermos uma exploração na parte mais alta. O Sol estava abrasador e meu pai decidira que acamparíamos ali por três dias. Precisávamos recuperar as forças, descansar as montarias e refazermos o abastecimento de alimentos.

Gastamos quase meia hora escalando aquele morro de formação rochosa. Lá em cima, a paisagem se descortinava maravilhosa, apesar da seca que se espalhava a perder de vista. Sentamos à beira de uma pequena lagoa formada entre as rocha. De tão rasa nem dava para nadar. Mesmo assim, tirei a roupa e deite-me, nu, naquela água fresca e tranqüila. Nêgo Zé hesitou e abeirando-se de mim perguntou:

− Vosmicê qué qui eu entre tamém?

− Quero sim. Tire a roupa e venha se juntar a mim. Respondi, virando-me para o outro lado. Nêgo Zé despiu-se e deitou-se ao meu lado. Virando-me, fiquei a contemplar aquele deus nativo. Assim, ao meu lado, parecia um gigante. Com curiosidade, perguntou-me sobre a cor de meus cabelos, comparando-a com a dos seus. Carinhosamente, apalpou minhas mechas enquanto eu retribuía suas carícias. Virando-se de lado, vi seu pênis, grosso, limpo, enorme ir ganhando dimensões fantásticas a cada vez que latejava. Temeroso, toquei-o com meus dedos. Estava quente e pulsava. Ele pegando minhas mãos, colocou-as apertando seu imenso cacete. Deixei que se avolumasse em minhas mãos enquanto se dilatava e ganhava proporções que jamais vira na vida. Quase que por instinto, comecei a massagear-lhe o pênis, enquanto ele se contorcia de prazer e deitando-me de bruços, encoxou-me gostoso até gozar. D’ Arruda que há dias nos vigiava, apareceu pouco depois de nos termos lavado e quando já estávamos vestidos. Desconfiado, gritou com Nêgo Zé dizendo que precisavam dele no grupo e mandou que voltasse para junto dos demais. Depois, virando-se para mim disse com ares de ciúme:

− Patrãozinho toma cuidado com esse caboclo. Ele não podia imaginar que eu estava maravilhosamente seduzido por aquele nativo mestiço. O maior e mais gostoso homem que jamais conhecera. Meu coração acelerava somente em lembrar daquele membro enorme, quente, latejante em meio às minhas coxas. Temia que quando avançássemos no relacionamento “aquilo” não coubesse dentro de mim. Temia também que ele pudesse se descontrolar e me matar com sua vara enorme. Afinal eu era apenas um adolescente e meu cuzinho era muito pequenininho. Nunca tinha dado antes, pelo menos que eu me lembre de uma penetração total, completa, com alguém adulto, homem feito, igual a ele.

Continua...


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